Questões de Concurso Comentadas sobre português para prefeitura de vinhedo - sp

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Q2235193 Português
Considere as seguintes sentenças:
I. Ele se pronunciou sobre o caso. II. Não sabia dizer se estava certo ou errado. III. O projeto terá sucesso, se todos fizerem a sua parte.
A palavra “se” atua como conjunção subordinativa apenas na(s) sentença(s):
Alternativas
Q2235191 Português
O extraordinário (e esquecido) caso do sequestro do caixão de Charles Chaplin

Há 45 anos, em 25 de dezembro de 1977, o mundo se despedia do grande criador do icônico Carlitos, que com a mesma bengala com que enfrentou os caprichosos flagelos da vida transformou o novo meio de entretenimento do cinema em arte. O lendário Charles Spencer Chaplin (1889-1977), amplamente considerado o maior comediante e uma das figuras mais importantes da história do cinema, morreu no início da manhã "de velhice", segundo seu médico. Nascido na pobreza, ele se tornou um artista imortal graças à sua brilhante humanização dos conflitos tragicômicos do homem com o destino. […] Quando o som chegou à sétima arte, a estrela silenciosa mostrou que tinha muito a dizer. O discurso final do seu primeiro filme falado "O Grande Ditador" (1940) foi uma admirável e progressista defesa da democracia, que não se ouvia nos domínios do Terceiro Reich, nem na Itália nem na Espanha, pois Adolf Hitler, Benito Mussolini e Francisco Franco proibiram o filme, provando que Chaplin havia acertado em cheio. Sua vida, porém, também foi marcada por polêmicas.

Expulso dos EUA

Fazer uma comédia sobre um líder nazista foi uma delas. Mais tarde, ele escreveria que estava determinado a fazê-lo porque era essencial rir de Hitler. Mas ele havia se metido na política e, embora sua vida privada também alimentasse os tabloides, seria a política que lhe causaria mais problemas. Seus discursos durante a 2ª Guerra Mundial, pedindo uma segunda Frente Ocidental com aliados soviéticos para derrotar Hitler, irritaram muitos conservadores. Com o advento da Guerra Fria, suas amizades com figuras artísticas de destaque acusadas de simpatizar com a causa comunista o colocaram na mira das autoridades. O deputado John E. Rankin, um legislador de direita do Mississippi (Estados Unidos), estava entre os que o denunciaram e exigiram sua deportação. A vida de Chaplin “é prejudicial ao tecido moral da América”, disse Rankin, pedindo que ele fosse mantido “fora das telas americanas e que suas imagens repugnantes sejam mantidas fora dos olhos da juventude americana”. Finalmente, em 1952, o ator, súdito britânico e em 1975 nomeado cavaleiro pela rainha Elizabeth 2ª, foi praticamente expulso dos Estados Unidos. De nada valeu seu “efeito incalculável em transformar o cinema na forma de arte do século 20”, reconhecida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas daquele país 20 anos depois com um Oscar Honorário. Embarcando em um navio com destino à Inglaterra, ele foi informado pelo Serviço de Imigração e Naturalização dos Estados Unidos que sua reentrada naquele país seria negada a menos que estivesse disposto a responder às acusações "de natureza política e torpeza moral". Indignado e farto do assédio implacável das autoridades, os Chaplins se mudaram para a Suíça. Foi lá que ele morreu aos 88 anos, poucas horas antes do início da tradicional festa de Natal de sua família. Sua quarta esposa, Oona, filha do dramaturgo Eugene O'Neill, e sete de seus 11 filhos estavam com ele. O andarilho que fez 81 filmes em uma vida cinematográfica que começou em 1914 e terminou em 1967 foi enterrado em uma cerimônia privada dois dias depois nas colinas acima do Lago de Genebra. Mas isso, como antecipamos no título, não foi o fim da história.

“Ridículo”

Em uma coda que parecia ter sido escrita por ele para um de seus primeiros curtas de comédia, vários meses após sua morte, seu corpo foi apreendido por uma dupla de ladrões trapalhões. Em março de 1978, eles desenterraram o caixão para forçar a viúva de Chaplin, Oona, a pagar 400 mil libras (equivalente a cerca de R$ 12 milhões em valores atuais). […] Ela se recusou a pagar dizendo "Charlie teria achado ridículo". Em ligações subsequentes, os sequestradores ameaçaram ferir seus dois filhos mais novos. A família manteve silêncio sobre os pedidos de resgate, mas isso não impediu que vários rumores circulassem sobre o caixão desaparecido. [...] Enquanto isso, a polícia suíça montou uma operação na qual 200 quiosques telefônicos foram monitorados e o telefone dos Chaplins, grampeado. Cinco semanas depois, os autores do sequestro foram localizados e presos. O caixão foi encontrado mais tarde, enterrado em um milharal no Lago de Genebra. Um porta-voz dos Chaplins disse: “A família está muito feliz e aliviada por esta provação ter acabado”. [...]

Inspiração italiana

Quase um ano após a morte de Chaplin, em seu julgamento em 11 de dezembro de 1978, um refugiado polonês confessou a um tribunal suíço que desenterrou o corpo e tentou extorquir dinheiro da família do comediante. Roman Wardas, um mecânico de automóveis de 24 anos, disse que não conseguiu um emprego e estava passando por momentos difíceis quando leu um artigo de jornal sobre um caso semelhante na Itália. […] Ele acrescentou que pediu a seu amigo Gantscho Ganev, um búlgaro de 38 anos, que o ajudasse a desenterrar o caixão em Corsier-sur-Vevey, perto da mansão onde Chaplin morou por 23 anos. […] O co-réu disse ao tribunal: “Não me importei em levantar o caixão. A morte não é tão importante de onde eu venho.” Ganev esclareceu que depois de ajudar Wardas naquela noite, não se envolveu mais no assunto. [...] O caixão de Charlie Chaplin foi reenterrado no cemitério original, desta vez em uma cova de concreto à prova de roubo.

BBC News

Considere os excertos:

I. “estava determinado a fazê-lo”

II.“seria a política que lhe causaria mais problemas.”

Em relação à colocação pronominal, observa-se nas sentenças dadas, respectivamente:

Alternativas
Q2235188 Português
O extraordinário (e esquecido) caso do sequestro do caixão de Charles Chaplin

Há 45 anos, em 25 de dezembro de 1977, o mundo se despedia do grande criador do icônico Carlitos, que com a mesma bengala com que enfrentou os caprichosos flagelos da vida transformou o novo meio de entretenimento do cinema em arte. O lendário Charles Spencer Chaplin (1889-1977), amplamente considerado o maior comediante e uma das figuras mais importantes da história do cinema, morreu no início da manhã "de velhice", segundo seu médico. Nascido na pobreza, ele se tornou um artista imortal graças à sua brilhante humanização dos conflitos tragicômicos do homem com o destino. […] Quando o som chegou à sétima arte, a estrela silenciosa mostrou que tinha muito a dizer. O discurso final do seu primeiro filme falado "O Grande Ditador" (1940) foi uma admirável e progressista defesa da democracia, que não se ouvia nos domínios do Terceiro Reich, nem na Itália nem na Espanha, pois Adolf Hitler, Benito Mussolini e Francisco Franco proibiram o filme, provando que Chaplin havia acertado em cheio. Sua vida, porém, também foi marcada por polêmicas.

Expulso dos EUA

Fazer uma comédia sobre um líder nazista foi uma delas. Mais tarde, ele escreveria que estava determinado a fazê-lo porque era essencial rir de Hitler. Mas ele havia se metido na política e, embora sua vida privada também alimentasse os tabloides, seria a política que lhe causaria mais problemas. Seus discursos durante a 2ª Guerra Mundial, pedindo uma segunda Frente Ocidental com aliados soviéticos para derrotar Hitler, irritaram muitos conservadores. Com o advento da Guerra Fria, suas amizades com figuras artísticas de destaque acusadas de simpatizar com a causa comunista o colocaram na mira das autoridades. O deputado John E. Rankin, um legislador de direita do Mississippi (Estados Unidos), estava entre os que o denunciaram e exigiram sua deportação. A vida de Chaplin “é prejudicial ao tecido moral da América”, disse Rankin, pedindo que ele fosse mantido “fora das telas americanas e que suas imagens repugnantes sejam mantidas fora dos olhos da juventude americana”. Finalmente, em 1952, o ator, súdito britânico e em 1975 nomeado cavaleiro pela rainha Elizabeth 2ª, foi praticamente expulso dos Estados Unidos. De nada valeu seu “efeito incalculável em transformar o cinema na forma de arte do século 20”, reconhecida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas daquele país 20 anos depois com um Oscar Honorário. Embarcando em um navio com destino à Inglaterra, ele foi informado pelo Serviço de Imigração e Naturalização dos Estados Unidos que sua reentrada naquele país seria negada a menos que estivesse disposto a responder às acusações "de natureza política e torpeza moral". Indignado e farto do assédio implacável das autoridades, os Chaplins se mudaram para a Suíça. Foi lá que ele morreu aos 88 anos, poucas horas antes do início da tradicional festa de Natal de sua família. Sua quarta esposa, Oona, filha do dramaturgo Eugene O'Neill, e sete de seus 11 filhos estavam com ele. O andarilho que fez 81 filmes em uma vida cinematográfica que começou em 1914 e terminou em 1967 foi enterrado em uma cerimônia privada dois dias depois nas colinas acima do Lago de Genebra. Mas isso, como antecipamos no título, não foi o fim da história.

“Ridículo”

Em uma coda que parecia ter sido escrita por ele para um de seus primeiros curtas de comédia, vários meses após sua morte, seu corpo foi apreendido por uma dupla de ladrões trapalhões. Em março de 1978, eles desenterraram o caixão para forçar a viúva de Chaplin, Oona, a pagar 400 mil libras (equivalente a cerca de R$ 12 milhões em valores atuais). […] Ela se recusou a pagar dizendo "Charlie teria achado ridículo". Em ligações subsequentes, os sequestradores ameaçaram ferir seus dois filhos mais novos. A família manteve silêncio sobre os pedidos de resgate, mas isso não impediu que vários rumores circulassem sobre o caixão desaparecido. [...] Enquanto isso, a polícia suíça montou uma operação na qual 200 quiosques telefônicos foram monitorados e o telefone dos Chaplins, grampeado. Cinco semanas depois, os autores do sequestro foram localizados e presos. O caixão foi encontrado mais tarde, enterrado em um milharal no Lago de Genebra. Um porta-voz dos Chaplins disse: “A família está muito feliz e aliviada por esta provação ter acabado”. [...]

Inspiração italiana

Quase um ano após a morte de Chaplin, em seu julgamento em 11 de dezembro de 1978, um refugiado polonês confessou a um tribunal suíço que desenterrou o corpo e tentou extorquir dinheiro da família do comediante. Roman Wardas, um mecânico de automóveis de 24 anos, disse que não conseguiu um emprego e estava passando por momentos difíceis quando leu um artigo de jornal sobre um caso semelhante na Itália. […] Ele acrescentou que pediu a seu amigo Gantscho Ganev, um búlgaro de 38 anos, que o ajudasse a desenterrar o caixão em Corsier-sur-Vevey, perto da mansão onde Chaplin morou por 23 anos. […] O co-réu disse ao tribunal: “Não me importei em levantar o caixão. A morte não é tão importante de onde eu venho.” Ganev esclareceu que depois de ajudar Wardas naquela noite, não se envolveu mais no assunto. [...] O caixão de Charlie Chaplin foi reenterrado no cemitério original, desta vez em uma cova de concreto à prova de roubo.

BBC News
Considere o excerto “A família manteve silêncio sobre os pedidos de resgate”. Em relação às classes gramaticais, as palavras “a”, “silêncio”, “sobre” e “de” no excerto dado são, respectivamente: 
Alternativas
Q2235014 Português
A misteriosa caverna britânica com desenhos que intrigam historiadores há 3 séculos

O administrador da caverna, Nicky Paton, indicou para mim as figuras, uma a uma. “Aquela é Santa Catarina, na roda de execução. […] “E aquele é São Lourenço. Ele foi queimado até a morte sobre uma grelha.” Em meio a essas aterradoras cenas cristãs, havia também imagens pagãs - um grande cavalo entalhado e um símbolo de fertilidade conhecido como sheela na gig - uma mulher com órgãos sexuais exagerados. Outra imagem retratava uma pessoa segurando um crânio na mão direita e uma vela na esquerda, teoricamente representando uma cerimônia de iniciação. […] E, para tornar os entalhes ainda mais assustadores, havia sua execução rudimentar, quase infantil. Imagine qual terá sido a surpresa das pessoas que redescobriram por acaso a caverna de Royston, no verão de 1742. Escavando as fundações para uma nova bancada no mercado de manteiga da cidade, um trabalhador encontrou uma pedra de moinho enterrada e descobriu que ela escondia a entrada de um poço profundo na terra. Como ainda não havia normas de saúde e segurança, um garoto que passava recebeu rapidamente uma vela e foi baixado ao poço em uma corda para investigar. […] O que se descobriu no poço foi menos lucrativo, mas muito mais misterioso: uma xícara quebrada e algumas joias, um crânio, ossos humanos e paredes gravadas, de cima a baixo, com estranhas figuras sem expressão facial. Três séculos depois, a caverna de Royston continua sendo um dos lugares mais misteriosos do Reino Unido. Cada vez surgem mais teorias sobre o seu propósito, sem sequer chegar perto de uma resposta.

O mistério das origens

“O que torna a caverna tão curiosa para os visitantes e historiadores é que ela ainda é um enigma” […] afirma Paton. “Principalmente porque não existe documentação sobre a sua existência antes daquela descoberta acidental. […] Mas existem muitas teorias. Pessoas com tendências esotéricas afirmam que a caverna fica na interseção de duas linhas de ley - caminhos antigos que, segundo se acredita, conectam lugares com poder espiritual. Uma dessas linhas, a chamada Linha de Michael, também atravessa os círculos de pedra de Stonehenge e Avebury. O que se pode verificar com mais facilidade é que a caverna fica exatamente abaixo do entroncamento de duas estradas antigas muito importantes. […] Hoje, uma grande lápide é tudo o que resta de uma cruz que ficava na junção das duas estradas. […] O antiquário William Stukeley […] escreveu um estudo inicial sobre o seu propósito. Ele observou que essas cruzes [...] tinham dois propósitos naquela era de alta religiosidade e baixos índices de alfabetização: “relembrar as pessoas de fazer suas orações e guiá-las para o caminho a que elas queriam ir”. As pessoas religiosas, segundo ele, construíam “celas e grutas em rochas, cavernas e ao lado das estradas” […]. Existe na caverna um grande entalhe ilustrando São Cristóvão, o santo padroeiro dos viajantes, o que dá credibilidade à teoria de que a caverna servia a este tipo de função. Mas a teoria que capturou a imaginação do público, mais do que qualquer outra, é que a caverna de Royston foi um esconderijo subterrâneo dos cavaleiros templários - […] ordem de monges guerreiros que acumulou vasta riqueza e influência em toda a Europa, até ser violentamente eliminada em 1307. Os templários fundaram a cidade próxima de Baldock nos anos 1140 e existem documentos que comprovam que eles faziam comércio semanalmente no mercado de manteiga de Royston entre 1149 e 1254. A historiadora local Sylvia Beamon acredita que [...] “Uma capela templária provavelmente se tornou uma necessidade maior do que qualquer outra coisa […] “Ela fornecia um refúgio noturno para os comerciantes templários e... um armazém para os produtos do mercado.”

Como datar as gravuras?

Beamon interpreta o formato circular da caverna como referência à Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém e sugeriu que os entalhes contêm símbolos da arte templária […]. Embora se acredite que a caverna tenha sido pintada com cores brilhantes, muito pouco pigmento ainda permanece […]. Não existe outro material orgânico na caverna que possa ser datado. Os restos humanos […] foram perdidos há muito tempo. De forma que a maneira mais confiável de datar os entalhes é um exame estilístico, que foi conduzido em 2012 pelo Museu Real de Armas de Leeds, no Reino Unido. A análise concluiu que as roupas curtas dos homens e os penteados e chapéus das mulheres indicam uma época entre 1360 e 1390 e a imagem de São Cristóvão foi datada da mesma época. O relatório concluiu ser improvável que algum dos entalhes tenha sido feito antes de cerca de 1350 - um século depois da atividade dos templários em Royston […]. Além disso, os entalhes apresentam iconografia cristã, sem o simbolismo tipicamente associado aos templários […]. Os cavaleiros templários eram conhecidos pela construção de igrejas redondas, mas a forma circular da caverna não é necessariamente uma ligação com os templários. […] Nem a presença de símbolos pagãos, como a sheela na gig, é tão misteriosa. A mesma imagem aparece em igrejas medievais no Reino Unido e no continente europeu. Então, por que essa suposta conexão com os templários? [...] “O risco é que as pessoas tenham tentado contar histórias desde o primeiro dia” […] afirma Tobit Curteis, responsável pela conservação da caverna. [...] A professora Helen Nicholson, historiadora medieval […] concorda. “As pessoas na Inglaterra são fascinadas pelos templários desde que eles foram proibidos, no século 14”, afirma ela. Os julgamentos dos templários incluíram acusações de que eles conduziam cerimônias ocultas em lugares secretos subterrâneos. “Na verdade, são histórias de terror góticas”, segundo Nicholson. [...]

'Incrivelmente especial'

O fascínio real da caverna, segundo Curteis, é sua sobrevivência e redescoberta. “Nós perdemos 99% das outras obras de arte daquele período, de forma que a caverna é incrivelmente especial”, afirma ele. [...] Alguém, provavelmente em meados ou no final dos anos 1300, fez aquelas inscrições e a mais impressionante delas - a figura que segura um crânio em uma mão e uma vela na outra - permanece sem explicação. Poderíamos facilmente reduzi-la a um grafite mistificador acrescentado pouco depois da descoberta da caverna para atrair turistas, não fosse pela forma como ela se harmoniza com o crânio humano, a cerâmica cerimonial e as joias também encontradas no local. Em uma era em que a maioria dos mistérios é resolvida, a caverna de Royston continua a trazer mais perguntas do que respostas. Isso inclui a questão mais fascinante de todas: o que mais permanece abaixo dos nossos pés, esperando para ser encontrado?

BBC News
Assinale a alternativa que apresenta a conjunção que expressa valor adversativo.
Alternativas
Q2235013 Português
A misteriosa caverna britânica com desenhos que intrigam historiadores há 3 séculos

O administrador da caverna, Nicky Paton, indicou para mim as figuras, uma a uma. “Aquela é Santa Catarina, na roda de execução. […] “E aquele é São Lourenço. Ele foi queimado até a morte sobre uma grelha.” Em meio a essas aterradoras cenas cristãs, havia também imagens pagãs - um grande cavalo entalhado e um símbolo de fertilidade conhecido como sheela na gig - uma mulher com órgãos sexuais exagerados. Outra imagem retratava uma pessoa segurando um crânio na mão direita e uma vela na esquerda, teoricamente representando uma cerimônia de iniciação. […] E, para tornar os entalhes ainda mais assustadores, havia sua execução rudimentar, quase infantil. Imagine qual terá sido a surpresa das pessoas que redescobriram por acaso a caverna de Royston, no verão de 1742. Escavando as fundações para uma nova bancada no mercado de manteiga da cidade, um trabalhador encontrou uma pedra de moinho enterrada e descobriu que ela escondia a entrada de um poço profundo na terra. Como ainda não havia normas de saúde e segurança, um garoto que passava recebeu rapidamente uma vela e foi baixado ao poço em uma corda para investigar. […] O que se descobriu no poço foi menos lucrativo, mas muito mais misterioso: uma xícara quebrada e algumas joias, um crânio, ossos humanos e paredes gravadas, de cima a baixo, com estranhas figuras sem expressão facial. Três séculos depois, a caverna de Royston continua sendo um dos lugares mais misteriosos do Reino Unido. Cada vez surgem mais teorias sobre o seu propósito, sem sequer chegar perto de uma resposta.

O mistério das origens

“O que torna a caverna tão curiosa para os visitantes e historiadores é que ela ainda é um enigma” […] afirma Paton. “Principalmente porque não existe documentação sobre a sua existência antes daquela descoberta acidental. […] Mas existem muitas teorias. Pessoas com tendências esotéricas afirmam que a caverna fica na interseção de duas linhas de ley - caminhos antigos que, segundo se acredita, conectam lugares com poder espiritual. Uma dessas linhas, a chamada Linha de Michael, também atravessa os círculos de pedra de Stonehenge e Avebury. O que se pode verificar com mais facilidade é que a caverna fica exatamente abaixo do entroncamento de duas estradas antigas muito importantes. […] Hoje, uma grande lápide é tudo o que resta de uma cruz que ficava na junção das duas estradas. […] O antiquário William Stukeley […] escreveu um estudo inicial sobre o seu propósito. Ele observou que essas cruzes [...] tinham dois propósitos naquela era de alta religiosidade e baixos índices de alfabetização: “relembrar as pessoas de fazer suas orações e guiá-las para o caminho a que elas queriam ir”. As pessoas religiosas, segundo ele, construíam “celas e grutas em rochas, cavernas e ao lado das estradas” […]. Existe na caverna um grande entalhe ilustrando São Cristóvão, o santo padroeiro dos viajantes, o que dá credibilidade à teoria de que a caverna servia a este tipo de função. Mas a teoria que capturou a imaginação do público, mais do que qualquer outra, é que a caverna de Royston foi um esconderijo subterrâneo dos cavaleiros templários - […] ordem de monges guerreiros que acumulou vasta riqueza e influência em toda a Europa, até ser violentamente eliminada em 1307. Os templários fundaram a cidade próxima de Baldock nos anos 1140 e existem documentos que comprovam que eles faziam comércio semanalmente no mercado de manteiga de Royston entre 1149 e 1254. A historiadora local Sylvia Beamon acredita que [...] “Uma capela templária provavelmente se tornou uma necessidade maior do que qualquer outra coisa […] “Ela fornecia um refúgio noturno para os comerciantes templários e... um armazém para os produtos do mercado.”

Como datar as gravuras?

Beamon interpreta o formato circular da caverna como referência à Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém e sugeriu que os entalhes contêm símbolos da arte templária […]. Embora se acredite que a caverna tenha sido pintada com cores brilhantes, muito pouco pigmento ainda permanece […]. Não existe outro material orgânico na caverna que possa ser datado. Os restos humanos […] foram perdidos há muito tempo. De forma que a maneira mais confiável de datar os entalhes é um exame estilístico, que foi conduzido em 2012 pelo Museu Real de Armas de Leeds, no Reino Unido. A análise concluiu que as roupas curtas dos homens e os penteados e chapéus das mulheres indicam uma época entre 1360 e 1390 e a imagem de São Cristóvão foi datada da mesma época. O relatório concluiu ser improvável que algum dos entalhes tenha sido feito antes de cerca de 1350 - um século depois da atividade dos templários em Royston […]. Além disso, os entalhes apresentam iconografia cristã, sem o simbolismo tipicamente associado aos templários […]. Os cavaleiros templários eram conhecidos pela construção de igrejas redondas, mas a forma circular da caverna não é necessariamente uma ligação com os templários. […] Nem a presença de símbolos pagãos, como a sheela na gig, é tão misteriosa. A mesma imagem aparece em igrejas medievais no Reino Unido e no continente europeu. Então, por que essa suposta conexão com os templários? [...] “O risco é que as pessoas tenham tentado contar histórias desde o primeiro dia” […] afirma Tobit Curteis, responsável pela conservação da caverna. [...] A professora Helen Nicholson, historiadora medieval […] concorda. “As pessoas na Inglaterra são fascinadas pelos templários desde que eles foram proibidos, no século 14”, afirma ela. Os julgamentos dos templários incluíram acusações de que eles conduziam cerimônias ocultas em lugares secretos subterrâneos. “Na verdade, são histórias de terror góticas”, segundo Nicholson. [...]

'Incrivelmente especial'

O fascínio real da caverna, segundo Curteis, é sua sobrevivência e redescoberta. “Nós perdemos 99% das outras obras de arte daquele período, de forma que a caverna é incrivelmente especial”, afirma ele. [...] Alguém, provavelmente em meados ou no final dos anos 1300, fez aquelas inscrições e a mais impressionante delas - a figura que segura um crânio em uma mão e uma vela na outra - permanece sem explicação. Poderíamos facilmente reduzi-la a um grafite mistificador acrescentado pouco depois da descoberta da caverna para atrair turistas, não fosse pela forma como ela se harmoniza com o crânio humano, a cerâmica cerimonial e as joias também encontradas no local. Em uma era em que a maioria dos mistérios é resolvida, a caverna de Royston continua a trazer mais perguntas do que respostas. Isso inclui a questão mais fascinante de todas: o que mais permanece abaixo dos nossos pés, esperando para ser encontrado?

BBC News
As palavras “serelepes” e “anunciaram” são flexionadas, respectivamente, em:
Alternativas
Respostas
1: B
2: A
3: E
4: A
5: A