Questões de Concurso Público TJM-SP 2023 para Escrevente Técnico Judiciário
Foram encontradas 3 questões
Ano: 2023
Banca:
VUNESP
Órgão:
TJM-SP
Prova:
VUNESP - 2023 - TJM-SP - Escrevente Técnico Judiciário |
Q2263828
Português
Texto associado
Contrato de Namoro
Diferentemente do que muitos pensam, a Lei no 9.278, que regulamenta a união estável, não possui nenhuma regra que determine morar na mesma residência ou mesmo um prazo mínimo de convivência para enquadrar uma relação amorosa como união estável.
Segundo o Código Civil, para que uma relação seja considerada união estável, é preciso que seja duradoura, pública, contínua e com objetivo de constituir família.
Em razão da existência de casais que decidiram morar juntos, porém mantendo uma relação de namoro, é evidente que a Justiça enfrenta dificuldades em diferenciar namoro de união estável.
Portanto, embora o namoro seja duradouro, público, dotado de intimidades, isso não resulta que as partes vivam como se casadas fossem, ainda que dividam o mesmo teto. Por mais sólido que seja um namoro, o casal pode não querer constituir família.
Assim, visando estancar as obrigações jurídicas derivadas do término do relacionamento, muitos escolhem formular um Contrato de Namoro, que poderá ser feito no cartório, com duas testemunhas, e apresentar tanto cláusulas comuns como outras adicionadas pelo casal.
Nas cláusulas comuns, os contratantes farão a declaração de que possuem um namoro, sem qualquer tipo de vínculo matrimonial; a declaração de independência econômica, ou seja, de que são autônomos financeiramente; e a declaração de que, em eventual dissolução do namoro, o outro não terá direito à pensão alimentícia nem direito de sucessão e herança. Por fim, os contratantes devem atestar que não têm interesse em ter filhos juntos e, em caso de gravidez, que não haverá conversão do namoro em união estável, todavia os direitos da criança serão resguardados.
O respectivo contrato resulta das constantes mudanças nas relações da sociedade, e o Direito tem por finalidade regular essas relações, reformulando leis, pois é essencial trazer segurança jurídica para os indivíduos.
(Samira de Mendonça Tanus Madeira. https://www.estadao.com.br/politica/ blog-do-fausto-macedo/para-que-serve-um-contrato-de-namoro-e-quaissao-os-reflexos-juridicos/?utm_source=estadao:mail&utm_medium=link Texto publicado em 04.07.2023. Adaptado)
Com base nas informações do texto, é correto afirmar
que o Contrato de Namoro
Ano: 2023
Banca:
VUNESP
Órgão:
TJM-SP
Prova:
VUNESP - 2023 - TJM-SP - Escrevente Técnico Judiciário |
Q2263833
Português
Texto associado
Leia um trecho do texto “Entre a orquídea e o presépio”, de
Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.
A moça ficou noiva do primo — foi há tanto tempo. Casamento, depois da festa de igreja, era a maior festa na cidade
casmurra, de ferro e tédio. O noivo seguia para a casa da
noiva, à frente de um cortejo. Cavalheiros e damas, aos pares, de braço dado, em fila, subindo e descendo, descendo e
subindo ruas ladeirentas. Meninos na retaguarda, é claro, naquele tempo criança não tinha vez. Solenidade de procissão,
sem padre e cantoria. Janelas ficavam mais abertas para espiar. Só uma casa se mantinha rigorosamente alheia, como
vazia. É que morava lá a antiga namorada do noivo — o gênio dos dois não combinava, tinham chegado a compromisso,
logo desfeito.
Murmurava-se que, à passagem do cortejo em frente àquela casa, o noivo seria agravado. Não houve nada:
silêncio, portas e janelas cerradas, apenas. E o cortejo seguia
brilhante, levando o noivo filho de “coronel” fazendeiro, gente
de muita circunstância, rumo à casa do doutor juiz, gente de
igual altura. A casa era “o sobrado”, assim a chamavam por
sua imponência de massa e requinte: escadaria de pedra, em
dois lanços, amplo frontispício1
abrindo em sacadas, sob a
cimalha2
a estatueta de louça-da-china3
— espetáculo.
E houve o casamento e houve o jantar comemorativo e
houve o baile, com a quadrilha fazendo ressoar no soalho
de tábuas a música dos tacões dos homens, dos saltos das
mulheres.
A noiva era uma risonha morena saudável, o noivo um
passional tímido, amavam-se. E lá se foram para a fazenda
longe, fim do mundo ou quase, onde as notícias demoravam
uma, duas semanas para chegar. Que dia sai o cargueiro4
?
Que dia ele volta? Voltava com revistas, cartas, moldes de
roupas, açúcar, fósforos, ar da cidade, vento do mundo.
Começaram a nascer as meninas. Dava muita menina
naquele casal. Como educá-las? A dona de casa virou professora, virou uma escola inteira, se preciso virava universidade.
(Elenco de cronistas modernos. José Olympio Editora. Adaptado)
1. frontispício: fachada principal.
2. cimalha: parte mais alta das paredes.
3. louça-da-china: porcelana.
4. cargueiro: pessoa que conduz animais de carga.
Pelas informações do texto, pode-se afirmar corretamente
que a noiva e o noivo, respectivamente:
Ano: 2023
Banca:
VUNESP
Órgão:
TJM-SP
Prova:
VUNESP - 2023 - TJM-SP - Escrevente Técnico Judiciário |
Q2263835
Português
Texto associado
Leia um trecho do texto “Entre a orquídea e o presépio”, de
Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.
A moça ficou noiva do primo — foi há tanto tempo. Casamento, depois da festa de igreja, era a maior festa na cidade
casmurra, de ferro e tédio. O noivo seguia para a casa da
noiva, à frente de um cortejo. Cavalheiros e damas, aos pares, de braço dado, em fila, subindo e descendo, descendo e
subindo ruas ladeirentas. Meninos na retaguarda, é claro, naquele tempo criança não tinha vez. Solenidade de procissão,
sem padre e cantoria. Janelas ficavam mais abertas para espiar. Só uma casa se mantinha rigorosamente alheia, como
vazia. É que morava lá a antiga namorada do noivo — o gênio dos dois não combinava, tinham chegado a compromisso,
logo desfeito.
Murmurava-se que, à passagem do cortejo em frente àquela casa, o noivo seria agravado. Não houve nada:
silêncio, portas e janelas cerradas, apenas. E o cortejo seguia
brilhante, levando o noivo filho de “coronel” fazendeiro, gente
de muita circunstância, rumo à casa do doutor juiz, gente de
igual altura. A casa era “o sobrado”, assim a chamavam por
sua imponência de massa e requinte: escadaria de pedra, em
dois lanços, amplo frontispício1
abrindo em sacadas, sob a
cimalha2
a estatueta de louça-da-china3
— espetáculo.
E houve o casamento e houve o jantar comemorativo e
houve o baile, com a quadrilha fazendo ressoar no soalho
de tábuas a música dos tacões dos homens, dos saltos das
mulheres.
A noiva era uma risonha morena saudável, o noivo um
passional tímido, amavam-se. E lá se foram para a fazenda
longe, fim do mundo ou quase, onde as notícias demoravam
uma, duas semanas para chegar. Que dia sai o cargueiro4
?
Que dia ele volta? Voltava com revistas, cartas, moldes de
roupas, açúcar, fósforos, ar da cidade, vento do mundo.
Começaram a nascer as meninas. Dava muita menina
naquele casal. Como educá-las? A dona de casa virou professora, virou uma escola inteira, se preciso virava universidade.
(Elenco de cronistas modernos. José Olympio Editora. Adaptado)
1. frontispício: fachada principal.
2. cimalha: parte mais alta das paredes.
3. louça-da-china: porcelana.
4. cargueiro: pessoa que conduz animais de carga.
Considere as passagens do texto.
• Cavalheiros e damas, aos pares, de braço dado, em fila, subindo e descendo, descendo e subindo ruas ladeirentas. (1o parágrafo)
• E lá se foram para a fazenda longe, fim do mundo ou quase, onde as notícias demoravam uma, duas semanas para chegar. (4o parágrafo)
Os trechos destacados fazem referência, correta e respectivamente,
• Cavalheiros e damas, aos pares, de braço dado, em fila, subindo e descendo, descendo e subindo ruas ladeirentas. (1o parágrafo)
• E lá se foram para a fazenda longe, fim do mundo ou quase, onde as notícias demoravam uma, duas semanas para chegar. (4o parágrafo)
Os trechos destacados fazem referência, correta e respectivamente,