Questões de Concurso Público IF-SP 2019 para Letras: Português e Espanhol

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Q1007242 Português

«Olá, guardador de rebanhos,

Aí à beira da estrada,

Que te diz o vento que passa?»


«Que é vento, e que passa,

E que já passou antes,

E que passará depois.

E a ti o que te diz?»


«Muita coisa mais do que isso,

Fala-me de muitas outras coisas.

De memórias e de saudades

E de coisas que nunca foram.»


«Nunca ouviste passar o vento.

O vento só fala do vento.

O que lhe ouviste foi mentira,

E a mentira está em ti.»

(PESSOA, F. O eu profundo e outros eus: antologia poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980).


“Com efeito, os heterônimos são, pode dizer-se, uma invenção nova na história da poesia europeia, embora no desenvolvimento de uma tendência antiga. Podemos talvez compreendê-la supondo que cada heterônimo corresponde a um ciclo de atitudes como que experimentais. O heterônimo Alberto Caeiro reage em verso prosaicamente livre contra o transcendentalismo saudosista, mostrando que ’o único sentido oculto das coisas / é elas não terem sentido oculto nenhum‘, e contra o farisaísmo, então concorrentemente jacobino e devoto, da poesia compassiva sentimental”.

(SARAIVA, A. J.; LOPES, Ó. História da literatura portuguesa. 26. ed. Porto: Porto Editora, 1996).


O poema de Fernando Pessoa, excerto de O guardador de rebanhos, vincula-se ao heterônimo Alberto Caeiro e estrutura-se em forma de diálogo entre dois sujeitos com percepções distintas sobre o vento. Considerando o trecho citado de Saraiva e Lopes em História da literatura portuguesa, a oposição entre as vozes que realizam o diálogo no texto de Pessoa-Caeiro relaciona-se:

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Q1010708 Português

Em síntese: existe uma linguagem verbal, linguagem de sons que veiculam conceitos e que se articulam no aparelho fonador, sons estes que, no Ocidente, receberam uma tradução visual alfabética (linguagem escrita), mas existe simultaneamente uma enorme variedade de outras linguagens que também se constituem em sistemas sociais e históricos de representação do mundo. Portanto, quando dizemos linguagem, queremos nos referir a uma gama incrivelmente intrincada de formas sociais de comunicação e de significação.

(SANTAELLA, L. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1993. Coleção Primeiros Passos.)


No trecho citado, a semioticista Lucia Santaella procura mostrar que o conceito de linguagem abrange outros elementos além daqueles pertinentes à linguagem verbal. Para a autora, a definição do objeto de estudo da Semiótica enquanto ciência articula-se com essa concepção de linguagem porque:

Alternativas
Respostas
5: B
6: D