Questões de Concurso Sobre português para selecon

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Q3286175 Português

Leia o texto a seguir:


O céu ameaça a terra


Meninos e meninas do povo ikolen-gavião, de Rondônia, sentamse à noite ao redor da fogueira e olham o céu estrelado. Estão maravilhados, mas têm medo: um velho pajé acaba de contar como, antigamente, o céu quase esmagou a Terra.


Era muito antes dos avós dos avós dos meninos, era no começo dos tempos. A humanidade esteve por um fio: podia ser o fim do mundo. Nessa época, o céu ficava muito longe da Terra, mal dava para ver seu azul.


Um dia, ouviu-se trovejar, com estrondo ensurdecedor. O céu começou a tremer e, bem devagarinho, foi caindo, caindo. Homens, mulheres e crianças mal conseguiam ficar em pé e fugiam apavorados para debaixo das árvores ou para dentro de tocas. Só coqueiros e mamoeiros seguravam o céu, servindo de esteios, impedindo-o de colar-se à Terra. Talvez as pessoas, apesar do medo, estivessem experimentando tocar o céu com as mãos...


Nisso, um menino de 5 anos pegou algumas penas de nambu, "mawir" na língua tupi-mondé dos índios ikolens, e fez flechas. Crianças dos ikolens não podem comer essa espécie de nambu, senão ficam aleijadas. Era um nambu redondinho, como a abóbada celeste.


O céu era duríssimo, mas o menino esperto atirou suas flechas adornadas com plumas de mawir. Espanto e alívio! A cada f lechada do garotinho, o céu subia um bom pedaço. Foram três, até o céu ficar como é hoje.


Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3165/o-ceu-ameaca-a-terra. Acesso em 27/12/2024. Texto adaptado

Em “Só coqueiros e mamoeiros seguravam o céu, servindo de esteios, impedindo-o de colar-se à Terra” (3º parágrafo), a palavra destacada está substituindo um termo anterior, que é:
Alternativas
Q3286174 Português

Leia o texto a seguir:


O céu ameaça a terra


Meninos e meninas do povo ikolen-gavião, de Rondônia, sentamse à noite ao redor da fogueira e olham o céu estrelado. Estão maravilhados, mas têm medo: um velho pajé acaba de contar como, antigamente, o céu quase esmagou a Terra.


Era muito antes dos avós dos avós dos meninos, era no começo dos tempos. A humanidade esteve por um fio: podia ser o fim do mundo. Nessa época, o céu ficava muito longe da Terra, mal dava para ver seu azul.


Um dia, ouviu-se trovejar, com estrondo ensurdecedor. O céu começou a tremer e, bem devagarinho, foi caindo, caindo. Homens, mulheres e crianças mal conseguiam ficar em pé e fugiam apavorados para debaixo das árvores ou para dentro de tocas. Só coqueiros e mamoeiros seguravam o céu, servindo de esteios, impedindo-o de colar-se à Terra. Talvez as pessoas, apesar do medo, estivessem experimentando tocar o céu com as mãos...


Nisso, um menino de 5 anos pegou algumas penas de nambu, "mawir" na língua tupi-mondé dos índios ikolens, e fez flechas. Crianças dos ikolens não podem comer essa espécie de nambu, senão ficam aleijadas. Era um nambu redondinho, como a abóbada celeste.


O céu era duríssimo, mas o menino esperto atirou suas flechas adornadas com plumas de mawir. Espanto e alívio! A cada f lechada do garotinho, o céu subia um bom pedaço. Foram três, até o céu ficar como é hoje.


Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3165/o-ceu-ameaca-a-terra. Acesso em 27/12/2024. Texto adaptado

“Nessa época, o céu ficava muito longe da Terra, mal dava para ver seu azul” (2º parágrafo). Nesse trecho, a palavra destacada, em seu contexto de uso, significa:
Alternativas
Q3286173 Português

Leia o texto a seguir:


O céu ameaça a terra


Meninos e meninas do povo ikolen-gavião, de Rondônia, sentamse à noite ao redor da fogueira e olham o céu estrelado. Estão maravilhados, mas têm medo: um velho pajé acaba de contar como, antigamente, o céu quase esmagou a Terra.


Era muito antes dos avós dos avós dos meninos, era no começo dos tempos. A humanidade esteve por um fio: podia ser o fim do mundo. Nessa época, o céu ficava muito longe da Terra, mal dava para ver seu azul.


Um dia, ouviu-se trovejar, com estrondo ensurdecedor. O céu começou a tremer e, bem devagarinho, foi caindo, caindo. Homens, mulheres e crianças mal conseguiam ficar em pé e fugiam apavorados para debaixo das árvores ou para dentro de tocas. Só coqueiros e mamoeiros seguravam o céu, servindo de esteios, impedindo-o de colar-se à Terra. Talvez as pessoas, apesar do medo, estivessem experimentando tocar o céu com as mãos...


Nisso, um menino de 5 anos pegou algumas penas de nambu, "mawir" na língua tupi-mondé dos índios ikolens, e fez flechas. Crianças dos ikolens não podem comer essa espécie de nambu, senão ficam aleijadas. Era um nambu redondinho, como a abóbada celeste.


O céu era duríssimo, mas o menino esperto atirou suas flechas adornadas com plumas de mawir. Espanto e alívio! A cada f lechada do garotinho, o céu subia um bom pedaço. Foram três, até o céu ficar como é hoje.


Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3165/o-ceu-ameaca-a-terra. Acesso em 27/12/2024. Texto adaptado

Na história, o narrador é:
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Q3286172 Português

Leia o texto a seguir:


O céu ameaça a terra


Meninos e meninas do povo ikolen-gavião, de Rondônia, sentamse à noite ao redor da fogueira e olham o céu estrelado. Estão maravilhados, mas têm medo: um velho pajé acaba de contar como, antigamente, o céu quase esmagou a Terra.


Era muito antes dos avós dos avós dos meninos, era no começo dos tempos. A humanidade esteve por um fio: podia ser o fim do mundo. Nessa época, o céu ficava muito longe da Terra, mal dava para ver seu azul.


Um dia, ouviu-se trovejar, com estrondo ensurdecedor. O céu começou a tremer e, bem devagarinho, foi caindo, caindo. Homens, mulheres e crianças mal conseguiam ficar em pé e fugiam apavorados para debaixo das árvores ou para dentro de tocas. Só coqueiros e mamoeiros seguravam o céu, servindo de esteios, impedindo-o de colar-se à Terra. Talvez as pessoas, apesar do medo, estivessem experimentando tocar o céu com as mãos...


Nisso, um menino de 5 anos pegou algumas penas de nambu, "mawir" na língua tupi-mondé dos índios ikolens, e fez flechas. Crianças dos ikolens não podem comer essa espécie de nambu, senão ficam aleijadas. Era um nambu redondinho, como a abóbada celeste.


O céu era duríssimo, mas o menino esperto atirou suas flechas adornadas com plumas de mawir. Espanto e alívio! A cada f lechada do garotinho, o céu subia um bom pedaço. Foram três, até o céu ficar como é hoje.


Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3165/o-ceu-ameaca-a-terra. Acesso em 27/12/2024. Texto adaptado

A personagem principal da história é/são:
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Q3286171 Português

Leia o texto a seguir:


O céu ameaça a terra


Meninos e meninas do povo ikolen-gavião, de Rondônia, sentamse à noite ao redor da fogueira e olham o céu estrelado. Estão maravilhados, mas têm medo: um velho pajé acaba de contar como, antigamente, o céu quase esmagou a Terra.


Era muito antes dos avós dos avós dos meninos, era no começo dos tempos. A humanidade esteve por um fio: podia ser o fim do mundo. Nessa época, o céu ficava muito longe da Terra, mal dava para ver seu azul.


Um dia, ouviu-se trovejar, com estrondo ensurdecedor. O céu começou a tremer e, bem devagarinho, foi caindo, caindo. Homens, mulheres e crianças mal conseguiam ficar em pé e fugiam apavorados para debaixo das árvores ou para dentro de tocas. Só coqueiros e mamoeiros seguravam o céu, servindo de esteios, impedindo-o de colar-se à Terra. Talvez as pessoas, apesar do medo, estivessem experimentando tocar o céu com as mãos...


Nisso, um menino de 5 anos pegou algumas penas de nambu, "mawir" na língua tupi-mondé dos índios ikolens, e fez flechas. Crianças dos ikolens não podem comer essa espécie de nambu, senão ficam aleijadas. Era um nambu redondinho, como a abóbada celeste.


O céu era duríssimo, mas o menino esperto atirou suas flechas adornadas com plumas de mawir. Espanto e alívio! A cada f lechada do garotinho, o céu subia um bom pedaço. Foram três, até o céu ficar como é hoje.


Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3165/o-ceu-ameaca-a-terra. Acesso em 27/12/2024. Texto adaptado

“Homens, mulheres e crianças mal conseguiam ficar em pé e fugiam apavorados para debaixo das árvores ou para dentro de tocas” (3º parágrafo). Essa reação das pessoas ocorreu, devido:
Alternativas
Q3286170 Português

Leia o texto a seguir:


O céu ameaça a terra


Meninos e meninas do povo ikolen-gavião, de Rondônia, sentamse à noite ao redor da fogueira e olham o céu estrelado. Estão maravilhados, mas têm medo: um velho pajé acaba de contar como, antigamente, o céu quase esmagou a Terra.


Era muito antes dos avós dos avós dos meninos, era no começo dos tempos. A humanidade esteve por um fio: podia ser o fim do mundo. Nessa época, o céu ficava muito longe da Terra, mal dava para ver seu azul.


Um dia, ouviu-se trovejar, com estrondo ensurdecedor. O céu começou a tremer e, bem devagarinho, foi caindo, caindo. Homens, mulheres e crianças mal conseguiam ficar em pé e fugiam apavorados para debaixo das árvores ou para dentro de tocas. Só coqueiros e mamoeiros seguravam o céu, servindo de esteios, impedindo-o de colar-se à Terra. Talvez as pessoas, apesar do medo, estivessem experimentando tocar o céu com as mãos...


Nisso, um menino de 5 anos pegou algumas penas de nambu, "mawir" na língua tupi-mondé dos índios ikolens, e fez flechas. Crianças dos ikolens não podem comer essa espécie de nambu, senão ficam aleijadas. Era um nambu redondinho, como a abóbada celeste.


O céu era duríssimo, mas o menino esperto atirou suas flechas adornadas com plumas de mawir. Espanto e alívio! A cada f lechada do garotinho, o céu subia um bom pedaço. Foram três, até o céu ficar como é hoje.


Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3165/o-ceu-ameaca-a-terra. Acesso em 27/12/2024. Texto adaptado

A ideia principal do texto é:
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Q3286169 Português

Leia o texto a seguir:


O céu ameaça a terra


Meninos e meninas do povo ikolen-gavião, de Rondônia, sentamse à noite ao redor da fogueira e olham o céu estrelado. Estão maravilhados, mas têm medo: um velho pajé acaba de contar como, antigamente, o céu quase esmagou a Terra.


Era muito antes dos avós dos avós dos meninos, era no começo dos tempos. A humanidade esteve por um fio: podia ser o fim do mundo. Nessa época, o céu ficava muito longe da Terra, mal dava para ver seu azul.


Um dia, ouviu-se trovejar, com estrondo ensurdecedor. O céu começou a tremer e, bem devagarinho, foi caindo, caindo. Homens, mulheres e crianças mal conseguiam ficar em pé e fugiam apavorados para debaixo das árvores ou para dentro de tocas. Só coqueiros e mamoeiros seguravam o céu, servindo de esteios, impedindo-o de colar-se à Terra. Talvez as pessoas, apesar do medo, estivessem experimentando tocar o céu com as mãos...


Nisso, um menino de 5 anos pegou algumas penas de nambu, "mawir" na língua tupi-mondé dos índios ikolens, e fez flechas. Crianças dos ikolens não podem comer essa espécie de nambu, senão ficam aleijadas. Era um nambu redondinho, como a abóbada celeste.


O céu era duríssimo, mas o menino esperto atirou suas flechas adornadas com plumas de mawir. Espanto e alívio! A cada f lechada do garotinho, o céu subia um bom pedaço. Foram três, até o céu ficar como é hoje.


Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3165/o-ceu-ameaca-a-terra. Acesso em 27/12/2024. Texto adaptado

“Um dia, ouviu-se trovejar, com estrondo ensurdecedor” (3º parágrafo). A palavra destacada, em seu contexto de uso, significa:
Alternativas
Q3286168 Português

Leia o texto a seguir:


O céu ameaça a terra


Meninos e meninas do povo ikolen-gavião, de Rondônia, sentamse à noite ao redor da fogueira e olham o céu estrelado. Estão maravilhados, mas têm medo: um velho pajé acaba de contar como, antigamente, o céu quase esmagou a Terra.


Era muito antes dos avós dos avós dos meninos, era no começo dos tempos. A humanidade esteve por um fio: podia ser o fim do mundo. Nessa época, o céu ficava muito longe da Terra, mal dava para ver seu azul.


Um dia, ouviu-se trovejar, com estrondo ensurdecedor. O céu começou a tremer e, bem devagarinho, foi caindo, caindo. Homens, mulheres e crianças mal conseguiam ficar em pé e fugiam apavorados para debaixo das árvores ou para dentro de tocas. Só coqueiros e mamoeiros seguravam o céu, servindo de esteios, impedindo-o de colar-se à Terra. Talvez as pessoas, apesar do medo, estivessem experimentando tocar o céu com as mãos...


Nisso, um menino de 5 anos pegou algumas penas de nambu, "mawir" na língua tupi-mondé dos índios ikolens, e fez flechas. Crianças dos ikolens não podem comer essa espécie de nambu, senão ficam aleijadas. Era um nambu redondinho, como a abóbada celeste.


O céu era duríssimo, mas o menino esperto atirou suas flechas adornadas com plumas de mawir. Espanto e alívio! A cada f lechada do garotinho, o céu subia um bom pedaço. Foram três, até o céu ficar como é hoje.


Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/3165/o-ceu-ameaca-a-terra. Acesso em 27/12/2024. Texto adaptado

O texto anterior é um conto indígena que busca explicar:
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Q3285967 Português
TEXTO I

Por uma cultura de paz

Uma das coisas mais bonitas de ver é a atuação pacífica de mães e de pais com seus filhos, educando-os no diálogo, na alteridade, no cuidado e no respeito aos outros. Nosso dia se ilumina ao ver um adulto se portando como adulto, sendo capaz de transmitir à geração mais nova o melhor que tem em si.

Uma das coisas mais constrangedoras de ver é a atuação descontrolada de mães e de pais com seus filhos, falando em tom agressivo, agindo com brusquidão, tentando impor seu poder pela força, com palavras ou atos físicos. Entristece-nos contemplar o ciclo de agressividade se reproduzindo, com consequências que vão muito além do que os nossos olhos podem ver naquele momento.

Essas duas situações me vêm ao pensar no cenário de agressividade que tem dominado a vida pública nacional. O ciclo de violência que permeia e estrutura nossa sociedade não é um dado da natureza. É uma realidade histórica renovada diariamente. Há um passado a influenciar, mas há também uma escolha feita no tempo presente: pais violentos, professores violentos, estudantes violentos, cidadãos violentos, policiais violentos, candidatos violentos, eleitores violentos, maridos violentos, motoristas violentos. Como nossa sensibilidade reage a essas situações?

O problema não é só aqui. Conheci recentemente um casal de professores universitários americanos que se mudaram para Glasgow, na Escócia, depois que o Estado do Arkansas aprovou uma lei permitindo que estudantes portassem armas ocultas no campus. Não se sentiam seguros de dar aulas sob as novas condições. O incrível é que parcela da sociedade brasileira olha para os Estados Unidos e deseja emular a mesma loucura armamentista. É uma escolha.

A cultura da violência é o oposto da cultura democrática, que é respeito, diálogo, negociação, cooperação. É evidente, diante disso, a necessidade de promover uma cultura de paz, uma cultura verdadeiramente democrática. Não é tarefa fácil, nem simples. Mas talvez o primeiro passo seja reconhecer o problema. Não somos um país pacífico. A sociedade brasileira tem historicamente tolerado – e continua tolerando – altos índices de violência. E, pior, quando nos indignamos com a violência das nossas cidades, a resposta tem sido uma só: mais violência. Almejam-se o aumento da pena e o endurecimento das condições de cumprimento da pena. Ou seja, ainda preferimos lidar com uma questão difícil e complexa por meio de uma resposta fácil e simplista.

Se queremos uma sociedade mais pacífica, em vez de pedir penas mais altas – como se todos os problemas fossem causados pelos outros –, temos de entender as causas da cultura de violência e da cultura de paz. Há exemplos interessantes. Considerada nos anos 1970 e 1980 como uma cidade difícil e violenta, Glasgow conseguiu transformar sua realidade social por meio de políticas públicas de apoio à educação e à arte e de fortalecimento dos laços comunitários.

A paz, assim como a democracia, não vem por decreto. É uma construção diária, que começa em casa, mas passa também, entre outros âmbitos, pelas eleições e por políticas públicas efetivas. Que nossa indignação com a criminalidade e a insegurança não desemboque em descontrole irracional, mas desperte uma resposta adulta – articulada e responsável – para o problema.

CAVALCANTI, Nicolau da Rocha. Opinião. Estado de Minas, 25/09/2024. Disponível em:https://www.estadao.com.br/opiniao/nicolau-da-rocha-cavalcanti/por-umacultura-de-paz/. Acesso em: 20 out. 2024. Adaptado.


TEXTO II


porto alegre, 2016


quando você viu na tv

aquelas pessoas em fila na chuva

à noite numa estrada

na fronteira de um país que não as deseja


e quando você viu as bombas

caírem sobre cidades distantes

com aquelas casas e ruas

tão sujas e tão diferentes


e quando você viu a polícia

na praça do país estrangeiro

partir pra cima de manifestantes

com bombas de gás lacrimogêneo


não pensou duas vezes

nem trocou o canal

e foi pegar comida

na geladeira


não reparou o que vinha

que era só uma questão de tempo

não interpretou como sinal a notícia

não precisou estocar mantimentos


agora a colher cai da boca

e o barulho de bomba é ali fora

e a polícia pra cima dos teus afetos

munida de espadas, sobre cavalos


FREITAS, Angélica. In: 50 poemas de revolta. São Paulo: Companhia das Letras, 2017, p. 13-14.

A postura apresentada no Texto 02, ao longo das cinco primeiras estrofes, dialoga com a seguinte crítica proposta pelo Texto 01:
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Q3285966 Português

TEXTO II


porto alegre, 2016


quando você viu na tv

aquelas pessoas em fila na chuva

à noite numa estrada

na fronteira de um país que não as deseja


e quando você viu as bombas

caírem sobre cidades distantes

com aquelas casas e ruas

tão sujas e tão diferentes


e quando você viu a polícia

na praça do país estrangeiro

partir pra cima de manifestantes

com bombas de gás lacrimogêneo


não pensou duas vezes

nem trocou o canal

e foi pegar comida

na geladeira


não reparou o que vinha

que era só uma questão de tempo

não interpretou como sinal a notícia

não precisou estocar mantimentos


agora a colher cai da boca

e o barulho de bomba é ali fora

e a polícia pra cima dos teus afetos

munida de espadas, sobre cavalos


FREITAS, Angélica. In: 50 poemas de revolta. São Paulo: Companhia das Letras, 2017, p. 13-14.

A linguagem conotativa, ao ser empregada no verso “na fronteira de um país que não as deseja” (v. 4), confere expressividade ao texto, uma vez que:
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Q3285965 Português

TEXTO II


porto alegre, 2016


quando você viu na tv

aquelas pessoas em fila na chuva

à noite numa estrada

na fronteira de um país que não as deseja


e quando você viu as bombas

caírem sobre cidades distantes

com aquelas casas e ruas

tão sujas e tão diferentes


e quando você viu a polícia

na praça do país estrangeiro

partir pra cima de manifestantes

com bombas de gás lacrimogêneo


não pensou duas vezes

nem trocou o canal

e foi pegar comida

na geladeira


não reparou o que vinha

que era só uma questão de tempo

não interpretou como sinal a notícia

não precisou estocar mantimentos


agora a colher cai da boca

e o barulho de bomba é ali fora

e a polícia pra cima dos teus afetos

munida de espadas, sobre cavalos


FREITAS, Angélica. In: 50 poemas de revolta. São Paulo: Companhia das Letras, 2017, p. 13-14.

Em relação ao conjunto de estrofes anteriores, o verso "agora a colher cai da boca" (v. 21) marca uma quebra de expectativa e provoca o seguinte efeito de sentido:
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Q3285964 Português

TEXTO II


porto alegre, 2016


quando você viu na tv

aquelas pessoas em fila na chuva

à noite numa estrada

na fronteira de um país que não as deseja


e quando você viu as bombas

caírem sobre cidades distantes

com aquelas casas e ruas

tão sujas e tão diferentes


e quando você viu a polícia

na praça do país estrangeiro

partir pra cima de manifestantes

com bombas de gás lacrimogêneo


não pensou duas vezes

nem trocou o canal

e foi pegar comida

na geladeira


não reparou o que vinha

que era só uma questão de tempo

não interpretou como sinal a notícia

não precisou estocar mantimentos


agora a colher cai da boca

e o barulho de bomba é ali fora

e a polícia pra cima dos teus afetos

munida de espadas, sobre cavalos


FREITAS, Angélica. In: 50 poemas de revolta. São Paulo: Companhia das Letras, 2017, p. 13-14.

Entre as três primeiras estrofes e a última, são apresentadas ideias que contrastam, marcadas, sobretudo, por advérbios e locuções adverbiais. Essa oposição pode ser evidenciada, nestas estrofes, por expressões com valor semântico de:
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Q3285963 Português
TEXTO I

Por uma cultura de paz

Uma das coisas mais bonitas de ver é a atuação pacífica de mães e de pais com seus filhos, educando-os no diálogo, na alteridade, no cuidado e no respeito aos outros. Nosso dia se ilumina ao ver um adulto se portando como adulto, sendo capaz de transmitir à geração mais nova o melhor que tem em si.

Uma das coisas mais constrangedoras de ver é a atuação descontrolada de mães e de pais com seus filhos, falando em tom agressivo, agindo com brusquidão, tentando impor seu poder pela força, com palavras ou atos físicos. Entristece-nos contemplar o ciclo de agressividade se reproduzindo, com consequências que vão muito além do que os nossos olhos podem ver naquele momento.

Essas duas situações me vêm ao pensar no cenário de agressividade que tem dominado a vida pública nacional. O ciclo de violência que permeia e estrutura nossa sociedade não é um dado da natureza. É uma realidade histórica renovada diariamente. Há um passado a influenciar, mas há também uma escolha feita no tempo presente: pais violentos, professores violentos, estudantes violentos, cidadãos violentos, policiais violentos, candidatos violentos, eleitores violentos, maridos violentos, motoristas violentos. Como nossa sensibilidade reage a essas situações?

O problema não é só aqui. Conheci recentemente um casal de professores universitários americanos que se mudaram para Glasgow, na Escócia, depois que o Estado do Arkansas aprovou uma lei permitindo que estudantes portassem armas ocultas no campus. Não se sentiam seguros de dar aulas sob as novas condições. O incrível é que parcela da sociedade brasileira olha para os Estados Unidos e deseja emular a mesma loucura armamentista. É uma escolha.

A cultura da violência é o oposto da cultura democrática, que é respeito, diálogo, negociação, cooperação. É evidente, diante disso, a necessidade de promover uma cultura de paz, uma cultura verdadeiramente democrática. Não é tarefa fácil, nem simples. Mas talvez o primeiro passo seja reconhecer o problema. Não somos um país pacífico. A sociedade brasileira tem historicamente tolerado – e continua tolerando – altos índices de violência. E, pior, quando nos indignamos com a violência das nossas cidades, a resposta tem sido uma só: mais violência. Almejam-se o aumento da pena e o endurecimento das condições de cumprimento da pena. Ou seja, ainda preferimos lidar com uma questão difícil e complexa por meio de uma resposta fácil e simplista.

Se queremos uma sociedade mais pacífica, em vez de pedir penas mais altas – como se todos os problemas fossem causados pelos outros –, temos de entender as causas da cultura de violência e da cultura de paz. Há exemplos interessantes. Considerada nos anos 1970 e 1980 como uma cidade difícil e violenta, Glasgow conseguiu transformar sua realidade social por meio de políticas públicas de apoio à educação e à arte e de fortalecimento dos laços comunitários.

A paz, assim como a democracia, não vem por decreto. É uma construção diária, que começa em casa, mas passa também, entre outros âmbitos, pelas eleições e por políticas públicas efetivas. Que nossa indignação com a criminalidade e a insegurança não desemboque em descontrole irracional, mas desperte uma resposta adulta – articulada e responsável – para o problema.

CAVALCANTI, Nicolau da Rocha. Opinião. Estado de Minas, 25/09/2024. Disponível em:https://www.estadao.com.br/opiniao/nicolau-da-rocha-cavalcanti/por-umacultura-de-paz/. Acesso em: 20 out. 2024. Adaptado.
No trecho “O ciclo de violência que permeia e estrutura nossa sociedade não é um dado da natureza” (3º parágrafo), a oração adjetiva destacada se articula à expressão anterior, produzindo um sentido de:
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Q3285962 Português
TEXTO I

Por uma cultura de paz

Uma das coisas mais bonitas de ver é a atuação pacífica de mães e de pais com seus filhos, educando-os no diálogo, na alteridade, no cuidado e no respeito aos outros. Nosso dia se ilumina ao ver um adulto se portando como adulto, sendo capaz de transmitir à geração mais nova o melhor que tem em si.

Uma das coisas mais constrangedoras de ver é a atuação descontrolada de mães e de pais com seus filhos, falando em tom agressivo, agindo com brusquidão, tentando impor seu poder pela força, com palavras ou atos físicos. Entristece-nos contemplar o ciclo de agressividade se reproduzindo, com consequências que vão muito além do que os nossos olhos podem ver naquele momento.

Essas duas situações me vêm ao pensar no cenário de agressividade que tem dominado a vida pública nacional. O ciclo de violência que permeia e estrutura nossa sociedade não é um dado da natureza. É uma realidade histórica renovada diariamente. Há um passado a influenciar, mas há também uma escolha feita no tempo presente: pais violentos, professores violentos, estudantes violentos, cidadãos violentos, policiais violentos, candidatos violentos, eleitores violentos, maridos violentos, motoristas violentos. Como nossa sensibilidade reage a essas situações?

O problema não é só aqui. Conheci recentemente um casal de professores universitários americanos que se mudaram para Glasgow, na Escócia, depois que o Estado do Arkansas aprovou uma lei permitindo que estudantes portassem armas ocultas no campus. Não se sentiam seguros de dar aulas sob as novas condições. O incrível é que parcela da sociedade brasileira olha para os Estados Unidos e deseja emular a mesma loucura armamentista. É uma escolha.

A cultura da violência é o oposto da cultura democrática, que é respeito, diálogo, negociação, cooperação. É evidente, diante disso, a necessidade de promover uma cultura de paz, uma cultura verdadeiramente democrática. Não é tarefa fácil, nem simples. Mas talvez o primeiro passo seja reconhecer o problema. Não somos um país pacífico. A sociedade brasileira tem historicamente tolerado – e continua tolerando – altos índices de violência. E, pior, quando nos indignamos com a violência das nossas cidades, a resposta tem sido uma só: mais violência. Almejam-se o aumento da pena e o endurecimento das condições de cumprimento da pena. Ou seja, ainda preferimos lidar com uma questão difícil e complexa por meio de uma resposta fácil e simplista.

Se queremos uma sociedade mais pacífica, em vez de pedir penas mais altas – como se todos os problemas fossem causados pelos outros –, temos de entender as causas da cultura de violência e da cultura de paz. Há exemplos interessantes. Considerada nos anos 1970 e 1980 como uma cidade difícil e violenta, Glasgow conseguiu transformar sua realidade social por meio de políticas públicas de apoio à educação e à arte e de fortalecimento dos laços comunitários.

A paz, assim como a democracia, não vem por decreto. É uma construção diária, que começa em casa, mas passa também, entre outros âmbitos, pelas eleições e por políticas públicas efetivas. Que nossa indignação com a criminalidade e a insegurança não desemboque em descontrole irracional, mas desperte uma resposta adulta – articulada e responsável – para o problema.

CAVALCANTI, Nicolau da Rocha. Opinião. Estado de Minas, 25/09/2024. Disponível em:https://www.estadao.com.br/opiniao/nicolau-da-rocha-cavalcanti/por-umacultura-de-paz/. Acesso em: 20 out. 2024. Adaptado.
Nos períodos “Mas talvez o primeiro passo seja reconhecer o problema. Não somos um país pacífico.” (5º parágrafo), o enunciador emprega formas distintas de um mesmo verbo. Essa diferença evidencia, respectivamente, uma oposição entre:
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Q3285961 Português
TEXTO I

Por uma cultura de paz

Uma das coisas mais bonitas de ver é a atuação pacífica de mães e de pais com seus filhos, educando-os no diálogo, na alteridade, no cuidado e no respeito aos outros. Nosso dia se ilumina ao ver um adulto se portando como adulto, sendo capaz de transmitir à geração mais nova o melhor que tem em si.

Uma das coisas mais constrangedoras de ver é a atuação descontrolada de mães e de pais com seus filhos, falando em tom agressivo, agindo com brusquidão, tentando impor seu poder pela força, com palavras ou atos físicos. Entristece-nos contemplar o ciclo de agressividade se reproduzindo, com consequências que vão muito além do que os nossos olhos podem ver naquele momento.

Essas duas situações me vêm ao pensar no cenário de agressividade que tem dominado a vida pública nacional. O ciclo de violência que permeia e estrutura nossa sociedade não é um dado da natureza. É uma realidade histórica renovada diariamente. Há um passado a influenciar, mas há também uma escolha feita no tempo presente: pais violentos, professores violentos, estudantes violentos, cidadãos violentos, policiais violentos, candidatos violentos, eleitores violentos, maridos violentos, motoristas violentos. Como nossa sensibilidade reage a essas situações?

O problema não é só aqui. Conheci recentemente um casal de professores universitários americanos que se mudaram para Glasgow, na Escócia, depois que o Estado do Arkansas aprovou uma lei permitindo que estudantes portassem armas ocultas no campus. Não se sentiam seguros de dar aulas sob as novas condições. O incrível é que parcela da sociedade brasileira olha para os Estados Unidos e deseja emular a mesma loucura armamentista. É uma escolha.

A cultura da violência é o oposto da cultura democrática, que é respeito, diálogo, negociação, cooperação. É evidente, diante disso, a necessidade de promover uma cultura de paz, uma cultura verdadeiramente democrática. Não é tarefa fácil, nem simples. Mas talvez o primeiro passo seja reconhecer o problema. Não somos um país pacífico. A sociedade brasileira tem historicamente tolerado – e continua tolerando – altos índices de violência. E, pior, quando nos indignamos com a violência das nossas cidades, a resposta tem sido uma só: mais violência. Almejam-se o aumento da pena e o endurecimento das condições de cumprimento da pena. Ou seja, ainda preferimos lidar com uma questão difícil e complexa por meio de uma resposta fácil e simplista.

Se queremos uma sociedade mais pacífica, em vez de pedir penas mais altas – como se todos os problemas fossem causados pelos outros –, temos de entender as causas da cultura de violência e da cultura de paz. Há exemplos interessantes. Considerada nos anos 1970 e 1980 como uma cidade difícil e violenta, Glasgow conseguiu transformar sua realidade social por meio de políticas públicas de apoio à educação e à arte e de fortalecimento dos laços comunitários.

A paz, assim como a democracia, não vem por decreto. É uma construção diária, que começa em casa, mas passa também, entre outros âmbitos, pelas eleições e por políticas públicas efetivas. Que nossa indignação com a criminalidade e a insegurança não desemboque em descontrole irracional, mas desperte uma resposta adulta – articulada e responsável – para o problema.

CAVALCANTI, Nicolau da Rocha. Opinião. Estado de Minas, 25/09/2024. Disponível em:https://www.estadao.com.br/opiniao/nicolau-da-rocha-cavalcanti/por-umacultura-de-paz/. Acesso em: 20 out. 2024. Adaptado.
O elemento “diante disso”, ao estabelecer um vínculo coesivo entre períodos no quinto parágrafo, pode ser substituído, mantendo a equivalência de sentido, pela seguinte expressão:
Alternativas
Q3285960 Português
TEXTO I

Por uma cultura de paz

Uma das coisas mais bonitas de ver é a atuação pacífica de mães e de pais com seus filhos, educando-os no diálogo, na alteridade, no cuidado e no respeito aos outros. Nosso dia se ilumina ao ver um adulto se portando como adulto, sendo capaz de transmitir à geração mais nova o melhor que tem em si.

Uma das coisas mais constrangedoras de ver é a atuação descontrolada de mães e de pais com seus filhos, falando em tom agressivo, agindo com brusquidão, tentando impor seu poder pela força, com palavras ou atos físicos. Entristece-nos contemplar o ciclo de agressividade se reproduzindo, com consequências que vão muito além do que os nossos olhos podem ver naquele momento.

Essas duas situações me vêm ao pensar no cenário de agressividade que tem dominado a vida pública nacional. O ciclo de violência que permeia e estrutura nossa sociedade não é um dado da natureza. É uma realidade histórica renovada diariamente. Há um passado a influenciar, mas há também uma escolha feita no tempo presente: pais violentos, professores violentos, estudantes violentos, cidadãos violentos, policiais violentos, candidatos violentos, eleitores violentos, maridos violentos, motoristas violentos. Como nossa sensibilidade reage a essas situações?

O problema não é só aqui. Conheci recentemente um casal de professores universitários americanos que se mudaram para Glasgow, na Escócia, depois que o Estado do Arkansas aprovou uma lei permitindo que estudantes portassem armas ocultas no campus. Não se sentiam seguros de dar aulas sob as novas condições. O incrível é que parcela da sociedade brasileira olha para os Estados Unidos e deseja emular a mesma loucura armamentista. É uma escolha.

A cultura da violência é o oposto da cultura democrática, que é respeito, diálogo, negociação, cooperação. É evidente, diante disso, a necessidade de promover uma cultura de paz, uma cultura verdadeiramente democrática. Não é tarefa fácil, nem simples. Mas talvez o primeiro passo seja reconhecer o problema. Não somos um país pacífico. A sociedade brasileira tem historicamente tolerado – e continua tolerando – altos índices de violência. E, pior, quando nos indignamos com a violência das nossas cidades, a resposta tem sido uma só: mais violência. Almejam-se o aumento da pena e o endurecimento das condições de cumprimento da pena. Ou seja, ainda preferimos lidar com uma questão difícil e complexa por meio de uma resposta fácil e simplista.

Se queremos uma sociedade mais pacífica, em vez de pedir penas mais altas – como se todos os problemas fossem causados pelos outros –, temos de entender as causas da cultura de violência e da cultura de paz. Há exemplos interessantes. Considerada nos anos 1970 e 1980 como uma cidade difícil e violenta, Glasgow conseguiu transformar sua realidade social por meio de políticas públicas de apoio à educação e à arte e de fortalecimento dos laços comunitários.

A paz, assim como a democracia, não vem por decreto. É uma construção diária, que começa em casa, mas passa também, entre outros âmbitos, pelas eleições e por políticas públicas efetivas. Que nossa indignação com a criminalidade e a insegurança não desemboque em descontrole irracional, mas desperte uma resposta adulta – articulada e responsável – para o problema.

CAVALCANTI, Nicolau da Rocha. Opinião. Estado de Minas, 25/09/2024. Disponível em:https://www.estadao.com.br/opiniao/nicolau-da-rocha-cavalcanti/por-umacultura-de-paz/. Acesso em: 20 out. 2024. Adaptado.
Ao analisar a estrutura das palavras destacadas no trecho “Almejam-se o aumento da pena e o endurecimento das condições de cumprimento da pena” (5º parágrafo), em todas o sufixo expressa o sentido de:
Alternativas
Q3285959 Português
TEXTO I

Por uma cultura de paz

Uma das coisas mais bonitas de ver é a atuação pacífica de mães e de pais com seus filhos, educando-os no diálogo, na alteridade, no cuidado e no respeito aos outros. Nosso dia se ilumina ao ver um adulto se portando como adulto, sendo capaz de transmitir à geração mais nova o melhor que tem em si.

Uma das coisas mais constrangedoras de ver é a atuação descontrolada de mães e de pais com seus filhos, falando em tom agressivo, agindo com brusquidão, tentando impor seu poder pela força, com palavras ou atos físicos. Entristece-nos contemplar o ciclo de agressividade se reproduzindo, com consequências que vão muito além do que os nossos olhos podem ver naquele momento.

Essas duas situações me vêm ao pensar no cenário de agressividade que tem dominado a vida pública nacional. O ciclo de violência que permeia e estrutura nossa sociedade não é um dado da natureza. É uma realidade histórica renovada diariamente. Há um passado a influenciar, mas há também uma escolha feita no tempo presente: pais violentos, professores violentos, estudantes violentos, cidadãos violentos, policiais violentos, candidatos violentos, eleitores violentos, maridos violentos, motoristas violentos. Como nossa sensibilidade reage a essas situações?

O problema não é só aqui. Conheci recentemente um casal de professores universitários americanos que se mudaram para Glasgow, na Escócia, depois que o Estado do Arkansas aprovou uma lei permitindo que estudantes portassem armas ocultas no campus. Não se sentiam seguros de dar aulas sob as novas condições. O incrível é que parcela da sociedade brasileira olha para os Estados Unidos e deseja emular a mesma loucura armamentista. É uma escolha.

A cultura da violência é o oposto da cultura democrática, que é respeito, diálogo, negociação, cooperação. É evidente, diante disso, a necessidade de promover uma cultura de paz, uma cultura verdadeiramente democrática. Não é tarefa fácil, nem simples. Mas talvez o primeiro passo seja reconhecer o problema. Não somos um país pacífico. A sociedade brasileira tem historicamente tolerado – e continua tolerando – altos índices de violência. E, pior, quando nos indignamos com a violência das nossas cidades, a resposta tem sido uma só: mais violência. Almejam-se o aumento da pena e o endurecimento das condições de cumprimento da pena. Ou seja, ainda preferimos lidar com uma questão difícil e complexa por meio de uma resposta fácil e simplista.

Se queremos uma sociedade mais pacífica, em vez de pedir penas mais altas – como se todos os problemas fossem causados pelos outros –, temos de entender as causas da cultura de violência e da cultura de paz. Há exemplos interessantes. Considerada nos anos 1970 e 1980 como uma cidade difícil e violenta, Glasgow conseguiu transformar sua realidade social por meio de políticas públicas de apoio à educação e à arte e de fortalecimento dos laços comunitários.

A paz, assim como a democracia, não vem por decreto. É uma construção diária, que começa em casa, mas passa também, entre outros âmbitos, pelas eleições e por políticas públicas efetivas. Que nossa indignação com a criminalidade e a insegurança não desemboque em descontrole irracional, mas desperte uma resposta adulta – articulada e responsável – para o problema.

CAVALCANTI, Nicolau da Rocha. Opinião. Estado de Minas, 25/09/2024. Disponível em:https://www.estadao.com.br/opiniao/nicolau-da-rocha-cavalcanti/por-umacultura-de-paz/. Acesso em: 20 out. 2024. Adaptado.
A repetição do adjetivo “violentos”, no final do terceiro parágrafo, configura:
Alternativas
Q3285958 Português
TEXTO I

Por uma cultura de paz

Uma das coisas mais bonitas de ver é a atuação pacífica de mães e de pais com seus filhos, educando-os no diálogo, na alteridade, no cuidado e no respeito aos outros. Nosso dia se ilumina ao ver um adulto se portando como adulto, sendo capaz de transmitir à geração mais nova o melhor que tem em si.

Uma das coisas mais constrangedoras de ver é a atuação descontrolada de mães e de pais com seus filhos, falando em tom agressivo, agindo com brusquidão, tentando impor seu poder pela força, com palavras ou atos físicos. Entristece-nos contemplar o ciclo de agressividade se reproduzindo, com consequências que vão muito além do que os nossos olhos podem ver naquele momento.

Essas duas situações me vêm ao pensar no cenário de agressividade que tem dominado a vida pública nacional. O ciclo de violência que permeia e estrutura nossa sociedade não é um dado da natureza. É uma realidade histórica renovada diariamente. Há um passado a influenciar, mas há também uma escolha feita no tempo presente: pais violentos, professores violentos, estudantes violentos, cidadãos violentos, policiais violentos, candidatos violentos, eleitores violentos, maridos violentos, motoristas violentos. Como nossa sensibilidade reage a essas situações?

O problema não é só aqui. Conheci recentemente um casal de professores universitários americanos que se mudaram para Glasgow, na Escócia, depois que o Estado do Arkansas aprovou uma lei permitindo que estudantes portassem armas ocultas no campus. Não se sentiam seguros de dar aulas sob as novas condições. O incrível é que parcela da sociedade brasileira olha para os Estados Unidos e deseja emular a mesma loucura armamentista. É uma escolha.

A cultura da violência é o oposto da cultura democrática, que é respeito, diálogo, negociação, cooperação. É evidente, diante disso, a necessidade de promover uma cultura de paz, uma cultura verdadeiramente democrática. Não é tarefa fácil, nem simples. Mas talvez o primeiro passo seja reconhecer o problema. Não somos um país pacífico. A sociedade brasileira tem historicamente tolerado – e continua tolerando – altos índices de violência. E, pior, quando nos indignamos com a violência das nossas cidades, a resposta tem sido uma só: mais violência. Almejam-se o aumento da pena e o endurecimento das condições de cumprimento da pena. Ou seja, ainda preferimos lidar com uma questão difícil e complexa por meio de uma resposta fácil e simplista.

Se queremos uma sociedade mais pacífica, em vez de pedir penas mais altas – como se todos os problemas fossem causados pelos outros –, temos de entender as causas da cultura de violência e da cultura de paz. Há exemplos interessantes. Considerada nos anos 1970 e 1980 como uma cidade difícil e violenta, Glasgow conseguiu transformar sua realidade social por meio de políticas públicas de apoio à educação e à arte e de fortalecimento dos laços comunitários.

A paz, assim como a democracia, não vem por decreto. É uma construção diária, que começa em casa, mas passa também, entre outros âmbitos, pelas eleições e por políticas públicas efetivas. Que nossa indignação com a criminalidade e a insegurança não desemboque em descontrole irracional, mas desperte uma resposta adulta – articulada e responsável – para o problema.

CAVALCANTI, Nicolau da Rocha. Opinião. Estado de Minas, 25/09/2024. Disponível em:https://www.estadao.com.br/opiniao/nicolau-da-rocha-cavalcanti/por-umacultura-de-paz/. Acesso em: 20 out. 2024. Adaptado.
No início do texto, ao fazer uso de dois episódios em que os pais atuam de formas distintas em relação aos seus filhos, o enunciador:
Alternativas
Q3282499 Português

Leia o texto a seguir:


Um país que não sabe contar


    Sabe-se há décadas que a educação nacional, em todas as áreas, não é das melhores. Do ensino infantil à pós-graduação, o sistema educacional brasileiro patina desastrosamente, como comprovam, de tempos em tempos, as avaliações feitas com nossos estudantes. Um desses testes internacionais, o TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study, ou Tendências em Estudos Internacionais de Matemática e Ciências), cujos resultados relativos a 2023 foram divulgados este mês, colocou o país entre os piores do mundo quando o assunto é matemática.


    O TIMSS avalia estudantes do 4º e do 8º ano do ensino fundamental de mais de 50 países. No exame de matemática para estudantes do 4º ano do ensino fundamental, o Brasil terminou na 55ª posição entre 58 países, atrás de nações como Irã e Uzbequistão. Do total de alunos avaliados, apenas 49% atingiram 400 pontos, patamar de quem consegue somar e subtrair números de até três dígitos e aplicar conceitos iniciais de geometria. Os outros 51% não foram capazes de atingir esse nível. A média internacional foi de 503 pontos.


    Pior ainda foi o desempenho dos estudantes brasileiros do 8º ano do ensino fundamental. O Brasil ficou no penúltimo lugar, só ultrapassando Marrocos, com 378 pontos e atrás de países como Irã, África do Sul e Malásia. A média internacional foi de 478 pontos. A profi ciência dos alunos em ciências também foi avaliada. Nessa disciplina, o Brasil se saiu um pouco melhor, mas ainda muito atrás no ranking, fi cando em 51º, entre 58 países, no 4º ano; e em 33º lugar entre 42 países no 8º ano.


    Tamanho desastre não tem uma única causa. Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo apontam que há vários fatores envolvidos, incluindo a desmotivação dos próprios pais e familiares em cobrar melhor qualidade no ensino e se envolver diretamente no acompanhamento do que é ensinado às crianças – no Brasil, de acordo com a Constituição, a responsabilidade pela educação é compartilhada pelo Estado e pela família. Mas a família nem de longe é o fator fundamental para o baixo desempenho dos estudantes brasileiros. Esse papel cabe ao Estado e aos governos, que têm se mostrado pouco efetivos na busca por uma educação realmente de qualidade.



Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/timss-brasil-matematicapais-que-nao-sabe-contar/. Acesso em 07/01/2025. Excerto.  

“Esse papel cabe ao Estado e aos governos, que têm se mostrado pouco efetivos na busca por uma educação realmente de qualidade” (4º parágrafo). A oração introduzida pelo elemento em destaque classifica-se como:
Alternativas
Q3282498 Português

Leia o texto a seguir:


Um país que não sabe contar


    Sabe-se há décadas que a educação nacional, em todas as áreas, não é das melhores. Do ensino infantil à pós-graduação, o sistema educacional brasileiro patina desastrosamente, como comprovam, de tempos em tempos, as avaliações feitas com nossos estudantes. Um desses testes internacionais, o TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study, ou Tendências em Estudos Internacionais de Matemática e Ciências), cujos resultados relativos a 2023 foram divulgados este mês, colocou o país entre os piores do mundo quando o assunto é matemática.


    O TIMSS avalia estudantes do 4º e do 8º ano do ensino fundamental de mais de 50 países. No exame de matemática para estudantes do 4º ano do ensino fundamental, o Brasil terminou na 55ª posição entre 58 países, atrás de nações como Irã e Uzbequistão. Do total de alunos avaliados, apenas 49% atingiram 400 pontos, patamar de quem consegue somar e subtrair números de até três dígitos e aplicar conceitos iniciais de geometria. Os outros 51% não foram capazes de atingir esse nível. A média internacional foi de 503 pontos.


    Pior ainda foi o desempenho dos estudantes brasileiros do 8º ano do ensino fundamental. O Brasil ficou no penúltimo lugar, só ultrapassando Marrocos, com 378 pontos e atrás de países como Irã, África do Sul e Malásia. A média internacional foi de 478 pontos. A profi ciência dos alunos em ciências também foi avaliada. Nessa disciplina, o Brasil se saiu um pouco melhor, mas ainda muito atrás no ranking, fi cando em 51º, entre 58 países, no 4º ano; e em 33º lugar entre 42 países no 8º ano.


    Tamanho desastre não tem uma única causa. Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo apontam que há vários fatores envolvidos, incluindo a desmotivação dos próprios pais e familiares em cobrar melhor qualidade no ensino e se envolver diretamente no acompanhamento do que é ensinado às crianças – no Brasil, de acordo com a Constituição, a responsabilidade pela educação é compartilhada pelo Estado e pela família. Mas a família nem de longe é o fator fundamental para o baixo desempenho dos estudantes brasileiros. Esse papel cabe ao Estado e aos governos, que têm se mostrado pouco efetivos na busca por uma educação realmente de qualidade.



Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/timss-brasil-matematicapais-que-nao-sabe-contar/. Acesso em 07/01/2025. Excerto.  

“O Brasil ficou no penúltimo lugar, só ultrapassando Marrocos, com 378 pontos e atrás de países como Irã, África do Sul e Malásia” (3º parágrafo). Nesse trecho, as palavras em destaque são classificadas, respectivamente, como: 
Alternativas
Respostas
41: A
42: A
43: C
44: D
45: A
46: B
47: C
48: B
49: C
50: D
51: C
52: A
53: A
54: D
55: B
56: B
57: C
58: A
59: C
60: D