Questões de Concurso Público UFU-MG 2020 para Médico - Medicina de Família e Comunidade

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Q1379905 Português

    Ao entregar o rebanho ao pastor, o proprietário anota o número de animais: uma pedrinha para cada ovelha. Assim, na volta da pastagem poderá conferir que nenhuma foi perdida (ou comida…).

    Repetidos ao longo de milênios, rituais como este acabaram levando à compreensão de que o rebanho e o monte de pedrinhas têm algo abstrato em comum: o número de objetos.

    Foi muito lento. “Muitas eras devem ter passado antes que o homem descobrisse que um casal de pássaros e um par de dias são ambos ocorrências do número 2”, ponderou o filósofo Bertrand Russel. Mais do que qualquer outra coisa, foram nossos dedos que contribuíram para essa construção abstrata. “É à possibilidade de articular os dez dedos que a humanidade deve o seu êxito no cálculo”, escreveu o historiador Tobias Dantzig.

    Vestígios estão presentes em muitos idiomas. Por exemplo, em português e outras línguas usamos “dígito” (“dedo”, em latim) como sinônimo de algarismo. Mas o indício mais notável da origem anatômica do número está no fato de quase todo o mundo usar o sistema decimal de numeração.

    É um sistema posicional, o valor de cada “dígito” depende da posição. Por exemplo, em 3.333 o “3” da direita vale 3 mesmo, o próximo vale 30=3x10, o seguinte 300=3x10² e o da esquerda 3.000=3x10³.

    Por que usamos 10, e não outro número, como a base desse sistema numeração? Simplesmente porque temos 10 dedos nas mãos e, desde tempos imemoriais, os usamos para contar. Mas a humanidade experimentou outras bases.

    Alguns povos antigos da Oceania usaram a base 5. Talvez contassem com uma só mão, usando a outra como indicador, enquanto seguravam a arma debaixo do braço? Na base 5, há apenas cinco dígitos (0 a 4) e, por exemplo, 3.333 representa o número 3+3x5+3x5²+3x5³, ou seja, 468 (na base 10). Os símbolos V=5, L=50 e D=500 na numeração romana sinalizam um uso antigo da base 5.

    Outros povos, em todos os continentes, usaram a base 20. Presumivelmente, contavam também com os pés... Existem vestígios em línguas como o francês (80 é “quatre-vingts”) e o inglês (“3-score” significa 60). Já os babilônios criaram um sistema posicional de base 60. Devemos a eles a divisão da hora em 60 minutos e do minuto em 60 segundos.

    Para quem está habituado ao sistema decimal, bases maiores do que 10 apresentam um inconveniente: é necessário inventar símbolos para os dígitos acima de 9. Na base 16, muito utilizada em programação, são usadas letras: A é 10, B é 11, C é 12, D é 13, E é 14 e F é 15. Quanto é 3E8 vezes 5DC nessa base?

VIANA, Marcelo Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloviana/ 2020/01/aprendemos-a-contar-com-os-dedos.shtml Acesso em: 05 fev.2020. (Fragmento)

De acordo com o texto e com suas características, assinale a alternativa que explicita o objetivo do autor.
Alternativas
Q1379906 Português

    Hidrogéis são redes tridimensionais de polímeros – naturais ou sintéticos – capazes de reter grande quantidade de água em sua estrutura. Outra característica importante é a elasticidade desses compostos.

    Uma das novas aplicações, desenvolvida no Canadá, é um sensor que, grudado à pele, transforma estímulos mecânicos, como tensão e deformação, e outros sinais, como umidade, em sinais elétricos. O dispositivo foi batizado de AISkin (de pele iônica artificial em inglês), e os primeiros resultados foram publicados na revista Materials Horizons.

    A previsão é que o sensor possa incrementar tecnologias vestíveis em áreas diversas. No artigo, os cientistas relatam testes bem-sucedidos com a detecção do movimento de um dedo da mão, o que poderia ajudar, na área da saúde, o acompanhamento de processos de reabilitação, por exemplo. Outro teste foi feito com um touch pad (painel sensível ao toque) grudado à mão de uma pessoa, no qual foi possível controlar ações em um jogo eletrônico no computador.

    A inspiração para o novo sensor veio diretamente da pele humana, uma rede polimérica com presença de uma variedade de sensores neurais. Esses sensores transformam os estímulos recebidos – como um aperto de mão ou a aproximação do fogo – em sinais elétricos pelo transporte de íons (átomos eletricamente carregados, positiva ou negativamente, por terem perdido ou ganhado elétrons). Essa capacidade é chamada de transdução – a transformação de estímulo ou sinal de um tipo em outro. [...]

Pezzo, Mariana Disponível em: https://sinteses.blogfolha.uol.com.br/2020/01/23/de-piscina-de-ions-a-bebedouro-de-bacterias-o-potencial-do-hidrogel/ Acesso em: 23 jan. 2020. (Fragmento) 

De acordo com o texto acima, assinale a alternativa cujo trecho requer novas informações a fim de permitir rever opiniões e crenças desfavoráveis ao fato narrado.
Alternativas
Q1379907 Português

    Para a maioria das pessoas, perder a carteira ou a bolsa é mais do que um inconveniente. Embora os celulares agora permitam fazer pagamentos, armazenem documentos e nos ajudem a achar o caminho de casa, ainda há algo tranquilizador em ter tudo isso em versão física.

    Além disso, a perda desses itens pode significar ter de passar pelo inconveniente de cancelar cartões ou trocar as fechaduras de sua casa.

    Mas há um lugar em que você tem uma probabilidade grande de encontrar seus pertences: Tóquio.

    Com a população da cidade se aproximando rapidamente de 14 milhões de pessoas, milhões de itens desaparecem a cada ano. Mas um número impressionante deles volta para casa.

    Em 2018, mais de 545 mil documentos de identificação foram devolvidos a seus proprietários pela Polícia Metropolitana de Tóquio — 73% do total dos que foram perdidos. Da mesma forma, 130 mil telefones celulares (83%) e 240 mil carteiras (65%) foram devolvidos aos seus donos. Frequentemente, isso foi feito no mesmo dia.

    Tais atos de integridade não são tão raros no Japão, país natal de Behrens. "[Para os japoneses] é algo do tipo 'É claro que eles devolveriam'", diz. De certa forma, tornou-se incomum não devolver um item perdido. Isso sim seria uma surpresa. [...]

William Park e Johanna Airth Disponível em: Future https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-51214484 Acesso em: 04 fev. 2010. (Fragmento)

De acordo com o texto, assinale a alternativa cujo emprego do termo ou da expressão NÃO estabelece relação com o segmento anterior para promover a continuidade do texto e marcar sua temática.
Alternativas
Q1379908 Português

    Após o tsunami que atingiu o nordeste do Japão em 2011, muitos ficaram desabrigados, sem bens, comida ou água. Mas, mesmo na adversidade, muitas pessoas colocaram as necessidades dos outros à frente das suas próprias. Behrens compara isso ao ethos budista de gaman — pensar nos outros, e não em si mesmo.

    Foi amplamente divulgado pela imprensa que houve significativamente menos saques nas áreas afetadas do Japão do que em áreas similarmente devastadas em outros países. O fato de haver saques foi fora do comum, diz Tamura. No entanto, ele aponta para um exemplo que revela uma visão fascinante da psique humana.

     "Depois que os reatores nucleares de Fukushima falharam por causa do terremoto de 2011, a área ficou isolada por meses devido à alta radiação", diz Tamura.

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Tamura descreve o conceito de hito no me, o "olho da sociedade". Mesmo sem a presença da polícia, nenhum roubo ocorrerá enquanto houver hito no me. Mas, em um lugar onde não há ninguém, ocorrem furtos. [...]

William Park e Johanna Airth Disponível em: Future https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-51214484 Acesso em: 04 fev. 2010. (Fragmento)

No excerto acima, foi suprimida uma parte importante do texto, indicada com um tracejado, que lhe dá continuidade de sentido. Assinale a alternativa que, ao ser inserida nessa parte, completa o sentido do texto.
Alternativas
Respostas
5: B
6: A
7: C
8: B