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Q2474295 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão, que a ele se refere.


Texto 01



Filosofia de padaria e o tempo das coisas


[...] Você já fez um pão? Posso dizer que sou padeiro amador. A panificação me ensinou que pra comer croissant ou panettone, tenho que dedicar 24 horas para produzi-los, e pra comer minha massa de pizza, 48 horas. Mas, no mundo do encurtamento das distâncias, você pode comê-los daqui a 10 minutinhos, sem sujar as mãos.

Ou seja, ao panificar, aprendi que pães são feitos de tempo. E o valor das coisas é medido pela quantidade de tempo que dedicamos a elas. Com toda atenção e paciência de que precisam. É por isso que filhos são preciosos, carreiras longevas são inestimáveis e relações duradouras não têm preço. Porque exigem nossa dedicação constante e duradoura. Porque é preciso regar, nutrir, suster e cuidar [...].


Disponível em: https://vidasimples.co/colunista/. Acesso em: 16 fev. 2024. Adaptado.

Sobre a palavra “que”, nos dois usos do trecho “Ou seja, ao panificar, aprendi que pães são feitos de tempo. E o valor das coisas é medido pela quantidade de tempo que dedicamos a elas.”, é CORRETO afirmar que  
Alternativas
Q2474293 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda à questão, que a ele se refere.


Texto 01



Filosofia de padaria e o tempo das coisas


[...] Você já fez um pão? Posso dizer que sou padeiro amador. A panificação me ensinou que pra comer croissant ou panettone, tenho que dedicar 24 horas para produzi-los, e pra comer minha massa de pizza, 48 horas. Mas, no mundo do encurtamento das distâncias, você pode comê-los daqui a 10 minutinhos, sem sujar as mãos.

Ou seja, ao panificar, aprendi que pães são feitos de tempo. E o valor das coisas é medido pela quantidade de tempo que dedicamos a elas. Com toda atenção e paciência de que precisam. É por isso que filhos são preciosos, carreiras longevas são inestimáveis e relações duradouras não têm preço. Porque exigem nossa dedicação constante e duradoura. Porque é preciso regar, nutrir, suster e cuidar [...].


Disponível em: https://vidasimples.co/colunista/. Acesso em: 16 fev. 2024. Adaptado.

Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista as ideias veiculadas no texto.


I. Percebe-se a ideia de que o valor daquilo que se faz reside na quantidade de tempo dedicada para fazê-lo.


II. Verifica-se uma analogia entre o ato de fazer pães e o modo como se age na vida.


III. Conclui-se que aquilo a que se dedica mais tempo constitui o que há de mais valoroso na vida.


IV. Nota-se que criar filhos, construir uma carreira e relações duradouras requer cuidado e dedicação contínua, o que, consequentemente, exige tempo.


V. Observa-se que o termo “filosofia de padaria foi usado para caracterizar reflexões e conhecimentos menores, sem muita importância.


Estão CORRETAS as afirmativas

Alternativas
Q2473671 Português
A questão refere-se ao texto a seguir.

A fisiologia do corpo desempregado 

Veny Santos

             Ao receber a notícia, colocou as mãos diante dos olhos, não tão próximas ao rosto, e esperou. Aos poucos, cobriu-se o corpo com a dormência da aurora no amanhecer de um dia já perdido. Estavam ambas petrificadas. As mãos, por anos encarregadas de trabalhar, agora eram observadas como se função não mais tivessem. Perderam o emprego. Anatomicamente as mesmas. Fisiologicamente desconhecidas.                     Quando passa muitos dos anos vividos em um trabalho, dedicando-se não apenas à sobrevivência mas também ao ofício que confere sentido às habilidades adquiridas, o corpo pode se confundir com o cargo. O conjunto de partes que monta o ser passa a estabelecer uma relação funcionalista com o cotidiano e seus vínculos empregatícios. Opera-se uma máquina, uma tecnologia, uma série de processos administrativos, um comércio, no intuito de sentir que ainda se está funcionando. Que ainda há alguma função. Que presta para algo —ou alguém— o funcionário.
           O desemprego vem, então, como a descaracterização do personagem trabalhador, aquele necessário de ser encenado todos os dias para que seja possível cultivar uma real vida fora da esfera profissional. Tal ruptura, para além das suas supostas bases técnicas e pragmáticas, como justificativas clichês para se dispensar alguém sem justa causa, quebra também o corpo, não só em partes, mas nas funções que cada uma delas parece ter para existir. Quebra-o por inteiro e o faz desconhecer a si enquanto capaz de manter o sustento no dia seguinte. Um corpo desconhecido. É o fim da sensação de utilidade e a causa de seu medo quase paralisante. Uma justa causa para tamanho temor, compreendemos.
        Começou ele pelas mãos, mas a tudo sentiu tremer. Os olhos tentavam enxergar saídas de emergência para a situação financeira. A boca seca não dizia, os ouvidos zuniam e voz nenhuma vinha para lhe confortar —o que ecoava em sua mente era a pergunta repetitiva, mania anunciada na mesma velocidade que o desligamento: "Como vou contar para a família e pagar as contas?". Peito mais subia que descia, e no descompasso do respiro, nenhum alívio. Crise disso, crise daquilo, ansiedade e angústia já não mais se distinguiam uma da outra. Acharam um ponto de convergência: a paúra. As pernas inquietas a balançar não sabiam para onde ir, por onde começar a procurar outro carreiro para recolocar o corpo nas trilhas de suas funções que garantiam o sustento.
        De que servia a língua agora? E os argumentos? De que servia sua realidade concreta, uma vez que era no abismo da abstração onde se findava o mais sólido dos fatos: sem dinheiro não se dura e duro não se vive. Ainda assim, é com a carne do pescoço rija que ele mira o nada e desenha no horizonte a imaginária linha reta que ilude ao promoter alguma direção e estabilidade. O zunido diminui. Passa a ganhar um ritmo lento, primeiro opressivo, depois desolador, triste. A cor escurecida de sua pele parece ser a única a não ter perdido a função junto com a demissão. Ao encobri-lo, cantou um blues.
        A depender das posições no tabuleiro do serviço, há quem jogue —por prazer ou horror— com os peões para não comprometer reis e rainhas. Pelas bordas, esmagam feito as torres, condenam como os bispos ou simplesmente saltam de oportunidade em oportunidade montados nos alazões a pisotear o que lhes obriga a fazer curva. Os peões, como se sabe, não jogam, de fato. Os peões são jogados.
         Em 2023, o Instituto Cactus lançou o iCASM (Índice Instituto Cactus — Atlas de Saúde Mental) no intuito de levantar dados sobre os diferentes aspectos da vida social que impactam na psique da população brasileira. Destacou-se um alerta sobre a condição das pessoas desempregadas. Estão elas entre as mais abaladas psicologicamente e, com isso, pode-se supor, suscetíveis às psicopatologias que crescem a cada ano no país.
         As mãos, ainda diante dos olhos, seguram-se. No toque, parecem lembrar para que servem. Recobram a função. As mãos servem para carregar o recomeço.

Disponível em: < https://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 08 mar. 2024
No quarto parágrafo, o autor faz uso da citação 
Alternativas
Q2471522 Português
Vício na fala


Para dizer milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.



(ANDRADE, Oswald. Pau-Brasil. 2. Ed. São Paulo: Globo, 2003. P. 119.)
A variedade linguística representada no texto é: 
Alternativas
Q2471516 Português
Escrever


        Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. Não me lembro por que exatamente eu o disse, e com sinceridade. Hoje repito: é uma maldição, mas uma maldição que salva. Não estou me referindo muito a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. É uma maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase impossível se livrar, pois nada o substitui. E é uma salvação. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada. Que pena que só sei escrever quando espontaneamente a “coisa” vem. Fico assim à mercê do tempo. E, entre um verdadeiro escrever e outro, podem-se passar anos. Lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros.


(Clarice Lispector. A descoberta do mundo, 1999.)
“Fico assim à mercê do tempo.” O acento grave indicador de crase foi empregado por se tratar de uma expressão formada pela preposição “a” com o substantivo feminino “mercê”. Assim, analise as afirmativas considerando as regras quanto ao uso do acento grave indicador de crase.

I. A cerimônia acontecerá _____ quinze horas. II. A população manifesta junto _____ praça principal. III. O homem foi ____ pé para o trabalho, já que perdeu ônibus.

Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente os períodos.
Alternativas
Respostas
1: D
2: C
3: C
4: D
5: A