Questões de Concurso Público IF-PB 2019 para Professor - História
Foram encontradas 28 questões
“Quando o doente se acostuma ao seu estado de vigília, começavam a apagar-se da sua memória as lembranças da infância, em seguida o nome e a noção das coisas, e por último a identidade das pessoas e ainda a consciência do próprio ser, até se afundar numa idiotice sem passado.”
MÁRQUEZ, Gabriel García. Cem anos de solidão. – 59ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2006. p. 47-48.
“Um novo regime de historicidade, centrado sobre o presente, estaria se formulando no Ocidente? A partir da Queda do Muro de Berlim (1989), ocorreu um crescimento rápido da categoria do presente e se impôs a evidência de um presente onipresente, nomeado de presentismo, onde se vive entre a amnésia e a vontade de nada esquecer.”
HARTOG, François. Tempo e patrimônio. Varia História, Belo Horizonte, vol.22, nº36, p.261-273, jul./dez., 2006. (com adaptações)
Relacionando as consequências da epidemia de insônia que acometeu a Macondo de Cem anos de solidão com as implicações que o presentismo traz para a nossa experiência histórica atual, é correto afirmar que a função social do historiador na sociedade atual deve ser:
“O Orientalismo é um modo de abordar o Oriente que tem como fundamento o lugar especial que este ocupa na experiência ocidental europeia. O Oriente não é apenas adjacente à Europa; é também o lugar das maiores, mais ricas e mais antigas civilizações e línguas, é seu rival cultural e uma de suas imagens mais profundas e mais recorrentes do Outro. Além disso, o Oriente ajudou a definir a Europa (ou o Ocidente) com sua imagem, ideia, personalidade e experiências contrastantes.”
SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 27-28. (com adaptações)
No que diz respeito ao contexto de produção do Orientalismo enquanto disciplina acadêmica e mentalidade dominadora na Europa, é correto afirmar que este foi formulado a partir do período
Considerados os povos mais antigos do continente africano, viviam de forma nômade, com a economia baseada no comércio, principalmente de tecidos, alimentos, sal, artesanato e joias. Usavam muito o camelo como meio de transporte de mercadorias, graças a resistência deste animal e de sua adaptação à vida no deserto. Durante as viagens, levavam e traziam informações e aspectos culturais. Logo, eles foram de extrema importância para a troca cultural que ocorreu no norte da África.
O texto acima descreve as características culturais de qual dos seguintes povos africanos no mundo antigo?
“Cidadania, participação política, democracia: estas noções fundamentais, de grande atualidade, formaram-se no período das cidades-Estados da Antiguidade clássica. Naquele mundo das cidades gregas independentes e da República romana, todos estariam de acordo com a ideia de Aristóteles quanto a ser o homem um animal cuja finalidade consiste em viver, como cidadão, uma vida associativa numa cidade-Estado e com a crença de que no Estado imperam as leis, não os homens.”
CARDOSO, Ciro Flamarion S. A cidade-Estado antiga. São Paulo: Ática, 1985.
Dentre as características comuns às cidades-Estados clássicas no mundo antigo, identificamos:
Temido e odiado por muitos, este é um dos deuses mais curiosos da antiga mitologia egípcia. Inicialmente era tido como um deus violento, mas heroico, pois era guardião da barca solar, enfrentando a serpente Apófis todas as noites para garantir que o deus Sol renascesse a cada alvorada. Mais tarde recebeu como herança de seu bisavô os desertos e oásis que cercavam o Egito. Contudo, por inveja de seu irmão, que detinha a parte fértil do Egito, o matou, perdendo assim a imagem de bravura e passando a de assassino cruel. Era casado com sua irmã Néftis e não teve nenhum filho com ela.
A qual dos seguintes deuses egípcios do Mito de Heliópolis a descrição acima corresponde?
“Antes do século XV, de acordo com o geógrafo grego Ptolomeu, o mundo consistia em Mediterrâneo oriental, parte da Europa meridional e segmentos do litoral da África do norte, ao sul do qual jazia um abismo sem fim, um inferno que ninguém ousava penetrar. Esse limitado conceito descritivo do mundo e de seu inferno adjacente, semelhante aquele exposto na Bíblia, viria a se tornar a imagem convencional da África. Entretanto, seria impossível negar que existiam diversas civilizações que o mundo pretensamente consciente, isto é, a Europa ocidental, ignorava absolutamente.”
HAMENOO, Michael. A África na ordem mundial. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin (org.). A matriz africana no mundo. São Paulo: Selo Negro, 2008. p. 109-110
Assim, entre os antigos povos, impérios ou civilizações africanas que os europeus desconheciam completamente até o século XV, encontra-se
O Islamismo originou-se nas redondezas da cidade de Meca, na atual Arábia Saudita, por volta do ano 600 d.C., com as revelações de Alá ao profeta Maomé. Nos séculos VII e VIII, o Islamismo cresceu e se espalhou por toda a Península Arábica. Maomé e seus seguidores haviam conseguido, com a nova religião, dar início à unificação das tribos árabes. Com isso, o Islamismo, expandiu-se em todas as direções. Em poucas décadas, ocupou uma extensão de terra somente comparável ao Império romano em seu auge.
Quanto às consequências que a expansão e o domínio do Império Árabe-Muçulmano acarretaram para a Europa, é correto afirmar que
“Aquele grande processo histórico-religioso do desencantamento do mundo que teve início com as profecias do judaísmo antigo e, em conjunto com o pensamento científico helênico, repudiava como superstição e sacrilégio todos os meios mágicos de busca de salvação, encontrou aqui sua conclusão.”
WEBER, Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
A qual dos seguintes aspectos característicos da Idade Moderna europeia Max Weber se refere ao tratar desse processo de “desencantamento do mundo”?
“A América, de fato, foi inventada sob a espécie física de “continente” e sob a espécie histórica de “novo mundo”. Surgiu, pois, como um ente físico dado, já feito e inalterável, e como um ente moral dotado da possibilidade de realizar-se na ordem do ser histórico. Estamos na presença de uma estrutura ontológica que, como a humana, pressupõe um suporte corporal de uma realidade espiritual.”
O’GORMAN, Edmundo. A Invenção da América. SP: UNESP, 1992. p. 199.
Em relação às consequências que a “descoberta” da América acarretou para a mentalidade europeia a partir do século XV, é correto afirmar que esta