Questões de Concurso Público TJM-MG 2021 para Oficial Judiciário - Oficial de Justiça

Foram encontradas 50 questões

Q1859565 Português
Texto para responder à questão.

As camadas

Quando você nasceu, havia um nome e um sobrenome esperando-o. O que eram? Uma decisão aleatória que fala muito dos desejos e projeções dos pais sobre cada um de nós. Nosso nome nos antecede e não aguardou nenhum traço de personalidade para ser colocado. Por mais fraco que seja, o menino Gabriel recebe o indicativo de que é “o homem forte de Deus” pela raiz hebraica. Por mais limitada que seja no futuro, a menina assinará Sofia, o nome que aponta sua densa sabedoria. Nem toda Letícia é feliz. Conheci um Adamastor que pouca similitude guardava com o gigante de Camões. Eu sou Leandro, homem-leão, como se nota pela juba vistosa. O nome é, como todo signo, arbitrário. Primeira camada sobre nós.
A segunda camada constará nos documentos: brasileiro nato. O que é ser brasileiro? Fronteiras traçadas ao longo da história com linhas imaginárias, respeitando ou não o terreno que as recebe. Uma entidade nacional que, supostamente, será sua pátria, sua identidade, sua marca quase sempre permanente. “Meu coração é brasileiro” eu já o declarei; todavia, um exame do meu cadáver pouco revelará ao anatomista quaisquer distinções dos meus ventrículos em relação a um vizinho argentino ou a um longínquo japonês. As metáforas são bonitas, poéticas até: meu coração é apátrida, biologicamente. Pátria é uma convenção celebrada diariamente, já foi dito. Sem dúvida, é a segunda camada que nos foi dada, quase sempre, ao ver a luz do mundo. 

(Leandro Karnal. O Estado de São Paulo. Acesso em: 01/09/2021. Fragmento.)
O sintagma destacado NÃO é sujeito do verbo em: 
Alternativas
Q1859566 Português
Texto para responder à questão.

As camadas

Quando você nasceu, havia um nome e um sobrenome esperando-o. O que eram? Uma decisão aleatória que fala muito dos desejos e projeções dos pais sobre cada um de nós. Nosso nome nos antecede e não aguardou nenhum traço de personalidade para ser colocado. Por mais fraco que seja, o menino Gabriel recebe o indicativo de que é “o homem forte de Deus” pela raiz hebraica. Por mais limitada que seja no futuro, a menina assinará Sofia, o nome que aponta sua densa sabedoria. Nem toda Letícia é feliz. Conheci um Adamastor que pouca similitude guardava com o gigante de Camões. Eu sou Leandro, homem-leão, como se nota pela juba vistosa. O nome é, como todo signo, arbitrário. Primeira camada sobre nós.
A segunda camada constará nos documentos: brasileiro nato. O que é ser brasileiro? Fronteiras traçadas ao longo da história com linhas imaginárias, respeitando ou não o terreno que as recebe. Uma entidade nacional que, supostamente, será sua pátria, sua identidade, sua marca quase sempre permanente. “Meu coração é brasileiro” eu já o declarei; todavia, um exame do meu cadáver pouco revelará ao anatomista quaisquer distinções dos meus ventrículos em relação a um vizinho argentino ou a um longínquo japonês. As metáforas são bonitas, poéticas até: meu coração é apátrida, biologicamente. Pátria é uma convenção celebrada diariamente, já foi dito. Sem dúvida, é a segunda camada que nos foi dada, quase sempre, ao ver a luz do mundo. 

(Leandro Karnal. O Estado de São Paulo. Acesso em: 01/09/2021. Fragmento.)
A substituição do sintagma destacado pelo sugerido entre parênteses provoca alteração na forma verbal em:
Alternativas
Q1859567 Português
Texto para responder à questão.


Desculpe, morri
Atendo ao telefone e:
“Boa noite, é Marcelo?”
“Quem é?”
“É você?”
“Quem está falando?”
“Poxa, que bom, eu precisava tanto falar com você, não
imagina o trabalho que deu pra descolar o seu...”
“Quer falar com quem?”
“Com você mesmo, Cariri.”
“Cariri?”
“Não era o seu apelido em Santos?”
“Como você sabe?”
“Pesquisei. Apelido louco. Por que te deram esse
apelido?”
“Olha, o que você quer?”
“Sou estudante e estou fazendo o meu trabalho.”
“Como você descolou o meu telefone?”
“Desculpe, Cariri. A pessoa que me deu pediu para não
ser identificada. Você é uma figurinha difícil de achar,
hein? Marcelão, Marcelão... Como vão as coisas?”
“Indo.”
“O seu Corinthians, hein?”
“Meu e de muita gente.”
“E a Ana?”
“Ana?”
“A do livro.”
“Que livro?”
“Como que livro, o seu livro!”
“Qual deles?”
“Tem mais de um?”
“Tem alguns.”
“Caramba! Estou falando do primeiro [...].”
“Pô, você é doidão, mesmo. Quando tempo você levou
pra escrever?”
“O quê?”
“Como o quê? O ‘Feliz Ano Passado’?”
“Ah... Levei um ano.”
“Pô, e você ficou uma fera com aquela enfermeira. Meu,
rolei de rir naquela parte. Marcelão, que figura. A gente
tem que se conhecer, cara, temos muitas coisas em
comum.”
“Sério?”
“Com certeza, pô, posso falar? Este livro marcou uma
época, tá ligado? Tipo assim, marcou uma geração,
certo?”
“Ouvi dizer.”
“Então, como vão as coisas?”
“Indo.”
“Pô, conta mais.”
“É que estou jantando.”
“Ah... Olha só. Eu preciso te entrevistar, cara. Pro meu
trabalho de TCC, tá ligado? Trabalho de Conclusão de
Curso.”
“Tô ligado.”
“Aí, vamos marcar?”
“Cara, não fica chateado, mas é a quinta pessoa que liga nessa semana pedindo, e não vai dar. Fim de ano, é sempre assim, um monte de estudantes liga, e tenho minha rotina, eu trabalho muito, não é pessoal, vê se me entende.”
“Ah, não vai dizer que vai regular?”
“Cara, é muita gente, não dá para atender todos...”
“São só 25 perguntinhas.”
“Só?”
[...]

(PAIVA, Marcelo Rubens [seleção: Regina Zilberman]. Crônicas para ler
na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, pp. 15-17. Adaptado.)
Considerando o texto, analise as afirmativas a seguir.
I. As aspas foram usadas para sinalizar as falas dos personagens.
II. A história do texto começa quando Marcelo atende à chamada telefônica de um amigo.
III. O texto é narrado em 1ª pessoa e se desenvolve na estrutura de diálogo entre dois personagens.
Está correto o que se afirma apenas em
Alternativas
Q1859568 Português
Texto para responder à questão.


Desculpe, morri
Atendo ao telefone e:
“Boa noite, é Marcelo?”
“Quem é?”
“É você?”
“Quem está falando?”
“Poxa, que bom, eu precisava tanto falar com você, não
imagina o trabalho que deu pra descolar o seu...”
“Quer falar com quem?”
“Com você mesmo, Cariri.”
“Cariri?”
“Não era o seu apelido em Santos?”
“Como você sabe?”
“Pesquisei. Apelido louco. Por que te deram esse
apelido?”
“Olha, o que você quer?”
“Sou estudante e estou fazendo o meu trabalho.”
“Como você descolou o meu telefone?”
“Desculpe, Cariri. A pessoa que me deu pediu para não
ser identificada. Você é uma figurinha difícil de achar,
hein? Marcelão, Marcelão... Como vão as coisas?”
“Indo.”
“O seu Corinthians, hein?”
“Meu e de muita gente.”
“E a Ana?”
“Ana?”
“A do livro.”
“Que livro?”
“Como que livro, o seu livro!”
“Qual deles?”
“Tem mais de um?”
“Tem alguns.”
“Caramba! Estou falando do primeiro [...].”
“Pô, você é doidão, mesmo. Quando tempo você levou
pra escrever?”
“O quê?”
“Como o quê? O ‘Feliz Ano Passado’?”
“Ah... Levei um ano.”
“Pô, e você ficou uma fera com aquela enfermeira. Meu,
rolei de rir naquela parte. Marcelão, que figura. A gente
tem que se conhecer, cara, temos muitas coisas em
comum.”
“Sério?”
“Com certeza, pô, posso falar? Este livro marcou uma
época, tá ligado? Tipo assim, marcou uma geração,
certo?”
“Ouvi dizer.”
“Então, como vão as coisas?”
“Indo.”
“Pô, conta mais.”
“É que estou jantando.”
“Ah... Olha só. Eu preciso te entrevistar, cara. Pro meu
trabalho de TCC, tá ligado? Trabalho de Conclusão de
Curso.”
“Tô ligado.”
“Aí, vamos marcar?”
“Cara, não fica chateado, mas é a quinta pessoa que liga nessa semana pedindo, e não vai dar. Fim de ano, é sempre assim, um monte de estudantes liga, e tenho minha rotina, eu trabalho muito, não é pessoal, vê se me entende.”
“Ah, não vai dizer que vai regular?”
“Cara, é muita gente, não dá para atender todos...”
“São só 25 perguntinhas.”
“Só?”
[...]

(PAIVA, Marcelo Rubens [seleção: Regina Zilberman]. Crônicas para ler
na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, pp. 15-17. Adaptado.)
De acordo com o texto, Marcelo:
Alternativas
Q1859569 Português
Texto para responder à questão.


Desculpe, morri
Atendo ao telefone e:
“Boa noite, é Marcelo?”
“Quem é?”
“É você?”
“Quem está falando?”
“Poxa, que bom, eu precisava tanto falar com você, não
imagina o trabalho que deu pra descolar o seu...”
“Quer falar com quem?”
“Com você mesmo, Cariri.”
“Cariri?”
“Não era o seu apelido em Santos?”
“Como você sabe?”
“Pesquisei. Apelido louco. Por que te deram esse
apelido?”
“Olha, o que você quer?”
“Sou estudante e estou fazendo o meu trabalho.”
“Como você descolou o meu telefone?”
“Desculpe, Cariri. A pessoa que me deu pediu para não
ser identificada. Você é uma figurinha difícil de achar,
hein? Marcelão, Marcelão... Como vão as coisas?”
“Indo.”
“O seu Corinthians, hein?”
“Meu e de muita gente.”
“E a Ana?”
“Ana?”
“A do livro.”
“Que livro?”
“Como que livro, o seu livro!”
“Qual deles?”
“Tem mais de um?”
“Tem alguns.”
“Caramba! Estou falando do primeiro [...].”
“Pô, você é doidão, mesmo. Quando tempo você levou
pra escrever?”
“O quê?”
“Como o quê? O ‘Feliz Ano Passado’?”
“Ah... Levei um ano.”
“Pô, e você ficou uma fera com aquela enfermeira. Meu,
rolei de rir naquela parte. Marcelão, que figura. A gente
tem que se conhecer, cara, temos muitas coisas em
comum.”
“Sério?”
“Com certeza, pô, posso falar? Este livro marcou uma
época, tá ligado? Tipo assim, marcou uma geração,
certo?”
“Ouvi dizer.”
“Então, como vão as coisas?”
“Indo.”
“Pô, conta mais.”
“É que estou jantando.”
“Ah... Olha só. Eu preciso te entrevistar, cara. Pro meu
trabalho de TCC, tá ligado? Trabalho de Conclusão de
Curso.”
“Tô ligado.”
“Aí, vamos marcar?”
“Cara, não fica chateado, mas é a quinta pessoa que liga nessa semana pedindo, e não vai dar. Fim de ano, é sempre assim, um monte de estudantes liga, e tenho minha rotina, eu trabalho muito, não é pessoal, vê se me entende.”
“Ah, não vai dizer que vai regular?”
“Cara, é muita gente, não dá para atender todos...”
“São só 25 perguntinhas.”
“Só?”
[...]

(PAIVA, Marcelo Rubens [seleção: Regina Zilberman]. Crônicas para ler
na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, pp. 15-17. Adaptado.)
A função sintática do sintagma destacado NÃO está corretamente identificada entre parênteses em: 
Alternativas
Respostas
6: A
7: A
8: C
9: C
10: C