Questões de Concurso Público Prefeitura de Salesópolis - SP 2021 para Técnico de Enfermagem
Foram encontradas 5 questões
Ano: 2021
Banca:
OMNI
Órgão:
Prefeitura de Salesópolis - SP
Prova:
OMNI - 2021 - Prefeitura de Salesópolis - SP - Técnico de Enfermagem |
Q1812972
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Quelemém é quem diz – se a gente torna a encarnar
renovado, eu cismo até que inimigo de morte pode
vir como filho do inimigo. Mire veja: se me digo,
tem um sujeito Pedro Pindó, vizinho daqui mais
seis léguas, homem de bem por tudo em tudo, ele e
a mulher dele, sempre sidos bons, de bem. Eles
têm um filho duns dez anos, chamado Valtei –
nome moderno, é o que o povo daqui agora
apreceia, o senhor sabe. Pois essezinho, essezim,
desde que algum entendimento alumiou nele, feito
mostrou o que é: pedido madrasto, azedo
queimador, gostoso de ruim de dentro do fundo
das espécies de sua natureza. Em qual que judia,
ao devagar, de todo bicho ou criaçãozinha pequena
que pega; uma vez, encontrou uma crioula
bentabêbada dormindo, arranjou um caco de
garrafa, lanhou em três pontos a popa da perna
dela. O que esse menino babeja vendo, é
sangrarem galinha ou esfaquear porco.
Adaptado de: ROSA, Guimarães. Grande Sertão:
Veredas. São Paulo: Nova Aguilar, 1994.
Assinale a alternativa CORRETA quanto ao estilo
de escrita do texto.
Ano: 2021
Banca:
OMNI
Órgão:
Prefeitura de Salesópolis - SP
Prova:
OMNI - 2021 - Prefeitura de Salesópolis - SP - Técnico de Enfermagem |
Q1812973
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Quelemém é quem diz – se a gente torna a encarnar
renovado, eu cismo até que inimigo de morte pode
vir como filho do inimigo. Mire veja: se me digo,
tem um sujeito Pedro Pindó, vizinho daqui mais
seis léguas, homem de bem por tudo em tudo, ele e
a mulher dele, sempre sidos bons, de bem. Eles
têm um filho duns dez anos, chamado Valtei –
nome moderno, é o que o povo daqui agora
apreceia, o senhor sabe. Pois essezinho, essezim,
desde que algum entendimento alumiou nele, feito
mostrou o que é: pedido madrasto, azedo
queimador, gostoso de ruim de dentro do fundo
das espécies de sua natureza. Em qual que judia,
ao devagar, de todo bicho ou criaçãozinha pequena
que pega; uma vez, encontrou uma crioula
bentabêbada dormindo, arranjou um caco de
garrafa, lanhou em três pontos a popa da perna
dela. O que esse menino babeja vendo, é
sangrarem galinha ou esfaquear porco.
Adaptado de: ROSA, Guimarães. Grande Sertão:
Veredas. São Paulo: Nova Aguilar, 1994.
Assinale a afirmação CORRETA conforme o texto.
Ano: 2021
Banca:
OMNI
Órgão:
Prefeitura de Salesópolis - SP
Prova:
OMNI - 2021 - Prefeitura de Salesópolis - SP - Técnico de Enfermagem |
Q1812974
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão
Religião vem de ‘reler’ ou ‘religar’?
Neste caso, em vez de Deus e o diabo, digladiam-se
dois verbos latinos. Ninguém discute que religião
(palavra existente em português desde o século 13)
seja um termo derivado do latim religio, religionis –
“culto, prática religiosa, cerimônia, lei divina,
santidade”. A questão é: de qual verbo esse substantivo é a forma nominal, relegere ou
religare?
A visão mais tradicional e respeitável, pela qual me
inclino, aposta na primeira opção. Relegere, isto é,
“reler, revisitar, retomar o que estava largado”, pode
ser visto neste contexto como o ato de reler e
interpretar incessantemente os textos de doutrina
religiosa ou, quem sabe, como a retomada de uma
dimensão (espiritual) da qual a vida terrena tende a
afastar os homens. Essa tese era defendida na
antiguidade por Cícero e foi compartilhada no século
19 pelo latinista português Francisco Rodrigues dos
Santos Saraiva, autor do influente dicionário que
leva seu nome.
No entanto, já na antiguidade tardia – e entre muitos
autores modernos, como o contestado etimologista
brasileiro Silveira Bueno – ganhou popularidade a
tese, provavelmente romântica, que liga o vocábulo
religião ao verbo religare, “religar, atar, apertar, ligar
bem”. A ideia de que caberia à religião atar os laços
que unem a humanidade à esfera divina tem lá sua
força poética, o que talvez explique o sucesso desta
versão. Diga-se que em autores clássicos, porém, o
verbo religare é estritamente prosaico, empregado
com o sentido de prender os cabelos ou enfeixar a
lenha.
Adaptado de: RODRIGUES, Sérgio: VEJA, 2020.
Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/sobre
palavras/religiao-vem-de-reler-ou-religar/. Acesso em
03 ago. 2021.
Assinale a alternativa CORRETA conforme o texto.
Ano: 2021
Banca:
OMNI
Órgão:
Prefeitura de Salesópolis - SP
Prova:
OMNI - 2021 - Prefeitura de Salesópolis - SP - Técnico de Enfermagem |
Q1812981
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Poema só para Jaime Ovalle
Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma triste chuva de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da
noite.
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e
fiquei pensando...
- Humildemente pensando na vida e nas mulheres
que amei.
Manuel Bandeira, in “Antologia", pág.198.
Disponível em:
https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios
gramatica/exercicios-sobre-adjunto-adverbial.htm.
Acesso em: 05 ago. 2021.
Considerando o verso “Chovia uma triste chuva de resignação”, assinale a alternativa CORRETA
conforme a leitura do poema.
Ano: 2021
Banca:
OMNI
Órgão:
Prefeitura de Salesópolis - SP
Prova:
OMNI - 2021 - Prefeitura de Salesópolis - SP - Técnico de Enfermagem |
Q1812984
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Cuia
Lindaura, a recepcionista do analista― segundo
ele, “mais prestimosa que mãe de noiva” ―, tem
sempre uma chaleira com água quente pronta para
o mate. O analista gosta de oferecer chimarrão a
seus pacientes e, como ele diz, “charlar passando a
cuia, que loucura não tem micróbio”. Um dia entrou
um paciente novo no consultório.
― Buenas, tchê ― saudou o analista. ― Se
abanque no más.
O moço deitou no divã coberto com um pelego e o
analista foi logo lhe alcançando a cuia com erva
nova. O moço observou:
― Cuia mais linda.
― Cosa mui especial. Me deu meu primeiro
paciente. O coronel Macedônio, lá pras banda de
Lavras.
― A troco de quê? ― quis saber o moço, chupando
a bomba.
― Pues tava variando, pensando que era metade
homem e metade cavalo. Curei o animal.
― Oigalê.
― Ele até que não se importava, pues poupava
montaria...
― A la putcha.
O moço deu outra chupada, depois examinou a cuia
com mais cuidado.
― Curtida barbaridade. ― Também. Mais usada que
pronome oblíquo em conversa de professor.
― Oigatê.
E a todas estas o moço não devolvia a cuia. O
analista perguntou:
― Mas o que é que lhe traz aqui, índio velho?
― É esta mania que eu tenho, doutor.
― Pos desembuche.
― Gosto de roubar as coisas.
― Sim.
Era cleptomania. O paciente continuou a falar, mas
o analista não ouvia mais.
Estava de olho na sua cuia.
― Passa ― disse o analista.
― Não passa, doutor. Tenho esta mania desde piá.
― Passa a cuia.
― O senhor pode me curar, doutor?
― Primeiro devolve a cuia.
O moço devolveu. Daí para diante, só o analista
tomou chimarrão. E cada vez que o paciente
estendia o braço para receber a cuia de volta,
ganhava um tapa na mão.
Adaptado de: VERÍSSIMO, Luís Fernando.
Disponível em:
https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas
de-luis-fernando-verissimo-comentadas/. Acesso
em: 10 ago. 2021.
A partir da leitura do texto assinale uma
informação que fica implícita.