Questões de Concurso Público Prefeitura de Ilha de Itamaracá - PE 2023 para Professor de História

De acordo com a perspectiva de Boris Fausto, o movimento de 1930 no Brasil é interpretado como uma revolução que resultou de conflitos intraoligárquicos, indicando uma transformação estrutural na sociedade brasileira durante a Primeira República.

As obras de Victor Nunes Leal e Nelson Werneck Sodré são citadas como exemplos de uma perspectiva que defende a existência de uma relação fundamental entre os setores agrário-exportador e urbano-industrial, sendo as classes médias consideradas como vanguarda das reivindicações de setores antes invisibilizados.

Segundo as análises de Hélio Jaguaribe, a Primeira República não é marcada por um sistema de dominação baseado no latifúndio, o crescente setor urbano-industrial adquire protagonismo em considerando a modernização do parque industrial brasileiro.

O golpe civil-militar de 1964 trouxe consigo uma continuidade nas interpretações historiográficas da Primeira República, com destaque para as obras de Caio Prado Jr. e Boris Fausto, que reafirmam a visão dicotômica e oposta entre os setores urbano-industrial e agrário-exportador.

Paula Beiguelman, ao analisar criticamente as teses de Nelson Werneck Sodré, reforça a existência de contradições fundamentais entre o setor agrário e o setor urbano-industrial, defendendo a Revolução de 1930 como um desfecho inevitável desse antagonismo, acrescido ainda de ressentimentos tardios decorrentes do Golpe de 1889.

Apesar do Plano Trienal afirmar que seria possível combater a inflação sem sacrificar o desenvolvimento, na prática, pedia que os trabalhadores fossem orientados ao sistema de produção e consumo de bens, o que gerou críticas e protestos dos setores sindicais e das organizações nacionalistas e de esquerda.

O Plano Trienal, elaborado pelo economista Celso Furtado, recebeu inicialmente o apoio dos setores sindicais. Entretanto, encontrou forte resistência dos empresários e organizações nacionalistas, especialmente devido às medidas que impactaram os salários da classe média.

O governo Goulart, ao anunciar o Plano Trienal, enfrentou críticas e protestos de diversos setores, incluindo o CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), que denunciava o "caráter reacionário" do plano. Além disso, a tentativa de compra da American Foreign Power comprometeu a imagem do governo nacionalista.

A composição do primeiro ministério presidencialista de Goulart refletiu compromissos promissores, incluindo políticos conservadores, petebistas "fisiológicos", "nacionalistas" e militares dos setores "duros". Essa diversidade viria por favorecer o governo.

O Plano Trienal, ao findar o ano de 1963, foi reconhecido como um sucesso, pois conseguiu desacelerar a inflação embora o crescimento econômico não fora significativo, resultando em Essa situação contribuiu para o aumento das tensões sociais no país.