Questões de Concurso Público IF-PE 2017 para Revisor de Texto

Foram encontradas 4 questões

Q768433 Português

Leia o TEXTO 01 para responder à questão.


TEXTO 01

MÃES SURPREENDEM TORCEDORES UNIFORMIZADOS EM CLÁSSICO EM PE

Jogo entre Sport e Náutico na Arena PE teve iniciativa inédita de combate à violência

Por Daniel Gomes (08/02/2015)


    Escoltados pela Polícia Militar, torcedores organizados chegam à Arena Pernambuco. Enfileiram-se e tiram o ingresso do bolso para passar pelas catracas. Entram no palco da partida e, quando começam a entoar gritos de ordem, se deparam com seguranças de rostos bem conhecidos: suas próprias mães. Foi o que aconteceu antes do clássico entre Sport e Náutico, neste domingo. A ação, inédita, logicamente pegou de surpresa os uniformizados. 

    A iniciativa foi idealizada por uma agência internacional como mais uma medida de combate à violência. Há uma semana, na primeira rodada do Campeonato Pernambucano, cenas lamentáveis foram registradas antes de Sport x Santa Cruz.

  Cerca de 30 mães se dividiram nas seguranças do setor onde são instaladas normalmente as organizadas. Todas elas, na torcida do Sport. Cristyane dos Santos Almeida era uma delas. Mãe de Jonatas Santos da Silva, de 22 anos e membro da principal organizada do Sport.

  - Acho que ele é da Torcida Jovem desde a primeira vez que foi para o campo. Não sei nem quem levou. Ele escondeu de mim durante um bom tempo que era da Torcida Jovem. Só me disse quando já estava maior de idade. Ele já se meteu em algumas fugindo de confusões... Por isso que eu acho válida esta ação.

(GOMES, Daniel. Mães surpreendem torcedores uniformizados em clássico em PE (Adaptado). Disponível em: < http://globoesporte.globo.com/pe/futebol/campeonato-pernambucano/noticia/2015/02/maessurpreendem-torcedores-uniformizados-em-classico-em-pe.html>. Acesso em: 08 out. 2016.)

Acerca das estratégias e elementos coesivos do TEXTO 01, considere as afirmações abaixo.
I. A expressão “torcedores organizados” (1º parágrafo) mantém-se sem a necessidade do uso de pronomes pessoais do caso reto. II. Há uma relação anafórica entre “seguranças de rostos bem conhecidos” e “suas próprias mães” (1º parágrafo). III. As expressões “a ação” (1º parágrafo) e “a iniciativa” (2º parágrafo) relacionam-se ao mesmo referente. IV. O pronome relativo “onde” (3º parágrafo) foi utilizado adequadamente, pois refere-se à palavra “setor”, que constitui lugar. V. O pronome demonstrativo “isso”, presente na última frase do TEXTO 01, se relaciona à presença das mães dos torcedores nos estádios disfarçadas de seguranças.
Estão CORRETAS, apenas, as assertivas
Alternativas
Q768436 Português
Leia o TEXTO 02 para responder à questão.

TEXTO 02
FAZER CONTAS DE CABEÇA É BOM PARA O SEU EMOCIONAL 

  Você já deve ter ouvido a expressão "frio e calculista" sendo usada para descrever alguém que não demonstra nenhuma emoção. Mas um novo estudo da Universidade Duke, nos Estados Unidos, mostra que a inteligência emocional e a habilidade de fazer contas mentais são mais conectadas do que imaginávamos.
  Para a neurociência, o exercício cerebral de fazer cálculos matemáticos era chamado de "controle executivo frio", porque era totalmente desassociado das emoções. Agora, pesquisadores encontraram as primeiras evidências de que, pelo menos no cérebro, esse processo é mais "quente" do que a gente imaginava.
  Eles recrutaram 186 estudantes universitários, que passaram por ressonâncias magnéticas enquanto resolviam, de cabeça, alguns problemas da matemática. Cálculos como esse ativam a memória e estimulam uma área do cérebro chamada de córtex pré-frontal dorsolateral. Além disso, os participantes precisavam contar como lidaram com seus problemas mais recentes como “bombar” em uma matéria na faculdade - e como estava sua saúde mental.
  Quando analisaram os resultados, os cientistas perceberam que os participantes que tinham o córtex pré-frontal dorsolateral mais ativos também usavam uma estratégia muito inteligente para controlar suas emoções. De acordo com os relatos dos estudantes que tinham o cérebro mais estimulado pelas contas matemáticas, quando eles tinham problemas como repetir uma matéria na faculdade, a estratégia que usavam era muito parecida com o que psicólogos cognitivo-comportamentais chamam de reavaliação cognitiva.
  Funciona assim: ao invés de focar na sensação negativa que aquele problema causa, a pessoa tenta analisar e processar o problema, adaptando as emoções associadas a esse acontecimento e tornando-as mais positivas (e aí, à nota baixa acrescenta-se a motivação e o desafio da superação, por exemplo). Quem usava esse tipo de regulação emocional também apresentou níveis mais baixos de ansiedade e depressão.
  Segundo o artigo, a gestão das emoções depende de três fatores: construir expectativas, ser capaz de enxergar uma série de explicações alternativas e fazer análises racionais antes de sair fazendo julgamentos - habilidades necessárias também nas contas matemáticas. "Nossa pesquisa mostra a primeira evidência direta de que nossa habilidade de regular emoções como medo ou raiva reflete a capacidade do cérebro de fazer cálculos numéricos mentalmente", falou Matthew Scult, autor do estudo.
  Só que o estudo tem a famosa limitação das correlações: não dá para saber que fator causou o outro. Ou seja: pode ser que pessoas que já têm uma melhor regulação emocional sejam melhores em fazer cálculos matemáticos mentais. A solução que os pesquisadores querem adotar é acompanhar crianças até a vida adulta e ver qual das habilidades se apresenta primeiro.
(LEONARDI, Ana Carolina. Fazer contas de cabeça é bom para o seu emocional (Adaptado). Revista Superinteressante. Disponível em: <http://super.abril.com.br/comportamento/fazer-contas-de-cabeca-e-bom-para-oseu-emocional>. Acesso: 12 out. 2016.)
A coesão textual pode ser entendida como o fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos linguísticos presentes no texto encontram-se interligados entre si, por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentidos. A esse respeito, analise as afirmativas a seguir.
I. Em “Agora, pesquisadores encontraram as primeiras evidências” (2º parágrafo), o advérbio funciona como um articulador de discurso e indica uma sequência temporal iniciada no período anterior, o qual sugere uma constatação antecedente a que é tratada no texto.
II. No trecho “eles tinham problemas como repetir uma matéria na faculdade” (4º parágrafo), o vocábulo em destaque refere-se, anaforicamente, a “cientistas”, termo que, embora esteja no período anterior, é retomado pelo uso do pronome.
III. Em “Eles recrutaram 186 estudantes universitários” (3º parágrafo), e “eles tinham problemas como repetir uma matéria” (4º parágrafo), os pronomes pessoais em destaque possuem o mesmo referente.
IV. Em “adaptando as emoções associadas a esse acontecimento e tornando-as mais positivas” (5º parágrafo) os pronomes destacados constituem elementos coesivos e referem-se, respectivamente, a “problema” e “emoções”.
V. No trecho “usavam uma estratégia muito inteligente para controlar suas emoções” (4º parágrafo), o termo em destaque refere-se, cataforicamente, aos “participantes que tinham o córtex pré-frontal dorsolateral mais ativos”.
Estão CORRETAS, apenas, as afirmações constantes nos itens 
Alternativas
Q768440 Português
Leia o TEXTO 06 para responder à questão.

TEXTO 06
BOB DYLAN VENCE NOBEL DE LITERATURA

  O prêmio Nobel de Literatura 2016 foi atribuído a Bob Dylan, por ele ter criado novas formas de expressão poética no quadro da grande tradição da música americana, anunciou hoje (13) a Academia Sueca. Bob Dylan é o nome artístico de Robert Allen Zimmerman, nascido em 24 de maio de 1941 - compositor, cantor, pintor, ator e escritor norte-americano.
  Nascido no estado de Minnesota, neto de imigrantes judeus russos, aos 10 anos Dylan escreveu seus primeiros poemas e, ainda adolescente, aprendeu piano e guitarra sozinho. Começou cantando em grupos de rock, imitando Little Richard e Buddy Holly, mas quando foi para a Universidade de Minnesota em 1959, voltou-se para folk music, impressionado com a obra musical do lendário cantor folk Woody Guthrie, a quem foi visitar em Nova York em 1961.
  Em 2004, foi eleito pela revista Rolling Stone o sétimo maior cantor de todos os tempos e, pela mesma revista, o segundo melhor artista da música de todos os tempos, ficando atrás somente dos Beatles. Uma de suas principais canções, Like a Rolling Stones, foi escolhida como uma das melhores de todos os tempos.
  Em 2012 Dylan foi condecorado com a Medalha da Liberdade pelo presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

Autor não informado. Bob Dylan vence Nobel de Literatura (Adaptado). NE 10 – Portal do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. Disponível em: <http://entretenimento.ne10.uol.com.br/literatura/noticia/2016/10/13/bob-dylan-vence-nobel-de-literatura- 642412.php>. Acesso: 15 out. 2016.
A utilização de pronomes e advérbios pode contribuir para a coesão textual. Sobre esse assunto, assinale a alternativa que analisa corretamente o processo coesivo em questão.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2017 - IF-PE - Revisor de Texto |
Q773022 Português

Leia o TEXTO  para responder à questão. 


CUIDADO COM OS REVIZORES


   Todo escritor convive com um terror permanente: o do erro de revisão. O revisor é a pessoa mais importante na vida de quem escreve. Ele tem o poder de vida ou de morte profissional sobre o autor. A inclusão ou omissão de uma letra ou vírgula no que sai impresso pode decidir se o autor vai ser entendido ou não, admirado ou ridicularizado, consagrado ou processado. Todo texto tem, na verdade, dois autores: quem o escreveu e quem o revisou. Toda vez que manda um texto para ser publicado, o autor se coloca nas mãos do revisor, esperando que seu parceiro não falhe. Não há escritor que não empregue palavras como, por exemplo: “ônus” ou “carvalho” e depois fique metaforicamente de malas feitas, pronto para fugir do país se as palavras não saírem impressas como no original, por um lapso do revisor. Ou por sabotagem.
   Sim, porque a paranoia autoral não tem limites. Muitos autores acreditam firmemente que existe uma conspiração de revisores contra eles. Quando os revisores não deixam passar erros de composição (hoje em dia, de digitação), fazem pior: não corrigem os erros ortográficos e gramaticais do próprio autor, deixando-o entregue às consequências dos seus próprios pecados de concordância, das suas crases indevidas e pronomes fora do lugar. O que é uma ignomínia. Ou será ignomia? Enfim, não se faz.
   Pode-se imaginar o que uma conspiração organizada, internacional, de revisores significaria para a nossa civilização. Os revisores só não dominam o mundo porque ainda não se deram conta do poder que têm. Eles desestabilizariam qualquer regime com acentos indevidos e pontuações maliciosas, além de decretos oficiais ininteligíveis. Grandes jornais seriam levados à falência por difamações involuntárias, exércitos inteiros seriam imobilizados por manuais de instrução militar sutilmente alterados, gerações de estudantes seriam desencaminhadas por cartilhas ambíguas e fórmulas de química incompletas. E os efeitos de uma revisão subversiva na instrução médica são terríveis demais para contemplar.
   Existe um exemplo histórico do que a revisão desatenta – ou mal-intencionada – pode fazer. Uma das edições da Versão Autorizada da Bíblia publicada na Inglaterra por iniciativa do rei James I, no século XVII, ficou conhecida como a “Bíblia Má”, porque a injunção “Não cometerás adultério” saiu, por um erro de impressão, sem o “não”. Ninguém sabe se o volume de adultérios entre os cristãos de fala inglesa aumentou em decorrência dessa inesperada sanção bíblica até descobrirem o erro, ou se o impressor e o revisor foram atirados numa fogueira juntos, mas o fato prova que nem a palavra de Deus está livre do poder dos revisores.
   A mesma bíblia do rei James serve como um alerta (ou como o incentivo, dependendo de como se entender a história) para a possibilidade que o revisor tem de interferir no texto. O objetivo de James I era fazer uma versão definitiva da Bíblia em inglês, com aprovação real, para substituir todas as outras traduções da época, principalmente as que mostravam uma certa simpatia republicana nas entrelinhas como a Bíblia de Genebra, feita por calvinistas e adotada pelos puritanos ingleses, e que é a única Bíblia da História em que Adão e Eva vestem calções. Para isso, James reuniu um time dividido entre os que cuidariam do Velho e do Novo Testamento, das partes proféticas e das partes poéticas, etc. Especula-se que as traduções dos trechos poéticos teriam sido distribuídas entre os poetas praticantes da época, para revisarem e, se fosse o caso, melhorarem, desde que não traíssem o original. Entre os poetas em atividade na Inglaterra de James I estava William Shakespeare. O que explicaria o fato de o nome de Shakespeare aparecer no Salmo 46 – “shake” é a 46ª palavra do salmo a contar do começo, “speare” a 46ª a contar do fim. Na tarefa de revisor, e incerto sobre a sua permanência na História como sonetista ou dramaturgo, Shakespeare teria inserido seu nome clandestina e disfarçadamente numa obra que sem dúvida sobreviveria aos séculos. (Infelizmente, diz Anthony Burgess, em cujo livro “A mouthful of air” a encontrei, há pouca probabilidade de esta história ser verdadeira. De qualquer maneira, vale para ilustrar a tentação que todo revisor deve sentir de deixar sua marca, como grafite, na criação alheia.)
   Não posso me queixar dos revisores. Fora a vontade de reuni-los em algum lugar, fechar a porta e dizer “Vamos resolver de uma vez por todas a questão da colocação das vírgulas, mesmo que haja mortos”, acho que me têm tratado bem. Até me protegem. Costumo atirar os pronomes numa frase e deixá-los ficar onde caíram, certo de que o revisor os colocará no lugar adequado. Sempre deixo a crase ao arbítrio deles, que a usem se acharem que devem. E jamais uso a palavra “medra”, para livrá-los da tentação.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Cuidado com os revizores. VIP Exame, mar. 1995, p. 36-37.
Em “Toda vez que manda um texto para ser publicado, o autor se coloca nas mãos do revisor, esperando que seu parceiro não falhe. Não há escritor que não empregue palavras como, por exemplo: “ônus” ou “carvalho” e depois fique metaforicamente de malas feitas, pronto para fugir do país se as palavras não saírem impressas como no original, por um lapso do revisor. Ou por sabotagem.” (1º parágrafo), o “lapso” ou “sabotagem” do revisor se daria por
Alternativas
Respostas
1: A
2: A
3: B
4: D