Questões de Concurso Sobre figuras de linguagem em português
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Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Pouso Alegre - MG
Prova:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Pouso Alegre - MG - Médico Clínico Geral Pronto-Atendimento |
Q2462389
Português
Texto associado
O poder do pensamento positivo
Livrar-se de pensamentos intrusivos, sentimentos pessimistas e crenças negativas é um desafio e tanto para muitos.
Procurar maneiras de driblar esses obstáculos – e realmente lutar contra eles – pode significar se desviar do que já foi
estabelecido como rotina e ser, portanto, desconfortável. No entanto, estes pensamentos de medo e de sentir-se com as mãos
atadas poderão atrair ciclicamente as mesmas circunstâncias.
A vida é como um algoritmo de redes sociais: quanto mais você demonstra gostar de um sentimento, mais dele você
enxergará nas situações que se apresentarem a você. E, aqui, defino que “gostar” não significa necessariamente uma decisão
consciente de predileção genuína, mas sim a percepção que o próprio inconsciente tem das suas manifestações, baseada em
frequência. Ou seja, quanto mais associações negativas você fizer, mais acostumado você estará com eles, e mais seu cérebro
entenderá que deve mantê-los.
Independentemente de gostar, tudo o que acontece é resultado de escolhas feitas no passado. Muitas pessoas fazem
escolhas inconscientes e, por isso, acham que não estão agindo ou, de fato, escolhendo algo. O próprio fato de se abster de
certas decisões é, em si, uma decisão.
O ato de observar com mais atenção as próprias atitudes e reações é o primeiro passo para contornar esse ciclo vicioso,
pois transfere todo o processo do campo do inconsciente para o campo do consciente. Com o entendimento de que o futuro é
resultado das escolhas feitas no presente, cria-se a condição para que as mudanças necessárias sejam feitas sem demora. Como
disse Einstein, “insanidade é fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes”.
Tudo depende de que escolhas se deseja fazer. As pessoas podem não saber bem o que desejam, mas podem, por
oposição, saber o que não querem. “Eu não quero ficar doente”; “Eu não quero essa dor de cabeça.” “Eu não quero arranjar
despesas.” Mais produtivo que focar nas negativas é estabelecer uma lista de prioridades e do que se pretende fazer para
alcançá-las. Assim, toma-se consciência sobre as próprias escolhas e seus objetivos. É preciso ter maestria na arte de
transformar o que não quer naquilo que quer.
(Nuno Paiva, Hoje em dia. Em: 29/02/2024.)
Acerca da comparação estabelecida em: “A vida é como um algoritmo de redes sociais: quanto mais você demonstra gostar
de um sentimento, mais dele você enxergará nas situações que se apresentarem a você.” (2º§), pode-se afirmar que:
Ano: 2024
Banca:
ICECE
Órgão:
Prefeitura de Aratuba - CE
Prova:
ICECE - 2024 - Prefeitura de Aratuba - CE - Guarda Municipal |
Q2462000
Português
Texto associado
QUEM PECOU NÃO PEQUE MAIS – RACHEL DE QUEIROZ
O mais difícil há de ser a escolha do que é bem e do que é mal; cada um tem que consultar a própria consciência e ver a qualidade do seu erro, onde foi que traiu o espírito ou traiu a carne, pois a carne também tem suas leis e a sua ética. Aquele que peca de gula, por exemplo, peca contra a carne. E aquele que mente, é claro que peca contra o espírito. E quem diz que ama sem amar, simulando os gestos do amor sem sentir, peca ao mesmo tempo contra a carne e contra o espírito, porque aí são o corpo e alma os ofensores – ou os ofendidos. Disse acima que pecam os que mentem, mas há os que mentem e não pecam. Sua mentira não é jocosa, nem oficiosa, nem perniciosa – e são só essas três as qualidades de mentiras padronizadas pelo catecismo. Digamos que é mentira poética ou mentira artística, embora os mentirosos dessas mentiras não as ponham no papel impresso, nem na tela, nem no mármore. Dispersam as invenções pelas conversas de café, de salão e de esquina. São homens de coração piedoso e imaginação ardente, e se compadecem e buscam evasão desta feiura de mundo em que vivemos; criam por isso um jardim de mentiras e convidam os seus amigos a colher flores naquele jardim. Falam de riquezas que nunca tiveram, de amores que nunca sentiram, viagens que nunca viajaram. Inventam terras que não existem, façanhas jamais executadas por heróis que ainda não nasceram; ou se encarnam eles próprios nesse herói nonato, fardam-se de pirata ou de cavaleiro, embarcam na galera aventurosa ou cavalgam o negro corcel. Para esses mentirosos não há pecado, naturalmente. E talvez no seu céu encontrem realizadas todas as esplêndidas mentiras com que sonharam e fizeram os outros sonhar. Pecam, sim, os que mentem para colher proveito, os que levantam falso testemunho, os que se gabam por vaidade ou por impostoria. Quantos aos que bebem, pecam os que bebem para encher a tripa. Mas não os que bebem na ânsia de encher um coração vazio ou para saciar a alma ressequida. Desses sei de certeza que têm igualmente no céu o seu lugar reservado – um recanto plantado de girassóis e lírios que cheiram a lança-perfume. E lá os bêbedos gozam da bem-venturança, sem ressaca nem aspirina, declamando poemas, fazendo confidências, chorando mágoas alcoólicas, debruçados sobre o alvo ombro de seu anjo da guarda. Pecam os cobiçosos, os que se afadigam atrás de dinheiro e poder. Mas não sei se fará parte dessa mesma feia ambição o desejo de possuir a terra, de agarrar-se à terra. Porque a terra é o nosso princípio e o nosso fim, e possuí-la ser dono dela, ter de seu um pedaço de chão, é um pouco como voltar ao ventre de nossa mãe, ou aumentar aquele chão à nossa carne e ao nosso sangue. Direi que é quase como o mistério do amor, esse aumento de uma outra coisa viva ao nosso ser vivo, é uma outra maneira de nos prolongarmos, de continuarmos, nos reproduzindo em plantas e em bichos, como nos reproduzimos em filhos. Não, nada com a terra pode ser pecado. Enfim, pecam sem remissão os mesquinhos, os covardes – quero dizer, os covardes que usam a fraqueza dos outros para exercício da sua crueldade. Pois aqui também cabe uma ressalva: os medrosos não pecam, antes pecam os bravos porque são arrogantes. O medo é o mais antigo e fiel companheiro do homem e é o medo que nos faz conhecer nossas limitações e nos torna humildes. E não há outra virtude que mais agrade ao céu do que a humildade, nem outro pecado mais desagradável do que a soberba. (...) No fim de tudo, a verdade positiva é que só o homem, lá dentro do seu coração, sabe quando pecou. Ele é que cria o seu bem e o seu mal; e muitas vezes peca fazendo bem, porque o tem como mal e, sendo a sua intenção de malícia, pode ter toda a aparência de bem, que não será.
(...) “Criam por isso um jardim de mentiras e convidam os seus amigos a colher flores naquele jardim”.
Nesta frase temos a utilização de uma figura de linguagem como recurso textual, qual é ela?
Ano: 2023
Banca:
Instituto Referência
Órgão:
SEROPREVI - RJ
Provas:
Instituto Referência - 2023 - SEROPREVI - RJ - Auxiliar de Serviços Gerais
|
Instituto Referência - 2023 - SEROPREVI - RJ - Zelador |
Q2460989
Português
Texto associado
O fim do mundo - Cecília Meireles
A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo
para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não
me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me,
porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que
choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que
andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas
tanto temiam.
Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o
cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para
brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete.
Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num
lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me
apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então
não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus
olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão
branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva,
que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa?
Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no
céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam
tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum.
Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam
enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha
ficado um pouco triste – mas que importância tem a tristeza
das crianças?
Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as
quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o
mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois
em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem
cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar
a cada um.
Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo.
Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de
tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que
conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo
sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga.
O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o
seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem
tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão
hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em
nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de
pobreza ou assaltamos os cofres públicos - além dos
particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão
judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe
enumerar numa crônica.
Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém
pensarmos desde já se utilizamos este dom de viver da
maneira mais digna.
Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento,
pedindo a Deus – dono de todos os mundos – que trate com
benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua
carreira mortal. Há mesmo alguns místicos - segundo leio -
que, na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração.
Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhes
competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas
a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos
posições que não temos – insignificantes que somos, na
tremenda grandiosidade total.
Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que
não os utilizaremos? Se o fim do mundo não for em fevereiro,
todos teremos fim, em qualquer mês...
Disponível em: https://www.culturagenial.com. Acesso em: 28 ago.
2023.
Qual das figuras de linguagem abaixo é predominante no
7º parágrafo do texto?
Ano: 2023
Banca:
Instituto Referência
Órgão:
SEROPREVI - RJ
Provas:
Instituto Referência - 2023 - SEROPREVI - RJ - Analista Jurídico
|
Instituto Referência - 2023 - SEROPREVI - RJ - Analista de Controle Interno |
Instituto Referência - 2023 - SEROPREVI - RJ - Analista de Sistemas |
Q2460836
Português
Neste trecho de poema de Dante Milano, observa-se a
presença marcante da figura de linguagem denominada:
Uma coisa branca. Doce e profunda,
Nesta noite funda, Fria e sem Deus.
Uma coisa branca. Doce e profunda,
Nesta noite funda, Fria e sem Deus.
Ano: 2024
Banca:
Instituto Referência
Órgão:
Prefeitura de Cardoso Moreira - RJ
Provas:
Instituto Referência - 2024 - Prefeitura de Cardoso Moreira - RJ - Procurador Municipal
|
Instituto Referência - 2024 - Prefeitura de Cardoso Moreira - RJ - Fiscal de Tributos |
Q2460780
Português
Texto associado
Poema de Sete Faces
[Carlos Drummond de Andrade]
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode,
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
Disponível em: https://www.culturagenial.com/poema-de-setefaces-drummond/
Com licença poética
[Adélia Prado]
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Disponível em: https://www.pensador.com/frase/MTY4MzUz/
No poema de Drummond, várias palavras e expressões
com sentido figurado foram utilizadas ao se elaborarem
construções sintáticas pouco comuns, com intuito expressivo,
produzindo, assim, o que chamamos de figuras de linguagem.
Qual dessas figuras foi empregada no verso “As casas espiam
os homens”?