Questões de Concurso Público Prefeitura de Suzano - SP 2019 para Assistente Social

Foram encontradas 6 questões

Q2031144 Português
Paisagem com figuras

          Em meados dos anos 60, o poeta João Cabral de Mello Neto jantava na cantina Fiorentina, no Leme, com seus colegas Fernando Pessoa Ferreira e Felix de Athayde, pernambucanos como ele. Em certo momento, ouviu-se um rumor na varanda e João Cabral perguntou o que estava acontecendo. “É o Chacrinha, que acabou de chegar”, informou Fernando. 

        “Chacrinha? Quem é Chacrinha?”, quis saber João Cabral. “É um apresentador de tevê, muito famoso”, disseram. Cônsul do Brasil em Barcelona, com raras vindas ao Rio e famoso por não se interessar por música e tomar dez aspirinas por dia para a dor de cabeça, o poeta estava por fora do que acontecia por aqui.

       E, mesmo que estivesse a par, não podia haver ninguém menos Chacrinha do que João Cabral. Na sua poesia grave e desidratada, altamente cerebral, as palavras eram de pedra; os cães, sem plumas; e as facas, só lâminas. Já Chacrinha, o divino palhaço, era o barroco em Technicolor, embora a tevê ainda fosse em preto e branco. Em seu programa, apresentava os piores cantores do Brasil, atirava bacalhau para a plateia e promovia concursos de comer barata. Os comunicólogos ainda não o tinham descoberto como símbolo do “mau gosto genial”.

       Chacrinha entrou ventando pela Fiorentina, cercado de dez ou quinze aspones. Ao passar pela mesa de João Cabral, estacou e olhou-o fixamente. Então, abriu os braços e exclamou: “Cabral!!!”. O poeta levou um susto, mas não deixou a bola cair: “Abelardo!!!”, respondeu. Levantou-se no ato e os dois se jogaram nos braços um do outro, aos soluços. O poeta João Cabral de Mello Neto e o apresentador Abelardo “Chacrinha” Barbosa, colegas de curso primário no Colégio Marista, do Recife, e que não se viam havia mais de 30 anos, tinham acabado de se reencontrar, reconhecer e abraçar. É o Brasil. (Ruy Castro. A arte de querer bem. Rio de Janeiro, Estação Brasil, 2018) 
Ao narrar o reencontro entre o poeta João Cabral de Mello Neto e o apresentador Abelardo Barbosa, o autor traz uma reflexão bem-humorada sobre
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Q2031145 Português
Paisagem com figuras

          Em meados dos anos 60, o poeta João Cabral de Mello Neto jantava na cantina Fiorentina, no Leme, com seus colegas Fernando Pessoa Ferreira e Felix de Athayde, pernambucanos como ele. Em certo momento, ouviu-se um rumor na varanda e João Cabral perguntou o que estava acontecendo. “É o Chacrinha, que acabou de chegar”, informou Fernando. 

        “Chacrinha? Quem é Chacrinha?”, quis saber João Cabral. “É um apresentador de tevê, muito famoso”, disseram. Cônsul do Brasil em Barcelona, com raras vindas ao Rio e famoso por não se interessar por música e tomar dez aspirinas por dia para a dor de cabeça, o poeta estava por fora do que acontecia por aqui.

       E, mesmo que estivesse a par, não podia haver ninguém menos Chacrinha do que João Cabral. Na sua poesia grave e desidratada, altamente cerebral, as palavras eram de pedra; os cães, sem plumas; e as facas, só lâminas. Já Chacrinha, o divino palhaço, era o barroco em Technicolor, embora a tevê ainda fosse em preto e branco. Em seu programa, apresentava os piores cantores do Brasil, atirava bacalhau para a plateia e promovia concursos de comer barata. Os comunicólogos ainda não o tinham descoberto como símbolo do “mau gosto genial”.

       Chacrinha entrou ventando pela Fiorentina, cercado de dez ou quinze aspones. Ao passar pela mesa de João Cabral, estacou e olhou-o fixamente. Então, abriu os braços e exclamou: “Cabral!!!”. O poeta levou um susto, mas não deixou a bola cair: “Abelardo!!!”, respondeu. Levantou-se no ato e os dois se jogaram nos braços um do outro, aos soluços. O poeta João Cabral de Mello Neto e o apresentador Abelardo “Chacrinha” Barbosa, colegas de curso primário no Colégio Marista, do Recife, e que não se viam havia mais de 30 anos, tinham acabado de se reencontrar, reconhecer e abraçar. É o Brasil. (Ruy Castro. A arte de querer bem. Rio de Janeiro, Estação Brasil, 2018) 
Na construção de sentido do texto, estabelecem entre si relação de oposição as seguintes expressões do terceiro parágrafo:
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Q2031146 Português
Paisagem com figuras

          Em meados dos anos 60, o poeta João Cabral de Mello Neto jantava na cantina Fiorentina, no Leme, com seus colegas Fernando Pessoa Ferreira e Felix de Athayde, pernambucanos como ele. Em certo momento, ouviu-se um rumor na varanda e João Cabral perguntou o que estava acontecendo. “É o Chacrinha, que acabou de chegar”, informou Fernando. 

        “Chacrinha? Quem é Chacrinha?”, quis saber João Cabral. “É um apresentador de tevê, muito famoso”, disseram. Cônsul do Brasil em Barcelona, com raras vindas ao Rio e famoso por não se interessar por música e tomar dez aspirinas por dia para a dor de cabeça, o poeta estava por fora do que acontecia por aqui.

       E, mesmo que estivesse a par, não podia haver ninguém menos Chacrinha do que João Cabral. Na sua poesia grave e desidratada, altamente cerebral, as palavras eram de pedra; os cães, sem plumas; e as facas, só lâminas. Já Chacrinha, o divino palhaço, era o barroco em Technicolor, embora a tevê ainda fosse em preto e branco. Em seu programa, apresentava os piores cantores do Brasil, atirava bacalhau para a plateia e promovia concursos de comer barata. Os comunicólogos ainda não o tinham descoberto como símbolo do “mau gosto genial”.

       Chacrinha entrou ventando pela Fiorentina, cercado de dez ou quinze aspones. Ao passar pela mesa de João Cabral, estacou e olhou-o fixamente. Então, abriu os braços e exclamou: “Cabral!!!”. O poeta levou um susto, mas não deixou a bola cair: “Abelardo!!!”, respondeu. Levantou-se no ato e os dois se jogaram nos braços um do outro, aos soluços. O poeta João Cabral de Mello Neto e o apresentador Abelardo “Chacrinha” Barbosa, colegas de curso primário no Colégio Marista, do Recife, e que não se viam havia mais de 30 anos, tinham acabado de se reencontrar, reconhecer e abraçar. É o Brasil. (Ruy Castro. A arte de querer bem. Rio de Janeiro, Estação Brasil, 2018) 
Está empregada com sentido figurado a palavra destacada no seguinte trecho do texto:
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Q2031148 Português
Paisagem com figuras

          Em meados dos anos 60, o poeta João Cabral de Mello Neto jantava na cantina Fiorentina, no Leme, com seus colegas Fernando Pessoa Ferreira e Felix de Athayde, pernambucanos como ele. Em certo momento, ouviu-se um rumor na varanda e João Cabral perguntou o que estava acontecendo. “É o Chacrinha, que acabou de chegar”, informou Fernando. 

        “Chacrinha? Quem é Chacrinha?”, quis saber João Cabral. “É um apresentador de tevê, muito famoso”, disseram. Cônsul do Brasil em Barcelona, com raras vindas ao Rio e famoso por não se interessar por música e tomar dez aspirinas por dia para a dor de cabeça, o poeta estava por fora do que acontecia por aqui.

       E, mesmo que estivesse a par, não podia haver ninguém menos Chacrinha do que João Cabral. Na sua poesia grave e desidratada, altamente cerebral, as palavras eram de pedra; os cães, sem plumas; e as facas, só lâminas. Já Chacrinha, o divino palhaço, era o barroco em Technicolor, embora a tevê ainda fosse em preto e branco. Em seu programa, apresentava os piores cantores do Brasil, atirava bacalhau para a plateia e promovia concursos de comer barata. Os comunicólogos ainda não o tinham descoberto como símbolo do “mau gosto genial”.

       Chacrinha entrou ventando pela Fiorentina, cercado de dez ou quinze aspones. Ao passar pela mesa de João Cabral, estacou e olhou-o fixamente. Então, abriu os braços e exclamou: “Cabral!!!”. O poeta levou um susto, mas não deixou a bola cair: “Abelardo!!!”, respondeu. Levantou-se no ato e os dois se jogaram nos braços um do outro, aos soluços. O poeta João Cabral de Mello Neto e o apresentador Abelardo “Chacrinha” Barbosa, colegas de curso primário no Colégio Marista, do Recife, e que não se viam havia mais de 30 anos, tinham acabado de se reencontrar, reconhecer e abraçar. É o Brasil. (Ruy Castro. A arte de querer bem. Rio de Janeiro, Estação Brasil, 2018) 
A expressão destacada em “E, mesmo que estivesse a par, não podia haver ninguém menos Chacrinha do que João Cabral.” pode ser corretamente substituída, com o sentido preservado, por
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Q2031154 Português
Relógio
Ao redor da vida do homem
há certas caixas de vidro,
dentro das quais, como em jaula,
se ouve palpitar um bicho.

Se são jaulas não é certo;
mais perto estão das gaiolas
ao menos, pelo tamanho
e quadradiço de forma.

Umas vezes, tais gaiolas
vão penduradas nos muros;
outras vezes, mais privadas,
vão num bolso, num dos pulsos.

Mas onde esteja: a gaiola
será de pássaro ou pássara:
é alada a palpitação,
a saltação que ela guarda;

e de pássaro cantor,
não pássaro de plumagem:
pois delas se emite um canto
de uma tal continuidade.

(João Cabral de Melo Neto. Obra completa.
Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1995)
No poema, são palavras que estabelecem uma relação de equivalência de sentido com relógio:
Alternativas
Respostas
1: C
2: D
3: D
4: A
5: A