Questões de Concurso Público Prefeitura de Pombos - PE 2017 para Enfermeiro

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Q1315493 Português
(1) O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “O animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.
(2) A advertência é preciosa: não devemos esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.
(3) Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz: “Teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música etc.) é bom; fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas”.
(4) Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?
(5) Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim. Afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeitos conosco mesmos é considerar-nos terminados e constrangidos ao possível da condição do momento.
(6) Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, EMAGRECER etc.), ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: Por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição. Todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.
(7) Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
(8) Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica. Para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando… Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce „não pronta‟, e vai se fazendo. Eu, no ano em que estamos, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada). O mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado, e não no presente.
(9) Demora um pouco para entender tudo isso. Aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”…

Mário Sérgio Cortella. Disponível em: http://www.contioutra.com/o-animal-satisfeito-dorme-texto-de-mario-sergio-cortella. Acesso em:
30/09/17. Adaptado.
Um título adequado, que sintetiza a ideia global do Texto, é:
Alternativas
Q1315495 Português
(1) O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “O animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.
(2) A advertência é preciosa: não devemos esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.
(3) Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz: “Teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música etc.) é bom; fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas”.
(4) Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?
(5) Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim. Afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeitos conosco mesmos é considerar-nos terminados e constrangidos ao possível da condição do momento.
(6) Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, EMAGRECER etc.), ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: Por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição. Todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.
(7) Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
(8) Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica. Para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando… Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce „não pronta‟, e vai se fazendo. Eu, no ano em que estamos, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada). O mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado, e não no presente.
(9) Demora um pouco para entender tudo isso. Aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”…

Mário Sérgio Cortella. Disponível em: http://www.contioutra.com/o-animal-satisfeito-dorme-texto-de-mario-sergio-cortella. Acesso em:
30/09/17. Adaptado.
No que se refere a elementos relacionadores presentes no Texto, analise as afirmações a seguir.
I. No 1º parágrafo, para compreender a informação de que “o que o escritor tão bem percebeu é que...” o leitor deve inferir que “o escritor” faz referência a “Guimarães Rosa”, citado no início do texto. II. No exemplo inserido no 3º parágrafo – “Por isso, quando alguém diz „fiquei muito satisfeito com você‟” –, o termo sublinhado, claramente, faz referência explícita ao leitor do texto. III. No seguinte trecho do 4º parágrafo: “Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela...”, a compreensão do segmento destacado é possibilitada pela relação que, na nossa cultura, fazemos entre “tela” e “filme”. IV. No 8º parágrafo, na afirmação de que “Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira.”, o leitor deve compreender que o termo sublinhado, apesar da ausência do artigo, corresponde à forma pronominal “a gente”.
Estão CORRETAS, apenas:
Alternativas
Q1315500 Português
(1) O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “O animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.
(2) A advertência é preciosa: não devemos esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.
(3) Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz: “Teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música etc.) é bom; fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas”.
(4) Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?
(5) Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim. Afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeitos conosco mesmos é considerar-nos terminados e constrangidos ao possível da condição do momento.
(6) Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, EMAGRECER etc.), ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: Por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição. Todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.
(7) Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
(8) Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica. Para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando… Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce „não pronta‟, e vai se fazendo. Eu, no ano em que estamos, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada). O mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado, e não no presente.
(9) Demora um pouco para entender tudo isso. Aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”…

Mário Sérgio Cortella. Disponível em: http://www.contioutra.com/o-animal-satisfeito-dorme-texto-de-mario-sergio-cortella. Acesso em:
30/09/17. Adaptado.
Texto 2
E vamos à luta

Eu acredito é na rapaziada Que segue em frente e segura o rojão Eu ponho fé é na fé da moçada Que não foge da fera e enfrenta o leão Eu vou à luta é com essa juventude Que não corre da raia a troco de nada Eu vou no bloco dessa mocidade Que não tá na saudade e constrói a manhã desejada [...]
Gonzaguinha. Letra disponível em: https://www.letras.mus.br/gonzaguinha/259335. Acesso em: 30/09/17. Excerto.

Do ponto de vista temático, é possível identificar pontos de contato entre os Textos 1 e 2. Assim, é CORRETO afirmar que, em ambos esses textos:
Alternativas
Q1315501 Português
Texto 2
E vamos à luta

Eu acredito é na rapaziada Que segue em frente e segura o rojão Eu ponho fé é na fé da moçada Que não foge da fera e enfrenta o leão Eu vou à luta é com essa juventude Que não corre da raia a troco de nada Eu vou no bloco dessa mocidade Que não tá na saudade e constrói a manhã desejada [...]
Gonzaguinha. Letra disponível em: https://www.letras.mus.br/gonzaguinha/259335. Acesso em: 30/09/17. Excerto.

Nós, falantes de uma língua, temos variadas maneiras de dizer o que queremos dizer, dependendo da situação comunicativa em que nos encontramos e de nossas intenções na interação. Considerando que os sentidos se fazem na situação interativa, é CORRETO afirmar que, no Texto 2:
Alternativas
Q1315502 Português

Imagem associada para resolução da questão


Com base no modo como o Texto se organiza e no conteúdo que veicula, é CORRETO afirmar que ele está apoiado, prioritariamente, no discurso

Alternativas
Respostas
1: E
2: A
3: D
4: E
5: B