Questões de Concurso Público Prefeitura de Novo Gama - GO 2023 para Professor - Língua Portuguesa

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Q2344372 Português
Semana do Cerrado


         Na semana nacional do Cerrado, é difícil fugir do clichê: há mais motivos de preocupação que de comemoração. Mais um relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)confirma que o desmatamento no bioma atinge recordes seguidos.

      O sistema Deter identificou 463 quilômetros quadrados de devastação em agosto, a pior para o mês em cinco anos.

       O próprio Código Florestal favorece a expansão da lavoura sobre as áreas nativas. No Cerrado, as reservas legais variam entre 20% e 35%; na Amazônia, alcançam 80%. Portanto, boa parte do desmate na savana brasileira é legal.

       A Associação Brasileira das Indústrias de óleos Vegetais e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais colocaram em prática o Controle de Supressão Autorizada, que veta a aquisição de soja de áreas desmatadas sem autorização. No âmbito público, o governo de Goiás lançou o Pacto pelo Desmatamento Ilegal Zero, em parceria com setores do agronegócio. São ações necessárias, mas mesmo o desmatamento legal precisa ser rediscutido. A melhoria da produtividade em áreas onde a vegetação já foi suprimida, aliada à preservação, pode elevar Goiás a uma potência agropecuária fortemente inserida na economia verde. 


Disponível em: https://opopular.com.brl/semana-do-cerrado-1.3064925. Acesso em:
16 set. 2023. 
Esse texto está escrito predominantemente em linguagem 
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Q2344373 Literatura
MANIFESTO DA POESIA PAU - BRASIL


Oswald de Andrade


       A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.

      O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.

        Toda a história bandeirante e a história comercial do Brasil. O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente. Rui Barbosa: uma cartola na Senegâmbia. Tudo revertendo em riqueza. A riqueza dos bailes e das frases feitas. Negras de jockey. Odaliscas no Catumbi. Falar difícil.

      O lado doutor. Fatalidade do primeiro branco aportado e dominando politicamente as selvas selvagens. O bacharel. Não podemos deixar de ser doutos. Doutores. País de dores anônimas, de doutores anônimos. O Império foi assim. Eruditamos tudo. Esquecemos o gavião de penacho.

        A nunca exportação de poesia. A poesia anda oculta nos cipós maliciosos da sabedoria. Nas lianas da saudade universitária.

      Mas houve um estouro nos aprendimentos. Os homens que sabiam tudo se deformaram como borrachas sopradas. Rebentaram.

       A volta à especialização. Filósofos fazendo filosofia, críticos, crítica, donas de casa tratando de cozinha.

         A Poesia para os poetas. Alegria dos que não sabem e descobrem.
       
        Tinha havido a inversão de tudo, a invasão de tudo: o teatro de base e a luta no palco entre morais e imorais. A tese deve ser decidida em guerra de sociólogos, de homens de lei, gordos e dourados como Corpus Juris.

       Ágil o teatro, filho do saltimbanco. Ágil e ilógico. Ágil o romance, nascido da invenção. Ágil a poesia.

        A poesia Pau-Brasil, ágil e cândida. Como uma criança. Uma sugestão de Blaise Cendrars: - Tendes as locomotivas cheias, ides partir. Um negro gira a manivela do desvio rotativo em que estais. O menor descuido vos fará partir na direção oposta ao vosso destino.  

    Contra o gabinetismo, a prática culta da vida. Engenheiros em vez de jurisconsultos, perdidos como chineses na genealogia das ideias.

      A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.

          [...]


Disponível em: https://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf. Acesso em: 08 out. 2023
O Manifesto da Poesia Pau-Brasil” escrito por Oswald de Andrade faz parte de qual período literário brasileiro?
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Q2344374 Português
MANIFESTO DA POESIA PAU - BRASIL


Oswald de Andrade


       A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.

      O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.

        Toda a história bandeirante e a história comercial do Brasil. O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente. Rui Barbosa: uma cartola na Senegâmbia. Tudo revertendo em riqueza. A riqueza dos bailes e das frases feitas. Negras de jockey. Odaliscas no Catumbi. Falar difícil.

      O lado doutor. Fatalidade do primeiro branco aportado e dominando politicamente as selvas selvagens. O bacharel. Não podemos deixar de ser doutos. Doutores. País de dores anônimas, de doutores anônimos. O Império foi assim. Eruditamos tudo. Esquecemos o gavião de penacho.

        A nunca exportação de poesia. A poesia anda oculta nos cipós maliciosos da sabedoria. Nas lianas da saudade universitária.

      Mas houve um estouro nos aprendimentos. Os homens que sabiam tudo se deformaram como borrachas sopradas. Rebentaram.

       A volta à especialização. Filósofos fazendo filosofia, críticos, crítica, donas de casa tratando de cozinha.

         A Poesia para os poetas. Alegria dos que não sabem e descobrem.
       
        Tinha havido a inversão de tudo, a invasão de tudo: o teatro de base e a luta no palco entre morais e imorais. A tese deve ser decidida em guerra de sociólogos, de homens de lei, gordos e dourados como Corpus Juris.

       Ágil o teatro, filho do saltimbanco. Ágil e ilógico. Ágil o romance, nascido da invenção. Ágil a poesia.

        A poesia Pau-Brasil, ágil e cândida. Como uma criança. Uma sugestão de Blaise Cendrars: - Tendes as locomotivas cheias, ides partir. Um negro gira a manivela do desvio rotativo em que estais. O menor descuido vos fará partir na direção oposta ao vosso destino.  

    Contra o gabinetismo, a prática culta da vida. Engenheiros em vez de jurisconsultos, perdidos como chineses na genealogia das ideias.

      A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.

          [...]


Disponível em: https://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf. Acesso em: 08 out. 2023
No trecho “Ágil o teatro, filho do saltimbanco.”, há qual figura de linguagem?
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Q2344375 Literatura
Acrobata da dor


Cruz e Souza


Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.


Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
salta, gavroche, salta clown, varado
pelo estertor dessa agonia lenta …


Pedem-se bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d’aço. . .


E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.


Disponível em: http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/lavra/cruz-e-souzaacrobata-da-dor. Acesso em: 09 out. 2023. 
Este poema de Cruz e Souza faz parte do
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Q2344376 Português
Ao associar a linguagem verbal e não verbal deste texto é possível inferir que
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Respostas
26: A
27: C
28: A
29: B
30: X