Questões de Concurso Público IF-PI 2022 para Professor - Filosofia, Edital nº 73

Foram encontradas 3 questões

Q1970737 Filosofia
Texto I

“(...) concebo umas particularidades referentes aos números, às figuras, aos movimentos e a outras coisas semelhantes, cuja verdade se revela com tanta evidência e se acorda tão bem com minha natureza que, quando começo a descobri-las, não me parece que aprendo algo de novo, mas, antes, que me recordo de algo que já sabia anteriormente, isto é, que percebo coisas que estavam já no meu espírito, embora eu ainda não tivesse voltado meu pensamento para elas.

E o que, aqui, estimo mais considerável é que eu encontro em mim uma infinidade de ideias de certas coisas que não podem ser consideradas um puro nada, embora talvez elas não tenham nenhuma existência fora do meu pensamento, e que não são fingidas por mim, conquanto esteja em minha liberdade pensá-las ou não pensá-las; mas elas possuem suas naturezas verdadeiras e imutáveis.”

(DESCARTES, René. Meditações Metafísicas. Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p.98-97)

Texto II

“Consiste numa opinião estabelecida entre alguns homens que o entendimento comporta certos princípios inatos, certas noções primárias (...). Seria sufi ciente para convencer os leitores, sem preconceito da falsidade desta hipótese, se pudesse apenas mostrar como os homens, simplesmente pelo uso de suas faculdades naturais, podem adquirir todo conhecimento que possuem, sem ajuda de quaisquer impressões inatas, e podem alcançar a certeza, sem quaisquer destas noções ou princípios originais.”

(LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. Tradução de Anoar Aiex e E. Jacy Monteiro. 2.ed. São Paulo: Brasil Cultural, 1978. p.145. (Coleção Os pensadores)
John Locke é um dos principais representantes do empirismo, afirmando que o conhecimento se funda e deriva da experiência sensível. O texto abaixo exprime essa compreensão.
“Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias; como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência.”
(LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. Tradução de Anoar Aiex e E. Jacy Monteiro. 2.ed. São Paulo: Brasil Cultural, 1978. p.160. (Coleção Os pensadores)
Sobre o empirismo de John Locke, podemos AFIRMAR
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Q1970759 Filosofia
Kant distingue “sublime” de “belo” em sua reflexão sobre a estética e a arte. O sublime indica um tipo de juízo provindo de algum objeto ou evento grandioso. Por sua vez, o belo baseia-se naquelas experiências estéticas cujo juízo é fruto da reflexão, isto é, a apreciação está condicionada à nossa mente e espírito. Ambos, porém, são agradáveis por si mesmos. Sobre essa diferenciação entre “belo” e “sublime”, na estética kantiana, é FALSO dizer que:
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Q1970760 Filosofia
Leia os dois trechos a seguir:
“Essa responsabilidade vicária por coisas que não fizemos, esse assumir as consequências por atos de que somos inteiramente inocentes, é o preço que pagamos pelo fato de levarmos a nossa vida não conosco mesmos, mas entre nossos semelhantes, e de que a faculdade política par excellence, só pode ser tornada real numa das muitas e múltiplas formas de comunidade humana.” (ARENDT, Hannah. Responsabilidade e Julgamento. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 225).
“Já existe na moral tradicional um caso de responsabilidade e obrigação elementar não recíproca (que comove profundamente o simples espectador) e que é reconhecido e praticado espontaneamente: a responsabilidade para com os filhos, que sucumbiriam se a procriação não prosseguisse por meio da precaução e da assistência.” (JONAS, Hans. O Princípio Responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006, p. 89).
A responsabilidade, segundo esses dois filósofos, deve ser tomada como princípio básico para nossas ações, cujo caráter é moral e político. Arendt e Jonas compartilham qual o entendimento sobre a responsabilidade?
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Respostas
1: A
2: C
3: B