A relação entre consumo de álcool e o câncer
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer
(IARC, na sigla em inglês) acaba de lançar um manual
para incentivar a redução e a cessação do consumo de
bebidas alcoólicas, como forma de prevenção contra
diversos tipos de tumores.
Em 2020, segundo a entidade, mais de 741 mil novos
casos de câncer foram atribuídos ao consumo de álcool,
o que equivale a 4,1% de todos os registros da doença
no mundo.
O manual "Redução ou Cessação do Consumo de
Bebidas Alcoólicas" detalha as informações de um artigo
publicado no fim do ano passado no The New England
Journal of Medicine, com dados epidemiológicos e
análises feitas por um grupo de trabalho de 15
especialistas internacionais independentes.
Os pesquisadores avaliaram a eficácia da redução ou
cessação do consumo de álcool na diminuição do risco
de câncer mais comumente relacionado ao etilismo,
como tumores da cavidade oral, faringe, laringe,
esôfago, fígado, colorretal e mama.
São abordados temas como os mecanismos que
estimulam o desenvolvimento dos tumores no
organismo, a ligação entre o tabagismo e o etilismo e as
alterações na microbiota, nas respostas inflamatórias e
no sistema imune com o consumo de álcool.
Desde 2012 a IARC considera as bebidas alcoólicas
como cancerígenas para humanos (Grupo 1) com base
em evidências suficientes de causalidade para diferentes
tipos de neoplasias, alertando que não há limite seguro
para o consumo da substância.
Em consonância com o órgão internacional, o Instituto
Nacional do Câncer (INCA) divulgou no fim do ano
passado um documento em apoio a intervenções para
redução do consumo de bebidas alcoólicas no Brasil.
Uma das medidas seria um imposto seletivo cobrado
sobre produtos que geram danos à saúde ou ao meio
ambiente, além de ações de combate ao consumo de
álcool no âmbito da Política Nacional de Prevenção e
Controle do Câncer no âmbito do SUS, sancionada em
dezembro de 2023.
Segundo dados do próprio INCA, o consumo de álcool
vem crescendo nas últimas décadas no país, bem como
os gastos de saúde relacionados. Por isso, ao lado do
controle do tabagismo, do sobrepeso, da obesidade e do
consumo alimentar inadequado, uma atenção especial
ao etilismo deve ser considerada nas ações de combate
ao câncer no Brasil e no mundo.
https://forbes.com.br/forbessaude/2024/07/fernando-maluf-a-relacao-en
tre-consumo-de-alcool-e-o-cancer/