Questões de Concurso Público Demae de Campo Belo - MG 2019 para Auxiliar de Manutenção e Reparos

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Q1727204 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.


O cajueiro

Rubem Braga

O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância: belo, imenso, no alto do morro atrás da casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu. Eu me lembro do outro cajueiro que era menor e morreu há muito tempo.

Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande touceira de espadas-de-sãojorge (que nós chamávamos simplesmente “tala”) e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, “beijos”, violetas. Tudo sumira; mas o grande pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.

No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera: mas assim mesmo fiz questão de que Carybé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.

A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira; e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa.

Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas foram brincar nos galhos tombados.

Foi agora, em fins de setembro. Estava carregado de flores.


Setembro, 1954.
Cem crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1956. 
No trecho “No último verão ainda o vi.”, a palavra ‘o’ substitui
Alternativas
Q1727210 Português
Leia este poema.
Canção
Não te fies do tempo nem da eternidade, que as nuvens me puxam pelos vestidos que os ventos me arrastam contra o meu desejo! Apressa-te, amor, que amanhã eu morro, que amanhã morro e não te vejo!
MEIRELES, Cecília. Disponível em: <https://www.culturagenial. com/maiores-poemas-de-amor-literatura-brasileira/>. Acesso em: 23 maio 2019. [Fragmento].


Nos versos “Apressa-te, amor, que amanhã eu morro, / que amanhã morro e não te vejo!”, a palavra ‘que’ tem o sentido
Alternativas
Respostas
1: C
2: D