Questões de Concurso
Sobre português para cespe / cebraspe
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a diminuição das desigualdades sociais por meio do acesso à informação e a obtenção do equilíbrio entre o direito ao acesso à informação e a preservação dos direitos inerentes à propriedade intelectual constituem os maiores desafios da sociedade de informação.
é correto supor que a proteção excessiva ao direito de propriedade intelectual pode acarretar a extinção da difusão do conhecimento para a população.
o acesso e a transmissão de informação por meio da Internet só foram possíveis nas últimas décadas em virtude da existência prévia da garantia aos direitos de propriedade intelectual.
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
Dalton Trevisan. Mistérios de Curitiba. Rio de Janeiro: Record, 1979, p.73.
Considerando o texto acima, bem como as tendências temáticas e formais da literatura brasileira contemporânea, julgue o item a seguir.
O emprego de frases curtas, a rejeição das digressões, o uso da ironia e o apelo ao fluxo de consciência caracterizam não somente esse conto, como também a obra de Dalton Trevisan como um todo e parte significativa da produção ficcional brasileira contemporânea.
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
Dalton Trevisan. Mistérios de Curitiba. Rio de Janeiro: Record, 1979, p.73.
Considerando o texto acima, bem como as tendências temáticas e formais da literatura brasileira contemporânea, julgue o item a seguir.
Nesse conto, são apresentados acontecimentos da trivialidade cotidiana, o que ocorre frequentemente na prosa e na poesia contemporâneas
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
Dalton Trevisan. Mistérios de Curitiba. Rio de Janeiro: Record, 1979, p.73.
Considerando o texto acima, bem como as tendências temáticas e formais da literatura brasileira contemporânea, julgue o item a seguir.
Em consonância com a tendência contemporânea concernente ao emprego de múltiplas vozes narrativas, essa narrativa é construída com base em um complexo jogo de intercâmbio entre narradores, o que dificulta a identificação do narrador dos acontecimentos.
As expressões “cor local" (l.45) e “independência literária" (l.41) são empregadas, no texto, com sentido equivalente.
De acordo com o texto, a independência literária é um longo processo cujo elemento central relaciona-se à capacidade de conferir destaque à “vida brasileira" (l.10) ou aos “toques nacionais" (l.22).
Da leitura do texto conclui-se que a história da literatura brasileira evidencia a descontinuidade entre as manifestações oitocentistas e setecentistas.
A obra ficcional de Machado de Assis confirma os seus pressupostos críticos, sendo dividida comumente em duas fases: a primeira, em que não se configura o instinto de nacionalidade, e a segunda, na qual o instinto de nacionalidade se expressa em uma escrita marcada pelo pitoresco e por figurações do nativismo.
Infere-se das ideias apresentadas por Machado de Assis que o contexto literário brasileiro à época ainda não era totalmente propício ao estabelecimento de uma plena nacionalidade literária.
- Iracema
Capítulo 2
José de Alencar. Iracema. Brasília: Ministério da Cultura. Fundação Nacional do Livro. Internet: <www.objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iracema.pdf>
O emprego de vocábulos de origem indígena no texto evidencia a preocupação do autor com a construção de uma expressão literária realista, em oposição ao fazer literário fantasioso ou idealista.
- Iracema
Capítulo 2
José de Alencar. Iracema. Brasília: Ministério da Cultura. Fundação Nacional do Livro. Internet: <www.objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iracema.pdf>
Como exemplifica esse trecho da obra Iracema, a narrativa indianista de José de Alencar constrói-se por meio de uma voz narrativa marcada por radical objetividade e distanciamento sentimental diante dos fatos narrados.
- Iracema
Capítulo 2
José de Alencar. Iracema. Brasília: Ministério da Cultura. Fundação Nacional do Livro. Internet: <www.objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/iracema.pdf>
Nesse texto, a figuração literária da índia Iracema, realizada com base em procedimento comparativo, aproxima a personagem dos elementos naturais e resulta na representação de sua integração à natureza.
Nesse soneto, a natureza é descrita por meio de elementos referenciais e simbólicos, tal como nos textos produzidos no contexto da literatura de informação quinhentista, em que se verifica, no que se refere aos elementos naturais, o mesmo tipo de abordagem.
No trecho inicial do poema — “Destes penhascos fez a natureza / O berço, em que nasci!" —, evidencia-se um sentimento nativista de pertencimento à terra brasileira, que é vivido como um dilema pelo eu-lírico.
Nesse poema, o eu-lírico oscila contraditoriamente ao avaliar os próprios sentimentos, mostrando-se ora forte e resistente, ora fraco e vacilante.
Está correta a grafia dos seguintes vocábulos: bilíngue, sagui, sequência, quinquênio, Müller, colmeia, joia, paranoico, papéis, feiúra, perdoo, pera, pôde (3.ª pessoa do sing. do pretérito), sobre-humano, co-herdeiro, subumano, coedição, capim-açu, semi-analfabeto, vice-almirante, contrarregra, infrassom, semi-interno, sub-bibliotecário, panamericano.
Tal situação remonta, como é sabido, a 1911, ano em que foi adotada em Portugal a primeira grande reforma ortográfica, mas que não foi extensiva ao Brasil.
Analisando sucintamente o conteúdo dos acordos de 1945 e de 1986, a conclusão que se colhe é a de que eles visavam impor uma unificação ortográfica absoluta.
Em termos quantitativos e com base em estudos desenvolvidos pela Academia das Ciências de Lisboa, com base no corpus de cerca de 110.000 palavras, conclui-se que o Acordo de 1986 conseguia a unificação ortográfica em cerca de 99,5% do vocabulário geral da língua. Mas conseguia-se sobretudo à custa da simplificação drástica do sistema de acentuação gráfica, pela supressão dos acentos nas palavras proparoxítonas e paroxítonas, o que não foi bem aceito por uma parte substancial da opinião pública.
A inviabilização prática de tais soluções leva-nos à conclusão de que não é possível unificar, por via administrativa, divergências que assentam em claras diferenças de pronúncia, um dos critérios, aliás, em que se baseia o sistema ortográfico da língua portuguesa.
Nestas condições, há que procurar uma versão de unificação ortográfica que acautele mais o futuro do que o passado e que não receie sacrificar a simplificação também pretendida em 1986, em favor da máxima unidade possível.
Foi, pois, tendo presentes estes objetivos, que se fixou o novo texto de unificação ortográfica, o qual representa uma versão menos forte do que as que foram conseguidas em 1945 e 1986. Mas ainda assim suficientemente forte para unificar ortograficamente cerca de 98% do vocabulário geral da língua.
Brasil. Senado Federal. Nota explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, 2009 (com adaptações).
Depreende-se da leitura do texto que fracassaram as tentativas de unificação ortográfica da língua portuguesa anteriores ao novo Acordo Ortográfico.
Tal situação remonta, como é sabido, a 1911, ano em que foi adotada em Portugal a primeira grande reforma ortográfica, mas que não foi extensiva ao Brasil.
Analisando sucintamente o conteúdo dos acordos de 1945 e de 1986, a conclusão que se colhe é a de que eles visavam impor uma unificação ortográfica absoluta.
Em termos quantitativos e com base em estudos desenvolvidos pela Academia das Ciências de Lisboa, com base no corpus de cerca de 110.000 palavras, conclui-se que o Acordo de 1986 conseguia a unificação ortográfica em cerca de 99,5% do vocabulário geral da língua. Mas conseguia-se sobretudo à custa da simplificação drástica do sistema de acentuação gráfica, pela supressão dos acentos nas palavras proparoxítonas e paroxítonas, o que não foi bem aceito por uma parte substancial da opinião pública.
A inviabilização prática de tais soluções leva-nos à conclusão de que não é possível unificar, por via administrativa, divergências que assentam em claras diferenças de pronúncia, um dos critérios, aliás, em que se baseia o sistema ortográfico da língua portuguesa.
Nestas condições, há que procurar uma versão de unificação ortográfica que acautele mais o futuro do que o passado e que não receie sacrificar a simplificação também pretendida em 1986, em favor da máxima unidade possível.
Foi, pois, tendo presentes estes objetivos, que se fixou o novo texto de unificação ortográfica, o qual representa uma versão menos forte do que as que foram conseguidas em 1945 e 1986. Mas ainda assim suficientemente forte para unificar ortograficamente cerca de 98% do vocabulário geral da língua.
Brasil. Senado Federal. Nota explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, 2009 (com adaptações).
Conclui-se da leitura do quarto e do sétimo parágrafos que o novo Acordo Ortográfico consegue unificar a ortografia de mais de 107.000 vocábulos do léxico português.