Questões de Concurso Sobre português para operador de eta e ete
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Otto Lara Resende ou a importância da leitura
As três coisas que mais fez na vida foram, pela ordem, ler jornais, escrever cartas e falar ao telefone.
Em 1975 confessava: “De uns anos para cá, leio jornais e revistas como verdadeiro louco. Qualquer junta médica me internaria se verificasse o tempo, o sono que perco com essa leitura perfeitamente dispensável. Gostei muito quando li no diário de João XXIII que a leitura de jornal é frívola. O Papa lia, mas era doido para parar. Como eu, só que eu no duro não quero parar. Quero diminuir.”
Acordava cedo, antes do galo, quando havia galo. Lia os jornais, todos os jornais do Rio e de São Paulo, antes do café. Telefonava, em seguida, a alguns amigos, já indignado com os fatos ou com os jornais. Amava a Deus sobre todas as coisas e o Brasil abaixo de Deus.
Depois de escrever e reescrever o artigo para a Folha, continuava na velha máquina Olivetti a bater, desesperadamente, cartas e mais cartas. Para os amigos com quem não tinha conseguido falar e sobretudo com quem tinha acabado de falar. Escrever, escrever, escrever. “Vivo, sobrevivo, dizia, porque tenho esse recado, esse telegrama a entregar”.
in. Enani &Nicola. Redação para o 2o grau.
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) sobre o texto.
( ) Escrever cartas era a segunda atividade que Otto Lara Resende mais fazia na vida.
( ) O texto fala sobre Otto Lara Resende.
( ) João XXIII achava a leitura de jornais uma atividade supérflua.
( ) O Papa gostava muito de ler jornais e queria sempre ler mais.
( ) Otto Lara Resende amava pouco o Brasil.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
É um antônimo possível do adjetivo utilizado no texto “franco”:
Texto 1
É sabido que o oeste catarinense e o sudoeste do Paraná começaram a ser ocupados, no início do século XIX, através da pecuária, em suas regiões de campo, pela criação extensiva em grandes propriedades. O resultante desse processo foi a rarefação da população em grandes espaços. Somente a partir de meados do século passado é que as áreas de florestas, que antes tinham permanecido praticamente intactas, passaram a ser ocupadas através do excedente populacional dos campos de criação de gado ou dos imigrantes provindos de outras partes do território nacional. Esse processo acabou constituindo a população cabocla com uma cultura e um modus vivendi próprios, e com a qual os imigrantes rio-grandenses iriam se defrontar.
As migrações visavam a ocupar o “espaço vazio” do oeste catarinense, dentro do projeto capitalista do governo, já que essa região era vista como perigosa e inóspita, um verdadeiro deserto a ser povoado para nele se produzir. As companhias colonizadoras, então, começaram a fazer investimentos e vender as glebas das áreas de florestas.
Nesse ínterim, entre os descendentes de imigrantes italianos do Rio Grande do Sul (Serra Gaúcha e regiões circunvizinhas), estava ocorrendo um fato conjuntural que veio ao encontro do interesse pela colonização do oeste catarinense. A estrutura fundiária das regiões de imigração rio-grandenses era baseada em pequenos lotes de terra. Essas pequenas propriedades não podiam mais ser desmembradas porque tornar-se- -iam inviáveis economicamente. Daí o deserdamento sistemático e necessário, forçando os colonos e seus descendentes a novas migrações para novas colônias, onde se reproduziu o modelo fundiário anterior.
ZAMBIASI, José Luiz. Lembranças de velhos. Chapecó: Universitária
Grifos, 2000, p. 28-29. [Fragmento adaptado].