Questões de Concurso Público IFB 2017 para Professor - História
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Com relação ao processo de “Abertura” do Regime Militar, ou seja, de transição para a Democracia, iniciado em 1974, marque (V) para as afirmativas VERDADEIRAS e (F) para as FALSAS.
( ) A “Abertura” começou com a redução das restrições à propaganda eleitoral (em 1974) e deu um grande passo com a revogação do AI-5 em 1978.
( ) As eleições legislativas de 1974, com propaganda eleitoral mais livre, foram marcadas pela expansão da oposição ao Regime Militar. Como resposta, Geisel suspendeu o Congresso por 15 dias e decretou mudanças eleitorais, como a eliminação da exigência de dois terços dos votos dos congressistas para aprovação de reformas constitucionais.
( ) O presidente à época, Ernesto Geisel, pertencia ao grupo militar ligado ao general Castelo Branco, grupo este que nunca pretendeu estender indefinidamente o controle militar do governo.
( ) Em 1973, aconteceu o primeiro choque do petróleo, ou seja, uma queda brusca no preço desse produto, o que comprometeu o “milagre” econômico promovido pelo Regime Militar.
( ) A montagem de aparelhos repressivos criou dentro das forças armadas um grupo quase independente que fortalecia a hierarquia militar.
Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA, de cima para baixo.
Analisando o percurso da democracia no Brasil, o historiador José Murilo de Carvalho entende que a relação do cidadão brasileiro com o Estado passa principalmente por uma excessiva valorização do poder executivo, o que o autor chama de “estadania”. Leia as afirmativas sobre a “estadania”.
I) A ação política é orientada, sobretudo, para a negociação indireta com o governo, apesar da mediação da representação.
II) Favorece uma visão corporativa dos interesses coletivos.
III) A Constituinte de 1988 foi um dos raros momentos em que corporativismo, fruto da “estadania”, não se manifestou no processo político brasileiro.
IV) A representação política não funciona para resolver os grandes problemas da maior parte da população, reduzindo-se o papel dos legisladores, para a maioria dos votantes, ao de intermediários de favores pessoais perante o poder executivo.
V) Crescimento da impaciência popular com o funcionamento geralmente mais lento do mecanismo democrático de decisão, daí a busca de soluções mais rápidas por meio de lideranças carismáticas e messiânicas.
Assinale a alternativa que apresenta somente as afirmativas CORRETAS.
“[...] a ideia de identidade [...] pressupõe interdependência entre condições objetivas de vida e experiências subjetivas, o compartilhamento de convenções e valores, de modos de pensar, de sentir e de agir ou menos formalizados, que distinguem e produzem a integração de uma comunidade” (AZEVEDO, Cecília. Identidades compartilhadas: a identidade nacional em questão. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (Org.). Ensino de História - conceitos, temáticos e metodologia. Rio de Janeiro: 2003. p. 43-44).
Em relação ao conceito de identidade aplicado por Cecília Azevedo, é CORRETO afirmar que:
“[...] nada prova que tenhamos um sentido especial do tempo, como temos a visão, a audição, o tato, o paladar ou o olfato” (WHITROW, G. J. O tempo na História. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. p. 17).
Sobre a temática do “sentido do tempo”, discutida por G. J. Whitrow, é INCORRETO afirmar que:
Leia as alternativas abaixo relativas à trajetória da História no tempo enquanto campo de conhecimento.
I) A historiografia surgiu na Grécia do século V a.C., quando teve lugar um evento de magnitude equivalente à dos maiores feitos celebrados na lenda: o complexo de eventos das guerras médicas.
II) Santo Agostinho, como Platão, considerava que os conceitos de tempo e de universo deveriam ser pensados de forma independente um do outro.
III) Durante o Renascimento, os homens adquiriram crescente consciência de que quase tudo muda com o tempo, consolidando, assim, no ocidente, a noção de tempo linear.
IV) A ideia de que o próprio universo é uma máquina semelhante a um relógio passou ao primeiro plano do pensamento intelectual na Revolução Científica do século XVII.
V) Ao longo do século XVIII, a crença de que a ideia de tempo é parte essencial da ideia de natureza começou a se difundir.
Assinale a alternativa que apresenta somente as afirmativas CORRETAS:
“Ao definirem o tema transversal ‘pluralidade cultural’, os autores dos PCNs enfatizam que não se trata de dividir a sociedade brasileira em grupos culturalmente fechados, mas de educar com vistas a estimular a convivência entre tradições e práticas culturais diferenciadas, presentes na sociedade brasileira [...]” (MATTOS, Hebe. O Ensino da História e a Luta Contra a Discriminação Racial no Brasil. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel. Ensino de História. Conceitos, temáticas e metodologias. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003. p. 127-128).
Com relação a essa educação com “[...] vistas a estimular a convivência entre tradições e práticas culturais diferenciadas, presentes na sociedade brasileira [...]”, leia as afirmativas.
I) Objetiva educar para a tolerância e o respeito às diversidades, sejam culturais, linguísticas, étnico-raciais, regionais ou religiosas.
II) No texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de 1998, não é possível encontrar uma noção essencializada de cultura.
III) Para Hebe Maria Mattos, a interpretação dada à “pluralidade cultural” – mencionada no texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de 1998 – deve enfatizar a tolerância, a convivência e o respeito entre as tradições.
IV) O aprendizado do respeito às diferenças está na base de qualquer possibilidade de superação do racismo.
V) A ideia de um Brasil formado originalmente por três raças – o índio, o branco e o negro – reforça a perspectiva da “pluralidade cultural”.
Assinale a alternativa que apresenta somente as afirmativas CORRETAS.
“Para os índios, ‘povos na infância, não há história: só há etnografia’, disse Varnhagem no século XIX. A sugestão parece ter sido bem aceita na historiografia brasileira [...]” (VARNHAGEM, 1854 apud ALMEIDA, M. R. C. Identidades Étnicas e Culturais: novas perspectivas para a história indígena. In: ABREU, Martha; SOIHET, Raquel (Org.). Ensino de História - conceitos, temáticos e metodologia. Rio de Janeiro: 2003. p. 27.)
Sobre essa historiografia brasileira relativa à temática indígena influenciada por Varnhagem, é CORRETO afirmar que:
Maria Regina Celestino de Almeida, com base em novas propostas teóricas da História e da Antropologia e em documentos sobre aldeias coloniais do Rio de Janeiro, apresenta uma perspectiva das relações entre indígenas e europeus diferente daquela historiografia, influenciada por Varnhagem, que apresenta os indígenas apenas como atores coadjuvantes. Sobre essa perspectiva da autora, é INCORRETO afirmar que:
( ) em virtude da condição subalterna na qual ingressavam nas aldeias coloniais, os indígenas foram incapazes de rearticulação social entre si e com outros grupos.
( ) nessa perspectiva, aculturação e resistência deixam de ser polos opostos e as aldeias coloniais deixam de significar para os índios apenas perdas e prejuízos, para também serem espaço de sobrevivência na colônia.
( ) as aldeias indígenas constituíram-se espaços de ressocialização e reconstrução de identidades e culturas para grupos indígenas diversos que ali se reuniam em busca de sobrevivência.
( ) ainda no século XIX, os indígenas brasileiros lutavam pela garantia dos direitos que a legislação lhes dera séculos antes.
( ) a autora questiona o dualismo entre índio aculturado e índio puro, repensando as relações de contato na colônia portuguesa na América, vendo-as também a partir do interesse dos índios.
Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA, de cima para baixo.