Questões de Concurso Sobre português para engenheiro de segurança do trabalho

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Q2426616 Português

Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.

O que somos e o que aparentamos ser


No roteiro educativo dos residentes da Clínica Mayo, a sessão aguardada com mais ansiedade por todos, e com sofrimento visceral pelos envolvidos era a chamada Morte Revisitada. Quinzenalmente, quatro mortes recentes eram analisadas em busca de aprendizagem e de erros que pudessem ser convertidos em lições para que - tomara fosse possível - não se repetissem.

Aquela catarse era precedida por trocas de confidências, apoio velado, revisões conjuntas e insônia, muita insônia, porque sem dúvida um dos exercícios mais massacrantes da atividade médica é a retrospecção dos maus casos.

Quando temos isenção ao revisar o que aconteceu na trajetória do fracasso é inevitável descobrir que invariavelmente ocorrem momentos em que alguma coisa não foi bem entendida ou adequadamente valorizada e que, se tivesse sido, o desfecho poderia ser diferente.

Como sempre aprendemos com os nossos erros, nada mais didático do que esquadrinhá-los em busca de aprendizado para o futuro. Mas como dói!

E porque dói a maioria dos médicos e hospitais mesmo os universitários, fogem dessa prática. Mas cômodo é atribuir o insucesso à natureza, que além de grande e generosa não tem como se defender. A atividade médica, ancorada numa ciência imprecisa sem a inflexibilidade dos modelos matemáticos, usa os meios conhecidos de decisão baseados em evidências, e depende de fatores impalpáveis como atenção bom senso, juízo crítico e experiência. E, se não bastasse pode ser influenciada por elementos ainda mais fragilizantes como depressão, ansiedade, mau humor e cansaço.

Se o dia a dia dessa atividade, tão fascinante e exigente porque lida com nosso bem mais valioso, está exposto a uma margem de erro tão perturbadora, o mínimo que se espera de um médico responsável é a consciência da sua limitação. Não pode ser coincidência que os melhores médicos sejam pessoas humildes, serenas e bem resolvidas. Não há espaço para exibicionismo e arrogância na trilha pantanosa da incerteza e do imprevisto. Em 40 anos de atividade médica intensa, nunca encontrei um posudo que fosse, de verdade, um bom médico. O convívio diário com a falibilidade recicla atitudes, elimine encenações, modela comportamentos e enternece corações. Tenho reiterado isso aos mais jovens: evitem os pretensiosos, porque eles, na ânsia irrefreável de aparentar gastam toda a energia imprescindível para ser. E ficam assim, vazios.

Dr. J J Camargo (Depoimento do médico-cirurgião torácico do setor de Transplantes da Santa Casa de Porto Alegre).

A responsabilidade social na qualificação para o exercício da medicina de profissionais competentes passa, segundo o texto:

Alternativas
Q2420731 Português

Leia o texto a seguir, observando o contexto das palavras grifadas.


“Havia já mais de oito anos que andava atrás dela. E só agora conseguira que ela se resolvesse a ouvi-lo. Há tantos anos, santo Deus! Ainda ele estava moço na mercearia da Rua dos Olivais, ainda nem sonhava que lhe haviam de dar sociedade na casa, nem tinha amealhado os seis contos de réis que tinha agora na Caixa Geral de Depósitos, já gostava dela, já gostava de a ver passar, pisando no seu passinho grácil e desenvolto a calçada de pedras pontiagudas. Os gritinhos que ela dava quando punha o pé em falso, o pé de boneca calçado de sapatinhos de verniz com saltos de palmo e meio! E quando entrava na loja! O cubículo escuro, sujo, feio, era de repente um grande salão feérico todo cheio de luzes, deslumbrante de asseio, bonito como nenhum. O pobre caixeirito, de mãos deformadas pelas frieiras, de larga cara bonacheirona e ingénua, ridículo no seu fato de cotim da mangas curtas, de cabeleira encrespada e sobrancelhas hirsutas, ficava a olhar para ela, esquecido do que lhe haviam pedido, vendo apenas na sua frente a boca fresca e os olhos gaiatos da rapariguinha risonha que, sem piedade, troçava dele constantemente. Mas que lindo riso o dela! Muito aberto, muito sonoro, enchia a casa de trilos de pássaros, mostrava-lhe os dentes todos muito sãos, muito brancos, e toda branca por dentro, muito cor-de-rosa como a polpa carnuda e sumarenta dum morango acabado de colher numa manhã de Primavera.”


(ESPANCA, Florbela. O dominó preto. In:_______ O dominó preto. Lisboa: Bertrand, 1982.)



Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que apresenta palavras que podem substituir, respectivamente, as duas expressões em destaque no texto, sem prejuízo de sentido ao contexto da narrativa.

Alternativas
Q2420725 Português

Leia a crônica a seguir e responda:


As piscinas


Passei uma infância cercada de plantas, bichos e amigos. Nada nos faltava. Até mesmo uma pedreira rodeada por eucaliptos fazia parte de minha meninice. Criada no meio de homens, aprendi a andar de carrinho de rolimã, descer de uma roldana presa a uma corda, que ia de uma árvore a outra, pegar sapo no brejo e coisas do tipo. Tudo era perfeito. A única coisa de que eu, meus três irmãos, primos e amigos sentíamos falta era um local para nos refrescar nos dias de calor, e, desde pequenos, ouvíamos a promessa de nosso pai em nos presentear com uma piscina.

A primeira “piscina” que ele nos deu foi um velho tanque de cimento, ex-qualquer coisa, que, além de fundíssimo e perigosíssimo, vivia sujo. Acabou virando horta.

A segunda “piscina” foi um tanque quadrado de mais ou menos 80 cm de profundidade, também de cimento. Tinha até escorregador. Mas, no final, acabou virando a casa da Florípedes, nossa cobra-cipó. Depois, antes de ser destruída, transformou-se no local ideal para minha criação de sapos e rãs.

Nunca fui chegada a cobras, mas a Florípedes era diferente: verde, mansa e sem veneno, andava enrolada no braço de meus irmãos pra cima e pra baixo. Até que um dia apareceu em nossa casa um filhote de cobra-coral. Não sei por que cargas d'água, no lugar de darmos um sumiço na bichinha, a colocamos no tanque junto a Florípedes. Tragédia!

Em questão de minutos, Florípedes começou a comer a outra, sob nosso olhar atônito e total impotência. Petrificada, confesso que nenhuma cena me chocou mais do que essa, e nunca mais quis saber de nossa cobra-cipó.

Nosso sonho só foi se concretizar no final da década de 70, quando finalmente pudemos estrear nossa primeira piscina de verdade, motivo de muitas alegrias, mas também de tristezas, como no dia em que deparamos com nosso pastor-alemão boiando em suas águas.

Certa vez, minha mãe, olhando da varanda, percebeu um estranho movimento no gramado. Intrigada, chamou meu pai, que também nos chamou. Tal foi nosso susto ao ver oito vacas, surgidas Deus sabe de onde, espalhadas no jardim comendo lírios e petúnias, e, como se o insólito da cena não bastasse, outra se “refrescava” dentro da piscina. Tirá-la de lá foi uma luta, sendo necessária a ajuda do Corpo de Bombeiros.

À noite, uma tia nos telefonou querendo saber da vaca: “Mas como você soube disso?”, perguntou minha mãe. E ela: “Pela rádio Itatiaia!”

Gostaria que minhas filhas tivessem tido a oportunidade de viver aquilo que vivi: banhos de lama e mangueira, tanques de cimento, buracos pavimentados, caixas-d'água e outros tantos que chamávamos de piscina. Cada qual com sua história... seu destino... usufruídos até o último momento.

Nadávamos de dia e também à noite, muitas vezes de madrugada, escondidos de nossos pais. Nadávamos na chuva, no frio e no calor, desfrutando cada instante daquele momento de prazer.

Hoje, ao ver os jovens e as crianças pendurados o dia inteiro nos computadores e celulares, me assusto. Para eles, “navegar” na Internet tomou-se bem mais atraente que nadar. Enfim, outros tempos, novos desejos.

....

(MEDIOLI, L. As piscinas. O Tempo, 10 out. 2020. Disponível em: https://www.otempo.com.br/opiniao/laura-medioli/as-piscinas-1.2397076. Acesso em: 23 out. 2020).

....

Segundo o texto:

Alternativas
Ano: 2024 Banca: IBFC Órgão: IMBEL Provas: IBFC - 2024 - IMBEL - Advogado Empresarial | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista Contábil | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Recursos Humanos | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Orçamento | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Custos | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista Administrativo | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Sistemas | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Comprador Técnico | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro de Controle de Qualidade | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro de Materiais | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro de Produção | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro de Segurança do Trabalho | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro Elétrico | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro em Mecatrônica | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro em Meio Ambiente | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro em Metalurgia | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro em Telecomunicações | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro Mecânico | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro Químico | IBFC - 2024 - IMBEL - Especialista - Administrador | IBFC - 2024 - IMBEL - Especialista -Auditor | IBFC - 2024 - IMBEL - Especialista - Contador | IBFC - 2024 - IMBEL - Médico do Trabalho | IBFC - 2024 - IMBEL - Especialista -Tecnologia da Informação |
Q2393101 Português

Texto



Como as redes sociais alteram a nossa percepção de tempo (por Daniel Vila Nova)


(Texto adaptado exclusivamente para este concurso.O texto original está disponível em https://gamarevista.uol.com.br/sociedade/como-as-redessociais-alteram-a-nossa-percepcao-de-tempo/ ; 28 de Setembro de 2021 @GAMAREVISTACOMPORTAMENTOREDES SOCIAISSOCIEDADETEMPO)



   Da revolução industrial à digital, o tempo sempre foi modulado pela tecnologia. Entenda como a internet está moldando nossa relação com o relógio


   Do Facebook ao Instagram, do Twitter ao Tiktok, a presença dos aplicativos em nossas vidas é tamanha que vem alterando a maneira como entendemos e nos relacionamos com o tempo. Se antes as pessoas lidavam com o que estava ao alcance físico, hoje, com a possibilidade de uma rede que nos conecta instantaneamente a qualquer lugar ou informação do mundo, temos que lidar com diversos “agoras” — a conversa entre amigos no chat de celular, o e-mail do trabalho e/ou o feed da rede social, somado ao que acontece no espaço físico em que a pessoa está. (I. __________  À medida que – Na medida que) a nossa noção de tempo é (II. __________ fragmentado – fragmentada), a maneira com que percebemos e reagimos ao que ocorre ao nosso redor é (III.  __________ alterado – alterada).


   Para a socióloga britânica Rebecca Coleman, da Goldsmiths Universidade de Londres, as redes sociais e o mundo digital passaram a produzir “agoras” diferentes e não um único “agora” uniforme e coeso. Em suas pesquisas, ela se dedica a entender como esses diferentes presentes são moldados por meio de diversas plataformas e práticas. Rebecca indica que, com o advento do digital, passamos a lidar com ao menos três “agoras” diferentes — o agora em tempo real, o agora alongado e o agora eliminado.


   O mundo digital transformou o “agora” em um elemento com limites elásticos que se alongam e contraem 


   Sabe-se que o agora em tempo real é exemplificado por notificações de mensagens e menções em redes sociais, como uma atividade digital que acontece de imediato e que costuma exigir uma resposta, independentemente do horário. Já o agora alongado, exemplificado por quando mexemos nas redes sociais e a atualizamos em busca de conteúdo, é uma ação constante, que nunca é finalizada. Por fim, o agora eliminado, exemplificado por quando buscamos o digital para passar o tempo, é um movimento que busca eliminar o tempo o mais rápido possível, geralmente quando estamos esperando algo acontecer no mundo físico. De acordo com a socióloga britânica, as definições por vezes se entrelaçam, mas ela entende que o mundo digital transformou o “agora” em um elemento com limites elásticos que se alongam e contraem, se expandem e condensam.


   Em um período em que tudo parece acontecer ao mesmo tempo, é natural a forma com que a humanidade encara o tempo e suas alterações. “A possibilidade de ter uma comunicação instantânea e constante aliada à disponibilidade de informações de maneira veloz afetam a nossa organização e percepção de tempo”, afirma André Cravo, professor da UFABC, psicólogo e pesquisador na área de neurofisiologia e cognição.


   Assim como em outras revoluções tecnológicas ao longo da história, a revolução digital alterou a maneira com que nossa sociedade lida com o conceito de tempo. Enquanto todos tentam se readaptar e entender qual é a nova estrutura temporal a ser seguida, as redes sociais parecem já ter sentido que atenção e tempo não só andam juntos, como também são extremamente lucrativos. (...)


   Estratégias para sequestrar sua atenção 


   As ferramentas utilizadas pelas redes sociais para manter o usuário no aplicativo são das mais variadas — feed infinito, tempo limitado em que postagens ficam disponíveis, timelines não cronológicas. Nada disso é por acaso, alerta Cravo. Na timeline cronológica, você consegue saber até onde consumiu o conteúdo e em que ponto pode encerrar sua visita no aplicativo. Ao quebrar essa ordem cronológica, perde-se a noção de quanto falta para ele ser finalizado. Quando estamos vendo um streaming, é só acabar um episódio que outro começa imediatamente. Da mesma forma, quando uma série ou um filme acabam, outros começam.


   A ideia, segundo o psicólogo, é criar a sensação de que aquela tarefa nunca se completa. Já em conteúdos que têm uma data de expiração, como os Stories do Instagram ou o Snapchat, há uma cobrança para que o usuário consuma aquele conteúdo o quanto antes. Aqui, o artifício é o de obrigar o usuário a prestar atenção ao tempo, fazendo com que se visite o aplicativo ao menos uma vez por dia. “Raramente é uma informação completamente imperdível, mas as redes já criam essa sensação de que estamos perdendo algo. Quando isso é potencializado com algo que pode ser perdido, é natural que isso nos afete.” De acordo com Cravo, qualquer tipo de manipulação que afete a relação temporal de alguém vai afetar também a percepção e a organização temporal. 

“______ vários anos que as regras de conduta foram modificadas em relação às redes sociais, mas ______ pessoas que ______ no momento de diminuir seu uso”. 
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas. 
Alternativas
Ano: 2024 Banca: IBFC Órgão: IMBEL Provas: IBFC - 2024 - IMBEL - Advogado Empresarial | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista Contábil | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Recursos Humanos | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Orçamento | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Custos | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista Administrativo | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Sistemas | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Comprador Técnico | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro de Controle de Qualidade | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro de Materiais | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro de Produção | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro de Segurança do Trabalho | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro Elétrico | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro em Mecatrônica | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro em Meio Ambiente | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro em Metalurgia | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro em Telecomunicações | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro Mecânico | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro Químico | IBFC - 2024 - IMBEL - Especialista - Administrador | IBFC - 2024 - IMBEL - Especialista -Auditor | IBFC - 2024 - IMBEL - Especialista - Contador | IBFC - 2024 - IMBEL - Médico do Trabalho | IBFC - 2024 - IMBEL - Especialista -Tecnologia da Informação |
Q2393100 Português

Texto



Como as redes sociais alteram a nossa percepção de tempo (por Daniel Vila Nova)


(Texto adaptado exclusivamente para este concurso.O texto original está disponível em https://gamarevista.uol.com.br/sociedade/como-as-redessociais-alteram-a-nossa-percepcao-de-tempo/ ; 28 de Setembro de 2021 @GAMAREVISTACOMPORTAMENTOREDES SOCIAISSOCIEDADETEMPO)



   Da revolução industrial à digital, o tempo sempre foi modulado pela tecnologia. Entenda como a internet está moldando nossa relação com o relógio


   Do Facebook ao Instagram, do Twitter ao Tiktok, a presença dos aplicativos em nossas vidas é tamanha que vem alterando a maneira como entendemos e nos relacionamos com o tempo. Se antes as pessoas lidavam com o que estava ao alcance físico, hoje, com a possibilidade de uma rede que nos conecta instantaneamente a qualquer lugar ou informação do mundo, temos que lidar com diversos “agoras” — a conversa entre amigos no chat de celular, o e-mail do trabalho e/ou o feed da rede social, somado ao que acontece no espaço físico em que a pessoa está. (I. __________  À medida que – Na medida que) a nossa noção de tempo é (II. __________ fragmentado – fragmentada), a maneira com que percebemos e reagimos ao que ocorre ao nosso redor é (III.  __________ alterado – alterada).


   Para a socióloga britânica Rebecca Coleman, da Goldsmiths Universidade de Londres, as redes sociais e o mundo digital passaram a produzir “agoras” diferentes e não um único “agora” uniforme e coeso. Em suas pesquisas, ela se dedica a entender como esses diferentes presentes são moldados por meio de diversas plataformas e práticas. Rebecca indica que, com o advento do digital, passamos a lidar com ao menos três “agoras” diferentes — o agora em tempo real, o agora alongado e o agora eliminado.


   O mundo digital transformou o “agora” em um elemento com limites elásticos que se alongam e contraem 


   Sabe-se que o agora em tempo real é exemplificado por notificações de mensagens e menções em redes sociais, como uma atividade digital que acontece de imediato e que costuma exigir uma resposta, independentemente do horário. Já o agora alongado, exemplificado por quando mexemos nas redes sociais e a atualizamos em busca de conteúdo, é uma ação constante, que nunca é finalizada. Por fim, o agora eliminado, exemplificado por quando buscamos o digital para passar o tempo, é um movimento que busca eliminar o tempo o mais rápido possível, geralmente quando estamos esperando algo acontecer no mundo físico. De acordo com a socióloga britânica, as definições por vezes se entrelaçam, mas ela entende que o mundo digital transformou o “agora” em um elemento com limites elásticos que se alongam e contraem, se expandem e condensam.


   Em um período em que tudo parece acontecer ao mesmo tempo, é natural a forma com que a humanidade encara o tempo e suas alterações. “A possibilidade de ter uma comunicação instantânea e constante aliada à disponibilidade de informações de maneira veloz afetam a nossa organização e percepção de tempo”, afirma André Cravo, professor da UFABC, psicólogo e pesquisador na área de neurofisiologia e cognição.


   Assim como em outras revoluções tecnológicas ao longo da história, a revolução digital alterou a maneira com que nossa sociedade lida com o conceito de tempo. Enquanto todos tentam se readaptar e entender qual é a nova estrutura temporal a ser seguida, as redes sociais parecem já ter sentido que atenção e tempo não só andam juntos, como também são extremamente lucrativos. (...)


   Estratégias para sequestrar sua atenção 


   As ferramentas utilizadas pelas redes sociais para manter o usuário no aplicativo são das mais variadas — feed infinito, tempo limitado em que postagens ficam disponíveis, timelines não cronológicas. Nada disso é por acaso, alerta Cravo. Na timeline cronológica, você consegue saber até onde consumiu o conteúdo e em que ponto pode encerrar sua visita no aplicativo. Ao quebrar essa ordem cronológica, perde-se a noção de quanto falta para ele ser finalizado. Quando estamos vendo um streaming, é só acabar um episódio que outro começa imediatamente. Da mesma forma, quando uma série ou um filme acabam, outros começam.


   A ideia, segundo o psicólogo, é criar a sensação de que aquela tarefa nunca se completa. Já em conteúdos que têm uma data de expiração, como os Stories do Instagram ou o Snapchat, há uma cobrança para que o usuário consuma aquele conteúdo o quanto antes. Aqui, o artifício é o de obrigar o usuário a prestar atenção ao tempo, fazendo com que se visite o aplicativo ao menos uma vez por dia. “Raramente é uma informação completamente imperdível, mas as redes já criam essa sensação de que estamos perdendo algo. Quando isso é potencializado com algo que pode ser perdido, é natural que isso nos afete.” De acordo com Cravo, qualquer tipo de manipulação que afete a relação temporal de alguém vai afetar também a percepção e a organização temporal. 

Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna com a concordância verbal correta.
Após ler o artigo, pudemos compreender que devemos nos orientar sobre o uso excessivo das redes sociais, ______ os exemplos apresentados.

I. haja visto
II. hajam visto
III. haja vista
IV. hajam vistas

Assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Respostas
41: C
42: B
43: D
44: B
45: E