Questões de Concurso Comentadas sobre português para if-mt
Foram encontradas 15 questões
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Ano: 2023
Banca:
IF-MT
Órgão:
IF-MT
Prova:
IF-MT - 2023 - IF-MT - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - Português-Inglês |
Q2188966
Português
O ensino de Língua Portuguesa por meio de gêneros discursivos vem ganhando espaço em diferentes propostas
curriculares para a Educação Básica no Brasil nas últimas décadas. Entre outros referenciais importantes que
embasam tais propostas, destacam-se as postulações de Dolz e Schneuwly (2004, p. 7), para quem os gêneros
“constituem o instrumento de mediação de toda estratégia de ensino e o material de trabalho, necessário e inesgotável, para o ensino da textualidade.”
Uma proposta de ensino de Língua Portuguesa por meio de gêneros discursivos está epistemológica e metodologicamente mais alinhada com qual concepção de linguagem?
Uma proposta de ensino de Língua Portuguesa por meio de gêneros discursivos está epistemológica e metodologicamente mais alinhada com qual concepção de linguagem?
Ano: 2023
Banca:
IF-MT
Órgão:
IF-MT
Prova:
IF-MT - 2023 - IF-MT - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - Português-Inglês |
Q2188965
Português
Segundo Luft (2008, p. 5, adaptado), “em sentido restrito, e mais habitual, regência é a subordinação especial
de complementos às palavras que os preveem na sua significação. Assim, ‘cúmplice’, na sua significação, implica
‘co-autoria’ ou ‘envolvimento’ e ‘ato (negativo)’: em ‘cúmplice/com marginais/num crime’, o (nome) adjetivo ‘cúmplice’ rege dois complementos nominais, ‘com marginais’ e ‘num crime’; é um caso de regência nominal. ‘Pôr’, na
sua significação, implica ‘objeto (a movimentar)’ e ‘lugar-meta’: em ‘pôr/o livro/na estante’, o verbo ‘pôr’ rege dois
complementos verbais, ‘o livro’ e ‘na estante’; é um caso de regência verbal. (...) Outros nomes e verbos dispensam complemento(s): ‘casa’, ‘corpo’, ‘mesa’, ‘rosa’...; ‘azul’, ‘eterno’, ‘moreno’...; ‘bocejar’, ‘chover’, ‘dormir’, ‘morrer’...
Regência em sentido restrito é, pois, a necessidade ou desnecessidade de complementação implicada pela significação de nomes (substantivos, adjetivos, advérbios) e verbos. No terreno que aqui interessa, esse necessitar ou
prescindir, o verbo, de elementos nominais para completar uma estrutura significativa é o que se chama regência
verbal”.
Conforme a definição acima, qual das preposições destacadas nas frases abaixo NÃO é exigida pelo fenômeno de regência?
Conforme a definição acima, qual das preposições destacadas nas frases abaixo NÃO é exigida pelo fenômeno de regência?
Ano: 2023
Banca:
IF-MT
Órgão:
IF-MT
Prova:
IF-MT - 2023 - IF-MT - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - Português-Inglês |
Q2188964
Português
Segundo Lucchesi (2015, p. 176), “o grau de diferenciação morfofonológica entre a forma da terceira pessoa do
plural e a forma da terceira pessoa do singular tem-se mostrado um fator determinante no emprego da regra
de concordância verbal no português brasileiro (...). O princípio básico é o de que, quanto maior for a diferença
morfofonológica entre a forma marcada e a forma não marcada, maior será a probabilidade de o falante fazer a
concordância verbal”.
De acordo com a afirmação acima, em qual dos contextos abaixo haveria MENOR probabilidade de um falante fazer a concordância verbal conforme postula a norma padrão para o registro escrito?
De acordo com a afirmação acima, em qual dos contextos abaixo haveria MENOR probabilidade de um falante fazer a concordância verbal conforme postula a norma padrão para o registro escrito?
Ano: 2023
Banca:
IF-MT
Órgão:
IF-MT
Prova:
IF-MT - 2023 - IF-MT - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - Português-Inglês |
Q2188963
Português
Conforme Basílio (2003) e Silva e Silva (2008), a divisão de palavras em classes gramaticais, ou classe de palavras,
pode levar em consideração diferentes critérios conforme a perspectiva linguística adotada, sobretudo critérios
morfológicos, sintáticos e semânticos. Considerando essa afirmação, qual das alternativas a seguir contém um
trecho de definição de alguma classe gramatical abaixo contemplando apenas critérios semânticos?
Ano: 2023
Banca:
IF-MT
Órgão:
IF-MT
Prova:
IF-MT - 2023 - IF-MT - Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - Português-Inglês |
Q2188960
Português
Texto associado
TEXTO I
OS IDIOTAS DA OBJETIVIDADE
(Nelson Rodrigues)
Sou da imprensa anterior ao copy desk. Tinha treze anos quando me iniciei no jornal, como repórter de polícia.
Na redação não havia nada da aridez atual e pelo contrário: — era uma cova de delícias. O sujeito ganhava
mal ou simplesmente não ganhava. Para comer, dependia de um vale utópico de cinco ou dez mil-réis. Mas
tinha a compensação da glória. Quem redigia um atropelamento julgava-se um estilista. E a própria vaidade o
remunerava. Cada qual era um pavão enfático. Escrevia na véspera e no dia seguinte via-se impresso, sem o
retoque de uma vírgula. Havia uma volúpia autoral inenarrável. E nenhum estilo era profanado por uma emenda,
jamais.
Durante várias gerações foi assim e sempre assim. De repente, explodiu o copy desk. Houve um impacto medonho.
Qualquer um na redação, seja repórter de setor ou editorialista, tem uma sagrada vaidade estilística. E o copy desk
não respeitava ninguém. Se lá aparecesse um Proust, seria reescrito do mesmo jeito. Sim, o copy desk instalou-se
como a figura demoníaca da redação.
Falei no demônio e pode parecer que foi o Príncipe das Trevas que criou a nova moda. Não, o abominável Pai da
Mentira não é o autor do copy desk. Quem o lançou e promoveu foi Pompeu de Sousa. Era ainda o Diário Carioca,
do Senador, do Danton. Não quero ser injusto, mesmo porque o Pompeu é meu amigo. Ele teve um pretexto,
digamos assim, histórico, para tentar a inovação.
Havia na imprensa uma massa de analfabetos. Saíam as coisas mais incríveis. Lembro-me de que alguém, num
crime passional, terminou assim a matéria: — “E nem um goivinho ornava a cova dela”. Dirão vocês que esse
fecho de ouro é puramente folclórico. Não sei e talvez. Mas saía coisa parecida. E o Pompeu trouxe para cá o que
se fazia nos Estados Unidos — o copy desk.
Começava a nova imprensa. Primeiro, foi só o Diário Carioca; pouco depois, os outros, por imitação, o
acompanharam.
Rapidamente, os nossos jornais foram atacados de uma doença grave: — a objetividade. Daí para o “idiota da
objetividade” seria um passo. Certa vez, encontrei-me com o Moacir Werneck de Castro. Gosto muito dele e o
saudei com a mais larga e cálida efusão. E o Moacir, com seu perfil de Lord Byron, disse para mim, risonhamente:
— “Eu sou um idiota da objetividade”.
Também Roberto Campos, mais tarde, em discurso, diria: — “Eu sou um idiota da objetividade”. Na verdade,
tanto Roberto como Moacir são dois líricos. Eis o que eu queria dizer: — o idiota da objetividade inunda as mesas
de redação e seu autor foi, mais uma vez, Pompeu de Sousa. Aliás, devo dizer que o copy desk e o idiota da
objetividade são gêmeos e um explica o outro.
E toda a imprensa passou a usar a palavra “objetividade” como um simples brinquedo auditivo. A crônica esportiva
via times e jogadores “objetivos”. Equipes e jogadores eram condenados por falta de objetividade. Um exemplo
da nova linguagem foi o atentado de Toneleros. Toda a nação tremeu. Era óbvio que o crime trazia, em seu
ventre, uma tragédia nacional. Podia ser até a guerra civil. Em menos de 24 horas o Brasil se preparou para matar
ou para morrer. E como noticiou o Diário Carioca o acontecimento? Era uma catástrofe. O jornal deu-lhe esse
tom de catástrofe? Não e nunca. O Diário Carioca nada concedeu à emoção nem ao espanto. Podia ter posto na
manchete, e ao menos na manchete, um ponto de exclamação. Foi de uma casta, exemplar objetividade. Tom
estrita e secamente informativo. Tratou o drama histórico como se fosse o atropelamento do Zezinho, ali da
esquina.
Era, repito, a implacável objetividade. E, depois, Getúlio deu um tiro no peito. Ali estava o Brasil, novamente, cara
a cara com a guerra civil. E que fez o Diário Carioca? A aragem da tragédia soprou nas suas páginas? Jamais. No
princípio do século, mataram o rei e o príncipe herdeiro de Portugal. (Segundo me diz o luso Álvaro Nascimento,
o rei tinha o olho perdidamente azul). Aqui, o nosso Correio da Manhã abria cinco manchetes. Os tipos enormes
eram um soco visual. E rezava a quinta manchete: “HORRÍVEL EMOÇÃO!”. Vejam vocês: — “HORRÍVEL EMOÇÃO!”.
O Diário Carioca não pingou uma lágrima sobre o corpo de Getúlio. Era a monstruosa e alienada objetividade. As
duas coisas pareciam não ter nenhuma conexão: — o fato e a sua cobertura.
Estava um povo inteiro a se desgrenhar, a chorar lágrimas de pedra. E a reportagem, sem entranhas, ignorava a
pavorosa emoção popular. Outro exemplo seria ainda o assassinato de Kennedy.
Na velha imprensa as manchetes choravam com o leitor. A partir do copy desk, sumiu a emoção dos títulos e
subtítulos. E que pobre cadáver foi Kennedy na primeira página, por exemplo, do Jornal do Brasil. A manchete
humilhava a catástrofe. O mesmo e impessoal tom informativo. Estava lá o cadáver ainda quente. Uma bala
arrancara o seu queixo forte, plástico, vital. Nenhum espanto da manchete. Havia um abismo entre o Jornal do
Brasil e a tragédia, entre o Jornal do Brasil e a cara mutilada. Pode-se falar na desumanização da manchete.
O Jornal do Brasil, sob o reinado do copy desk, lembra-me aquela página célebre de ficção. Era uma lavadeira que
se viu, de repente, no meio de uma baderna horrorosa. Tiro e bordoada em quantidade. A lavadeira veio espiar
a briga. Lá adiante, numa colina, viu um baixinho olhando por um binóculo. Ali estava Napoleão e ali estava
Waterloo. Mas a santa mulher ignorou um e outro; e veio para dentro ensaboar a sua roupa suja. Eis o que eu
queria dizer: — a primeira página do Jornal do Brasil tem a mesma alienação da lavadeira diante dos napoleões
e das batalhas.
E o pior é que, pouco a pouco, o copy desk vem fazendo do leitor um outro idiota da objetividade. A aridez de um
se transmite ao outro. Eu me pergunto se, um dia, não seremos nós 80 milhões de copy desks? (...)
Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/os-idiotas-da-objetividade-cronica-de-nelson-rodrigues/ (Adaptado). Acesso em: 8 jan. 2023.
José Carlos de Azeredo (2008, p. 100) afirma: “A informação contida em um texto é distribuída e organizada em
seu interior graças ao emprego de certos recursos léxicos e gramaticais. À articulação desses recursos em benefício da expressão do sentido e de sua compreensão dá-se o nome de coesão textual”.
Considerando a definição acima, seu conhecimento sobre o assunto e o conteúdo do Texto I, julgue os itens a seguir como verdadeiros (V) ou falsos (F).
I. Conjunções são termos gramaticais que articulam orações e termos de mesma função sintática, estabelecendo entre eles o que se chama de coesão referencial.
II. A elipse pode ser, além de figura de linguagem, um mecanismo coesivo, como se observa na relação entre as duas frases da seguinte passagem do texto: “O sujeito ganhava mal ou simplesmente não ganhava. Para comer, dependia de um vale utópico de cinco ou dez mil-réis”.
III. Em “Era uma lavadeira que se viu, de repente, no meio de uma baderna horrorosa”, a palavra “que” é um mecanismo coesivo que introduz uma oração subordinada substantiva para completar o sentido do substantivo “lavadeira”.
IV. Em “Era óbvio que o crime trazia, em seu ventre, uma tragédia nacional”, a palavra “que” é um mecanismo coesivo que introduz uma oração subordinada substantiva encaixada na função de sujeito da oração principal.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
Considerando a definição acima, seu conhecimento sobre o assunto e o conteúdo do Texto I, julgue os itens a seguir como verdadeiros (V) ou falsos (F).
I. Conjunções são termos gramaticais que articulam orações e termos de mesma função sintática, estabelecendo entre eles o que se chama de coesão referencial.
II. A elipse pode ser, além de figura de linguagem, um mecanismo coesivo, como se observa na relação entre as duas frases da seguinte passagem do texto: “O sujeito ganhava mal ou simplesmente não ganhava. Para comer, dependia de um vale utópico de cinco ou dez mil-réis”.
III. Em “Era uma lavadeira que se viu, de repente, no meio de uma baderna horrorosa”, a palavra “que” é um mecanismo coesivo que introduz uma oração subordinada substantiva para completar o sentido do substantivo “lavadeira”.
IV. Em “Era óbvio que o crime trazia, em seu ventre, uma tragédia nacional”, a palavra “que” é um mecanismo coesivo que introduz uma oração subordinada substantiva encaixada na função de sujeito da oração principal.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: