Questões de Concurso
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INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 03 e, a seguir, responda à questão, que a ele se refere.
Texto 03
Considere a passagem do texto:
“Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo novo, de novo e de novo, e quantas vezes for preciso."
Tendo em vista a estrutura linguística dessa passagem, analise as afirmativas a seguir.
I. O termo “que”, nos dois usos, funciona como elemento de coesão, uma vez que retoma termos expressos anteriormente.
II. O uso do sinal indicativo de crase no termo “à luta” é obrigatório de acordo com a norma, seguindo a regra geral.
III. A repetição da expressão adverbial “de novo” reforma a ideia que ele quer transmitir.
IV. A presença da expressão “a gente” comprova o uso da linguagem coloquial como recurso de expressão.
V. A palavra “novo” nos três usos tem o objetivo de expressar uma circunstância de modo.
Estão CORRETAS as afirmativas
I. A cerimônia acontecerá _____ quinze horas. II. A população manifesta junto _____ praça principal. III. O homem foi ____ pé para o trabalho, já que perdeu ônibus.
Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente os períodos.
(Elisa Martins. Valquiria Daher.
https://cienciahoje.org.br/artigo/por-uma-ciencia-mais-pop-ediversa/. Abril 2024)
Texto CB2A1
Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante, me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um locaute, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que, obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido, conseguirão não sei bem o que do governo.
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E, enquanto tomo café, vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
— Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?”
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina — e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque, no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou um artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”
E assobiava pelas escadas.
Rubem Braga. O padeiro (com adaptações).
Julgue o item subsequente, em relação a estruturas linguísticas do texto CB2A1.
O emprego do sinal indicativo de crase no vocábulo “à”, em
“à porta do apartamento” (quarto período do
segundo parágrafo), é obrigatório.