Questões de Concurso Sobre português para ibfc

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Q2389103 Português

Texto - “Negócio de Ocasião”.

(por Fernando Sabino)



         Quando mandou colocar mármore no chão de seu apartamento, o vizinho de baixo veio reclamar: oito horas da manhã os operários começavam a quebrar mármore mesmo em cima de sua cabeça. Durma-se com um barulho desses!

– Está bem – concordou ele, acalmando o vizinho: - Vou mandar começar mais tarde.

Mandou que os operários só começassem a trabalhar a partir das nove horas. Dois dias depois tornava o vizinho:

– Assim não é possível. Já reclamei, o senhor prometeu, e o barulho continua! – Mas é só por uns dias – argumentou ele: - o senhor vai ter paciência ...

          E mandou que os trabalhos só se iniciassem a partir das dez horas. Com isso, pensava haver contentado o vizinho. Para surpresa sua, todavia, o homem voltou ainda para protestar, e desta vez furibundo, armado de revólver:

– Ou o senhor para com esse barulho ou faço um estrago louco.

Olhou espantado para a arma e, cordato, convidou-o a entrar:

– Não precisa se exaltar, que diabo. Vamos resolver a coisa como gente civilizada. Eu disse que era só por uns dias... Se o senhor quiser que eu pare, eu paro. Cuidado com esse negócio, costuma disparar. Qual é o calibre?

– Trinta e dois.

– Prefiro trinta e oito. Mas esse parece ser muito bom...

Que marca?

– Smith-Wesson.

– Ah! Então deve ser muito bom. Cabo de madrepérola... Quanto o senhor pagou por ele?

– Cinco mil cruzeiros.

– Não foi caro. Sempre tive vontade de ter um revólver desses. Quem sabe o senhor me venderia?

– Não vim aqui para vender revólver – explodiu o outro – mas para te avisar que esse barulho...

– Não haverá mais barulho, esteja tranquilo. Agora, quanto ao revólver... Quer vender?

– O senhor está brincando...

Não estou não: pela vida de minha mãezinha. Quer saber de uma coisa? Dou dez mil por ele. Sempre tive vontade... Vamos, aceite! Dez mil, pago na hora. O homem começou a titubear. Olhou o revólver, pensativo: dez mil era um bom preço. Já pensava mesmo em vendê-lo... Olhou o dono da casa, tornou a olhar o revólver:

– Toma, é seu – decidiu-se.

          Antes de entrar na posse da arma, o comprador foi lá dentro, trouxe dez abobrinhas e estendeu-as ao vizinho. Depois, empurrou o revólver e chegou-lhe aos peitos:

– Bem, agora ponha-se daqui pra fora. E fique sabendo que eu faço o barulho que quiser e quando quiser, entendeu? Venha aqui outra vez reclamar e vai ver quem é que acaba fazendo um estrago louco.


Fernando Sabino. A Mulher do Vizinho. 2ª.ed. RJ, Ed do Autor, 1962 p.186.

Em... “Não precisa se exaltar, que diabo. Vamos resolver a coisa como gente civilizada” - a palavra ‘civilizada’ é um adjetivo. Assinale a alternativa que apresenta apenas adjetivos. 
Alternativas
Q2389102 Português

Texto - “Negócio de Ocasião”.

(por Fernando Sabino)



         Quando mandou colocar mármore no chão de seu apartamento, o vizinho de baixo veio reclamar: oito horas da manhã os operários começavam a quebrar mármore mesmo em cima de sua cabeça. Durma-se com um barulho desses!

– Está bem – concordou ele, acalmando o vizinho: - Vou mandar começar mais tarde.

Mandou que os operários só começassem a trabalhar a partir das nove horas. Dois dias depois tornava o vizinho:

– Assim não é possível. Já reclamei, o senhor prometeu, e o barulho continua! – Mas é só por uns dias – argumentou ele: - o senhor vai ter paciência ...

          E mandou que os trabalhos só se iniciassem a partir das dez horas. Com isso, pensava haver contentado o vizinho. Para surpresa sua, todavia, o homem voltou ainda para protestar, e desta vez furibundo, armado de revólver:

– Ou o senhor para com esse barulho ou faço um estrago louco.

Olhou espantado para a arma e, cordato, convidou-o a entrar:

– Não precisa se exaltar, que diabo. Vamos resolver a coisa como gente civilizada. Eu disse que era só por uns dias... Se o senhor quiser que eu pare, eu paro. Cuidado com esse negócio, costuma disparar. Qual é o calibre?

– Trinta e dois.

– Prefiro trinta e oito. Mas esse parece ser muito bom...

Que marca?

– Smith-Wesson.

– Ah! Então deve ser muito bom. Cabo de madrepérola... Quanto o senhor pagou por ele?

– Cinco mil cruzeiros.

– Não foi caro. Sempre tive vontade de ter um revólver desses. Quem sabe o senhor me venderia?

– Não vim aqui para vender revólver – explodiu o outro – mas para te avisar que esse barulho...

– Não haverá mais barulho, esteja tranquilo. Agora, quanto ao revólver... Quer vender?

– O senhor está brincando...

Não estou não: pela vida de minha mãezinha. Quer saber de uma coisa? Dou dez mil por ele. Sempre tive vontade... Vamos, aceite! Dez mil, pago na hora. O homem começou a titubear. Olhou o revólver, pensativo: dez mil era um bom preço. Já pensava mesmo em vendê-lo... Olhou o dono da casa, tornou a olhar o revólver:

– Toma, é seu – decidiu-se.

          Antes de entrar na posse da arma, o comprador foi lá dentro, trouxe dez abobrinhas e estendeu-as ao vizinho. Depois, empurrou o revólver e chegou-lhe aos peitos:

– Bem, agora ponha-se daqui pra fora. E fique sabendo que eu faço o barulho que quiser e quando quiser, entendeu? Venha aqui outra vez reclamar e vai ver quem é que acaba fazendo um estrago louco.


Fernando Sabino. A Mulher do Vizinho. 2ª.ed. RJ, Ed do Autor, 1962 p.186.

A palavra ‘revólver’ é uma paroxítona terminada em R e por isso deve ser acentuada. Assinale a alternativa que apresenta todas as palavras paroxítonas.
Alternativas
Q2389101 Português

Texto - “Negócio de Ocasião”.

(por Fernando Sabino)



         Quando mandou colocar mármore no chão de seu apartamento, o vizinho de baixo veio reclamar: oito horas da manhã os operários começavam a quebrar mármore mesmo em cima de sua cabeça. Durma-se com um barulho desses!

– Está bem – concordou ele, acalmando o vizinho: - Vou mandar começar mais tarde.

Mandou que os operários só começassem a trabalhar a partir das nove horas. Dois dias depois tornava o vizinho:

– Assim não é possível. Já reclamei, o senhor prometeu, e o barulho continua! – Mas é só por uns dias – argumentou ele: - o senhor vai ter paciência ...

          E mandou que os trabalhos só se iniciassem a partir das dez horas. Com isso, pensava haver contentado o vizinho. Para surpresa sua, todavia, o homem voltou ainda para protestar, e desta vez furibundo, armado de revólver:

– Ou o senhor para com esse barulho ou faço um estrago louco.

Olhou espantado para a arma e, cordato, convidou-o a entrar:

– Não precisa se exaltar, que diabo. Vamos resolver a coisa como gente civilizada. Eu disse que era só por uns dias... Se o senhor quiser que eu pare, eu paro. Cuidado com esse negócio, costuma disparar. Qual é o calibre?

– Trinta e dois.

– Prefiro trinta e oito. Mas esse parece ser muito bom...

Que marca?

– Smith-Wesson.

– Ah! Então deve ser muito bom. Cabo de madrepérola... Quanto o senhor pagou por ele?

– Cinco mil cruzeiros.

– Não foi caro. Sempre tive vontade de ter um revólver desses. Quem sabe o senhor me venderia?

– Não vim aqui para vender revólver – explodiu o outro – mas para te avisar que esse barulho...

– Não haverá mais barulho, esteja tranquilo. Agora, quanto ao revólver... Quer vender?

– O senhor está brincando...

Não estou não: pela vida de minha mãezinha. Quer saber de uma coisa? Dou dez mil por ele. Sempre tive vontade... Vamos, aceite! Dez mil, pago na hora. O homem começou a titubear. Olhou o revólver, pensativo: dez mil era um bom preço. Já pensava mesmo em vendê-lo... Olhou o dono da casa, tornou a olhar o revólver:

– Toma, é seu – decidiu-se.

          Antes de entrar na posse da arma, o comprador foi lá dentro, trouxe dez abobrinhas e estendeu-as ao vizinho. Depois, empurrou o revólver e chegou-lhe aos peitos:

– Bem, agora ponha-se daqui pra fora. E fique sabendo que eu faço o barulho que quiser e quando quiser, entendeu? Venha aqui outra vez reclamar e vai ver quem é que acaba fazendo um estrago louco.


Fernando Sabino. A Mulher do Vizinho. 2ª.ed. RJ, Ed do Autor, 1962 p.186.

“Quando mandou colocar mármore no chão de seu apartamento, o vizinho de baixo veio reclamar: oito horas da manhã os operários começavam a quebrar mármore mesmo em cima de sua cabeça.” - Esse trecho do texto pode ser considerado:
Alternativas
Q2389100 Português

Texto - “Negócio de Ocasião”.

(por Fernando Sabino)



         Quando mandou colocar mármore no chão de seu apartamento, o vizinho de baixo veio reclamar: oito horas da manhã os operários começavam a quebrar mármore mesmo em cima de sua cabeça. Durma-se com um barulho desses!

– Está bem – concordou ele, acalmando o vizinho: - Vou mandar começar mais tarde.

Mandou que os operários só começassem a trabalhar a partir das nove horas. Dois dias depois tornava o vizinho:

– Assim não é possível. Já reclamei, o senhor prometeu, e o barulho continua! – Mas é só por uns dias – argumentou ele: - o senhor vai ter paciência ...

          E mandou que os trabalhos só se iniciassem a partir das dez horas. Com isso, pensava haver contentado o vizinho. Para surpresa sua, todavia, o homem voltou ainda para protestar, e desta vez furibundo, armado de revólver:

– Ou o senhor para com esse barulho ou faço um estrago louco.

Olhou espantado para a arma e, cordato, convidou-o a entrar:

– Não precisa se exaltar, que diabo. Vamos resolver a coisa como gente civilizada. Eu disse que era só por uns dias... Se o senhor quiser que eu pare, eu paro. Cuidado com esse negócio, costuma disparar. Qual é o calibre?

– Trinta e dois.

– Prefiro trinta e oito. Mas esse parece ser muito bom...

Que marca?

– Smith-Wesson.

– Ah! Então deve ser muito bom. Cabo de madrepérola... Quanto o senhor pagou por ele?

– Cinco mil cruzeiros.

– Não foi caro. Sempre tive vontade de ter um revólver desses. Quem sabe o senhor me venderia?

– Não vim aqui para vender revólver – explodiu o outro – mas para te avisar que esse barulho...

– Não haverá mais barulho, esteja tranquilo. Agora, quanto ao revólver... Quer vender?

– O senhor está brincando...

Não estou não: pela vida de minha mãezinha. Quer saber de uma coisa? Dou dez mil por ele. Sempre tive vontade... Vamos, aceite! Dez mil, pago na hora. O homem começou a titubear. Olhou o revólver, pensativo: dez mil era um bom preço. Já pensava mesmo em vendê-lo... Olhou o dono da casa, tornou a olhar o revólver:

– Toma, é seu – decidiu-se.

          Antes de entrar na posse da arma, o comprador foi lá dentro, trouxe dez abobrinhas e estendeu-as ao vizinho. Depois, empurrou o revólver e chegou-lhe aos peitos:

– Bem, agora ponha-se daqui pra fora. E fique sabendo que eu faço o barulho que quiser e quando quiser, entendeu? Venha aqui outra vez reclamar e vai ver quem é que acaba fazendo um estrago louco.


Fernando Sabino. A Mulher do Vizinho. 2ª.ed. RJ, Ed do Autor, 1962 p.186.

Na terceira vez que o vizinho de baixo vai reclamar, ele aparece armado e furioso, sua atitude demostrava__________. Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna.de acordo com o texto.
Alternativas
Q2389099 Português

Texto - “Negócio de Ocasião”.

(por Fernando Sabino)



         Quando mandou colocar mármore no chão de seu apartamento, o vizinho de baixo veio reclamar: oito horas da manhã os operários começavam a quebrar mármore mesmo em cima de sua cabeça. Durma-se com um barulho desses!

– Está bem – concordou ele, acalmando o vizinho: - Vou mandar começar mais tarde.

Mandou que os operários só começassem a trabalhar a partir das nove horas. Dois dias depois tornava o vizinho:

– Assim não é possível. Já reclamei, o senhor prometeu, e o barulho continua! – Mas é só por uns dias – argumentou ele: - o senhor vai ter paciência ...

          E mandou que os trabalhos só se iniciassem a partir das dez horas. Com isso, pensava haver contentado o vizinho. Para surpresa sua, todavia, o homem voltou ainda para protestar, e desta vez furibundo, armado de revólver:

– Ou o senhor para com esse barulho ou faço um estrago louco.

Olhou espantado para a arma e, cordato, convidou-o a entrar:

– Não precisa se exaltar, que diabo. Vamos resolver a coisa como gente civilizada. Eu disse que era só por uns dias... Se o senhor quiser que eu pare, eu paro. Cuidado com esse negócio, costuma disparar. Qual é o calibre?

– Trinta e dois.

– Prefiro trinta e oito. Mas esse parece ser muito bom...

Que marca?

– Smith-Wesson.

– Ah! Então deve ser muito bom. Cabo de madrepérola... Quanto o senhor pagou por ele?

– Cinco mil cruzeiros.

– Não foi caro. Sempre tive vontade de ter um revólver desses. Quem sabe o senhor me venderia?

– Não vim aqui para vender revólver – explodiu o outro – mas para te avisar que esse barulho...

– Não haverá mais barulho, esteja tranquilo. Agora, quanto ao revólver... Quer vender?

– O senhor está brincando...

Não estou não: pela vida de minha mãezinha. Quer saber de uma coisa? Dou dez mil por ele. Sempre tive vontade... Vamos, aceite! Dez mil, pago na hora. O homem começou a titubear. Olhou o revólver, pensativo: dez mil era um bom preço. Já pensava mesmo em vendê-lo... Olhou o dono da casa, tornou a olhar o revólver:

– Toma, é seu – decidiu-se.

          Antes de entrar na posse da arma, o comprador foi lá dentro, trouxe dez abobrinhas e estendeu-as ao vizinho. Depois, empurrou o revólver e chegou-lhe aos peitos:

– Bem, agora ponha-se daqui pra fora. E fique sabendo que eu faço o barulho que quiser e quando quiser, entendeu? Venha aqui outra vez reclamar e vai ver quem é que acaba fazendo um estrago louco.


Fernando Sabino. A Mulher do Vizinho. 2ª.ed. RJ, Ed do Autor, 1962 p.186.

Assinale a alternativa que preencha corretamente de acordo com o texto a afirmativa apresentada: Diante da segunda reclamação do vizinho de baixo, o vizinho de cima reagiu com __________. 
Alternativas
Q2389098 Português

Texto - “Negócio de Ocasião”.

(por Fernando Sabino)



         Quando mandou colocar mármore no chão de seu apartamento, o vizinho de baixo veio reclamar: oito horas da manhã os operários começavam a quebrar mármore mesmo em cima de sua cabeça. Durma-se com um barulho desses!

– Está bem – concordou ele, acalmando o vizinho: - Vou mandar começar mais tarde.

Mandou que os operários só começassem a trabalhar a partir das nove horas. Dois dias depois tornava o vizinho:

– Assim não é possível. Já reclamei, o senhor prometeu, e o barulho continua! – Mas é só por uns dias – argumentou ele: - o senhor vai ter paciência ...

          E mandou que os trabalhos só se iniciassem a partir das dez horas. Com isso, pensava haver contentado o vizinho. Para surpresa sua, todavia, o homem voltou ainda para protestar, e desta vez furibundo, armado de revólver:

– Ou o senhor para com esse barulho ou faço um estrago louco.

Olhou espantado para a arma e, cordato, convidou-o a entrar:

– Não precisa se exaltar, que diabo. Vamos resolver a coisa como gente civilizada. Eu disse que era só por uns dias... Se o senhor quiser que eu pare, eu paro. Cuidado com esse negócio, costuma disparar. Qual é o calibre?

– Trinta e dois.

– Prefiro trinta e oito. Mas esse parece ser muito bom...

Que marca?

– Smith-Wesson.

– Ah! Então deve ser muito bom. Cabo de madrepérola... Quanto o senhor pagou por ele?

– Cinco mil cruzeiros.

– Não foi caro. Sempre tive vontade de ter um revólver desses. Quem sabe o senhor me venderia?

– Não vim aqui para vender revólver – explodiu o outro – mas para te avisar que esse barulho...

– Não haverá mais barulho, esteja tranquilo. Agora, quanto ao revólver... Quer vender?

– O senhor está brincando...

Não estou não: pela vida de minha mãezinha. Quer saber de uma coisa? Dou dez mil por ele. Sempre tive vontade... Vamos, aceite! Dez mil, pago na hora. O homem começou a titubear. Olhou o revólver, pensativo: dez mil era um bom preço. Já pensava mesmo em vendê-lo... Olhou o dono da casa, tornou a olhar o revólver:

– Toma, é seu – decidiu-se.

          Antes de entrar na posse da arma, o comprador foi lá dentro, trouxe dez abobrinhas e estendeu-as ao vizinho. Depois, empurrou o revólver e chegou-lhe aos peitos:

– Bem, agora ponha-se daqui pra fora. E fique sabendo que eu faço o barulho que quiser e quando quiser, entendeu? Venha aqui outra vez reclamar e vai ver quem é que acaba fazendo um estrago louco.


Fernando Sabino. A Mulher do Vizinho. 2ª.ed. RJ, Ed do Autor, 1962 p.186.

Assinale a alternativa correta referente à atitude do vizinho de cima em relação à primeira queixa do vizinho de baixo.
Alternativas
Q2389097 Português

Texto - “Negócio de Ocasião”.

(por Fernando Sabino)



         Quando mandou colocar mármore no chão de seu apartamento, o vizinho de baixo veio reclamar: oito horas da manhã os operários começavam a quebrar mármore mesmo em cima de sua cabeça. Durma-se com um barulho desses!

– Está bem – concordou ele, acalmando o vizinho: - Vou mandar começar mais tarde.

Mandou que os operários só começassem a trabalhar a partir das nove horas. Dois dias depois tornava o vizinho:

– Assim não é possível. Já reclamei, o senhor prometeu, e o barulho continua! – Mas é só por uns dias – argumentou ele: - o senhor vai ter paciência ...

          E mandou que os trabalhos só se iniciassem a partir das dez horas. Com isso, pensava haver contentado o vizinho. Para surpresa sua, todavia, o homem voltou ainda para protestar, e desta vez furibundo, armado de revólver:

– Ou o senhor para com esse barulho ou faço um estrago louco.

Olhou espantado para a arma e, cordato, convidou-o a entrar:

– Não precisa se exaltar, que diabo. Vamos resolver a coisa como gente civilizada. Eu disse que era só por uns dias... Se o senhor quiser que eu pare, eu paro. Cuidado com esse negócio, costuma disparar. Qual é o calibre?

– Trinta e dois.

– Prefiro trinta e oito. Mas esse parece ser muito bom...

Que marca?

– Smith-Wesson.

– Ah! Então deve ser muito bom. Cabo de madrepérola... Quanto o senhor pagou por ele?

– Cinco mil cruzeiros.

– Não foi caro. Sempre tive vontade de ter um revólver desses. Quem sabe o senhor me venderia?

– Não vim aqui para vender revólver – explodiu o outro – mas para te avisar que esse barulho...

– Não haverá mais barulho, esteja tranquilo. Agora, quanto ao revólver... Quer vender?

– O senhor está brincando...

Não estou não: pela vida de minha mãezinha. Quer saber de uma coisa? Dou dez mil por ele. Sempre tive vontade... Vamos, aceite! Dez mil, pago na hora. O homem começou a titubear. Olhou o revólver, pensativo: dez mil era um bom preço. Já pensava mesmo em vendê-lo... Olhou o dono da casa, tornou a olhar o revólver:

– Toma, é seu – decidiu-se.

          Antes de entrar na posse da arma, o comprador foi lá dentro, trouxe dez abobrinhas e estendeu-as ao vizinho. Depois, empurrou o revólver e chegou-lhe aos peitos:

– Bem, agora ponha-se daqui pra fora. E fique sabendo que eu faço o barulho que quiser e quando quiser, entendeu? Venha aqui outra vez reclamar e vai ver quem é que acaba fazendo um estrago louco.


Fernando Sabino. A Mulher do Vizinho. 2ª.ed. RJ, Ed do Autor, 1962 p.186.

Assinale a alternativa correta que apresenta o motivo da reclamação do vizinho de baixo. 
Alternativas
Q2386366 Português
Texto II

O IBC

    O Instituto Benjamin Constant é uma instituição federal da administração direta, ligada diretamente ao gabinete do ministro da Educação e especializada na educação e atendimento de pessoas cegas e com baixa visão.
    O público atendido pelo IBC é formado por pessoas de todas as idades. De recém-nascidos atendidos pela educação precoce, passando por todas as etapas da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio profissionalizante). Desde 2019 a instituição oferece o Mestrado Profissional em Ensino na Temática da Deficiência Visual — o primeiro curso stricto sensu na área da América Latina.
    Além da educação formal, o IBC também promove a reinserção social das pessoas que perderam ou estão em processo irreversível de perda da visão — acompanhando-as e orientandoas para que reconquistem a autonomia na condição de pessoas com deficiência visual na sociedade em geral e no mundo do trabalho em particular.
    [...]
     Como centro de referência nesta área, a instituição também atua na formação especializada na educação de pessoas com deficiência visual e assessora instituições públicas e privadas no atendimento às necessidades desse público.
    Ao longo dos anos, o IBC tornou-se também um centro de pesquisas médicas no campo da oftalmologia, possuindo um dos programas de residência médica mais respeitados do País. Através desse programa, presta serviços de atendimento médico à população, realizando consultas, exames e cirurgias oftalmológicas.


(Disponível em: https://www.gov.br/ibc/pt-br/acesso-ainformacao/institucional/institucional-1. Acessado em 11/01/2024)
Em “no atendimento às necessidades desse público” (4º§), considerando-se as relações de subordinação, conclui-se que o termo destacado exerce a função sintática de: 
Alternativas
Q2386365 Português
Texto II

O IBC

    O Instituto Benjamin Constant é uma instituição federal da administração direta, ligada diretamente ao gabinete do ministro da Educação e especializada na educação e atendimento de pessoas cegas e com baixa visão.
    O público atendido pelo IBC é formado por pessoas de todas as idades. De recém-nascidos atendidos pela educação precoce, passando por todas as etapas da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio profissionalizante). Desde 2019 a instituição oferece o Mestrado Profissional em Ensino na Temática da Deficiência Visual — o primeiro curso stricto sensu na área da América Latina.
    Além da educação formal, o IBC também promove a reinserção social das pessoas que perderam ou estão em processo irreversível de perda da visão — acompanhando-as e orientandoas para que reconquistem a autonomia na condição de pessoas com deficiência visual na sociedade em geral e no mundo do trabalho em particular.
    [...]
     Como centro de referência nesta área, a instituição também atua na formação especializada na educação de pessoas com deficiência visual e assessora instituições públicas e privadas no atendimento às necessidades desse público.
    Ao longo dos anos, o IBC tornou-se também um centro de pesquisas médicas no campo da oftalmologia, possuindo um dos programas de residência médica mais respeitados do País. Através desse programa, presta serviços de atendimento médico à população, realizando consultas, exames e cirurgias oftalmológicas.


(Disponível em: https://www.gov.br/ibc/pt-br/acesso-ainformacao/institucional/institucional-1. Acessado em 11/01/2024)
O termo que introduz o terceiro parágrafo, contribui para a progressão textual estabelecendo, com a informação que o antecede, um sentido de:
Alternativas
Q2386364 Português
Texto II

O IBC

    O Instituto Benjamin Constant é uma instituição federal da administração direta, ligada diretamente ao gabinete do ministro da Educação e especializada na educação e atendimento de pessoas cegas e com baixa visão.
    O público atendido pelo IBC é formado por pessoas de todas as idades. De recém-nascidos atendidos pela educação precoce, passando por todas as etapas da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio profissionalizante). Desde 2019 a instituição oferece o Mestrado Profissional em Ensino na Temática da Deficiência Visual — o primeiro curso stricto sensu na área da América Latina.
    Além da educação formal, o IBC também promove a reinserção social das pessoas que perderam ou estão em processo irreversível de perda da visão — acompanhando-as e orientandoas para que reconquistem a autonomia na condição de pessoas com deficiência visual na sociedade em geral e no mundo do trabalho em particular.
    [...]
     Como centro de referência nesta área, a instituição também atua na formação especializada na educação de pessoas com deficiência visual e assessora instituições públicas e privadas no atendimento às necessidades desse público.
    Ao longo dos anos, o IBC tornou-se também um centro de pesquisas médicas no campo da oftalmologia, possuindo um dos programas de residência médica mais respeitados do País. Através desse programa, presta serviços de atendimento médico à população, realizando consultas, exames e cirurgias oftalmológicas.


(Disponível em: https://www.gov.br/ibc/pt-br/acesso-ainformacao/institucional/institucional-1. Acessado em 11/01/2024)
Texto I
Mirtes Aparecida da Luz
    Quando Mirtes Aparecida da Luz veio me abrir a porta, no mesmo instante em que eu dava as primeiras pancadinhas, tal foi a desenvoltura dela, que cheguei a duvidar de que a moça não enxergasse, tanto quanto eu. Com o mesmo desembaraço me apontou a cadeira, abriu a cristaleira para retirar as xícaras, coou o café e me passou os biscoitinhos caseiros, feitos por ela mesma. Só acreditei que Da Luz (a maneira pela qual ela gosta de ser chamada) não estava me enxergando do mesmo modo como eu a via, quando pediu licença para tocar o meu rosto e segurar as minhas mãos, para saber realmente com quem estava falando. E, depois de suaves toques sobre os meus cabelos, meus olhos, minha boca, e de leves tapinhas sobre as minhas mãos, concluiu que eu estava tensa. Não era ainda, portanto, a hora de começar a trocar nossas histórias. Aceitei as considerações dela. Era verdade, eu estava muito tensa. A condição de minha interlocutora me colocava em questão. Como contemplar os olhos dela encobertos por óculos escuros? Para mim, uma conversa, ainda mais que eu estava ali para ouvir, tinha de ser olho no olho. Para isso, o gravador ficava esquecido sobre a mesa e eu só me desvencilhava do olhar da depoente, ou deixava de olhá-la, quando tinha de virar ou colocar uma nova fita. E nos casos em que a narradora não me contemplava, eu podia acompanhar o olhar dela, como aconteceu, quando ouvi Campo Belo, que falava comigo, mas seu olhar estava dirigido para a foto da filha. Como acompanhar o olhar de Da Luz? Como saber para onde ela estava olhando? E, talvez adivinhando as minhas dúvidas e mesmo o meu constrangimento, horas depois de me mostrar toda a casa, de me chamar para um passeio pelas redondezas, de fazer duas belas tranças nagôs em meus cabelos, do mesmo jeito que estavam penteados os dela, Da Luz me conduziu ao seu quarto. Abriu a janela, deixando um ameno sol de final de tarde entrar, e me perguntou se eu me incomodava de conversarmos ali. – Lá fora corro o risco de me distrair com tudo que me cerca. Dizendo isso, suas mãos caminharam para o meu rosto, procurando suavemente os meus olhos. E, com gestos mais delicados ainda, seus dedos tocaram minhas pálpebras, em movimentos de cima para baixo. Levei um breve instante para entender as intenções de Da Luz. Ela queria que eu fechasse os olhos. Fechei. [...]
(EVARISTO, Conceição. Insubmissas lágrimas de mulheres. Rio de
Janeiro: Malê, 2016, p. 81-82)


Embora aproximem-se quanto à temática, os dois textos possuem diferenças estruturais. Quanto à tipologia, o segundo pode ser classificado como:
Alternativas
Q2386363 Português
Texto I

Mirtes Aparecida da Luz

     Quando Mirtes Aparecida da Luz veio me abrir a porta, no mesmo instante em que eu dava as primeiras pancadinhas, tal foi a desenvoltura dela, que cheguei a duvidar de que a moça não enxergasse, tanto quanto eu. Com o mesmo desembaraço me apontou a cadeira, abriu a cristaleira para retirar as xícaras, coou o café e me passou os biscoitinhos caseiros, feitos por ela mesma. Só acreditei que Da Luz (a maneira pela qual ela gosta de ser chamada) não estava me enxergando do mesmo modo como eu a via, quando pediu licença para tocar o meu rosto e segurar as minhas mãos, para saber realmente com quem estava falando. E, depois de suaves toques sobre os meus cabelos, meus olhos, minha boca, e de leves tapinhas sobre as minhas mãos, concluiu que eu estava tensa. Não era ainda, portanto, a hora de começar a trocar nossas histórias. Aceitei as considerações dela. Era verdade, eu estava muito tensa. A condição de minha interlocutora me colocava em questão. Como contemplar os olhos dela encobertos por óculos escuros? Para mim, uma conversa, ainda mais que eu estava ali para ouvir, tinha de ser olho no olho. Para isso, o gravador ficava esquecido sobre a mesa e eu só me desvencilhava do olhar da depoente, ou deixava de olhá-la, quando tinha de virar ou colocar uma nova fita. E nos casos em que a narradora não me contemplava, eu podia acompanhar o olhar dela, como aconteceu, quando ouvi Campo Belo, que falava comigo, mas seu olhar estava dirigido para a foto da filha. Como acompanhar o olhar de Da Luz? Como saber para onde ela estava olhando? E, talvez adivinhando as minhas dúvidas e mesmo o meu constrangimento, horas depois de me mostrar toda a casa, de me chamar para um passeio pelas redondezas, de fazer duas belas tranças nagôs em meus cabelos, do mesmo jeito que estavam penteados os dela, Da Luz me conduziu ao seu quarto. Abriu a janela, deixando um ameno sol de final de tarde entrar, e me perguntou se eu me incomodava de conversarmos ali. – Lá fora corro o risco de me distrair com tudo que me cerca. Dizendo isso, suas mãos caminharam para o meu rosto, procurando suavemente os meus olhos. E, com gestos mais delicados ainda, seus dedos tocaram minhas pálpebras, em movimentos de cima para baixo. Levei um breve instante para entender as intenções de Da Luz. Ela queria que eu fechasse os olhos. Fechei. [...]


(EVARISTO, Conceição. Insubmissas lágrimas de mulheres. Rio de Janeiro: Malê, 2016, p. 81-82)
O emprego do pronome oblíquo átono em “Da Luz me conduziu ao seu quarto” revela: 
Alternativas
Q2386362 Português
Texto I

Mirtes Aparecida da Luz

     Quando Mirtes Aparecida da Luz veio me abrir a porta, no mesmo instante em que eu dava as primeiras pancadinhas, tal foi a desenvoltura dela, que cheguei a duvidar de que a moça não enxergasse, tanto quanto eu. Com o mesmo desembaraço me apontou a cadeira, abriu a cristaleira para retirar as xícaras, coou o café e me passou os biscoitinhos caseiros, feitos por ela mesma. Só acreditei que Da Luz (a maneira pela qual ela gosta de ser chamada) não estava me enxergando do mesmo modo como eu a via, quando pediu licença para tocar o meu rosto e segurar as minhas mãos, para saber realmente com quem estava falando. E, depois de suaves toques sobre os meus cabelos, meus olhos, minha boca, e de leves tapinhas sobre as minhas mãos, concluiu que eu estava tensa. Não era ainda, portanto, a hora de começar a trocar nossas histórias. Aceitei as considerações dela. Era verdade, eu estava muito tensa. A condição de minha interlocutora me colocava em questão. Como contemplar os olhos dela encobertos por óculos escuros? Para mim, uma conversa, ainda mais que eu estava ali para ouvir, tinha de ser olho no olho. Para isso, o gravador ficava esquecido sobre a mesa e eu só me desvencilhava do olhar da depoente, ou deixava de olhá-la, quando tinha de virar ou colocar uma nova fita. E nos casos em que a narradora não me contemplava, eu podia acompanhar o olhar dela, como aconteceu, quando ouvi Campo Belo, que falava comigo, mas seu olhar estava dirigido para a foto da filha. Como acompanhar o olhar de Da Luz? Como saber para onde ela estava olhando? E, talvez adivinhando as minhas dúvidas e mesmo o meu constrangimento, horas depois de me mostrar toda a casa, de me chamar para um passeio pelas redondezas, de fazer duas belas tranças nagôs em meus cabelos, do mesmo jeito que estavam penteados os dela, Da Luz me conduziu ao seu quarto. Abriu a janela, deixando um ameno sol de final de tarde entrar, e me perguntou se eu me incomodava de conversarmos ali. – Lá fora corro o risco de me distrair com tudo que me cerca. Dizendo isso, suas mãos caminharam para o meu rosto, procurando suavemente os meus olhos. E, com gestos mais delicados ainda, seus dedos tocaram minhas pálpebras, em movimentos de cima para baixo. Levei um breve instante para entender as intenções de Da Luz. Ela queria que eu fechasse os olhos. Fechei. [...]


(EVARISTO, Conceição. Insubmissas lágrimas de mulheres. Rio de Janeiro: Malê, 2016, p. 81-82)
De acordo com o início do texto, a dúvida, apresentada pela enunciadora, em relação à deficiência visual de Da Luz deveu-se:
Alternativas
Q2386361 Português
Texto I

Mirtes Aparecida da Luz

     Quando Mirtes Aparecida da Luz veio me abrir a porta, no mesmo instante em que eu dava as primeiras pancadinhas, tal foi a desenvoltura dela, que cheguei a duvidar de que a moça não enxergasse, tanto quanto eu. Com o mesmo desembaraço me apontou a cadeira, abriu a cristaleira para retirar as xícaras, coou o café e me passou os biscoitinhos caseiros, feitos por ela mesma. Só acreditei que Da Luz (a maneira pela qual ela gosta de ser chamada) não estava me enxergando do mesmo modo como eu a via, quando pediu licença para tocar o meu rosto e segurar as minhas mãos, para saber realmente com quem estava falando. E, depois de suaves toques sobre os meus cabelos, meus olhos, minha boca, e de leves tapinhas sobre as minhas mãos, concluiu que eu estava tensa. Não era ainda, portanto, a hora de começar a trocar nossas histórias. Aceitei as considerações dela. Era verdade, eu estava muito tensa. A condição de minha interlocutora me colocava em questão. Como contemplar os olhos dela encobertos por óculos escuros? Para mim, uma conversa, ainda mais que eu estava ali para ouvir, tinha de ser olho no olho. Para isso, o gravador ficava esquecido sobre a mesa e eu só me desvencilhava do olhar da depoente, ou deixava de olhá-la, quando tinha de virar ou colocar uma nova fita. E nos casos em que a narradora não me contemplava, eu podia acompanhar o olhar dela, como aconteceu, quando ouvi Campo Belo, que falava comigo, mas seu olhar estava dirigido para a foto da filha. Como acompanhar o olhar de Da Luz? Como saber para onde ela estava olhando? E, talvez adivinhando as minhas dúvidas e mesmo o meu constrangimento, horas depois de me mostrar toda a casa, de me chamar para um passeio pelas redondezas, de fazer duas belas tranças nagôs em meus cabelos, do mesmo jeito que estavam penteados os dela, Da Luz me conduziu ao seu quarto. Abriu a janela, deixando um ameno sol de final de tarde entrar, e me perguntou se eu me incomodava de conversarmos ali. – Lá fora corro o risco de me distrair com tudo que me cerca. Dizendo isso, suas mãos caminharam para o meu rosto, procurando suavemente os meus olhos. E, com gestos mais delicados ainda, seus dedos tocaram minhas pálpebras, em movimentos de cima para baixo. Levei um breve instante para entender as intenções de Da Luz. Ela queria que eu fechasse os olhos. Fechei. [...]


(EVARISTO, Conceição. Insubmissas lágrimas de mulheres. Rio de Janeiro: Malê, 2016, p. 81-82)
Em “Dizendo isso, suas mãos caminharam para o meu rosto”, destaca-se uma oração subordinada reduzida que, mantendo-se a equivalência semântica, poderia ser substituída pela seguinte forma desenvolvida:
Alternativas
Q2386360 Português
Considere o seguinte fragmento para responder à questão seguinte.


“Com o mesmo desembaraço me apontou a cadeira, abriu a cristaleira para retirar as xícaras, coou o café e me passou os biscoitinhos caseiros, feitos por ela mesma.”
Sobre a expressão “Com o mesmo desembaraço”, é correto afirmar que possui caráter:
Alternativas
Q2386359 Português
Considere o seguinte fragmento para responder à questão seguinte.


“Com o mesmo desembaraço me apontou a cadeira, abriu a cristaleira para retirar as xícaras, coou o café e me passou os biscoitinhos caseiros, feitos por ela mesma.”
A sequência de verbos flexionados no pretérito perfeito contribui para o caráter narrativo do texto e indica ações que:
Alternativas
Q2386358 Português
Texto I

Mirtes Aparecida da Luz

     Quando Mirtes Aparecida da Luz veio me abrir a porta, no mesmo instante em que eu dava as primeiras pancadinhas, tal foi a desenvoltura dela, que cheguei a duvidar de que a moça não enxergasse, tanto quanto eu. Com o mesmo desembaraço me apontou a cadeira, abriu a cristaleira para retirar as xícaras, coou o café e me passou os biscoitinhos caseiros, feitos por ela mesma. Só acreditei que Da Luz (a maneira pela qual ela gosta de ser chamada) não estava me enxergando do mesmo modo como eu a via, quando pediu licença para tocar o meu rosto e segurar as minhas mãos, para saber realmente com quem estava falando. E, depois de suaves toques sobre os meus cabelos, meus olhos, minha boca, e de leves tapinhas sobre as minhas mãos, concluiu que eu estava tensa. Não era ainda, portanto, a hora de começar a trocar nossas histórias. Aceitei as considerações dela. Era verdade, eu estava muito tensa. A condição de minha interlocutora me colocava em questão. Como contemplar os olhos dela encobertos por óculos escuros? Para mim, uma conversa, ainda mais que eu estava ali para ouvir, tinha de ser olho no olho. Para isso, o gravador ficava esquecido sobre a mesa e eu só me desvencilhava do olhar da depoente, ou deixava de olhá-la, quando tinha de virar ou colocar uma nova fita. E nos casos em que a narradora não me contemplava, eu podia acompanhar o olhar dela, como aconteceu, quando ouvi Campo Belo, que falava comigo, mas seu olhar estava dirigido para a foto da filha. Como acompanhar o olhar de Da Luz? Como saber para onde ela estava olhando? E, talvez adivinhando as minhas dúvidas e mesmo o meu constrangimento, horas depois de me mostrar toda a casa, de me chamar para um passeio pelas redondezas, de fazer duas belas tranças nagôs em meus cabelos, do mesmo jeito que estavam penteados os dela, Da Luz me conduziu ao seu quarto. Abriu a janela, deixando um ameno sol de final de tarde entrar, e me perguntou se eu me incomodava de conversarmos ali. – Lá fora corro o risco de me distrair com tudo que me cerca. Dizendo isso, suas mãos caminharam para o meu rosto, procurando suavemente os meus olhos. E, com gestos mais delicados ainda, seus dedos tocaram minhas pálpebras, em movimentos de cima para baixo. Levei um breve instante para entender as intenções de Da Luz. Ela queria que eu fechasse os olhos. Fechei. [...]


(EVARISTO, Conceição. Insubmissas lágrimas de mulheres. Rio de Janeiro: Malê, 2016, p. 81-82)
O primeiro período do texto é composto por várias orações. Na passagem “que cheguei a duvidar”, o vocábulo destacado cumpre papel coesivo apresentando valor semântico de:
Alternativas
Q2386357 Português
Texto I

Mirtes Aparecida da Luz

     Quando Mirtes Aparecida da Luz veio me abrir a porta, no mesmo instante em que eu dava as primeiras pancadinhas, tal foi a desenvoltura dela, que cheguei a duvidar de que a moça não enxergasse, tanto quanto eu. Com o mesmo desembaraço me apontou a cadeira, abriu a cristaleira para retirar as xícaras, coou o café e me passou os biscoitinhos caseiros, feitos por ela mesma. Só acreditei que Da Luz (a maneira pela qual ela gosta de ser chamada) não estava me enxergando do mesmo modo como eu a via, quando pediu licença para tocar o meu rosto e segurar as minhas mãos, para saber realmente com quem estava falando. E, depois de suaves toques sobre os meus cabelos, meus olhos, minha boca, e de leves tapinhas sobre as minhas mãos, concluiu que eu estava tensa. Não era ainda, portanto, a hora de começar a trocar nossas histórias. Aceitei as considerações dela. Era verdade, eu estava muito tensa. A condição de minha interlocutora me colocava em questão. Como contemplar os olhos dela encobertos por óculos escuros? Para mim, uma conversa, ainda mais que eu estava ali para ouvir, tinha de ser olho no olho. Para isso, o gravador ficava esquecido sobre a mesa e eu só me desvencilhava do olhar da depoente, ou deixava de olhá-la, quando tinha de virar ou colocar uma nova fita. E nos casos em que a narradora não me contemplava, eu podia acompanhar o olhar dela, como aconteceu, quando ouvi Campo Belo, que falava comigo, mas seu olhar estava dirigido para a foto da filha. Como acompanhar o olhar de Da Luz? Como saber para onde ela estava olhando? E, talvez adivinhando as minhas dúvidas e mesmo o meu constrangimento, horas depois de me mostrar toda a casa, de me chamar para um passeio pelas redondezas, de fazer duas belas tranças nagôs em meus cabelos, do mesmo jeito que estavam penteados os dela, Da Luz me conduziu ao seu quarto. Abriu a janela, deixando um ameno sol de final de tarde entrar, e me perguntou se eu me incomodava de conversarmos ali. – Lá fora corro o risco de me distrair com tudo que me cerca. Dizendo isso, suas mãos caminharam para o meu rosto, procurando suavemente os meus olhos. E, com gestos mais delicados ainda, seus dedos tocaram minhas pálpebras, em movimentos de cima para baixo. Levei um breve instante para entender as intenções de Da Luz. Ela queria que eu fechasse os olhos. Fechei. [...]


(EVARISTO, Conceição. Insubmissas lágrimas de mulheres. Rio de Janeiro: Malê, 2016, p. 81-82)
O título do texto é o nome completo de uma personagem, um substantivo próprio. O emprego desse recurso faz com que:
Alternativas
Q2382247 Português
RELATÓRIO


         Ao término dos trabalhos integrantes da programação destinada a esta Seção, para o exercício de ......, e, em observância ao disposto no Art.12, item IV, do Regimento Interno deste Departamento, aprovado pelo Decreto nº...., de ..... de .............. de ......, apresento a V.Sª o presente Relatório, junto ao qual se expressam os índices numéricos das atividades operacionais cometidas a esta Seção e por ela executadas no referido exercício.
           [...]


(LIMA, Oliveira. Manual de redação oficial: teoria, modelos e exercícios. Rio de Janeiro: Impetus, 2003, p. 128)
O parágrafo em análise é construído por um longo período que é introduzido por uma ideia de:
Alternativas
Q2382245 Português
RELATÓRIO


         Ao término dos trabalhos integrantes da programação destinada a esta Seção, para o exercício de ......, e, em observância ao disposto no Art.12, item IV, do Regimento Interno deste Departamento, aprovado pelo Decreto nº...., de ..... de .............. de ......, apresento a V.Sª o presente Relatório, junto ao qual se expressam os índices numéricos das atividades operacionais cometidas a esta Seção e por ela executadas no referido exercício.
           [...]


(LIMA, Oliveira. Manual de redação oficial: teoria, modelos e exercícios. Rio de Janeiro: Impetus, 2003, p. 128)
A respeito do sujeito da forma verbal “se expressam”, é correto afirmar que é:
Alternativas
Q2382244 Português
Texto I


          A passagem por Budapeste se dissipara no meu cérebro. Quando a recordava, era como um rápido acidente, um fotograma que trepidasse na fita da memória. Um lance ilusório, talvez, que me dispensei de referir à Vanda ou a quem quer que fosse. É verdade que a Vanda tampouco se preocupava em saber que grandes escritores eram esses que eu encontrava todo ano, em congressos que ninguém noticiava. Talvez se defendesse de fantasiar aventuras do marido mundo afora, poetisas, dramaturgas, antropólogas que me fizessem perder o juízo e o avião de volta. Portanto, seria estúpido relatar, sem convicção, a uma Vanda que não queria ouvir, a minha madrugada solitária de Budapeste. E hoje aquela Budapeste estaria morta e sepultada, não fosse o menino levantá-la do meu sonho. Uma tentativa de se aproximar do pai, compreendi logo mais, que eu a rechaçara com uma brutalidade inexplicável. Às seis e meia em ponto das manhãs seguintes, quando mãe e filho acordavam com o despertador, me obriguei a também me por de pé. Passei a dedicar ao menino o tempo que me sobrava antes do trabalho, usado em geral para me espreguiçar, pensar na vida e ler jornais no banheiro. Agora, quando a Vanda saía para a televisão, eu ficava na copa tomando café com o meu filho. Observando-o às voltas com os sorvetes e coca-colas, procurava restaurar as feições perdidas em seu rosto flácido, e admiti que eram as de um menino muito bonito. Com a ponta do guardanapo, limpava-lhe a boca dos sucrilhos e encontrava os lábios carnudos da mãe, como da mãe eram seus olhos negros. [...]

(BUARQUE, Chico. Budapeste. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.31-32)
Em “que eu rechaçara com uma brutalidade inexplicável”, a ação apresentada é enfatizada ao ser acompanhada por uma locução, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Respostas
261: A
262: A
263: D
264: D
265: A
266: C
267: A
268: A
269: B
270: C
271: D
272: D
273: B
274: A
275: A
276: C
277: D
278: E
279: A
280: A