Questões de Concurso Sobre português para analista - arquitetura
Foram encontradas 254 questões
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Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
SEGER-ES
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Administração
|
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Arquitetura e Urbanismo |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Artes Plásticas ou Visuais |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Biblioteconomia |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Ciências Contábeis |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Ciências Econômicas |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Ciências Sociais |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Comunicação Social |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Direito |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Educação Física |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Engenharia Agronômica |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Engenharia Ambiental |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Tecnologia da Informação |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Nutrição |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Engenharia Civil |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Letras ou Literatura |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Engenharia Elétrica |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - História |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Pedagogia |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Psicologia |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Estatística |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Engenharia Mecânica |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Serviço Social |
Q2078582
Português
Texto associado
Leia o texto a seguir para responder a questão.
Por que você não deve acalmar seu filho com o celular?
Quando uma criança está inquieta ou fazendo muita
bagunça, colocá-la na frente de um celular com joguinhos ou
vídeos pode parecer a solução ideal. Mas, se usada constantemente, essa técnica pode ter seus reveses.
Pesquisadores analisaram o uso de dispositivos digitais
como ferramentas para acalmar crianças com idade entre 3
e 5 anos. O estudo envolveu 422 pais e 422 crianças. Ele foi
realizado entre agosto de 2018 e janeiro de 2020, antes da
pandemia de Covid-19.
Os cientistas descobriram que o aumento do uso de
aparelhos eletrônicos como método para acalmar crianças
estava ligado a uma maior reatividade emocional ao longo
dos meses.
As crianças do estudo mudavam de humor rapidamente e
ficaram mais impulsivas – relação particularmente forte em
meninos e em crianças que já tinham sinais de hiperatividade,
impulsividade e temperamento forte, o que os torna mais propensos a reagir intensamente a sentimentos como raiva, frustração e tristeza.
“Usar dispositivos móveis para acalmar uma criança
pequena pode parecer uma ferramenta inofensiva e temporária para reduzir o estresse em casa, mas pode haver consequências a longo prazo se for uma estratégia regular”, afirma Jenny Radesky, principal autora do estudo e mãe de dois
filhos. “Esses dispositivos podem comprometer as oportunidades de desenvolvimento de métodos independentes e
alternativos de autorregulação – particularmente durante os
seis primeiros anos de vida”.
Crianças nessa faixa etária costumam apresentar comportamentos difíceis com maior frequência. Acessos de raiva, ataques de birra ou emoções muito intensas podem ser facilmente
controlados com um tablet ou um smartphone. A solução funciona, mas o alívio de curto prazo pode comprometer o desenvolvimento emocional da criança.
O estudo chama a atenção para o uso exagerado e
constante desse método simples. Se aplicado com moderação, pode ser útil – mas não deve ser a principal forma de
lidar com situações difíceis.
Para não desamparar pais que abusavam desse método,
os pesquisadores também apresentaram algumas outras opções
para acalmar as crianças.
Fornecer experiências sensoriais ou estimular exercícios, por exemplo, pode ajudar. Isso pode incluir balançar,
abraçar, pular em um trampolim, ouvir música ou olhar para
figuras de um livro.
Ao tentar nomear o que seu filho está sentindo, os pais
ajudam a conectar a linguagem aos estados emocionais; além
de mostrar à criança que ela é compreendida pelos adultos.
Os pesquisadores também promovem alternativas para os
comportamentos particularmente negativos de quando estão
chateadas. Ao tentar comunicar suas emoções, as crianças podem
recorrer a impulsos violentos ou exagerados. Os pais podem
ensiná-las comportamentos substitutos mais seguros – como
descontar a raiva em um travesseiro ao invés de um colega, ou
comunicar-se claramente quando gostaria de atenção ao invés
de abrir um berreiro.
“Todas essas soluções ajudam as crianças a se entenderem melhor e a se sentirem mais competentes para administrar seus sentimentos”, afirma Radesky. “O cuidador também
precisa tentar manter a calma e não reagir exageradamente às
emoções da criança. Esses cuidados ajudam a desenvolver habilidades de regulação emocional que duram a vida toda.”
“Por outro lado, usar um dispositivo móvel não ensina
uma habilidade – apenas distrai a criança de como ela está
se sentindo. Crianças que não desenvolvem essas habilidades na primeira infância são mais propensas a ter dificuldades quando estressadas na escola ou com colegas à medida
que envelhecem.”
(CAPARROZ, Leo. Por que você não deve acalmar seu filho com o
celular? Revista Superinteressante, 2022. Disponível em: https://super.
abril.com.br/ciencia/por-que-voce-nao-deve-acalmar-seu-filho-com-ocelular-segundo-este-estudo/ Acesso em: 22/12/22. Adaptado.)
Acerca das informações obtidas por meio da pesquisa apresentada no texto, é INCORRETO afirmar que:
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
SEGER-ES
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Administração
|
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Arquitetura e Urbanismo |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Artes Plásticas ou Visuais |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Biblioteconomia |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Ciências Contábeis |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Ciências Econômicas |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Ciências Sociais |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Comunicação Social |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Direito |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Educação Física |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Engenharia Agronômica |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Engenharia Ambiental |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Tecnologia da Informação |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Nutrição |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Engenharia Civil |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Letras ou Literatura |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Engenharia Elétrica |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - História |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Pedagogia |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Psicologia |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Estatística |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Engenharia Mecânica |
Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Serviço Social |
Q2078581
Português
Texto associado
Leia o texto a seguir para responder a questão.
Por que você não deve acalmar seu filho com o celular?
Quando uma criança está inquieta ou fazendo muita
bagunça, colocá-la na frente de um celular com joguinhos ou
vídeos pode parecer a solução ideal. Mas, se usada constantemente, essa técnica pode ter seus reveses.
Pesquisadores analisaram o uso de dispositivos digitais
como ferramentas para acalmar crianças com idade entre 3
e 5 anos. O estudo envolveu 422 pais e 422 crianças. Ele foi
realizado entre agosto de 2018 e janeiro de 2020, antes da
pandemia de Covid-19.
Os cientistas descobriram que o aumento do uso de
aparelhos eletrônicos como método para acalmar crianças
estava ligado a uma maior reatividade emocional ao longo
dos meses.
As crianças do estudo mudavam de humor rapidamente e
ficaram mais impulsivas – relação particularmente forte em
meninos e em crianças que já tinham sinais de hiperatividade,
impulsividade e temperamento forte, o que os torna mais propensos a reagir intensamente a sentimentos como raiva, frustração e tristeza.
“Usar dispositivos móveis para acalmar uma criança
pequena pode parecer uma ferramenta inofensiva e temporária para reduzir o estresse em casa, mas pode haver consequências a longo prazo se for uma estratégia regular”, afirma Jenny Radesky, principal autora do estudo e mãe de dois
filhos. “Esses dispositivos podem comprometer as oportunidades de desenvolvimento de métodos independentes e
alternativos de autorregulação – particularmente durante os
seis primeiros anos de vida”.
Crianças nessa faixa etária costumam apresentar comportamentos difíceis com maior frequência. Acessos de raiva, ataques de birra ou emoções muito intensas podem ser facilmente
controlados com um tablet ou um smartphone. A solução funciona, mas o alívio de curto prazo pode comprometer o desenvolvimento emocional da criança.
O estudo chama a atenção para o uso exagerado e
constante desse método simples. Se aplicado com moderação, pode ser útil – mas não deve ser a principal forma de
lidar com situações difíceis.
Para não desamparar pais que abusavam desse método,
os pesquisadores também apresentaram algumas outras opções
para acalmar as crianças.
Fornecer experiências sensoriais ou estimular exercícios, por exemplo, pode ajudar. Isso pode incluir balançar,
abraçar, pular em um trampolim, ouvir música ou olhar para
figuras de um livro.
Ao tentar nomear o que seu filho está sentindo, os pais
ajudam a conectar a linguagem aos estados emocionais; além
de mostrar à criança que ela é compreendida pelos adultos.
Os pesquisadores também promovem alternativas para os
comportamentos particularmente negativos de quando estão
chateadas. Ao tentar comunicar suas emoções, as crianças podem
recorrer a impulsos violentos ou exagerados. Os pais podem
ensiná-las comportamentos substitutos mais seguros – como
descontar a raiva em um travesseiro ao invés de um colega, ou
comunicar-se claramente quando gostaria de atenção ao invés
de abrir um berreiro.
“Todas essas soluções ajudam as crianças a se entenderem melhor e a se sentirem mais competentes para administrar seus sentimentos”, afirma Radesky. “O cuidador também
precisa tentar manter a calma e não reagir exageradamente às
emoções da criança. Esses cuidados ajudam a desenvolver habilidades de regulação emocional que duram a vida toda.”
“Por outro lado, usar um dispositivo móvel não ensina
uma habilidade – apenas distrai a criança de como ela está
se sentindo. Crianças que não desenvolvem essas habilidades na primeira infância são mais propensas a ter dificuldades quando estressadas na escola ou com colegas à medida
que envelhecem.”
(CAPARROZ, Leo. Por que você não deve acalmar seu filho com o
celular? Revista Superinteressante, 2022. Disponível em: https://super.
abril.com.br/ciencia/por-que-voce-nao-deve-acalmar-seu-filho-com-ocelular-segundo-este-estudo/ Acesso em: 22/12/22. Adaptado.)
A principal contradição que sustenta a reflexão proposta
no texto diz respeito à(ao)
Ano: 2022
Banca:
IBFC
Órgão:
DPE-MT
Provas:
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Administrador
|
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Psicólogo |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Controlador Interno |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Economista |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Engenheiro Civil |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Jornalista |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Contador |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Advogado |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Analista de Sistemas |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Arquiteto |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Assistente Social |
Q1970557
Português
Texto associado
O texto abaixo é um fragmento do conto “O
homem que sabia javanês”, do escritor
brasileiro Lima Barreto
Em uma confeitaria, certa vez, ao meu amigo
Castro, contava eu as partidas que havia pregado às
convicções e às respeitabilidades, para poder viver.
Houve mesmo, uma dada ocasião, quando
estive em Manaus, em que fui obrigado a esconder a
minha qualidade de bacharel, para mais confiança
obter dos clientes, que afluíam ao meu escritório de
feiticeiro e adivinho. Contava eu isso.
O meu amigo ouvia-me calado, embevecido,
gostando daquele meu Gil Blas1 vivido, até que, em
uma pausa da conversa, ao esgotarmos os copos,
observou a esmo:
— Tens levado uma vida bem engraçada,
Castelo!
— Só assim se pode viver... Isto de uma
ocupação única: sair de casa a certas horas, voltar a
outras, aborrece, não achas? Não sei como me tenho
aguentado lá, no consulado!
— Cansa-se; mas, não é disso que me admiro.
O que me admira, é que tenhas corrido tantas
aventuras aqui, neste Brasil imbecil e burocrático.
— Qual! Aqui mesmo, meu caro Castro, se
podem arranjar belas páginas de vida. Imagina tu que
eu já fui professor de javanês!
— Quando? Aqui, depois que voltaste do
consulado?
— Não; antes. E, por sinal, fui nomeado cônsul
por isso.
— Conta lá como foi. Bebes mais cerveja?
— Bebo. Mandamos buscar mais outra garrafa,
enchemos os copos, e continuei:
— Eu tinha chegado havia pouco ao Rio estava
literalmente na miséria. Vivia fugido de casa de pensão
em casa de pensão, sem saber onde e como ganhar
dinheiro, quando li no Jornal do Comércio o anuncio
seguinte:
"Precisa-se de um professor de língua
javanesa. Cartas, etc." Ora, disse cá comigo, está ali
uma colocação que não terá muitos concorrentes; se
eu capiscasse quatro palavras, ia apresentar-me. Saí
do café e andei pelas ruas, sempre a imaginar-me
professor de javanês, ganhando dinheiro, andando de
bonde e sem encontros desagradáveis com os
"cadáveres". Insensivelmente dirigi-me à Biblioteca
Nacional. Não sabia bem que livro iria pedir; mas,
entrei, entreguei o chapéu ao porteiro, recebi a senha e
subi. Na escada, acudiu-me pedir a Grande
Encyclopédie, letra J, a fim de consultar o artigo relativo
a Java e à língua javanesa. Dito e feito. Fiquei sabendo,
ao fim de alguns minutos, que Java era uma grande ilha
do arquipélago de Sonda, colônia holandesa, e o
javanês, língua aglutinante do grupo maleo-polinésico,
possuía uma literatura digna de nota e escrita em
caracteres derivados do velho alfabeto hindu.
[...]
1 um romance francês do século XVIII
Em “Eu tinha chegado havia pouco ao Rio”
(12º§), destaca-se o seguinte tempo composto:
Ano: 2022
Banca:
IBFC
Órgão:
DPE-MT
Provas:
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Administrador
|
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Psicólogo |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Controlador Interno |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Economista |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Engenheiro Civil |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Jornalista |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Contador |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Advogado |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Analista de Sistemas |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Arquiteto |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Assistente Social |
Q1970556
Português
Texto associado
O texto abaixo é um fragmento do conto “O
homem que sabia javanês”, do escritor
brasileiro Lima Barreto
Em uma confeitaria, certa vez, ao meu amigo
Castro, contava eu as partidas que havia pregado às
convicções e às respeitabilidades, para poder viver.
Houve mesmo, uma dada ocasião, quando
estive em Manaus, em que fui obrigado a esconder a
minha qualidade de bacharel, para mais confiança
obter dos clientes, que afluíam ao meu escritório de
feiticeiro e adivinho. Contava eu isso.
O meu amigo ouvia-me calado, embevecido,
gostando daquele meu Gil Blas1 vivido, até que, em
uma pausa da conversa, ao esgotarmos os copos,
observou a esmo:
— Tens levado uma vida bem engraçada,
Castelo!
— Só assim se pode viver... Isto de uma
ocupação única: sair de casa a certas horas, voltar a
outras, aborrece, não achas? Não sei como me tenho
aguentado lá, no consulado!
— Cansa-se; mas, não é disso que me admiro.
O que me admira, é que tenhas corrido tantas
aventuras aqui, neste Brasil imbecil e burocrático.
— Qual! Aqui mesmo, meu caro Castro, se
podem arranjar belas páginas de vida. Imagina tu que
eu já fui professor de javanês!
— Quando? Aqui, depois que voltaste do
consulado?
— Não; antes. E, por sinal, fui nomeado cônsul
por isso.
— Conta lá como foi. Bebes mais cerveja?
— Bebo. Mandamos buscar mais outra garrafa,
enchemos os copos, e continuei:
— Eu tinha chegado havia pouco ao Rio estava
literalmente na miséria. Vivia fugido de casa de pensão
em casa de pensão, sem saber onde e como ganhar
dinheiro, quando li no Jornal do Comércio o anuncio
seguinte:
"Precisa-se de um professor de língua
javanesa. Cartas, etc." Ora, disse cá comigo, está ali
uma colocação que não terá muitos concorrentes; se
eu capiscasse quatro palavras, ia apresentar-me. Saí
do café e andei pelas ruas, sempre a imaginar-me
professor de javanês, ganhando dinheiro, andando de
bonde e sem encontros desagradáveis com os
"cadáveres". Insensivelmente dirigi-me à Biblioteca
Nacional. Não sabia bem que livro iria pedir; mas,
entrei, entreguei o chapéu ao porteiro, recebi a senha e
subi. Na escada, acudiu-me pedir a Grande
Encyclopédie, letra J, a fim de consultar o artigo relativo
a Java e à língua javanesa. Dito e feito. Fiquei sabendo,
ao fim de alguns minutos, que Java era uma grande ilha
do arquipélago de Sonda, colônia holandesa, e o
javanês, língua aglutinante do grupo maleo-polinésico,
possuía uma literatura digna de nota e escrita em
caracteres derivados do velho alfabeto hindu.
[...]
1 um romance francês do século XVIII
O discurso direto, presente no texto, apresenta
todas as marcas linguísticas de interlocução
listadas abaixo, exceto:
Ano: 2022
Banca:
IBFC
Órgão:
DPE-MT
Provas:
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Administrador
|
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Psicólogo |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Controlador Interno |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Economista |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Engenheiro Civil |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Jornalista |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Contador |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Advogado |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Analista de Sistemas |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Arquiteto |
IBFC - 2022 - DPE-MT - Analista - Assistente Social |
Q1970555
Português
Texto associado
O texto abaixo é um fragmento do conto “O
homem que sabia javanês”, do escritor
brasileiro Lima Barreto
Em uma confeitaria, certa vez, ao meu amigo
Castro, contava eu as partidas que havia pregado às
convicções e às respeitabilidades, para poder viver.
Houve mesmo, uma dada ocasião, quando
estive em Manaus, em que fui obrigado a esconder a
minha qualidade de bacharel, para mais confiança
obter dos clientes, que afluíam ao meu escritório de
feiticeiro e adivinho. Contava eu isso.
O meu amigo ouvia-me calado, embevecido,
gostando daquele meu Gil Blas1 vivido, até que, em
uma pausa da conversa, ao esgotarmos os copos,
observou a esmo:
— Tens levado uma vida bem engraçada,
Castelo!
— Só assim se pode viver... Isto de uma
ocupação única: sair de casa a certas horas, voltar a
outras, aborrece, não achas? Não sei como me tenho
aguentado lá, no consulado!
— Cansa-se; mas, não é disso que me admiro.
O que me admira, é que tenhas corrido tantas
aventuras aqui, neste Brasil imbecil e burocrático.
— Qual! Aqui mesmo, meu caro Castro, se
podem arranjar belas páginas de vida. Imagina tu que
eu já fui professor de javanês!
— Quando? Aqui, depois que voltaste do
consulado?
— Não; antes. E, por sinal, fui nomeado cônsul
por isso.
— Conta lá como foi. Bebes mais cerveja?
— Bebo. Mandamos buscar mais outra garrafa,
enchemos os copos, e continuei:
— Eu tinha chegado havia pouco ao Rio estava
literalmente na miséria. Vivia fugido de casa de pensão
em casa de pensão, sem saber onde e como ganhar
dinheiro, quando li no Jornal do Comércio o anuncio
seguinte:
"Precisa-se de um professor de língua
javanesa. Cartas, etc." Ora, disse cá comigo, está ali
uma colocação que não terá muitos concorrentes; se
eu capiscasse quatro palavras, ia apresentar-me. Saí
do café e andei pelas ruas, sempre a imaginar-me
professor de javanês, ganhando dinheiro, andando de
bonde e sem encontros desagradáveis com os
"cadáveres". Insensivelmente dirigi-me à Biblioteca
Nacional. Não sabia bem que livro iria pedir; mas,
entrei, entreguei o chapéu ao porteiro, recebi a senha e
subi. Na escada, acudiu-me pedir a Grande
Encyclopédie, letra J, a fim de consultar o artigo relativo
a Java e à língua javanesa. Dito e feito. Fiquei sabendo,
ao fim de alguns minutos, que Java era uma grande ilha
do arquipélago de Sonda, colônia holandesa, e o
javanês, língua aglutinante do grupo maleo-polinésico,
possuía uma literatura digna de nota e escrita em
caracteres derivados do velho alfabeto hindu.
[...]
1 um romance francês do século XVIII
Em “O meu amigo ouvia-me calado” (3º§), o
termo em destaque exerce, sintaticamente, a
função de: