Questões de Concurso Sobre português para prefeitura de nova friburgo - rj

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Q2335541 Português
Nas garras do meu primeiro amor


     Cíntia era minha prima – filha do irmão de mamãe, que morava no Rio. Viera passar uns dias conosco. Era a primeira vez que eu tomava conhecimento da sua existência. Devia andar pelos dezessete, dezoito anos, o que queria dizer que era para mim uma mulher feita – e a mais bela que eu jamais vira de perto. Usava blusa sem manga e com decote, saia-calça, tinha os cabelos louros, os olhos verdes e ainda por cima fumava.

     Mamãe se escandalizou ao vê-la tirar calmamente da bolsa um cigarro na vista de todos e acender, para depois cruzar as pernas e soltar devagarinho a fumaça pelas narinas:

     – Você fumando, menina? Seu pai sabe disso?

     – Ora, titia, que é que tem de mais?

     – Uma moça direita não fuma.

     – Hoje em dia toda mulher fuma. Não é mais pecado.

     E ela desviou da testa uma madeixa de cabelos, movimentando a cabeça para o lado num gesto que me pareceu simplesmente lindo. 

     A sua presença fez com que nossa casa ganhasse uma aura de encanto, como um lugar privilegiado, de um fascínio que parecia impregnar o próprio ar que eu respirava. Quando ela surgia na sala, tudo se iluminava. Eu voltava correndo da escola para não perder um minuto da sua presença, e não arredava pé de casa, nem mesmo para ir ao quintal, meu reino esquecido.

     Mamãe estranhava aquela mudança nos meus hábitos:

     – Não sei o que deu nesse menino. 

     Nem eu mesmo sabia que estava experimentando pela primeira vez a sensação inebriante de uma paixão. 


(SABINO, Fernando. O menino no espelho. Rio de Janeiro, Record, 1982. p. 162-3.)
O termo destacado que, ao contrário dos demais, NÃO se refere ou substitui qualquer termo anterior é:
Alternativas
Q2335540 Português
Nas garras do meu primeiro amor


     Cíntia era minha prima – filha do irmão de mamãe, que morava no Rio. Viera passar uns dias conosco. Era a primeira vez que eu tomava conhecimento da sua existência. Devia andar pelos dezessete, dezoito anos, o que queria dizer que era para mim uma mulher feita – e a mais bela que eu jamais vira de perto. Usava blusa sem manga e com decote, saia-calça, tinha os cabelos louros, os olhos verdes e ainda por cima fumava.

     Mamãe se escandalizou ao vê-la tirar calmamente da bolsa um cigarro na vista de todos e acender, para depois cruzar as pernas e soltar devagarinho a fumaça pelas narinas:

     – Você fumando, menina? Seu pai sabe disso?

     – Ora, titia, que é que tem de mais?

     – Uma moça direita não fuma.

     – Hoje em dia toda mulher fuma. Não é mais pecado.

     E ela desviou da testa uma madeixa de cabelos, movimentando a cabeça para o lado num gesto que me pareceu simplesmente lindo. 

     A sua presença fez com que nossa casa ganhasse uma aura de encanto, como um lugar privilegiado, de um fascínio que parecia impregnar o próprio ar que eu respirava. Quando ela surgia na sala, tudo se iluminava. Eu voltava correndo da escola para não perder um minuto da sua presença, e não arredava pé de casa, nem mesmo para ir ao quintal, meu reino esquecido.

     Mamãe estranhava aquela mudança nos meus hábitos:

     – Não sei o que deu nesse menino. 

     Nem eu mesmo sabia que estava experimentando pela primeira vez a sensação inebriante de uma paixão. 


(SABINO, Fernando. O menino no espelho. Rio de Janeiro, Record, 1982. p. 162-3.)
Em “Quando ela surgia na sala, tudo se iluminava.” (8º§), é possível inferir que “quando” introduz uma ideia de: 
Alternativas
Q2335538 Português
Nas garras do meu primeiro amor


     Cíntia era minha prima – filha do irmão de mamãe, que morava no Rio. Viera passar uns dias conosco. Era a primeira vez que eu tomava conhecimento da sua existência. Devia andar pelos dezessete, dezoito anos, o que queria dizer que era para mim uma mulher feita – e a mais bela que eu jamais vira de perto. Usava blusa sem manga e com decote, saia-calça, tinha os cabelos louros, os olhos verdes e ainda por cima fumava.

     Mamãe se escandalizou ao vê-la tirar calmamente da bolsa um cigarro na vista de todos e acender, para depois cruzar as pernas e soltar devagarinho a fumaça pelas narinas:

     – Você fumando, menina? Seu pai sabe disso?

     – Ora, titia, que é que tem de mais?

     – Uma moça direita não fuma.

     – Hoje em dia toda mulher fuma. Não é mais pecado.

     E ela desviou da testa uma madeixa de cabelos, movimentando a cabeça para o lado num gesto que me pareceu simplesmente lindo. 

     A sua presença fez com que nossa casa ganhasse uma aura de encanto, como um lugar privilegiado, de um fascínio que parecia impregnar o próprio ar que eu respirava. Quando ela surgia na sala, tudo se iluminava. Eu voltava correndo da escola para não perder um minuto da sua presença, e não arredava pé de casa, nem mesmo para ir ao quintal, meu reino esquecido.

     Mamãe estranhava aquela mudança nos meus hábitos:

     – Não sei o que deu nesse menino. 

     Nem eu mesmo sabia que estava experimentando pela primeira vez a sensação inebriante de uma paixão. 


(SABINO, Fernando. O menino no espelho. Rio de Janeiro, Record, 1982. p. 162-3.)
Na crônica, algumas ideias são reproduzidas através de uma linguagem figurada. Dentre os trechos a seguir apenas um não demonstra o emprego do recurso metafórico; assinale-o.
Alternativas
Q2335537 Português
Nas garras do meu primeiro amor


     Cíntia era minha prima – filha do irmão de mamãe, que morava no Rio. Viera passar uns dias conosco. Era a primeira vez que eu tomava conhecimento da sua existência. Devia andar pelos dezessete, dezoito anos, o que queria dizer que era para mim uma mulher feita – e a mais bela que eu jamais vira de perto. Usava blusa sem manga e com decote, saia-calça, tinha os cabelos louros, os olhos verdes e ainda por cima fumava.

     Mamãe se escandalizou ao vê-la tirar calmamente da bolsa um cigarro na vista de todos e acender, para depois cruzar as pernas e soltar devagarinho a fumaça pelas narinas:

     – Você fumando, menina? Seu pai sabe disso?

     – Ora, titia, que é que tem de mais?

     – Uma moça direita não fuma.

     – Hoje em dia toda mulher fuma. Não é mais pecado.

     E ela desviou da testa uma madeixa de cabelos, movimentando a cabeça para o lado num gesto que me pareceu simplesmente lindo. 

     A sua presença fez com que nossa casa ganhasse uma aura de encanto, como um lugar privilegiado, de um fascínio que parecia impregnar o próprio ar que eu respirava. Quando ela surgia na sala, tudo se iluminava. Eu voltava correndo da escola para não perder um minuto da sua presença, e não arredava pé de casa, nem mesmo para ir ao quintal, meu reino esquecido.

     Mamãe estranhava aquela mudança nos meus hábitos:

     – Não sei o que deu nesse menino. 

     Nem eu mesmo sabia que estava experimentando pela primeira vez a sensação inebriante de uma paixão. 


(SABINO, Fernando. O menino no espelho. Rio de Janeiro, Record, 1982. p. 162-3.)
O tema central do texto é:
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Q2332066 Português

 “Revista USP” discute o jornalismo na era da pós-verdade 


Publicação traz dossiê com artigos de especialistas que analisam modos de garantir a qualidade das informações. 



      Um dos maiores desafios da mídia contemporânea é conter a proliferação de notícias falsas, as chamadas “fake news”, que acabam fazendo da maneira de pensar atual uma reminiscência do modo de pensar de um camponês medieval, com base em fofocas, boatos e muita conversa. Com isso, o novo mundo se assemelha ao mundo de antes do período em que a imprensa criada por Gutemberg predominou na história da humanidade, entre o século 15 e o início do século 21, transformado então apenas numa “interrupção do fluxo normal da comunicação humana”.


      Essa análise, inspirada nas ideias do professor Thomas Pettitt, da Universidade do Sul da Dinamarca, está exposta no artigo “Verdades e mentiras no ecossistema digital”, do jornalista e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Caio Túlio Costa, publicado na edição número 116 da Revista USP, que acaba de ser lançada. Publicada trimestralmente pela Superintendência de Comunicação Social (SCS) da USP, a revista traz nesta edição o dossiê “Pós-Verdade e Jornalismo”, que inclui cinco artigos de pesquisadores e jornalistas, dedicados a analisar as formas de evitar as “fake news” e garantir a veiculação de informações de qualidade para a sociedade.


      Garantir essa qualidade está cada vez mais difícil na era da “pós-verdade” – expressão que designa a circunstância em que fatos objetivos são menos influentes para moldar a opinião pública do que apelos à emoção e às crenças pessoais, de acordo com a definição do Oxford Dictionary. É o que aponta o professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP Eugênio Bucci, no artigo “Pós-política e corrosão da verdade”, também publicado no dossiê da Revista USP.


      Bucci reitera que parte da responsabilidade pela desvalorização da verdade factual – aquela que se refere não a um valor transcendental, mas ao registro “precário” dos acontecimentos – se deve às redes sociais e à internet, “onde se acomodaram confortavelmente as forças dedicadas à produção das notícias fraudulentas”. Ressalvando o lado positivo dessas novas tecnologias, como a abertura de novos canais de diálogos, a facilidade de comunicação entre as pessoas e a exibição imediata de demandas públicas, Bucci destaca que o problema se encontra no fato de que, tendo se enraizado no mundo da vida e na esfera pública, elas não são públicas em seus controles e na sua propriedade. “Sob a malha tecnológica, elas promovem a tecnociência e o capital como substitutos da própria política.”


      Para Bucci, redes sociais como Facebook e Twitter e sites de busca como Google aceleraram e fortaleceram a pós-verdade. Isso se deu, de acordo com o professor, por pelo menos dois motivos. O primeiro se refere ao incremento da velocidade e do alcance proporcionado por esses novos recursos. “Vários levantamentos mostram que as notícias fraudulentas repercutem mais do que as verdadeiras. E mais rapidamente. E arrebatam as amplas massas de um modo acachapante, num grau jamais atingido pelos meios jornalísticos mais convencionais”, escreve Bucci, citando como exemplo a campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, em 2016, que em dois dias conseguiu fazer com que boa parte da população do país acreditasse que Barack Obama tinha nascido no Quênia.


      O segundo motivo por que as redes sociais e sites de busca favorecem a pós-verdade diz respeito ao fator econômico, continua o professor. “Notícias fraudulentas dão lucro. Dentro do ambiente virtual do Google e do Facebook, a fraude compensa. Quanto maior o número de cliques, mais o autor fatura. E, como a mentira é fácil de produzir (é barata) e desperta o furor das audiências, um dos melhores negócios da atualidade é noticiar acontecimentos que nunca aconteceram de verdade – e que, mesmo assim, despertam emoções fortes nos chamados internautas.”


[...]


(CASTRO, Roberto C. G. “Revista USP” discute o jornalismo na era da pós-verdade. Jornal da USP. Em: maio de 2018.

Considerando mecanismos da argumentação textual, pode-se afirmar que: 
Alternativas
Respostas
26: A
27: B
28: B
29: C
30: D