Questões de Concurso Público UFRJ 2015 para Auxiliar em Administração - Atividades Culturais de Divulgação Científica

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Q502202 Português
TEXTO 4

                                           CIENTISTA VÊ RELAÇÃO ENTRE O CLIMA NO
                                          SUDESTE E OS '184 MILHÕES DE CAMPOS DE
                                                          FUTEBOL DESMATADOS'


imagem-003.jpg                                       Árvores são queimadas na Amazônia para a atividade
                                                                  agrícola - NACHO DOCE / REUTERS


       RIO — O cientista Antônio Pereira Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),  lançou anteontem o estudo “O Futuro Climático da Amazônia", no qual relaciona a seca no Sudeste ao desmatamento.

       Qual a relação entre a Floresta Amazônica e o clima do Sudeste?

       O Sudeste fica numa faixa onde há desertos no resto  do mundo: o Atacama, na América do Sul, e o Kalahari,  na África. Por que não temos deserto? Por causa dos  rios voadores, correntes de umidade que vêm da Amazônia e provocam chuvas no Sudeste. O problema é  que arrebentamos a cabeceira desses rios aéreos.

       Só o desmatamento ajuda a explicar a seca?

       A situação é gravíssima. O problema não é só em  São Paulo ou no Espírito Santo. É mundial. É o aquecimento global, é o desmatamento, tudo junto. Nos últimos 40 anos, a Amazônia perdeu, com corte raso e degradação, o equivalente a 184 milhões de campos de futebol. O sistema ambiental está em crise, e o custo de  não resolver essa crise é altíssimo, é a nossa vida.

       O que fazer?

       Primeiro, tomar conhecimento do tamanho do problema. Depois, precisamos replantar nossas florestas. O terceiro ponto é envolver os governos, os empresários e as elites, que têm uma procrastinação  criminosa.

                                                                                                                               O Globo, 01, nov.2014
Na conclusão do texto 4, ao defender o seu ponto de vista, o escritor selecionou o vocábulo procrastinação com referência às atitudes criminosas de governos, empresários e elites no tratamento da questão do desmatamento. Para ser coerente com seu posicionamento, o vocábulo em destaque deve ser compreendido como:
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Q502203 Português
TEXTO 5

                                                                                                               Guimarães Rosa

     [...] Dava alegria, a gente ver o regato botar espuma e oferecer suas claras friagens, e a gente pensar no que era o valor daquilo. Um riachinho xexe, puro,  ensombrado, determinado no fino, com rogojeio e  suazinha algazarra – ah, esse não se economizava:  de primeira, a água, pra se beber. Então, deduziram  de fazer a Casa ali, traçando de se ajustar com a beira dele, num encosto fácil, com piso de lajes, a porta-da-cozinha, a bom de tudo que se carecia. Porém,  estrito ao cabo de um ano de lá se estar, e quando  menos esperassem, o riachinho cessou.
       Foi no meio duma noite, indo para a madrugada, todos estavam dormindo. Mas cada um sentiu,  de repente, no coração, o estalo do silenciozinho  que ele fez, a pontuda falta da toada, do barulhinho.  Acordaram, se falaram. Até as crianças. Até os cachorros latiram. Aí, todos se levantaram, caçaram o
quintal, saíram com luz, para espiar o que não havia.  Foram pela porta-da-cozinha. Manuelzão adiante,  os cachorros sempre latindo. – “Ele perdeu o chio..."  Triste duma certeza: cada vez mais fundo, mais longe nos silêncios, ele tinha ido s'embora, o riachinho  de todos. Chegado na beirada, Manuelzão entrou,  ainda molhou os pés, no fresco lameal. Manuelzão,  segurando a tocha de cera de carnaúba, o peito batendo com um estranhado diferente, ele se debruçou  e esclareceu. Ainda viu o derradeiro fapo d'água  escorrer, estilar, cair degrau de altura de palmo a  derradeira gota, o bilbo. E o que a tocha na mão de  Manuelzão mais alumiou: que todos tremiam mágoa  nos olhos. Ainda esperaram ali, sem sensatez; por  fim se avistou no céu a estrela-d'alva. O riacho soluço se estancara,  sem resto e talvez para sempre.  Secara-se a lagrimal, sua boquinha serrana. Era  como se um menino sozinho tivesse morrido.

                                                                           ROSA, Guimarães.Corpo de baile. 3.ed. Rio de Janeiro:
                                                                                                              Nova Fronteira, 2010, p. 169-170.
Leia o seguinte fragmento do texto 5: “Manuelzão, segurando a tocha de cera de carnaúba, o peito batendo com um estranhado diferente, ele se debruçou e esclareceu." Com base na leitura do texto, pode-se afirmar que o segmento destacado revela:
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Q502204 Português
TEXTO 5

                                                                                                               Guimarães Rosa

     [...] Dava alegria, a gente ver o regato botar espuma e oferecer suas claras friagens, e a gente pensar no que era o valor daquilo. Um riachinho xexe, puro,  ensombrado, determinado no fino, com rogojeio e  suazinha algazarra – ah, esse não se economizava:  de primeira, a água, pra se beber. Então, deduziram  de fazer a Casa ali, traçando de se ajustar com a beira dele, num encosto fácil, com piso de lajes, a porta-da-cozinha, a bom de tudo que se carecia. Porém,  estrito ao cabo de um ano de lá se estar, e quando  menos esperassem, o riachinho cessou.
       Foi no meio duma noite, indo para a madrugada, todos estavam dormindo. Mas cada um sentiu,  de repente, no coração, o estalo do silenciozinho  que ele fez, a pontuda falta da toada, do barulhinho.  Acordaram, se falaram. Até as crianças. Até os cachorros latiram. Aí, todos se levantaram, caçaram o
quintal, saíram com luz, para espiar o que não havia.  Foram pela porta-da-cozinha. Manuelzão adiante,  os cachorros sempre latindo. – “Ele perdeu o chio..."  Triste duma certeza: cada vez mais fundo, mais longe nos silêncios, ele tinha ido s'embora, o riachinho  de todos. Chegado na beirada, Manuelzão entrou,  ainda molhou os pés, no fresco lameal. Manuelzão,  segurando a tocha de cera de carnaúba, o peito batendo com um estranhado diferente, ele se debruçou  e esclareceu. Ainda viu o derradeiro fapo d'água  escorrer, estilar, cair degrau de altura de palmo a  derradeira gota, o bilbo. E o que a tocha na mão de  Manuelzão mais alumiou: que todos tremiam mágoa  nos olhos. Ainda esperaram ali, sem sensatez; por  fim se avistou no céu a estrela-d'alva. O riacho soluço se estancara,  sem resto e talvez para sempre.  Secara-se a lagrimal, sua boquinha serrana. Era  como se um menino sozinho tivesse morrido.

                                                                           ROSA, Guimarães.Corpo de baile. 3.ed. Rio de Janeiro:
                                                                                                              Nova Fronteira, 2010, p. 169-170.
Em “Triste duma certeza: cada vez mais fundo, mais longe nos silêncios, ele tinha ido s'embora, o riachinho de todos" (texto 5), o diminutivo no substantivo expressa, além de tamanho e afetividade, o sentido de:
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Respostas
1: C
2: A
3: A