Questões de Concurso Público Câmara de Gravatá - PE 2020 para Auxiliar de Serviços Gerais
Foram encontradas 4 questões
Ano: 2020
Banca:
IDIB
Órgão:
Câmara de Gravatá - PE
Provas:
IDIB - 2020 - Câmara de Gravatá - PE - Auxiliar de Serviços Gerais
|
IDIB - 2020 - Câmara de Gravatá - PE - Motorista |
Q1808442
Português
Texto associado
TEXTO I
Um mergulho no oceano
A última vez que entrei numa sala de aula foi no último
dia da faculdade, e lá se vão muitas luas, parece que foi em
outra vida. Fazia tanto tempo que eu não era estudante que
fiquei apreensiva ao me matricular na The London School of
English, de onde retornei semana passada. Haveria quantos
alunos por sala? Ainda existe giz e quadro-negro? E sendo eu
uma analfabeta digital, passaria vergonha levando um caderno
e uma caneta para anotações?
Éramos poucos em cada sala – no máximo oito, entre
tchecos, russos, japoneses, italianos, espanhóis e brasileiros. O
quadro-negro agora é um quadro branco onde se escreve com
marcadores coloridos (para os saudosistas, vale uma visita à
Saatchi Gallery, que expõe antigos quadros-negros das mais
famosas universidades do mundo – Cambridge, Harvard, Oxford
– extraindo de nós um novo olhar para o efeito das frases,
fórmulas e gráficos rabiscados a giz).
E a analfabeta digital não passou vergonha com seu
caderno e caneta, mesmo cercada por colegas equipados com
tablets e laptops. Não conheço recurso mais eficiente para reter
e decorar informações do que escrevê-las à mão. Fiquei
impressionada ao ver que alguns alunos fotografam o quadro
antes de o professor apagá-lo. Não copiam, simplesmente
fotografam com seus celulares. Eu sempre aprendi mais
escrevendo, sublinhando, fazendo círculos em torno das
palavras, enchendo a página de flechas e asteriscos. Meu
caderno ainda vai acabar sendo exposto numa mostra de
design.
O mais valioso da experiência foi resgatar o prazer
inocente de aprender. Cada nova palavra, cada nova expressão
era uma vitória particular que eu assimilava com humildade. A
minha vergonha em falar um idioma que não domino, e ao
mesmo tempo a disposição em me divertir com os próprios
erros, me tornavam uma aprendiz de mim mesma e da vida,
essa venerável mestra.
Algumas pessoas se satisfazem com o que já sabem, é
como se seu conhecimento coubesse numa piscina. Dão
algumas braçadas para um lado, outras braçadas para o outro,
agarram-se às bordas e tocam o fundo com os pés: sentem-se
seguras nessa amplitude restrita. Mas nada como mergulhar
num mar do conhecimento sem fim, onde não há limites, a
profundidade é oceânica e a ideia é nadar sem chegar à terra
firme, simplesmente manter-se em movimento. Cansa, mas
também revitaliza. Uma pena que nossa preguiça impeça a
grandeza de se descobrir algo novo todos os dias.
Eu, que além de apegada aos instrumentos rudimentares
da escrita, tenho certo receio de procedimentos estéticos em
geral, descobri uma maneira de me manter jovem para sempre,
mesmo que, olhando, ninguém diga: não vou mais parar de
estudar e assim realizarei a utopia de me sentir com 20 anos até
os 100 – depois disso, aí sim, recreio.
MEDEIROS, Martha. Simples assim. 12. ed. – Porto Alegre, RS: LP&M,
2016.
De acordo com o TEXTO I,
Ano: 2020
Banca:
IDIB
Órgão:
Câmara de Gravatá - PE
Provas:
IDIB - 2020 - Câmara de Gravatá - PE - Auxiliar de Serviços Gerais
|
IDIB - 2020 - Câmara de Gravatá - PE - Motorista |
Q1808452
Português
Texto associado
TEXTO IV
Disponível em: https://www.mood.com.br/mafalda-sua-linda/. Acesso em 09
de janeiro de 2020.
A escolha do modo Imperativo do verbo “experimentar”, na
oração “Experimenta sair sem vestido”, presente no 3º
quadrinho do TEXTO IV, indica
Ano: 2020
Banca:
IDIB
Órgão:
Câmara de Gravatá - PE
Provas:
IDIB - 2020 - Câmara de Gravatá - PE - Auxiliar de Serviços Gerais
|
IDIB - 2020 - Câmara de Gravatá - PE - Motorista |
Q1808455
Português
Texto associado
TEXTO V
Você maior
As redes sociais alimentam, mas não são as únicas
responsáveis pela egolatria que tomou conta do mundo. Vivendo
numa bolha chamada sociedade de consumo, cada um de nós
passou a ser encarado como um produto e, como tal, precisa se
“vender”. Para se colocar bem no mercado do amor e no mercado
de trabalho, tornou-se obrigatório apresentar um perfil, e então
tratamos de falar muito sobre nós, sobre nossos atributos e tudo o
que possa fazer a gente avançar em relação à concorrência, que
não é pequena. Somos os publicitários de nós mesmos, uns mais
discretos, outros mais exibidos, mas todos procurando encantar o
próximo, que propaganda nada mais é do que isso: a arte de
seduzir.
Contraditoriamente, quando se torna necessário falarmos não
de nossos atributos, mas de nossas dores, de nossas inseguranças
e de nossos defeitos, fechamos a boca. Mesmo os que estão bem
perto, aqueles que nos são íntimos, não escutam a nossa voz.
Calamos por temer um julgamento sumário. Produtos precisam ser
eficientes, não podem ter falhas.
A boa notícia é que tudo isso é um absurdo. Não somos um
produto. Não precisamos de slogan, embalagem, jingle. Estamos
aqui para conviver, e não para sermos consumidos. E, se
quisermos que realmente nos conheçam, o ideal seria parar de nos
anunciarmos como o último copo d’água do deserto.
O documentário Eu Maior, um dos trabalhos mais tocantes a
que assisti nos últimos tempos, traz o depoimento de filósofos,
artistas, cientistas e ambientalistas sobre quem verdadeiramente
somos e como devemos nos relacionar com o universo. Entre
várias colocações ponderadas, teve uma de Marina Silva que tomei
como uma lição de comportamento: “Você descobre a qualidade de
uma pessoa não quando ela fala de si, mas quando ela fala dos
outros”.
Ou seja, o que revela sua verdadeira natureza são os
comentários venenosos que costuma distribuir ou os elogios que
faz sobre amigos e desconhecidos. São as fofocas que oculta para
não menosprezar seus semelhantes ou que espalha por aí,
acrescentando uma maldadezinha extra. Você é avaliado de forma
mais precisa através da sua capacidade de enaltecer o positivo que
há ao seu redor ou de propagar o negativismo que sobressai em
tudo o que vê. Você demonstra que é uma pessoa maior – ou menor
– de acordo com sua necessidade de diminuir ou de valorizar
aqueles que o rodeiam, de acordo com um olhar que deveria ser
justo, mas quase sempre é competitivo. É através das suas
palavras amorosas ou das suas declarações injuriantes que os
outros saberão exatamente quem é você – pouco importando o que
você diga sobre si mesmo.
Sobre você mesmo, deixe que falemos nós.
MEDEIROS, Martha. Simples assim. 12. ed. – Porto Alegre, RS:
LP&M, 2016.
De acordo com o TEXTO V
Ano: 2020
Banca:
IDIB
Órgão:
Câmara de Gravatá - PE
Provas:
IDIB - 2020 - Câmara de Gravatá - PE - Auxiliar de Serviços Gerais
|
IDIB - 2020 - Câmara de Gravatá - PE - Motorista |
Q1808456
Português
Texto associado
TEXTO V
Você maior
As redes sociais alimentam, mas não são as únicas
responsáveis pela egolatria que tomou conta do mundo. Vivendo
numa bolha chamada sociedade de consumo, cada um de nós
passou a ser encarado como um produto e, como tal, precisa se
“vender”. Para se colocar bem no mercado do amor e no mercado
de trabalho, tornou-se obrigatório apresentar um perfil, e então
tratamos de falar muito sobre nós, sobre nossos atributos e tudo o
que possa fazer a gente avançar em relação à concorrência, que
não é pequena. Somos os publicitários de nós mesmos, uns mais
discretos, outros mais exibidos, mas todos procurando encantar o
próximo, que propaganda nada mais é do que isso: a arte de
seduzir.
Contraditoriamente, quando se torna necessário falarmos não
de nossos atributos, mas de nossas dores, de nossas inseguranças
e de nossos defeitos, fechamos a boca. Mesmo os que estão bem
perto, aqueles que nos são íntimos, não escutam a nossa voz.
Calamos por temer um julgamento sumário. Produtos precisam ser
eficientes, não podem ter falhas.
A boa notícia é que tudo isso é um absurdo. Não somos um
produto. Não precisamos de slogan, embalagem, jingle. Estamos
aqui para conviver, e não para sermos consumidos. E, se
quisermos que realmente nos conheçam, o ideal seria parar de nos
anunciarmos como o último copo d’água do deserto.
O documentário Eu Maior, um dos trabalhos mais tocantes a
que assisti nos últimos tempos, traz o depoimento de filósofos,
artistas, cientistas e ambientalistas sobre quem verdadeiramente
somos e como devemos nos relacionar com o universo. Entre
várias colocações ponderadas, teve uma de Marina Silva que tomei
como uma lição de comportamento: “Você descobre a qualidade de
uma pessoa não quando ela fala de si, mas quando ela fala dos
outros”.
Ou seja, o que revela sua verdadeira natureza são os
comentários venenosos que costuma distribuir ou os elogios que
faz sobre amigos e desconhecidos. São as fofocas que oculta para
não menosprezar seus semelhantes ou que espalha por aí,
acrescentando uma maldadezinha extra. Você é avaliado de forma
mais precisa através da sua capacidade de enaltecer o positivo que
há ao seu redor ou de propagar o negativismo que sobressai em
tudo o que vê. Você demonstra que é uma pessoa maior – ou menor
– de acordo com sua necessidade de diminuir ou de valorizar
aqueles que o rodeiam, de acordo com um olhar que deveria ser
justo, mas quase sempre é competitivo. É através das suas
palavras amorosas ou das suas declarações injuriantes que os
outros saberão exatamente quem é você – pouco importando o que
você diga sobre si mesmo.
Sobre você mesmo, deixe que falemos nós.
MEDEIROS, Martha. Simples assim. 12. ed. – Porto Alegre, RS:
LP&M, 2016.
Leia o trecho abaixo:
“Ou seja, o que revela sua verdadeira natureza são os comentários venenosos que costuma distribuir ou os elogios que faz sobre amigos e desconhecidos”.
A palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por
“Ou seja, o que revela sua verdadeira natureza são os comentários venenosos que costuma distribuir ou os elogios que faz sobre amigos e desconhecidos”.
A palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por