Questões de Concurso Público Câmara de Criciúma - SC 2021 para Auditor Contábil, Edital nº 01
Foram encontradas 45 questões
Ano: 2021
Banca:
Unesc
Órgão:
Câmara de Criciúma - SC
Prova:
Unesc - 2021 - Câmara de Criciúma - SC - Auditor Contábil - Edital nº 01 |
Q1876314
Português
A literatura brasileira é reconhecida em todo o mundo por seus romancistas, cronistas e
poetas. Dentre eles, destaca-se Carlos Drummond de Andrade (1902 — 1987), mineiro de
uma pequena cidade que apesar de ser mais conhecido como poeta também escreveu
algumas crônicas. Dentre elas, “Furto de flor”, que foi publicada na obra Contos
Plausíveis (1985) que parte de uma ação simples, um episódio do cotidiano que acaba
suscitando reflexões e sentimentos profundos. A crônica está transcrita abaixo.
“Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava e eu furtei a flor. Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem. Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico das flores. Eu a furtara, eu a via morrer. Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me: – Que idéia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!”
As crônicas são textos fictícios que retratam e nos fazem refletir sobre ações cotidianas. Assinale a alternativa que apresenta uma interpretação correta da crônica lida.
“Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava e eu furtei a flor. Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem. Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico das flores. Eu a furtara, eu a via morrer. Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me: – Que idéia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!”
As crônicas são textos fictícios que retratam e nos fazem refletir sobre ações cotidianas. Assinale a alternativa que apresenta uma interpretação correta da crônica lida.
Ano: 2021
Banca:
Unesc
Órgão:
Câmara de Criciúma - SC
Prova:
Unesc - 2021 - Câmara de Criciúma - SC - Auditor Contábil - Edital nº 01 |
Q1876315
Português
Nos textos escritos é necessário observar o correto uso dos pronomes. Uma das tarefas mais
difíceis para quem escreve é garantir que haja uniformidade de tratamento, ou seja, ao se
utilizar um pronome em segunda pessoa, como “tu”, todos os demais pronomes e verbos
devem seguir a mesma pessoa do discurso. A substituição de objetos diretos e indiretos por
pronomes também causa estranheza principalmente quando se compara a escrita à fala. Na
frase “Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água”, o pronome “a” substitui a palavra
“flor”, querendo dizer “Trouxe a flor para casa e coloquei a flor em um copo com [agua”. Abaixo
há uma frase em que o uso do pronome está incorreto. Identifique-a a partir da conceituação
aqui expressa.
Ano: 2021
Banca:
Unesc
Órgão:
Câmara de Criciúma - SC
Prova:
Unesc - 2021 - Câmara de Criciúma - SC - Auditor Contábil - Edital nº 01 |
Q1876316
Português
Há muitas diferenças no uso de determinadas palavras se compararmos o português do Brasil
com o português de Portugal. Também há diferenças quando comparamos a fala com a
escrita. Observe esta frase: “Eu a furtara, eu a via morrer.” O pronome “a” nos seus dois usos
está em situação proclítica”, ou seja, está sendo usado antes do verbo, muito mais comum na
fala de Portugal do que na do Brasil. Assinale a alternativa em que o uso do pronome está
correto conforme prevê a norma padrão.
Ano: 2021
Banca:
Unesc
Órgão:
Câmara de Criciúma - SC
Prova:
Unesc - 2021 - Câmara de Criciúma - SC - Auditor Contábil - Edital nº 01 |
Q1876317
Português
Fernando Sabino (1923 — 2004), escritor e jornalista nascido em Belo Horizonte, faz uma
viagem bem-humorada às suas origens na crônica "Conversinha mineira". O texto publicado
na obra A Mulher do Vizinho (1962) utiliza um registro de linguagem bastante próximo da
oralidade, reproduzindo uma conversa banal. Leia a crônica e assinale a alternativa que
retrata a situação vivida pelos personagens no texto.
— É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo? — Sei dizer não senhor: não tomo café. — Você é dono do café, não sabe dizer? — Ninguém tem reclamado dele não senhor. — Então me dá café com leite, pão e manteiga. — Café com leite só se for sem leite. — Não tem leite? — Hoje, não senhor. — Por que hoje não? — Porque hoje o leiteiro não veio. — Ontem ele veio? — Ontem não. — Quando é que ele vem? — Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem. Só que no dia que devia vir em geral não vem. — Mas ali fora está escrito “Leiteria”! — Ah, isso está, sim senhor. — Quando é que tem leite? — Quando o leiteiro vem. — Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê? — O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada? — Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade? — Sei dizer não senhor: eu não sou daqui. — E há quanto tempo o senhor mora aqui? — Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos. — Já dava para saber como vai indo a situação, não acha? — Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem. — Para que Partido? — Para todos os Partidos, parece. — Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui. — Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida... — E o Prefeito? — Que é que tem o Prefeito? — Que tal o Prefeito daqui? — O Prefeito? É tal e qual eles falam dele. — Que é que falam dele? — Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito. — Você, certamente, já tem candidato. — Quem, eu? Estou esperando as plataformas. — Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa? — Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí...
— É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo? — Sei dizer não senhor: não tomo café. — Você é dono do café, não sabe dizer? — Ninguém tem reclamado dele não senhor. — Então me dá café com leite, pão e manteiga. — Café com leite só se for sem leite. — Não tem leite? — Hoje, não senhor. — Por que hoje não? — Porque hoje o leiteiro não veio. — Ontem ele veio? — Ontem não. — Quando é que ele vem? — Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem. Só que no dia que devia vir em geral não vem. — Mas ali fora está escrito “Leiteria”! — Ah, isso está, sim senhor. — Quando é que tem leite? — Quando o leiteiro vem. — Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê? — O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada? — Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade? — Sei dizer não senhor: eu não sou daqui. — E há quanto tempo o senhor mora aqui? — Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos. — Já dava para saber como vai indo a situação, não acha? — Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem. — Para que Partido? — Para todos os Partidos, parece. — Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui. — Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida... — E o Prefeito? — Que é que tem o Prefeito? — Que tal o Prefeito daqui? — O Prefeito? É tal e qual eles falam dele. — Que é que falam dele? — Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito. — Você, certamente, já tem candidato. — Quem, eu? Estou esperando as plataformas. — Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa? — Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí...
Ano: 2021
Banca:
Unesc
Órgão:
Câmara de Criciúma - SC
Prova:
Unesc - 2021 - Câmara de Criciúma - SC - Auditor Contábil - Edital nº 01 |
Q1876318
Português
A pronúncia das palavras não reflete a forma como elas são escritas. Neste trecho, por
exemplo, a palavra “leiteiro”, apesar de possuir dois ditongos orais decrescentes num um
processo que denominamos “monotongação”, ou seja, o ditongo desaparece na fala dando
lugar a apenas uma vogal. A maioria das pessoas pronuncia “leitero”.
— Não tem leite? — Hoje, não senhor. — Por que hoje não? — Porque hoje o leiteiro não veio.
Assinale a opção em que o processo de monotongação não ocorre na fala cotidiana.
— Não tem leite? — Hoje, não senhor. — Por que hoje não? — Porque hoje o leiteiro não veio.
Assinale a opção em que o processo de monotongação não ocorre na fala cotidiana.