Questões de Concurso Público Câmara de Santa Rita do Sapucaí - MG 2021 para Analista Legislativo Comunicador Social
Foram encontradas 40 questões
“Falar em construção do real no discurso não significa assumir, portanto, necessariamente uma posição idealista. Significa simplesmente negar qualquer tipo de separação estanque entre a linguagem e a sua exterioridade constitutiva. E é nesse sentido - enquanto exterioridade constitutiva - que entendemos o conceito de contexto, tema desta nossa reflexão. Contexto não é pano de fundo; não é uma dimensão externa aos fenômenos e que com eles estabelecem alguma relação causal. Esse é um ponto essencial. Mas voltemos ao nosso argumento. Não existe uma realidade prévia a algum tipo de enunciação, já que (repetindo) as instâncias material e discursiva são engendradas em um único e mesmo processo. Um fato já está, no próprio ato de sua realização, impregnado de linguagem, impregnado de significações. Já é, antes mesmo de ser relatado, discurso”.
(Fonte: RIBEIRO, Ana Paula et al. Linguagem, sentido e contexto: considerações sobre comunicação e história. 2017)
A partir da leitura, é CORRETO afirmar que:
I. o contexto tem relação causal com os fenômenos. II. texto e contexto são dimensões que se constituem mutuamente. III. o entendimento de que existe separação entre linguagem e sua exterioridade não é uma posição idealista.
“Um marco importante é delineado na década de 1950, quando o padrão de jornalismo norte-americano aos poucos começa a se tornar dominante entre os grandes jornais no Brasil. O jornalismo literário, predominante até aquele momento, passa a ceder espaço a um jornalismo que se apresenta como neutro, imparcial, objetivo. Nos anos subsequentes, durante a ditadura civilmilitar, muitos jornalistas fizeram um contraponto a essa tendência ao ligarem-se a causas políticas. O perfil do jornalista naquele momento, era o do intelectual engajado e romântico, normalmente associado a utopias voltadas para a criação de num mundo mais justo. (…)
Durante o processo de redemocratização e em anos posteriores, o jornalismo de matriz norte-americana continuaria a ser apropriado por jornais brasileiros. Em tal conjuntura, torna-se cada vez mais comum o “jornalismo cidadão”, em que periódicos dedicam grande parte de seu espaço para a veiculação de queixas de consumidores. Essa orientação, ao mesmo tempo que faz avançar a eficiência de órgãos de defesa do consumidor, coloca o jornalista em situação contraditória à ética do seu ofício, alinhando-o a interesses de determinados indivíduos. Outra vertente do jornalismo dos Estados Unidos é o chamado “denuncismo”. Na ânsia pela conquista de leitores, jornais e revistas buscam escândalos de personalidades públicas para turbinar suas vendas. Por vezes, fazem um trabalho apressado, sem averiguação aprofundada de fontes, e assim submetem indivíduos sem culpa a julgamentos injustos da parte dos leitores; em outras, trazem à luz casos de corrupção que de outra forma ficariam longe dos olhos do público”.
(FONTE: QUELER, Jefferson José. Jornais e jornalistas em perspectiva histórica, 2020)