Questões de Concurso Público TJ-SP 2021 para Escrevente Técnico Judiciário
Foram encontradas 3 questões
Q1841054
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Amor é para gastar
Na economia da vida, o maior desperdício é fazer poupança de amor. Prejuízo na certa. Amor é para gastar, mostrar, ostentar. O amor, aliás, é a mais saudável forma de ostentação que existe no mundo.
Vai por mim, amar é luxo só. Triste de quem sente e esconde, de quem sente e fica no joguinho dramático, de quem
sente e guarda a sete chaves. Sinto muito.
Amor é da boca para fora. Amor é um escândalo que
não se abafa. “Eu te amo” é para ser dito, desbocadamente.
Guardar “eu te amo” é prejudicial à saúde.
Na economia amorosa, só existe pagamento à vista, missa de corpo presente. O amor não se parcela, não admite
suaves prestações.
Não existe essa de amor só amanhã, como na placa do
fiado do boteco. Amor é hoje, aqui, agora... Amor não se sonega, amor é tudo a declarar.
(Xico Sá, “Amor é para gastar”. Em: http://www.itatiaia.com.br)
Releia as passagens do texto.
• Na economia amorosa, só existe pagamento à vista, missa de corpo presente. O amor não se parcela... • Não existe essa de amor só amanhã, como na placa do fiado do boteco. Amor é hoje... • Amor não se sonega, amor é tudo a declarar.
Na organização e estruturação das informações no texto, conclui-se corretamente que, em cada par de expressões destacadas, as relações entre as ideias se baseiam no sentido de
• Na economia amorosa, só existe pagamento à vista, missa de corpo presente. O amor não se parcela... • Não existe essa de amor só amanhã, como na placa do fiado do boteco. Amor é hoje... • Amor não se sonega, amor é tudo a declarar.
Na organização e estruturação das informações no texto, conclui-se corretamente que, em cada par de expressões destacadas, as relações entre as ideias se baseiam no sentido de
Q1841059
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Perto do apagão
________a falta de chuvas nos últimos dois meses, inferiores ao padrão já escasso do mesmo período de 2020,
ficou mais evidente a ameaça ________ a geração de energia
se mostre insuficiente para manter o fornecimento até novembro, quando se encerra o período seco.
Novas simulações do Operador Nacional do Sistema
(ONS) mostram agravamento, com destaque para a região
Sul, onde o nível dos reservatórios até 24 de agosto caiu para
30,7% – a projeção anterior apontava para 50% no fechamento do mês.
Mesmo no cenário mais favorável, que pressupõe um
amplo conjunto de medidas, como acionamento de grande
capacidade de geração térmica, importação de energia e
postergação de manutenção de equipamentos, o país chegaria ________ novembro praticamente sem sobra de potência, o
que amplia a probabilidade de apagões.
Embora se espere que tais medidas sejam suficientes
para evitar racionamento neste ano, não se descartam sobressaltos pontuais, no contexto da alta demanda ________ o
sistema será submetido.
Se o regime de chuvas no verão não superar a média
dos últimos anos, a margem de manobra para 2022 será ainda menor. Calcula-se que, nesse quadro, a geração térmica,
mais cara, tenha de permanecer durante todo o período úmido, o que seria algo inédito.
Desde já o país precisa considerar os piores cenários e
agir com toda a prudência possível, com foco em investimentos na geração, modernização de turbinas em hidrelétricas
antigas e planejamento para ampliar a resiliência do sistema.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 27.08.2021. Adaptado)
Nas passagens “postergação de manutenção de equipamentos” (3º parágrafo), “o que seria algo inédito”
(4º parágrafo) e “ampliar a resiliência do sistema”
(6º parágrafo), os termos destacados têm como sinônimos, correta e respectivamente:
Q1841063
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Vida ao natural
Pois no Rio tinha um lugar com uma lareira. E quando
ela percebeu que, além do frio, chovia nas árvores, não pôde
acreditar que tanto lhe fosse dado. O acordo do mundo com
aquilo que ela nem sequer sabia que precisava como numa
fome. Chovia, chovia. O fogo aceso pisca para ela e para o
homem. Ele, o homem, se ocupa do que ela nem sequer lhe
agradece; ele atiça o fogo na lareira, o que não lhe é senão
dever de nascimento. E ela – que é sempre inquieta, fazedora de coisas e experimentadora de curiosidades – pois ela
nem lembra sequer de atiçar o fogo; não é seu papel, pois
se tem o seu homem para isso. Não sendo donzela, que o
homem então cumpra a sua missão. O mais que ela faz é às
vezes instigá-lo: “aquela acha*”, diz-lhe, “aquela ainda não
pegou”. E ele, um instante antes que ela acabe a frase que o
esclareceria, ele por ele mesmo já notara a acha, homem seu
que é, e já está atiçando a acha. Não a comando seu, que é a
mulher de um homem e que perderia seu estado se lhe desse
ordem. A outra mão dele, a livre, está ao alcance dela. Ela
sabe, e não a toma. Quer a mão dele, sabe que quer, e não a
toma. Tem exatamente o que precisa: pode ter.
Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não
pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se
ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre
acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o
momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja.
Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre
do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde,
flameja.
(Clarice Lispector, Os melhores contos
[seleção Walnice Nogueira Galvão], 1996)
* pequeno pedaço de madeira usado para lenha
Identifica-se termo empregado em sentido figurado no
trecho: