Questões de Concurso Público Prefeitura de Fortaleza - CE 2022 para Professor - História

Foram encontradas 9 questões

Q1957438 História

Portanto, Vossa Alteza, que tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da sua salvação. E prazerá a Deus que com pouco trabalho seja assim.

Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios, que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos. Neste dia, enquanto ali andaram, dançaram e bailaram sempre com os nossos, ao som dum tamboril dos nossos, em maneira que são muito mais nossos amigos que nós seus.

(Carta de Pero Vaz de Caminha. Disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf.)


Na Carta de Pero Vaz, podemos ver o choque cultural que os portugueses têm com os nativos da América, tendo como referência seus próprios hábitos que estranham como ser possível viver sem a palavra de Deus e sem o alimento dos europeus. Nesse sentido, com relação aos acontecimentos do século XV e à descoberta de novas terras, podemos considerar que:


I- Em meio à crise da Igreja Católica com o Protestantismo, a descoberta de novos povos foi considerada como uma saída para a crise e para a catequização dos nativos para aumentar o número de fiéis, mesmo indo de encontro aos interesses da Coroa portuguesa na dominação dos povos nativos.

II- O Novo Mundo tinha um imaginário fantástico na sociedade portuguesa, havia crenças da existência de monstros, de sereias e de animais gigantes, criando uma áurea de medo e de curiosidade. Assim, Pero Vaz vê os nativos como povos estranhos, mas com uma inocência que possibilita a dominação da Igreja.

III- A descrição de Caminha mostra um olhar eurocêntrico de sociedade que é contrastada com a realidade dos povos nativos, que vai ser considerada por ele como povos inocentes por andar sem roupas, não comer das comidas europeias e nem usar as mesmas armas. Essa inocência é incivilidade.

IV- Não houve um choque de culturas porque os europeus já tinham uma ideia do que iriam encontrar, pois tinham como objetivo seguir para um caminho marítimo para a Índia, então, ao se deparar com os povos pardos, pensaram que pudessem ter chegado ao seu destino final inicialmente.

V- Considerando a Carta de Caminha, percebemos um olhar de superioridade comum aos povos europeus nesse momento, quando se deparam com povos diferentes apesar da descoberta de novas terras e de povos ter causado um grande problema para a Igreja Católica que afirmava não haver vida além do oceano Atlântico.


Estão CORRETAS: 

Alternativas
Q1957440 História

O açúcar chega ao Brasil


A primeira vez que se mencionou o açúcar e a intenção de implantar uma produção desse gênero no Brasil foi em 1516, quando o rei d. Manuel ordenou que se distribuíssem machados, enxadas e demais ferramentas “às pessoas que fossem povoar o Brasil e que se procurasse um homem prático capaz de ali dar princípio a um engenho de açúcar...” Como se pode notar, a ideia era obter lucro com a nova terra, antes que ela se transformasse num problema. E era esse o “sentido da colonização”: povoar; mas sempre pensando no bem da metrópole.

(SCHWARCZ, Lilia Moritz. Brasil: Uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 53-54.)


A citação acima nos fala da intenção do rei D. Manuel em trazer o plantio da cana de açúcar e iniciar um ciclo muito rentável de produção que o sistema colonial prometia. Assim, sobre o sistema colonial no Brasil, podemos considerar que:


I- Apesar de D. Manuel ter intenção de plantar de imediato a cana-de-açúcar no Brasil, o plantio só se concretizou em 1530 com a mão de obra escrava indígena inicialmente e a criação de engenhos de açúcar e de um Governo-Geral.

II- A primeira capitania a receber as mudas de cana-de-açúcar foi a de São Vicente, Martin Afonso construiu o primeiro engenho de açúcar que ficou conhecido como o Engenho do Governador em 1532, tendo sucesso na plantação.

III- O sistema colonial visava explorar uma diversidade de matéria-prima para abastecer as metrópoles e evitar que tivessem prejuízos. As colônias tinham diversas atividades da exploração do pau-brasil, da cana-de-açúcar e dos minérios.

IV- Em 1534, D. João implantou o sistema de capitanias hereditárias para facilitar o povoamento e a produção de cana-de-açúcar para a metrópole. Os donatários administravam, por conta própria, o sistema que não prosperou em todas.

V- A escravidão indígena de imediato foi promissora e com pouca resistência, porém, ao se converter ao Cristianismo, se recusavam a serem escravos em suas próprias terras, passando a resistir violentamente a sua escravidão.


Estão CORRETAS:

Alternativas
Q1957441 História

Não há sombra de dúvidas sobre o papel central desempenhado pelos mulçumanos na Rebelião de 1835. Os rebeldes - ou uma boa parte deles - foram para as ruas com as roupas usadas na Bahia pelos adeptos do Islamismo. No corpo dos muitos que morreram, a polícia encontrou amuletos mulçumanos e papéis com as rezas e as passagens do Qur’ãn usados para proteção. Essas e outras marcas da revolta levaram o chefe de polícia Francisco Gonçalves Martins a concluir o óbvio: “o certo”, escreveu ele, “é que a religião tinha a sua parte na sublevação”. Seguia a observação que “os chefes faziam persuadir aos miseráveis, que certos papéis os livrariam da morte”. E outro Francisco Martins o presidente: “Parece-me que o fanatismo religioso também entrava nessa conspiração”.

(REIS, João Jose. Rebelião escrava no Brasil: A História do levante dos Malês em 1835. São Paulo; Companhia das Letras. 2003, p. 158.)


O Período Regencial do Brasil foi um momento de muita turbulência diante dos descontentamentos dos três povos: brasileiros, escravos e indígenas, deflagrando várias rebeliões pelo país chamada de movimento nativista. O trecho acima fala da Revolta dos Malês na Bahia. Podemos considerar sobre a Revolta que:


I- Foi um movimento racial religioso, no qual escravos mulçumanos organizaram para reivindicar o fim da escravidão e da imposição do Catolicismo e ter liberdade de culto religioso.

II- Os escravos foram convertidos ao Islamismo já no Brasil e fizeram parte de uma tentativa de fundação de uma república islâmica para aumentar a religião no país.

III- Foi considerado um movimento de fanatismo religioso, pois os malês eram escravos mulçumanos que, por causa dos dogmas do Islamismo, não queriam aceitar a escravidão.

IV- O Brasil era receptivo ao Islamismo, por isso aceitou a entrada de africanos mulçumanos para servirem de escravos, já que eles não tinham alfabetização e não eram ameaça.

V- O dia escolhido da rebelião foi 25 de janeiro, data importante para os mulçumanos, a chamada Noite de Glória, que é o dia em que o Corão foi revelado a Maomé, tornando um marco.


Estão CORRETAS:

Alternativas
Q1957442 História

Mais prudente e refletido do que os seus vizinhos espanhóis, o Brasil mediu a grandeza do objeto: derrubar o antigo edifício e erguer o novo; conheceu-se com forças de o fazer, e assim o tem felizmente executado sem se precipitar na torrente de desgraças que nem os Iturbides, nem os S. Martines, nem os Bolívares, com todos os seus talentos, são capazes de suster. Para nos convencermos, pois, desta verdade, acompanhemos as duas potências na sua revolução, e vejamos o futuro que uma e outra nos promete. [...] Tal tem sido a marcha do Brasil no curso da sua regeneração; marcha que tem constituído das suas diferentes partes um todo colossal, que o torna respeitável aos estranhos, formidável aos inimigos, e afiança para o futuro à perpetuidade do seu sistema.

(Diário do Governo n.28, 05/02/1823, grifos no original). (Fonte: PIMENTA, João Paulo G. A independência do Brasil como uma revolução: história e atualidade de um tema clássico. História da historiografia- Ouro Preto- n. 3, Set. de 2009, p. 52-82.)


Neste ano, estamos comemorando o bicentenário da Independência do Brasil, tema e muitos trabalhos historiográficos no século XX, por sua perspectiva conservadora, levaram a vários questionamentos sobre o nosso rompimento com a metrópole portuguesa. Com relação ao processo de independência da América Latina que foi com o uso da força e da violência, nosso processo pareceu mais pacífico, sendo, por isso, elogiado, nos jornais da época, como nos mostra a citação acima. Nesse sentido, podemos considerar que o processo de Independência foi:


I- Diferente da América Latina pela presença da Família Real que tornou o Brasil a sede do Império, criando uma estrutura de metrópole para comportar a corte que chegou aqui fugida em 1808.

II- Considerado revolucionário hoje porque houve um rompimento do sistema colonial, abrindo as portas para o Capitalismo Industrial do café e da cana-de-açúcar mesmo mantendo o sistema escravista.

III- Mediado pelos fazendeiros e pelos políticos que defendiam a manutenção da escravidão sob o argumento que não saberiam utilizar outra forma de mão de obra que não fosse a escrava, colocando em risco a economia.

IV- Revolucionária, mas não rompeu com o sistema colonial e com a quebra de monopólio comercial que era imposto por Portugal e Espanha, marcando uma transição do Feudalismo para o Capitalismo.

V- Manteve a monarquia e o sistema escravista por causa da política conciliatória entre os fazendeiros de cana-de-açúcar e de café, marcando a permanência feudal no modo de produção.


Estão CORRETAS:

Alternativas
Q1957444 História
A chegada da Família Real portuguesa no Brasil, em 1808, trouxe novos rumos para a construção do Estado-nação brasileiro. No período do Império, D. Pedro II buscou formar uma identidade nacional, ficando conhecido como patrono das artes e das ciências. Nesse sentido, as principais medidas que refletem essa intenção são:
Alternativas
Respostas
1: A
2: D
3: C
4: B
5: A