Questões de Concurso Público MPE-MG 2023 para Oficial do Ministério Público - Serviços Diversos
Foram encontradas 3 questões
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
MPE-MG
Prova:
Instituto Consulplan - 2023 - MPE-MG - Oficial do Ministério Público - Serviços Diversos |
Q2078307
Português
Texto associado
Texto para responder à questão.
Conceitos da vida cotidiana
A metáfora é, para a maioria das pessoas, um recurso da
imaginação poética e um ornamento retórico – é mais uma
questão de linguagem extraordinária do que de linguagem ordinária. Mais do que isso, a metáfora é usualmente vista como
uma característica restrita à linguagem, uma questão mais de
palavras do que de pensamento ou ação. Por essa razão, a maioria das pessoas acha que pode viver perfeitamente bem sem a
metáfora. Nós descobrimos, ao contrário, que a metáfora está
infiltrada na vida cotidiana, não somente na linguagem, mas
também no pensamento e na ação. Nosso sistema conceptual
ordinário, em termos do qual não só pensamos, mas também
agimos, é fundamentalmente metafórico por natureza.
Os conceitos que governam nosso pensamento não são
meras questões do intelecto. Eles governam também a nossa
atividade cotidiana até nos detalhes mais triviais. Eles estruturam o que percebemos, a maneira como nos comportamos no
mundo e o modo como nos relacionamos com outras pessoas.
Tal sistema conceptual desempenha, portanto, um papel central na definição de nossa realidade cotidiana.
Para dar uma ideia de como um conceito pode ser metafórico e estruturar uma atividade cotidiana, comecemos
pelo conceito de DISCUSSÃO e pela metáfora conceitual DISCUSSÃO É GUERRA. Essa metáfora está presente em nossa
linguagem cotidiana numa grande variedade de expressões:
seus argumentos são indefensáveis; ele atacou todos os pontos
da minha argumentação; e, destruí sua argumentação.
É importante perceber que não somente falamos sobre
discussão em termos de guerra. Podemos realmente ganhar ou
perder uma discussão. Vemos as pessoas com quem discutimos como um adversário. Atacamos suas posições e defendemos as nossas. Planejamos e usamos estratégias. Se achamos uma posição indefensável, podemos abandoná-la e colocar-nos numa linha de ataque. Muitas das coisas que fazemos
numa discussão são parcialmente estruturadas pelo conceito
de guerra.
Esse é um exemplo do que queremos dizer quando afirmamos que um conceito metafórico estrutura (pelo menos parcialmente) o que fazemos quando discutimos, assim como a maneira pela qual compreendemos o que fazemos.
(LAKOFF, G. & JOHNSON, M. Texto adaptado de Metáforas da vida
cotidiana. Campinas: Mercado de Letras; São Paulo: Educ., 2002, p. 45-
47.)
Reconhecendo-se a função exercida pelo emprego do travessão
em “[...] um recurso da imaginação poética e um ornamento
retórico – é mais uma questão de linguagem extraordinária do
que de linguagem ordinária.” (1º§), assinale a afirmativa correta.
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
MPE-MG
Prova:
Instituto Consulplan - 2023 - MPE-MG - Oficial do Ministério Público - Serviços Diversos |
Q2078314
Português
Texto associado
Texto para responder à questão.
Conceitos da vida cotidiana
A metáfora é, para a maioria das pessoas, um recurso da
imaginação poética e um ornamento retórico – é mais uma
questão de linguagem extraordinária do que de linguagem ordinária. Mais do que isso, a metáfora é usualmente vista como
uma característica restrita à linguagem, uma questão mais de
palavras do que de pensamento ou ação. Por essa razão, a maioria das pessoas acha que pode viver perfeitamente bem sem a
metáfora. Nós descobrimos, ao contrário, que a metáfora está
infiltrada na vida cotidiana, não somente na linguagem, mas
também no pensamento e na ação. Nosso sistema conceptual
ordinário, em termos do qual não só pensamos, mas também
agimos, é fundamentalmente metafórico por natureza.
Os conceitos que governam nosso pensamento não são
meras questões do intelecto. Eles governam também a nossa
atividade cotidiana até nos detalhes mais triviais. Eles estruturam o que percebemos, a maneira como nos comportamos no
mundo e o modo como nos relacionamos com outras pessoas.
Tal sistema conceptual desempenha, portanto, um papel central na definição de nossa realidade cotidiana.
Para dar uma ideia de como um conceito pode ser metafórico e estruturar uma atividade cotidiana, comecemos
pelo conceito de DISCUSSÃO e pela metáfora conceitual DISCUSSÃO É GUERRA. Essa metáfora está presente em nossa
linguagem cotidiana numa grande variedade de expressões:
seus argumentos são indefensáveis; ele atacou todos os pontos
da minha argumentação; e, destruí sua argumentação.
É importante perceber que não somente falamos sobre
discussão em termos de guerra. Podemos realmente ganhar ou
perder uma discussão. Vemos as pessoas com quem discutimos como um adversário. Atacamos suas posições e defendemos as nossas. Planejamos e usamos estratégias. Se achamos uma posição indefensável, podemos abandoná-la e colocar-nos numa linha de ataque. Muitas das coisas que fazemos
numa discussão são parcialmente estruturadas pelo conceito
de guerra.
Esse é um exemplo do que queremos dizer quando afirmamos que um conceito metafórico estrutura (pelo menos parcialmente) o que fazemos quando discutimos, assim como a maneira pela qual compreendemos o que fazemos.
(LAKOFF, G. & JOHNSON, M. Texto adaptado de Metáforas da vida
cotidiana. Campinas: Mercado de Letras; São Paulo: Educ., 2002, p. 45-
47.)
Em “A metáfora é, para a maioria das pessoas, um recurso
da imaginação poética [...]” (1º§), o emprego de vírgulas é:
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
MPE-MG
Prova:
Instituto Consulplan - 2023 - MPE-MG - Oficial do Ministério Público - Serviços Diversos |
Q2078316
Português
Texto associado
Texto para responder à questão.
Empresa é condenada em R$ 50 mil por
assédio sexual a jovem aprendiz
A Justiça do Trabalho da 2ª região condenou duas empresas a pagar R$ 50 mil por assédio sexual praticado contra uma
adolescente e extinguiu o contrato de aprendizagem da jovem
por culpa do empregador.
A decisão proferida na 17ª Vara do Trabalho de SP pela
Juíza do Trabalho Lorena de Mello Rezende Colnago reconheceu a responsabilidade solidária e objetiva das companhias,
considerando-se o princípio integral da proteção da criança e do
adolescente e o meio ambiente de trabalho sadio.
A jovem, que foi admitida por uma das instituições para
prestar serviços na outra como aprendiz, narrou em depoimento que o gerente da firma costumava fazer elogios sobre
sua boca, vestimentas e batom.
No BO que registrou com o pai, consta que o superior
hierárquico pediu que fosse levado um aparelho celular na
sala dele, ocasião em que a beijou no pescoço. A vítima disse
também não ter sido informada sobre os canais de denúncia
na empresa e que relatou os fatos a uma colega de trabalho
quando ainda prestava serviço ao estabelecimento.
Em defesa, uma das companhias afirma que não encontrou nada que desabonasse a conduta do gerente, negou os
episódios e confirmou que o homem continua trabalhando
no local. Já a outra entidade argumentou que a adolescente
recusou atendimento psicológico e visitas de assistentes sociais oferecidas. A terapia, porém, só foi oferecida após o
ajuizamento da ação.
Na sentença, a magistrada explica a dificuldade de se
provar o assédio sexual porque “a conduta do assediador é
realizada às sombras, normalmente longe dos olhos e ouvidos de outras pessoas, na clandestinidade”. E pontua que a
violação praticada contra a adolescente, ainda que na ausência de outras pessoas, afeta sensivelmente o desenvolvimento psicológico da vítima. Lembra também que a importunação sexual, subtipo do assédio sexual e modalidade praticada pelo agressor, é conduta prevista no CP.
Baseando-se no protocolo do CNJ para julgamento de
casos com perspectiva de gênero, a magistrada destacou que a
conduta das entidades descumpre normas da Organização
Internacional do Trabalho e do Estatuto da Criança e do Adolescente. Para a julgadora, a jovem deixou de ser acolhida até
mesmo pelas mulheres empregadas das duas reclamadas e a
fala da aprendiz foi desqualificada, tanto no ambiente laboral quanto na audiência. Isso porque “a defesa reconhece e a preposta confessa, ainda que nas entrelinhas, que a palavra do
gerente vale mais do que a da adolescente”.
A julgadora lembra que acontecimentos do tipo, em
geral, não são comunicados às autoridades “tamanha vergonha, constrangimento e humilhação causados nas vítimas”.
E ao considerar o BO como indício suficiente de prova, menciona a importância do pai no desfecho do caso. Em suas
palavras, a garota “teve em seu genitor um ponto de apoio
seguro, que, a partir de uma escuta ativa, não só noticiou os
fatos às autoridades policiais como foi à 1ª reclamada com a
adolescente noticiar o ocorrido”.
O processo corre em segredo de justiça.
(Disponível em: https://www.migalhas.com.br/quentes/378404/empresae-condenada-em-r-50-mil-por-assedio-sexual-a-jovem-aprendiz. Acesso
em: dezembro de 2022.)
Em “A jovem, que foi admitida por uma das instituições para
prestar serviços na outra como aprendiz, narrou em depoimento que o gerente da firma costumava fazer elogios sobre
sua boca, vestimentas e batom.” (3º§), as vírgulas empregadas
apresentam como justificativa: