Questões de Concurso Comentadas sobre português para analista - letras

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Q2080719 Português
Texto para responder à questão.

O dinamismo lexical: o dizer nosso de cada dia

   O léxico de uma língua constitui-se do saber vocabular de um grupo sociolinguístico e culturalmente definido; é o conhecimento partilhado que povoa a consciência do falante, onde esse acervo se configura como verdadeira janela através da qual o indivíduo divisa o seu entorno, ao mesmo tempo em que, ademais revela os valores, as crenças, os costumes, os modismos que viabilizam a comunidade em que vive o usuário de tal e qual palavra. É no léxico, ainda, que se gravam – e, não raro, pirogravam – as designações que rotulam as mudanças encadeadoras dos caminhos e dos descaminhos da humanidade, além de comporem o cenário de revelação tanto da realidade quanto dos fatos culturais que permearam a sua história.
   O léxico de todas as línguas vivas é essencialmente marcado pela mobilidade, as palavras e as expressões com elas construídas surgem, desaparecem, perdem ou ganham significações, de sorte a promover o encontro marcado do falante com a realidade do mundo biossocial que o acolhe: o homem e o mundo encontram-se no signo.
     As mudanças linguísticas, em especial as concernentes ao léxico, nada apresentam de espantoso ou de estranho: elas são, em tudo, análogas às transformações históricas que traçam seus cursos dentro de certa previsibilidade que só surpreende o desatento e o desconhecedor das artes de conviver – a imutabilidade quer da história, quer da palavra que a descreve e a realiza é que seria um fato a se estranhar.
  O incremento do acervo lexical de uma língua é inconteste: segundo Antônio Houaiss(1983:20), “em tempos de Augusto Comte (1798-1857), há pouco mais de 140 anos, portanto, era possível designar todas as ciências, artes, técnicas e profissões então existentes com 240 palavras; estudos da Unesco, em 1963, advertiam que a mesma tarefa só seria levada a efeito com um acervo de 24 mil entre palavras e locuções. É ainda de Houaiss a informação de que “cerca de 90% dos 400 mil vocábulos das línguas de cultura foram forjados de meados do século XIX para cá.” [...]
     O que se depreende do exposto é o fato de que o falante, inserido no seu tempo e no seu espaço, é instado a ampliar consideravelmente o seu inventário vernacular para dar conta do seu entorno e do seu estar-no-mundo, sob pena de, se assim não fizer, ser exilado dos jogos de convivência que têm, na palavra, o seu penhor e a sua fonte de produção. [...]
    A verdade é que a legitimação do que se diz ou do que se deve dizer depende fundamentalmente da chancela da comunidade, do povo – povo que constrói nações, fortalece impérios, escreve e rescreve a sua história, vitaliza idiomas: povo que, por direito, justiça e fato, é o único, legítimo e verdadeiro “dono da língua”.
(SILVA, Maria Emília Barcellos da. Língua Portuguesa em debate: conhecimento e ensino / José Carlos de Azeredo (organizador). 4. ed.- Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. Trecho adaptado.)
Indique, a seguir, a reescrita em que a correção gramatical e semântica do trecho “[...] elas são, em tudo, análogas às transformações históricas que traçam seus cursos dentro de certa previsibilidade que só surpreende o desatento e o desconhecedor das artes de conviver[...]” (3º§) foram observadas. 
Alternativas
Q2080718 Português
Texto para responder à questão.

O dinamismo lexical: o dizer nosso de cada dia

   O léxico de uma língua constitui-se do saber vocabular de um grupo sociolinguístico e culturalmente definido; é o conhecimento partilhado que povoa a consciência do falante, onde esse acervo se configura como verdadeira janela através da qual o indivíduo divisa o seu entorno, ao mesmo tempo em que, ademais revela os valores, as crenças, os costumes, os modismos que viabilizam a comunidade em que vive o usuário de tal e qual palavra. É no léxico, ainda, que se gravam – e, não raro, pirogravam – as designações que rotulam as mudanças encadeadoras dos caminhos e dos descaminhos da humanidade, além de comporem o cenário de revelação tanto da realidade quanto dos fatos culturais que permearam a sua história.
   O léxico de todas as línguas vivas é essencialmente marcado pela mobilidade, as palavras e as expressões com elas construídas surgem, desaparecem, perdem ou ganham significações, de sorte a promover o encontro marcado do falante com a realidade do mundo biossocial que o acolhe: o homem e o mundo encontram-se no signo.
     As mudanças linguísticas, em especial as concernentes ao léxico, nada apresentam de espantoso ou de estranho: elas são, em tudo, análogas às transformações históricas que traçam seus cursos dentro de certa previsibilidade que só surpreende o desatento e o desconhecedor das artes de conviver – a imutabilidade quer da história, quer da palavra que a descreve e a realiza é que seria um fato a se estranhar.
  O incremento do acervo lexical de uma língua é inconteste: segundo Antônio Houaiss(1983:20), “em tempos de Augusto Comte (1798-1857), há pouco mais de 140 anos, portanto, era possível designar todas as ciências, artes, técnicas e profissões então existentes com 240 palavras; estudos da Unesco, em 1963, advertiam que a mesma tarefa só seria levada a efeito com um acervo de 24 mil entre palavras e locuções. É ainda de Houaiss a informação de que “cerca de 90% dos 400 mil vocábulos das línguas de cultura foram forjados de meados do século XIX para cá.” [...]
     O que se depreende do exposto é o fato de que o falante, inserido no seu tempo e no seu espaço, é instado a ampliar consideravelmente o seu inventário vernacular para dar conta do seu entorno e do seu estar-no-mundo, sob pena de, se assim não fizer, ser exilado dos jogos de convivência que têm, na palavra, o seu penhor e a sua fonte de produção. [...]
    A verdade é que a legitimação do que se diz ou do que se deve dizer depende fundamentalmente da chancela da comunidade, do povo – povo que constrói nações, fortalece impérios, escreve e rescreve a sua história, vitaliza idiomas: povo que, por direito, justiça e fato, é o único, legítimo e verdadeiro “dono da língua”.
(SILVA, Maria Emília Barcellos da. Língua Portuguesa em debate: conhecimento e ensino / José Carlos de Azeredo (organizador). 4. ed.- Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. Trecho adaptado.)
A ambiguidade pode ser empregada como recurso expressivo para a criação de efeitos de sentido diversos, como também pode contribuir para o comprometimento da compreensão textual quando o seu emprego mostra-se não proposital. Tal fato pode ocorrer de várias formas por meio do emprego da pontuação ou de determinados vocábulos como, por exemplo, do pronome possessivo “seu” (e variações). Considerando o exposto anteriormente, analise as estruturas a seguir, em que o período I se refere a um trecho do texto lido, o II aponta o emprego do pronome “seu” em outro exemplo.
I. “[...] análogas às transformações históricas que traçam seus cursos dentro de certa previsibilidade [...]” (3º§) II. O especialista disse ao aluno que seu trabalho estava longe de terminar.”
Assinale a afirmativa correta. 
Alternativas
Q2080716 Português
Texto para responder à questão.

O dinamismo lexical: o dizer nosso de cada dia

   O léxico de uma língua constitui-se do saber vocabular de um grupo sociolinguístico e culturalmente definido; é o conhecimento partilhado que povoa a consciência do falante, onde esse acervo se configura como verdadeira janela através da qual o indivíduo divisa o seu entorno, ao mesmo tempo em que, ademais revela os valores, as crenças, os costumes, os modismos que viabilizam a comunidade em que vive o usuário de tal e qual palavra. É no léxico, ainda, que se gravam – e, não raro, pirogravam – as designações que rotulam as mudanças encadeadoras dos caminhos e dos descaminhos da humanidade, além de comporem o cenário de revelação tanto da realidade quanto dos fatos culturais que permearam a sua história.
   O léxico de todas as línguas vivas é essencialmente marcado pela mobilidade, as palavras e as expressões com elas construídas surgem, desaparecem, perdem ou ganham significações, de sorte a promover o encontro marcado do falante com a realidade do mundo biossocial que o acolhe: o homem e o mundo encontram-se no signo.
     As mudanças linguísticas, em especial as concernentes ao léxico, nada apresentam de espantoso ou de estranho: elas são, em tudo, análogas às transformações históricas que traçam seus cursos dentro de certa previsibilidade que só surpreende o desatento e o desconhecedor das artes de conviver – a imutabilidade quer da história, quer da palavra que a descreve e a realiza é que seria um fato a se estranhar.
  O incremento do acervo lexical de uma língua é inconteste: segundo Antônio Houaiss(1983:20), “em tempos de Augusto Comte (1798-1857), há pouco mais de 140 anos, portanto, era possível designar todas as ciências, artes, técnicas e profissões então existentes com 240 palavras; estudos da Unesco, em 1963, advertiam que a mesma tarefa só seria levada a efeito com um acervo de 24 mil entre palavras e locuções. É ainda de Houaiss a informação de que “cerca de 90% dos 400 mil vocábulos das línguas de cultura foram forjados de meados do século XIX para cá.” [...]
     O que se depreende do exposto é o fato de que o falante, inserido no seu tempo e no seu espaço, é instado a ampliar consideravelmente o seu inventário vernacular para dar conta do seu entorno e do seu estar-no-mundo, sob pena de, se assim não fizer, ser exilado dos jogos de convivência que têm, na palavra, o seu penhor e a sua fonte de produção. [...]
    A verdade é que a legitimação do que se diz ou do que se deve dizer depende fundamentalmente da chancela da comunidade, do povo – povo que constrói nações, fortalece impérios, escreve e rescreve a sua história, vitaliza idiomas: povo que, por direito, justiça e fato, é o único, legítimo e verdadeiro “dono da língua”.
(SILVA, Maria Emília Barcellos da. Língua Portuguesa em debate: conhecimento e ensino / José Carlos de Azeredo (organizador). 4. ed.- Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. Trecho adaptado.)
Considerando o trecho “O léxico de todas as línguas vivas é essencialmente marcado pela mobilidade, [...]” (2º§), analise as afirmativas a seguir.
I. A ênfase dada ao agente da ação verbal demonstra a intencionalidade discursiva do emissor.
II. A estrutura sintática apresentada pode ser reconhecida como exemplo de uso correto de uma das formas nominais do verbo.
III. A omissão do agente da ação verbal é um recurso expressivo empregado na estrutura em análise cuja finalidade é preservar a imparcialidade do discurso.
IV. Caso a voz verbal empregada fosse modificada, o resultado comprometeria a objetividade não havendo adequação de acordo com o gênero textual apresentado.
Está correto o que se afirma em
Alternativas
Q2080714 Português
Texto para responder à questão.

O vestiário japonês

   Um evento do porte da Copa do Mundo tem sempre mais a mostrar do que a bola rolando. Nem tudo o que importa acontece apenas dentro do gramado, ante as câmeras e os holofotes. Pode-se marcar gols em pontos diferentes do estádio. É o caso da seleção japonesa, que estreou com uma vitória inesperada sobre a Alemanha, um feito de arregalar os olhos, mas deu show mesmo foi no vestiário. Até a FIFA se impressionou.
    Ao término da partida contra a seleção alemã, os jogadores japoneses voltaram para o vestiário, tiraram seus uniformes, dobraram, guardaram, devolveram os cabides a seus lugares, e a julgar pela foto do local, também lamberam o chão, escovaram as paredes, passaram um pano nos armários. Mesmo esgotados pelos 90 minutos em que correram, suaram, driblaram e marcaram em campo, sobrou energia para deixar a sala onde guardaram seus pertences igualzinha a uma locação de propaganda de material de limpeza. Cheguei a pensar que eram patrocinados pelo Pinho Sol e não pela Adidas.
  Nas arquibancadas, viu-se o mesmo comportamento, como se fosse uma ação orquestrada. Assim que o juiz apitou o final da partida, os torcedores japoneses comemoraram do jeito que sabem: sem exaltação frenética, e sim com as boas maneiras que trouxeram de casa. Recolheram copos, garrafas, embalagens e colocaram tudo em sacos de lixo. Estaria havendo uma competição paralela no Catar? Se a disputa for pelo povo mais bem educado, nem precisamos chegar ao domingo, dia 18 de dezembro, para saber quem levanta a taça.
   Isso tudo faz lembrar o famoso discurso que um ex-almirante da Marinha americana, William H. McRaven, fez em 2014: “Se você quer mudar o mundo, comece arrumando sua cama pela manhã”.
    Infelizmente, em sociedades escravagistas como a nossa, a tendência é pensar que não precisamos fazer pequenos serviços quando há gente sendo paga para fazer por nós. O Japão baniu a escravidão oficialmente em 1590, o que explica, em parte, seu avanço exemplar. Os Estados Unidos, em 1865. O Brasil, o último da fila, em 1888 — datas para registros em livros de História, pois sabemos que se a mente continua intoxicada pela ideia de que a sociedade é dividida entre pessoas superiores e inferiores, a exploração não cessará nem hoje, nem nunca.
    Portanto, juntemos o cocô que nosso cachorro fez na calçada, já que a rua é de todos e não só de alguns. Coloquemos no bolso o papel de bala que largamos displicentemente no chão do estádio, lavemos o prato da pipoca e o copo de cerveja que deixamos sobre a pia, entre outras oportunidades diárias de fortalecer nosso caráter. São os gols que qualquer um de nós pode marcar, em vez de apenas se sentar em frente à tevê para assistir aos gols dos outros.
(MEDEIROS, Martha. O vestiário japonês. Jornal O Globo, 2022. Disponível em https://oglobo.globo.com/ela/martha-medeiros/coluna/2022/12/ovestiario-japones.ghtml. Acesso em: 04/12/2022. Adaptado.)
Assinale a alternativa em que a linguagem utilizada apresenta um caráter mais pessoal, mais subjetivo. 
Alternativas
Q2080711 Português
Texto para responder à questão.

O vestiário japonês

   Um evento do porte da Copa do Mundo tem sempre mais a mostrar do que a bola rolando. Nem tudo o que importa acontece apenas dentro do gramado, ante as câmeras e os holofotes. Pode-se marcar gols em pontos diferentes do estádio. É o caso da seleção japonesa, que estreou com uma vitória inesperada sobre a Alemanha, um feito de arregalar os olhos, mas deu show mesmo foi no vestiário. Até a FIFA se impressionou.
    Ao término da partida contra a seleção alemã, os jogadores japoneses voltaram para o vestiário, tiraram seus uniformes, dobraram, guardaram, devolveram os cabides a seus lugares, e a julgar pela foto do local, também lamberam o chão, escovaram as paredes, passaram um pano nos armários. Mesmo esgotados pelos 90 minutos em que correram, suaram, driblaram e marcaram em campo, sobrou energia para deixar a sala onde guardaram seus pertences igualzinha a uma locação de propaganda de material de limpeza. Cheguei a pensar que eram patrocinados pelo Pinho Sol e não pela Adidas.
  Nas arquibancadas, viu-se o mesmo comportamento, como se fosse uma ação orquestrada. Assim que o juiz apitou o final da partida, os torcedores japoneses comemoraram do jeito que sabem: sem exaltação frenética, e sim com as boas maneiras que trouxeram de casa. Recolheram copos, garrafas, embalagens e colocaram tudo em sacos de lixo. Estaria havendo uma competição paralela no Catar? Se a disputa for pelo povo mais bem educado, nem precisamos chegar ao domingo, dia 18 de dezembro, para saber quem levanta a taça.
   Isso tudo faz lembrar o famoso discurso que um ex-almirante da Marinha americana, William H. McRaven, fez em 2014: “Se você quer mudar o mundo, comece arrumando sua cama pela manhã”.
    Infelizmente, em sociedades escravagistas como a nossa, a tendência é pensar que não precisamos fazer pequenos serviços quando há gente sendo paga para fazer por nós. O Japão baniu a escravidão oficialmente em 1590, o que explica, em parte, seu avanço exemplar. Os Estados Unidos, em 1865. O Brasil, o último da fila, em 1888 — datas para registros em livros de História, pois sabemos que se a mente continua intoxicada pela ideia de que a sociedade é dividida entre pessoas superiores e inferiores, a exploração não cessará nem hoje, nem nunca.
    Portanto, juntemos o cocô que nosso cachorro fez na calçada, já que a rua é de todos e não só de alguns. Coloquemos no bolso o papel de bala que largamos displicentemente no chão do estádio, lavemos o prato da pipoca e o copo de cerveja que deixamos sobre a pia, entre outras oportunidades diárias de fortalecer nosso caráter. São os gols que qualquer um de nós pode marcar, em vez de apenas se sentar em frente à tevê para assistir aos gols dos outros.
(MEDEIROS, Martha. O vestiário japonês. Jornal O Globo, 2022. Disponível em https://oglobo.globo.com/ela/martha-medeiros/coluna/2022/12/ovestiario-japones.ghtml. Acesso em: 04/12/2022. Adaptado.)
“A ____________ é a responsável por fazer com que uma sequência linguística seja considerada texto, pois é por meio dela que as relações sintático-gramaticais, semânticas e pragmáticas poderão ser estabelecidas, a fim de formar uma unidade global de sentido. A ____________ auxilia nesse processo, mas não é responsável pelo fenômeno da textualidade, uma vez que não é necessária nem suficiente para isso.” Assinale a alternativa que apresenta os fatores de textualidade que completam correta e sequencialmente a afirmativa anterior.
Alternativas
Respostas
6: D
7: D
8: C
9: B
10: A