Questões de Concurso Público UFPR 2023 para Farmacêutico

Foram encontradas 4 questões

Q2229875 Português
O texto a seguir é referência para a questão.

Jornalismo e objetividade

Hélio Schwartsman

Qual o futuro do jornalismo? Leonard Downie Jr. e Andrew Heyward ensaiam uma resposta em "Beyond Objectivity". Não se trata exatamente de um livro, mas de um estudo, que pode ser baixado de graça na internet (agradeço ao Nelson de Sá pela dica).
Os autores propõem que a busca pela objetividade deixe de ser uma meta declarada do jornalismo, já que ela claramente não pode ser alcançada. Concordo com o diagnóstico, mas não com a terapêutica. A ideia de que um repórter pudesse ser objetivo ao escrever uma história nunca foi filosoficamente consistente. Não há indivíduo que não tenha manias, preferências ideológicas e vieses. Sempre brinco que o jornalismo é a realização diária de uma impossibilidade teórica.
Reluto, porém, em abraçar a tese de que devamos renunciar à objetividade. Penso que tentar alcançá-la, mesmo sabendo que jamais chegaremos lá, nos força a uma disciplina que tende a melhorar a qualidade das reportagens (textos de opinião são um pouco diferentes). O repórter que se preocupa em buscar o equilíbrio e considera perspectivas diferentes da sua provavelmente fará um trabalho melhor do que aquele que veste o chapéu do militante e já tem todas as conclusões prontas antes mesmo de começar. O modelo de negócios tem muito ______ com isso. A ideia de objetividade no jornalismo americano foi favorecida pelo fato de que, até ______ pouco, publicações dependiam mais de anúncios do que da venda de exemplares. Como comerciantes, que são o grosso dos anunciantes, querem ficar bem com todos, os jornais escaparam um pouco das pressões de seu próprio público por algum tipo de alinhamento ideológico.
Isso mudou. As empresas agora dependem mais de seus clientes. É só ver que executivos da Fox News cogitaram de esconder dados de seu caprichoso público para não ferir sua suscetibilidade e, assim, não perder audiência. Se a objetividade não existisse, seria preciso inventá-la.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2023/03/jornalismo-e-objetividade.shtml. Adaptado.
Em relação à busca pela objetividade no jornalismo, o autor: 
Alternativas
Q2229876 Português
O texto a seguir é referência para a questão.

Jornalismo e objetividade

Hélio Schwartsman

Qual o futuro do jornalismo? Leonard Downie Jr. e Andrew Heyward ensaiam uma resposta em "Beyond Objectivity". Não se trata exatamente de um livro, mas de um estudo, que pode ser baixado de graça na internet (agradeço ao Nelson de Sá pela dica).
Os autores propõem que a busca pela objetividade deixe de ser uma meta declarada do jornalismo, já que ela claramente não pode ser alcançada. Concordo com o diagnóstico, mas não com a terapêutica. A ideia de que um repórter pudesse ser objetivo ao escrever uma história nunca foi filosoficamente consistente. Não há indivíduo que não tenha manias, preferências ideológicas e vieses. Sempre brinco que o jornalismo é a realização diária de uma impossibilidade teórica.
Reluto, porém, em abraçar a tese de que devamos renunciar à objetividade. Penso que tentar alcançá-la, mesmo sabendo que jamais chegaremos lá, nos força a uma disciplina que tende a melhorar a qualidade das reportagens (textos de opinião são um pouco diferentes). O repórter que se preocupa em buscar o equilíbrio e considera perspectivas diferentes da sua provavelmente fará um trabalho melhor do que aquele que veste o chapéu do militante e já tem todas as conclusões prontas antes mesmo de começar. O modelo de negócios tem muito ______ com isso. A ideia de objetividade no jornalismo americano foi favorecida pelo fato de que, até ______ pouco, publicações dependiam mais de anúncios do que da venda de exemplares. Como comerciantes, que são o grosso dos anunciantes, querem ficar bem com todos, os jornais escaparam um pouco das pressões de seu próprio público por algum tipo de alinhamento ideológico.
Isso mudou. As empresas agora dependem mais de seus clientes. É só ver que executivos da Fox News cogitaram de esconder dados de seu caprichoso público para não ferir sua suscetibilidade e, assim, não perder audiência. Se a objetividade não existisse, seria preciso inventá-la.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2023/03/jornalismo-e-objetividade.shtml. Adaptado.
A expressão “sua suscetibilidade”, destacada no texto, refere-se:
Alternativas
Q2229880 Português
O texto a seguir é referência para a questão.

[...] Os microplásticos, resíduos plásticos que medem menos que cinco milímetros, estão presentes em abundância no Oceano Antártico, sendo encontrados desde a superfície até o fundo do mar. Agora, comprovou-se que sua presença no ambiente marinho impacta as duas espécies mais abundantes do zooplâncton antártico: os krills e as salpas.
Além de numerosos, esses animais também fazem parte da dieta de grande parte da vida selvagem marinha da região. O krill, por exemplo, é o principal alimento de baleias, pinguins e focas, enquanto as salpas são comidas por alguns peixes e pássaros marinhos maiores. Ainda, eles desempenham um papel fundamental na transferência de CO2 atmosférico para os oceanos profundos. [...]

Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/um-so-planeta/noticia/2023/03/microplasticossao-encontrados-em-animais-marinhos-do-oceano-antartico.ghtml.
Assinale a alternativa em que o elemento sublinhado retoma um termo mencionado anteriormente no texto.
Alternativas
Q2229885 Português
O texto a seguir é referência para a questão.

Furto de flor

Carlos Drummond de Andrade

Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava e eu furtei a flor. Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem. Sendo eu o autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico das flores. Eu a furtara, eu a via morrer. Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me:
– Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!

Andrade, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: Record, 1991. Adaptado.

Considere as seguintes orações:

1. Eu furtei a flor do jardim.

2. Eu cuidei da flor, mas ela morreu.

Assinale a alternativa que integra coesa e coerentemente, sem alteração de sentido, essas orações num único período. 

Alternativas
Respostas
1: D
2: B
3: D
4: A