Questões de Concurso Comentadas sobre português para if-pe
Foram encontradas 7 questões
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I. Sem modificações de sentido, em vez de manter o uso do ponto-final, o autor poderia ter optado pelo uso da vírgula entre os três períodos, mas se obrigaria a uma conjunção adversativa entre o segundo e o terceiro. II. Buscando-se manter o mesmo sentido proposto pelo autor, uma possível redação seria: “Aprendi a não tentar convencer ninguém, pois o trabalho de convencer é uma falta de respeito, por ser uma tentativa de colonização do outro.”. III. Pode-se, sem desrespeitar a intencionalidade comunicativa do autor, estabelecer uma relação de causa entre os dois primeiros períodos e uma relação de soma entre o segundo e o terceiro, mantendo-se apenas uma vírgula antes da conjunção causal. IV. Outra possibilidade de redação para esse texto que não prejudica a intenção do autor é esta: “Aprendi a não tentar convencer ninguém, visto que o trabalho de convencer é uma falta de respeito e uma tentativa de colonização do outro.”. V. Embora se pense em fazer modificações na construção textual de Saramago, qualquer alteração sugerida produzirá mudança total na intencionalidade comunicativa do autor, uma vez que a pontuação de um texto não é um recurso meramente sintático, mas, sobretudo, semântico.
São VERDADEIRAS apenas as assertivas
Leia o TEXTO para responder à questão.
CUIDADO COM OS REVIZORES
TEXTO 03
DRONES
Já contei que, morando na Califórnia na época da Segunda Guerra Mundial, com 7 anos de idade e influenciado pelo noticiário e pelo clima de guerra, comecei a matar alemães e japoneses imaginários nos meus jogos solitários com tanta fúria que meu pai se preocupou. Fui levado a um médico, que me contou que as tropas aliadas estavam fazendo um bom trabalho matando inimigo e não precisavam da minha ajuda, pelo menos não tão entusiasmada. Embora não tenha parado com os massacres, o resultado do episódio foi que me tornei um pacifista para o resto da vida. Mas meu maior problema então, aos 7 anos, era a qualidade do armamento com que contava para minhas missões no Norte da África e nas selvas do Pacífico. Minha metralhadora era uma réplica perfeita de uma metralhadora de verdade, mas não disparava balas, só fazia barulho. Meu capacete era igual aos capacetes do exército americano, mas para criança. Minha pistola 45 só serviria para assustar o inimigo – também não disparava balas reais. Ah, se eu tivesse um lança-chamas que lançasse chamas. Uma bazuca. Um tanque. Um avião! Os alemães e os japoneses teriam se rendido muito mais cedo.
Tenho visto anúncios de “drones” que podem ser comprados por qualquer um. Imagino que sejam iguais aos que estão sendo usados no Oriente Médio, para escolher alvos e guiar mísseis. Há tempo que qualquer um pode comprar armas de guerra reais, mas esta é a primeira vez que uma arma com a sofisticação letal do “drone” – a arma do futuro, da guerra teleguiada, do combate por painéis de controle, o máximo de estragos com o mínimo de risco – é oferecido ao público como um 45 de plástico.
Claro que “drone” não é só para guerra. Serve para espiar o quintal do vizinho, até para entrar pela janela e assustar a vizinha no banho. Pode-se pensar – por exemplo – numa versão atualizada de Romeu e Julieta: Julieta na sua sacada no vigésimo andar recebe a visita do “drone” controlado por Romeu a quilômetros de distância. Nada poético, é verdade. Mas o que sobrou de poético hoje em dia?
O fato é que, com um “drone” em casa, você está equipado como um exército moderno. Ah, eu com um “drone” nos meus 7 anos...
(VERÍSSIMO, Luís Fernando.
Disponível emhttp://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,drones,1821053. Acesso em: 02/02/2016.)
Observe os trechos, retirados do 1° parágrafo, abaixo.
Trecho 1: Minha metralhadora [...], mas não disparava balas, só fazia barulho.
Trecho 2: Meu capacete [...], mas para criança.
Trecho 3: Minha pistola 45 [...] – também não disparava balas reais.
Trecho 4: Embora não tenha parado com os massacres.
Analise as proposições acerca dos trechos acima.
I. No trecho 1, a conjunção destacada desempenha uma função de oposição, diferente daquela destacada no trecho 2.
II. Se, no trecho 4, substituíssemos “embora” por “considerando que”, não haveria mudança de sentido no texto.
III. Em todos os trechos, todas as expressões destacadas desempenham a mesma função de oposição.
IV. No trecho 3, se substituíssemos a expressão destacada por “contudo”, não haveria mudança de sentido.
V. No trecho 3, a expressão em destaque desempenha uma função de adição e poderia ser substituído por “nem” sem alteração de sentido.
A alternativa que contém apenas as proposições CORRETAS é
TEXTO 04
Crônica da cidade do Rio de Janeiro
No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, generoso, o Cristo Redentor estende os braços. Debaixo desses braços os netos dos escravos encontram amparo.
Uma mulher descalça olha o Cristo, lá de baixo, e apontando seu fulgor, diz, muito tristemente:
- Daqui a pouco não estará mais aí. Ouvi dizer que vão tirar Ele daí.
- Não se preocupe – tranquiliza uma vizinha. – Não se preocupe: Ele volta.
A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na cidade violenta soam tiros e também tambores: os atabaques, ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses africanos. Cristo sozinho não basta.
(GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2009.)
Observe as construções “Não se preocupe: Ele volta” e “os atabaques, ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses africanos. Cristo sozinho não basta.”
Se fosse possível substituir os sinais em destaque por conjunções, quais poderiam ser para que o sentido não se alterasse?