Questões de Concurso Sobre vocativo e termos acessórios da oração: adjunto adnominal, diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal, adjunto adverbial e aposto em português
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Ano: 2024
Banca:
FAU
Órgão:
Câmara de São João do Triunfo - PR
Provas:
FAU - 2024 - Câmara de São João do Triunfo - PR - Oficial Administrativo
|
FAU - 2024 - Câmara de São João do Triunfo - PR - Operador de Áudio Visual |
Q2449199
Português
Texto associado
O Brasil que queremos
Vladimir Safatle
Queria começar saudando, do mais fundo
do meu espírito, uma Revista como a Cult, cuja
função única de conservar espaços abertos para
a vida intelectual, mesmo em momentos
sombrios, é um ato maior de coragem e bravura.
Um ato raro, difícil de sustentar, ainda mais por
25 anos. Por isso, um ato que merece a nossa
mais profunda admiração e reconhecimento.
Diante da pergunta sobre o Brasil que
queremos talvez fosse o caso de começar
dizendo que o Brasil que queremos nunca existiu.
Nos últimos anos, não perdemos nada, porque
não se pode perder o que nunca se teve.
Perdemos apenas uma ilusão: a ilusão de termos
um país. Por isso, para conseguir o que
queremos, seria o caso de partir da análise de
nossas próprias ilusões, seria o caso de nunca
mais se deixar enganar dessa forma, por tanto
tempo.
Primeiro, criamos a ilusão de habitar um
país capaz de suspender contradições, de criar
pactos antropofágicos onde tensões se
dissolviam e integrações improváveis se
construíam. Um país singular em sua pretensa
miscigenação e misturas. Essa foi uma forma
astuta de apagar de nossos olhos o preço dessa
integração. Um preço impagável, feito de
violência brutal de estado, de desaparecimento
de corpos, de preservação da lógica colonial que
determina uma parcela da população com
matável sem dolo, sem lágrimas. Afinal, “o show
deve continuar”, “o engenho não pode parar”.
Como dizia Celso Furtado, alguém que
sabia como poucos como o Brasil era assentado
em ilusões sobre si mesmo, esse país foi um
experimento econômico, antes de ser uma
sociedade. Ele foi o maior empreendimento
mundial do latifúndio escravocrata primário
exportador. Essa foi sua certidão de nascimento.
E mesmo depois do ocaso econômico desse
experimento, ele continuou fantasmagoricamente
entre nós, fornecendo as divisões entre sujeitos,
organizando a lógica brutal da espoliação
econômica, apertando o gatilho de suas polícias.
Uma fantasmagoria é muito mais real do que
aquilo que contamos por realidade. O concreto é
feito de fantasmagorias que tem a capacidade de
atravessar séculos, encarnar-se em múltiplas
figuras, fazer CEOs (diretores executivos) falarem
como senhores de engenho, empresários falarem
como patiães do mato.
Mas esse país também foi construído a
partir de outros apagamentos, como esse que
permitiu a preservação das estruturas da ditadura
militar, seus criminosos, o lugar de exceção das
forças armadas, mesmo em período dito de “redemocratização”. Uma redemocratização
infinita, que nunca se realizava integralmente
porque fora feita para nunca se realizar de fato.
Até o momento em que os mesmos militares
voltaram, fantasiados em outros corpos, mas os
mesmos militares (e há de se ouvir a compulsão
de repetição que nos compõe), com os mesmos
discursos, o mesmo cinismo e a mesma
violência.
Por isso, por mais que um momento como
esse possa nos encher de melancolia, há de se
compreender a função estrutural das ilusões
perdidas. O Brasil que queremos exige a
destruição do Brasil que existe. E podemos
destruí-lo com a força de nossa imaginação. Com
a capacidade de dizer que queremos muito mais
do que nos oferecem hoje. No mundo todo,
vemos populações que colocam em marcha sua
imaginação social para lutar por outros estados,
outras instituições, outros modos de produção e
outra soberania popular. No Brasil que necessita
morrer, nada disso é possível. E nunca será. Mas
no Brasil que nascerá desse que teima em não
morrer nossa imaginação nunca mais será a
expressão de nossa própria angústia. Ela será o
elemento concreto das transformações em
direção ao que ainda não tem forma.
Vladimir Safatle é filósofo, professor livre docente
da USP, autor de Só mais um esforço (Três
Estrelas, 2017), “O circuito dos afetos: Corpos
políticos, desamparo e o fim do indivíduo” (Cosac
Naify, 2015), “A esquerda que não teme dizer o
seu nome” (Três estrelas, 2012), entre outros.
Link: esse país foi um experimento econômico,
antes de ser uma sociedade.
Destaque a única alternativa em que a
palavra ou enunciado sublinhado NÃO exerce
a função sintática de adjunto adverbial:
Ano: 2024
Banca:
Instituto Access
Órgão:
Prefeitura de Cataguases - MG
Prova:
Instituto Access - 2024 - Prefeitura de Cataguases - MG - Procurador Municipal |
Q2448451
Português
Texto associado
Não se pode bloquear o progresso,
diz neurocientista sobre implantes da Neuralink
(Salvador Nogueira.
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2024/03/nao-se-pode-bloquear-oprogresso-diz-neurocientista-sobre-implantes-da-neuralink.shtml.
2.mar.2024)
A falta de transparência levanta questões éticas, mas para muitos
pesquisadores, a despeito desses problemas, a iniciativa é positiva.
(L.8-10)
A locução prepositiva sublinhada no período acima apresenta equivalência semântica com as palavras listadas nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
A locução prepositiva sublinhada no período acima apresenta equivalência semântica com as palavras listadas nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.
Ano: 2024
Banca:
Instituto Access
Órgão:
Prefeitura de Cataguases - MG
Prova:
Instituto Access - 2024 - Prefeitura de Cataguases - MG - Procurador Municipal |
Q2448450
Português
Texto associado
Não se pode bloquear o progresso,
diz neurocientista sobre implantes da Neuralink
(Salvador Nogueira.
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2024/03/nao-se-pode-bloquear-oprogresso-diz-neurocientista-sobre-implantes-da-neuralink.shtml.
2.mar.2024)
Aprendemos muito recentemente principalmente sobre a ligação
entre a nossa inabilidade de controlar, regular, nossa resposta ao
estresse (1), seja estresse traumático, seja estresse leve, mas
crônico, e o surgimento de vários tipos de patologias (2), e não é
só de saúde mental. (L.51-55)
As funções sintáticas desempenhadas pelos termos (1) e (2) no período acima são, respectivamente,
As funções sintáticas desempenhadas pelos termos (1) e (2) no período acima são, respectivamente,
Ano: 2024
Banca:
UNIVIDA
Órgão:
Prefeitura de Floraí - PR
Provas:
UNIVIDA - 2024 - Prefeitura de Floraí - PR - Recepcionista
|
UNIVIDA - 2024 - Prefeitura de Floraí - PR - Monitor Escolar |
UNIVIDA - 2024 - Prefeitura de Floraí - PR - Educador Social |
UNIVIDA - 2024 - Prefeitura de Floraí - PR - Auxiliar de Sala de Aula |
UNIVIDA - 2024 - Prefeitura de Floraí - PR - Auxiliar/Técnico de Enfermagem |
Q2447760
Português
Texto associado
Histórias do carnaval
Ninguém sabe ao certo a origem do
Carnaval, mas historiadores acreditam que a
festa tenha tido origem em celebrações ligadas
à agricultura e à chegada da primavera na
Europa, comemorada com festejos na Grécia
e em Roma, na Antiguidade. No ano 590 d.C.,
a Igreja Católica incorporou ao seu calendário
o Carnaval. A quarta-feira de Cinzas, último dia
do Carnaval, marca o início da Quaresma que
vai até a Páscoa. No Brasil, o Carnaval
chegou, no século 18, e era chamado de
entrudo, vindo das ilhas de colonização
portuguesa da Madeira, Açores e Cabo Verde.
Na década de 1840, nasceram os
primeiros bailes de Carnaval do Brasil, e as
pessoas começaram a se fantasiar e a usar
máscaras que vinham da Europa. No Rio de
Janeiro, os foliões se reuniam no Zé Pereira,
uma espécie de bloco que saía nas ruas da
cidade. O Carnaval começou a se organizar
com as grandes sociedades, organizações que
contavam com o apoio de políticos e
escritores. No início do século 20, a festa
brasileira ganhou a contribuição definitiva dos
ritmos e costumes dos negros, e os ranchos
passavam pelas ruas da cidade animando o
Carnaval com marchinhas. Os ranchos criaram
o casal de mestre-sala e porta-bandeira e
deram os primeiros elementos que viriam a
formar as escolas de samba. A primeira delas
se chamava Deixa Falar e foi fundada no bairro
do Estácio, no Rio, em 1928. O primeiro desfile
de escolas de samba ocorreu em 1932. E, no
Nordeste, o primeiro trio elétrico desfilou em
Salvador em 1950.
Às vezes, parece que as marchinhas de
Carnaval sempre estiveram por aí. Elas são
antigas mesmo, animam carnavais desde o
começo do século 20. A primeira composição
especialmente feita para o Carnaval foi "Ô
Abre Alas", de Chiquinha Gonzaga, em 1899,
antes mesmo do surgimento do samba - que
só apareceu oficialmente em 1917. As festas
de Carnaval tinham um papel muito importante
na divulgação de músicas como "O Teu Cabelo
Não Nega", de Lamartine Babo, feita em 1932,
e "Me Dá um Dinheiro Aí", de Ivan Ferreira,
Homero Ferreira e Glauco Ferreira, composta
em 1959.
Existe Carnaval em outros países. As
comemorações são um pouco diferentes das que vemos no Brasil. A cidade de Veneza, na
Itália, tem um dos carnavais mais famosos e
antigos do mundo, conhecido pelas belas
máscaras usadas pelos foliões. Nos Estados
Unidos, é famoso o carnaval da cidade de
Nova Orleans, levado pela colonização
francesa e embalado pelo jazz dos negros.
https://www1.folha.uol.com.br
“A quarta-feira de Cinzas, último dia
do Carnaval, marca o início da Quaresma
que vai até a Páscoa.” 1º§
As vírgulas nessa frase marcam um(a):
As vírgulas nessa frase marcam um(a):
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Pitangueiras - SP
Prova:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pitangueiras - SP - Professor de Educação Básica II - Artes |
Q2446300
Português
Texto associado
Pelo ralo
Os pratos estão empilhados de um dos lados da pia numa torre irregular, equilibrando-se uns sobre os outros de forma
precária, como os destroços de um prédio bombardeado ameaçando cair. Estão sujos. Muito sujos. Foram deixados ali já faz
algum tempo e os pedaços de detritos sobre eles se cristalizaram, tomando formas absurdas, surreais. Há grãos e lascas, restos
de folhas, amontoados de uma indefinida massa de cor acinzentada. Copos e tigelas de vidro, também empilhados num desenho
caótico, exibem a superfície maculada, cheia de nódoas, e o metal das panelas, chamuscado e sujo em vários pontos, lembra a
fuselagem de um avião incendiado. Mas há mais do que isso. Há talheres por toda parte, lâminas, cabos, extremidades
pontiagudas que surgem por ente os pratos, em sugestões inquietantes. E há ainda a cratera da pia, onde outros tantos pratos
e travessas, igualmente sujos, estão quase submersos numa água escura, como se, num campo de batalha, a chuva tivesse
caído sobre as cinzas. O cenário é desolador.
A mulher se aproxima, os olhos fixos na pia. Suas mãos, cujos dedos exibem dobras ressecadas, resultado de muitos anos
de contato com água e detergente, movem-se em torno da cintura e caminham até as costas, levando as tiras do avental
vermelho e branco. Com gestos rápidos, ágeis, faz-se a laçada, que ajusta o avental em seu lugar. E a mulher abre a torneira.
Encostada à pia, espera, tocando a água de vez em quando com a ponta dos dedos. Ligou o aquecedor no máximo, pois sabe
que precisará dela fumegante, para derreter as crostas formadas depois de tantas horas. Logo o vapor começa a subir. Emana
da pia, primeiro lentamente, depois numa nuvem mais encorpada, quase apocalíptica, enquanto o jato d’água chia contra a
superfície da louça suja. A mulher despeja algumas gotas de detergentes na esponja e começa a lavar. Esfrega com vigor,
começando pelas travessas que estavam imersas na água parada, pegando em seguida os copos e, por fim, a pilha de pratos.
Vai acumulando-os, já envoltos em espuma, de um dos lados da pia, num trabalho longo, árduo. E só depois se põe a enxaguá-los, deixando que a água escoe, levando consigo o que resta dos detritos.
De repente, a mulher sorri. As pessoas não acreditam, mas ela gosta de lavar louça. Sempre gostou. A sensação da água
quente nas mãos, seu jato carregando as impurezas, são para ela um bálsamo. “É bom assistir a essa passagem, à transformação
do sujo em limpo”, ouviu dizer um dia um poeta, que também gostava de lavar louça. Ficara feliz ao ouvir aquilo. Só então se
dera conta do quanto havia de beleza e poesia nesses gestos tão simples. Mas agora a mulher suspira. Queria poder também
lavar os erros do mundo, desfazer seus escombros, apagar-lhe as nódoas, envolver em sabão todos os ódios e horrores, as
misérias e mentiras. Porque, afinal, do jeito que as coisas andam, é o próprio mundo que vai acabar – ele inteiro – descendo
pelo ralo.
(SEIXAS, Heloisa. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 23 set. 2001. Revista de Domingo, Seção Contos Mínimos.)
Os termos destacados a seguir podem ser identificados exercendo a mesma função sintática na frase, tal fato só não pode
ser constatado em: