Questões de Concurso Sobre português para agente de endemias
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Ano: 2023
Banca:
ADM&TEC
Órgão:
Prefeitura de Timbaúba - PE
Prova:
ADM&TEC - 2023 - Prefeitura de Timbaúba - PE - Agente de Combate às Endemias |
Q2279353
Português
Texto associado
O que é, exatamente, a felicidade?
Eis aí uma pergunta que só parece simples. Ela é formada
por alegria, otimismo, calma, prazer e diversos outros
ingredientes, mas é muito mais do que a soma deles – da
mesma forma que um bolo de chocolate não é uma simples
pilha de manteiga, cacau e açúcar.
O melhor caminho para entender a felicidade parece
estar em dois conceitos propostos por Aristóteles na Grécia
do século 4 a.C.: hedonia e eudaimonia.
A hedonia é imediata, e se manifesta em situações
pontuais: reencontrar um filho que volta de viagem, ver pela
décima vez o seu filme favorito ou comer aquele prato que
você adora. Ela é aquela sensação súbita de felicidade após
fazer ou viver algo bom.
Já a eudaimonia é de longo prazo – um estado de espírito
baseado em viver bem a vida, seguindo critérios éticos e
morais e buscando evoluir como indivíduo. É a combinação
dessas duas coisas que, para Aristóteles, compõem a
felicidade.
Quando você pergunta a si mesmo se é feliz, na verdade
está pensando na eudaimonia. E ela é o saldo das
experiências e emoções vividas. Ou seja, das suas memórias.
Ao gravá-las, o cérebro atribui a cada uma delas uma
“valência emocional”. E isso, no futuro, acaba influindo
diretamente sobre a felicidade. Imagine o seguinte cenário.
Você está jantando na sua lanchonete preferida, aonde vai
sempre com seu namorado ou namorada. Agora pense no
cheiro delicioso daquele hambúrguer.
Foi uma lembrança feliz, certo? Aquela memória tem
valência positiva. Agora imagine que você levou um pé na
bunda, justo naquela lanchonete. Nunca mais volta lá, por
razões óbvias. Mas tempos depois está na casa de um amigo
que pede aquele mesmo lanche por delivery.
Desta vez, o sanduíche evoca em você uma memória
ruim – com valência emocional negativa. Percebeu? A
lembrança do hambúrguer em si não mudou (você continua sabendo exatamente que gosto, cheiro e textura ele tem),
mas seu significado sim.
Quanto mais memórias positivas você acumula, mais
perto da felicidade estará. Isso é óbvio. O que não é óbvio:
aparentemente, o cérebro gasta mais energia para carimbar
uma memória como positiva – e, por isso, ele pode ser
naturalmente pessimista.
A felicidade não é sólida; ela oscila, momento a
momento. Uma hora nos sentimos felizes e outra não,
mesmo quando não há estímulos claramente negativos –
aquele hambúrguer que hoje nos parece delicioso, amanhã
pode não satisfazer (mesmo não havendo um fim de
relacionamento envolvido na história).
Texto adaptado da Revista Superinteressante: <https://super.abril.com.br/ciencia/a-quimica-da-felicidade/>
Com base no Texto “O que é, exatamente, a felicidade?”,
analise as afirmativas a seguir: I. No trecho: “Quanto mais memórias positivas você
acumula, mais perto da felicidade estará. Isso é óbvio”, é
correto afirmar que as palavras destacadas “Quanto mais”,
“Isso” e “óbvio” são morfologicamente classificadas como
conjunção proporcional, pronome demonstrativo e adjetivo,
respectivamente.
II. No trecho: “Quanto mais memórias positivas você acumula, mais perto da felicidade estará. Isso é óbvio”, é correto afirmar que a palavra destacada “Isso” se refere à oração anterior inteira”. Marque a alternativa CORRETA:
II. No trecho: “Quanto mais memórias positivas você acumula, mais perto da felicidade estará. Isso é óbvio”, é correto afirmar que a palavra destacada “Isso” se refere à oração anterior inteira”. Marque a alternativa CORRETA:
Ano: 2023
Banca:
ADM&TEC
Órgão:
Prefeitura de Timbaúba - PE
Prova:
ADM&TEC - 2023 - Prefeitura de Timbaúba - PE - Agente de Combate às Endemias |
Q2279352
Português
Texto associado
O que é, exatamente, a felicidade?
Eis aí uma pergunta que só parece simples. Ela é formada
por alegria, otimismo, calma, prazer e diversos outros
ingredientes, mas é muito mais do que a soma deles – da
mesma forma que um bolo de chocolate não é uma simples
pilha de manteiga, cacau e açúcar.
O melhor caminho para entender a felicidade parece
estar em dois conceitos propostos por Aristóteles na Grécia
do século 4 a.C.: hedonia e eudaimonia.
A hedonia é imediata, e se manifesta em situações
pontuais: reencontrar um filho que volta de viagem, ver pela
décima vez o seu filme favorito ou comer aquele prato que
você adora. Ela é aquela sensação súbita de felicidade após
fazer ou viver algo bom.
Já a eudaimonia é de longo prazo – um estado de espírito
baseado em viver bem a vida, seguindo critérios éticos e
morais e buscando evoluir como indivíduo. É a combinação
dessas duas coisas que, para Aristóteles, compõem a
felicidade.
Quando você pergunta a si mesmo se é feliz, na verdade
está pensando na eudaimonia. E ela é o saldo das
experiências e emoções vividas. Ou seja, das suas memórias.
Ao gravá-las, o cérebro atribui a cada uma delas uma
“valência emocional”. E isso, no futuro, acaba influindo
diretamente sobre a felicidade. Imagine o seguinte cenário.
Você está jantando na sua lanchonete preferida, aonde vai
sempre com seu namorado ou namorada. Agora pense no
cheiro delicioso daquele hambúrguer.
Foi uma lembrança feliz, certo? Aquela memória tem
valência positiva. Agora imagine que você levou um pé na
bunda, justo naquela lanchonete. Nunca mais volta lá, por
razões óbvias. Mas tempos depois está na casa de um amigo
que pede aquele mesmo lanche por delivery.
Desta vez, o sanduíche evoca em você uma memória
ruim – com valência emocional negativa. Percebeu? A
lembrança do hambúrguer em si não mudou (você continua sabendo exatamente que gosto, cheiro e textura ele tem),
mas seu significado sim.
Quanto mais memórias positivas você acumula, mais
perto da felicidade estará. Isso é óbvio. O que não é óbvio:
aparentemente, o cérebro gasta mais energia para carimbar
uma memória como positiva – e, por isso, ele pode ser
naturalmente pessimista.
A felicidade não é sólida; ela oscila, momento a
momento. Uma hora nos sentimos felizes e outra não,
mesmo quando não há estímulos claramente negativos –
aquele hambúrguer que hoje nos parece delicioso, amanhã
pode não satisfazer (mesmo não havendo um fim de
relacionamento envolvido na história).
Texto adaptado da Revista Superinteressante: <https://super.abril.com.br/ciencia/a-quimica-da-felicidade/>
Com base no Texto “O que é, exatamente, a felicidade?”,
analise as afirmativas a seguir:
I. No trecho: “Quando você pergunta a si mesmo se é feliz”, é
correto afirmar que a palavra destacada “Quando” introduz
no parágrafo uma ideia de condicionalidade.
II. No trecho: “Já a eudaimonia é de longo prazo”, é correto afirmar que a palavra destacada “Já” introduz no parágrafo uma ideia de tempo. Marque a alternativa CORRETA:
II. No trecho: “Já a eudaimonia é de longo prazo”, é correto afirmar que a palavra destacada “Já” introduz no parágrafo uma ideia de tempo. Marque a alternativa CORRETA:
Ano: 2023
Banca:
ADM&TEC
Órgão:
Prefeitura de Timbaúba - PE
Prova:
ADM&TEC - 2023 - Prefeitura de Timbaúba - PE - Agente de Combate às Endemias |
Q2279351
Português
Texto associado
O que é, exatamente, a felicidade?
Eis aí uma pergunta que só parece simples. Ela é formada
por alegria, otimismo, calma, prazer e diversos outros
ingredientes, mas é muito mais do que a soma deles – da
mesma forma que um bolo de chocolate não é uma simples
pilha de manteiga, cacau e açúcar.
O melhor caminho para entender a felicidade parece
estar em dois conceitos propostos por Aristóteles na Grécia
do século 4 a.C.: hedonia e eudaimonia.
A hedonia é imediata, e se manifesta em situações
pontuais: reencontrar um filho que volta de viagem, ver pela
décima vez o seu filme favorito ou comer aquele prato que
você adora. Ela é aquela sensação súbita de felicidade após
fazer ou viver algo bom.
Já a eudaimonia é de longo prazo – um estado de espírito
baseado em viver bem a vida, seguindo critérios éticos e
morais e buscando evoluir como indivíduo. É a combinação
dessas duas coisas que, para Aristóteles, compõem a
felicidade.
Quando você pergunta a si mesmo se é feliz, na verdade
está pensando na eudaimonia. E ela é o saldo das
experiências e emoções vividas. Ou seja, das suas memórias.
Ao gravá-las, o cérebro atribui a cada uma delas uma
“valência emocional”. E isso, no futuro, acaba influindo
diretamente sobre a felicidade. Imagine o seguinte cenário.
Você está jantando na sua lanchonete preferida, aonde vai
sempre com seu namorado ou namorada. Agora pense no
cheiro delicioso daquele hambúrguer.
Foi uma lembrança feliz, certo? Aquela memória tem
valência positiva. Agora imagine que você levou um pé na
bunda, justo naquela lanchonete. Nunca mais volta lá, por
razões óbvias. Mas tempos depois está na casa de um amigo
que pede aquele mesmo lanche por delivery.
Desta vez, o sanduíche evoca em você uma memória
ruim – com valência emocional negativa. Percebeu? A
lembrança do hambúrguer em si não mudou (você continua sabendo exatamente que gosto, cheiro e textura ele tem),
mas seu significado sim.
Quanto mais memórias positivas você acumula, mais
perto da felicidade estará. Isso é óbvio. O que não é óbvio:
aparentemente, o cérebro gasta mais energia para carimbar
uma memória como positiva – e, por isso, ele pode ser
naturalmente pessimista.
A felicidade não é sólida; ela oscila, momento a
momento. Uma hora nos sentimos felizes e outra não,
mesmo quando não há estímulos claramente negativos –
aquele hambúrguer que hoje nos parece delicioso, amanhã
pode não satisfazer (mesmo não havendo um fim de
relacionamento envolvido na história).
Texto adaptado da Revista Superinteressante: <https://super.abril.com.br/ciencia/a-quimica-da-felicidade/>
Com base no Texto “O que é, exatamente, a felicidade?”,
analise as afirmativas a seguir: I. No trecho: “Eis aí uma pergunta que só parece simples”, é
certo afirmar que os termos destacados “aí” e “que“ são
morfologicamente classificados como advérbio e conjunção
integrante respectivamente.
II. No trecho: “Eis aí uma pergunta que só parece simples”, é certo afirmar que os termos destacados “uma” e “só” são artigo definido e advérbio respectivamente.
III. No trecho: “Ou seja, das suas memórias. Ao gravá-las, o cérebro atribui a cada uma delas uma “valência emocional”, é correto afirmar que os termos destacados “Ou seja” e “las” operam como locução conjuntiva com função explicativa e pronome pessoal oblíquo com função anafórica respectivamente. Marque a alternativa CORRETA
II. No trecho: “Eis aí uma pergunta que só parece simples”, é certo afirmar que os termos destacados “uma” e “só” são artigo definido e advérbio respectivamente.
III. No trecho: “Ou seja, das suas memórias. Ao gravá-las, o cérebro atribui a cada uma delas uma “valência emocional”, é correto afirmar que os termos destacados “Ou seja” e “las” operam como locução conjuntiva com função explicativa e pronome pessoal oblíquo com função anafórica respectivamente. Marque a alternativa CORRETA
Ano: 2023
Banca:
ADM&TEC
Órgão:
Prefeitura de Timbaúba - PE
Prova:
ADM&TEC - 2023 - Prefeitura de Timbaúba - PE - Agente de Combate às Endemias |
Q2279350
Português
Texto associado
O que é, exatamente, a felicidade?
Eis aí uma pergunta que só parece simples. Ela é formada
por alegria, otimismo, calma, prazer e diversos outros
ingredientes, mas é muito mais do que a soma deles – da
mesma forma que um bolo de chocolate não é uma simples
pilha de manteiga, cacau e açúcar.
O melhor caminho para entender a felicidade parece
estar em dois conceitos propostos por Aristóteles na Grécia
do século 4 a.C.: hedonia e eudaimonia.
A hedonia é imediata, e se manifesta em situações
pontuais: reencontrar um filho que volta de viagem, ver pela
décima vez o seu filme favorito ou comer aquele prato que
você adora. Ela é aquela sensação súbita de felicidade após
fazer ou viver algo bom.
Já a eudaimonia é de longo prazo – um estado de espírito
baseado em viver bem a vida, seguindo critérios éticos e
morais e buscando evoluir como indivíduo. É a combinação
dessas duas coisas que, para Aristóteles, compõem a
felicidade.
Quando você pergunta a si mesmo se é feliz, na verdade
está pensando na eudaimonia. E ela é o saldo das
experiências e emoções vividas. Ou seja, das suas memórias.
Ao gravá-las, o cérebro atribui a cada uma delas uma
“valência emocional”. E isso, no futuro, acaba influindo
diretamente sobre a felicidade. Imagine o seguinte cenário.
Você está jantando na sua lanchonete preferida, aonde vai
sempre com seu namorado ou namorada. Agora pense no
cheiro delicioso daquele hambúrguer.
Foi uma lembrança feliz, certo? Aquela memória tem
valência positiva. Agora imagine que você levou um pé na
bunda, justo naquela lanchonete. Nunca mais volta lá, por
razões óbvias. Mas tempos depois está na casa de um amigo
que pede aquele mesmo lanche por delivery.
Desta vez, o sanduíche evoca em você uma memória
ruim – com valência emocional negativa. Percebeu? A
lembrança do hambúrguer em si não mudou (você continua sabendo exatamente que gosto, cheiro e textura ele tem),
mas seu significado sim.
Quanto mais memórias positivas você acumula, mais
perto da felicidade estará. Isso é óbvio. O que não é óbvio:
aparentemente, o cérebro gasta mais energia para carimbar
uma memória como positiva – e, por isso, ele pode ser
naturalmente pessimista.
A felicidade não é sólida; ela oscila, momento a
momento. Uma hora nos sentimos felizes e outra não,
mesmo quando não há estímulos claramente negativos –
aquele hambúrguer que hoje nos parece delicioso, amanhã
pode não satisfazer (mesmo não havendo um fim de
relacionamento envolvido na história).
Texto adaptado da Revista Superinteressante: <https://super.abril.com.br/ciencia/a-quimica-da-felicidade/>
Com base no Texto “O que é, exatamente, a felicidade?”,
analise as afirmativas a seguir:
I. A felicidade é a soma de alegria, otimismo, calma, prazer e
diversos outros ingredientes, cujo melhor caminho para
entendê-la é através dos dois conceitos propostos por
Aristóteles na Grécia do século 4 a.C.: hedonia e eudaimonia.
II. Para Aristóteles, a felicidade é a combinação da hedonia, manifesta em situações imediatas e específicas com a eudaimonia, um estado de espírito estruturado em comportamentos morais e éticos que visam à evolução do indivíduo.
III. Ao perguntar se uma pessoa é feliz, está-se indagando sobre o resultado das suas experiências e emoções vividas e armazenadas na sua memória. Marque a alternativa CORRETA:
II. Para Aristóteles, a felicidade é a combinação da hedonia, manifesta em situações imediatas e específicas com a eudaimonia, um estado de espírito estruturado em comportamentos morais e éticos que visam à evolução do indivíduo.
III. Ao perguntar se uma pessoa é feliz, está-se indagando sobre o resultado das suas experiências e emoções vividas e armazenadas na sua memória. Marque a alternativa CORRETA:
Ano: 2022
Banca:
FUNCERN
Órgão:
Prefeitura de Maxaranguape - RN
Provas:
FUNCERN - 2022 - Prefeitura de Maxaranguape - RN - Técnico em Enfermagem
|
FUNCERN - 2022 - Prefeitura de Maxaranguape - RN - Cuidador |
FUNCERN - 2022 - Prefeitura de Maxaranguape - RN - Agente Comunitário de Endemias |
FUNCERN - 2022 - Prefeitura de Maxaranguape - RN - Técnico em Edificações |
FUNCERN - 2022 - Prefeitura de Maxaranguape - RN - Auxiliar de Farmácia |
FUNCERN - 2022 - Prefeitura de Maxaranguape - RN - Agente Comunitário de Saúde |
Q2178123
Português
Texto associado
TEXTO
Há 30 anos, o Brasil começava sua revolução contra a Aids.
Alexandre Versignassi
Diretor de redação
“A Aids era uma doença variada, e uniformemente fatal”, definiu Drauzio Varella num episódio recente
de seu (ótimo) podcast, o Outras Histórias. “À medida que a imunidade ia caindo”, ele segue, “repetiam-se as
infecções oportunistas: pneumonias, meningites, lesões cerebrais por toxoplasmose... Você tratava uma
infecção e vinha outra, depois outra. Uma hora o doente estava tão debilitado que não sobrevivia”.
Drauzio usa o tempo verbal no passado por um motivo óbvio: Aids sem tratamento é uma página
virada no Brasil. Começou há 30 anos, em 1991. Foi quando teve início a compra e distribuição gratuita de
remédios contra HIV pelo SUS. Na época, o principal era o AZT, pouco eficaz. Em 1995, porém, viriam os
inibidores de protease. Funciona assim: as cópias do vírus emergem capengas das células infectadas. Para
ter como invadir novas células, eles precisam amadurecer. A protease é uma enzima que edita as proteínas
do HIV, conferindo-lhe poder de fogo. Os inibidores de protease, então, impedem essa “fase de crescimento”.
E o vírus fica dormente.
Há diversos inibidores de protease, cada um feito para pegar o vírus numa fase diferente de
maturação – combinados com outras classes de medicamentos, eles formam a versão moderna do coquetel
antiaids. “Foi uma revolução absurda. Eu tinha doentes internados que estavam virtualmente morrendo. Eles
saíram do hospital, e muitos estão vivos até hoje. Uma doença que era uniformemente fatal passou a ser
controlável.”
A aquisição dos novos medicamentos pelo SUS não foi simples. Envolveu negociações duras de
preços com as farmacêuticas e quebra de patente. Mas deu certo. E produziu frutos fora do Brasil também.
Em 2002, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSR) lutava contra a Aids na África do Sul. Com
mais de 4 milhões de infectados (10% da população), havia mil mortes por dia em decorrência do HIV. O
governo era negacionista. O presidente da época, Thabo Mbeki, dizia que o HIV não causava Aids, então não
tinha por que gastar com antirretrovirais.
A MSR, então, comprou cargas de coquetel antiaids do governo brasileiro, a preços baixos, e levou
para a África do Sul para administrar em doentes terminais. Um ano depois, 91% dos pacientes tratados por
eles estavam vivos e saudáveis. A opinião pública, então, convenceu-se de que era possível vencer a Aids.
E em 2003 o governo de lá deu o braço a torcer: passou a distribuir os remédios.
A África do Sul ainda é o epicentro global da doença. Infelizmente, a proporção de infectados até
subiu, para 20,4% da população (7,7 milhões) – no Brasil, é de 0,43% (920 mil). O número de mortes, ao
menos, baixou brutalmente. Hoje são 200 por dia. Sem o coquetel gratuito, seriam dez vezes mais. Ou seja:
uma iniciativa que o Brasil tomou há 30 anos é responsável por salvar vidas até hoje não só aqui, mas na
África do Sul também.
Governantes negacionistas vêm e vão. O que fica para sempre são as vitórias do bom senso contra
o obscurantismo. Parabéns à imensa maioria dos brasileiros, que agora, na pandemia, confiou na ciência e
aderiu às vacinas. Vocês fizeram jus à história do país.
Superinteressante, dez/2021. [texto adaptado]
No primeiro parágrafo do texto, são utilizadas citações