Questões de Concurso Público Câmara de Santa Bárbara - MG 2018 para Técnico Administrativo
Foram encontradas 19 questões
Ano: 2018
Banca:
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão:
Câmara de Santa Bárbara - MG
Prova:
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Câmara de Santa Bárbara - MG - Técnico Administrativo |
Q1101902
Português
Texto associado
2018 (Fragmento adaptado).
TEXTO I
Presos que menstruam: descubra como é a vida
das mulheres nas penitenciárias brasileiras
Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós
imaginárias que cresceram com histórias de Dona
Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída
de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão
bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo
de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina
de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar
histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro
a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha
apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência,
ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há
quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda,
um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do
Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre
esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico
caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”,
contou, sem rodeios.
Conversando com detentas como Maria, para meu livro
Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora
Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata
as mulheres exatamente como trata os homens. Isso
significa que não lembra que elas precisam de papel
higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma,
de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes
internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo
de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da
Pastoral Carcerária.
A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade.
Piper Chapman, protagonista da série Orange is the
New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear
no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa
prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as
prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria
às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas
brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros
e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As
prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas,
superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de
Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres
dormem no chão, revezando-se para poder esticar as
pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas,
têm descargas falhas e canos estourados que deixam
vazar os cheiros da digestão humana. Itens como
xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda
de troca das mais valiosas e servem de salário para as
detentas mais pobres, que trabalham para outras presas
como faxineiras ou cabeleireiras.
[...]
QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.
Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio
Releia o trecho a seguir.
“As prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas,
superlotadas.”
A palavra destacada é uma derivação
Ano: 2018
Banca:
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão:
Câmara de Santa Bárbara - MG
Prova:
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Câmara de Santa Bárbara - MG - Técnico Administrativo |
Q1101903
Português
Texto associado
2018 (Fragmento adaptado).
TEXTO I
Presos que menstruam: descubra como é a vida
das mulheres nas penitenciárias brasileiras
Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós
imaginárias que cresceram com histórias de Dona
Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída
de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão
bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo
de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina
de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar
histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro
a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha
apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência,
ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há
quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda,
um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do
Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre
esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico
caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”,
contou, sem rodeios.
Conversando com detentas como Maria, para meu livro
Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora
Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata
as mulheres exatamente como trata os homens. Isso
significa que não lembra que elas precisam de papel
higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma,
de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes
internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo
de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da
Pastoral Carcerária.
A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade.
Piper Chapman, protagonista da série Orange is the
New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear
no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa
prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as
prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria
às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas
brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros
e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As
prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas,
superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de
Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres
dormem no chão, revezando-se para poder esticar as
pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas,
têm descargas falhas e canos estourados que deixam
vazar os cheiros da digestão humana. Itens como
xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda
de troca das mais valiosas e servem de salário para as
detentas mais pobres, que trabalham para outras presas
como faxineiras ou cabeleireiras.
[...]
QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.
Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio
Releia o trecho a seguir.
“[...] protagonista da série Orange is the New Black,
cuja terceira temporada acabou de estrear no
Netflix [...]”
Em relação à palavra destacada, assinale a alternativa
incorreta.
Ano: 2018
Banca:
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão:
Câmara de Santa Bárbara - MG
Prova:
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Câmara de Santa Bárbara - MG - Técnico Administrativo |
Q1101904
Português
Texto associado
2018 (Fragmento adaptado).
TEXTO I
Presos que menstruam: descubra como é a vida
das mulheres nas penitenciárias brasileiras
Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós
imaginárias que cresceram com histórias de Dona
Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída
de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão
bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo
de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina
de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar
histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro
a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha
apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência,
ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há
quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda,
um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do
Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre
esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico
caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”,
contou, sem rodeios.
Conversando com detentas como Maria, para meu livro
Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora
Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata
as mulheres exatamente como trata os homens. Isso
significa que não lembra que elas precisam de papel
higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma,
de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes
internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo
de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da
Pastoral Carcerária.
A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade.
Piper Chapman, protagonista da série Orange is the
New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear
no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa
prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as
prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria
às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas
brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros
e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As
prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas,
superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de
Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres
dormem no chão, revezando-se para poder esticar as
pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas,
têm descargas falhas e canos estourados que deixam
vazar os cheiros da digestão humana. Itens como
xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda
de troca das mais valiosas e servem de salário para as
detentas mais pobres, que trabalham para outras presas
como faxineiras ou cabeleireiras.
[...]
QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.
Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio
Releia o trecho a seguir.
“[...] servem de salário para as detentas mais pobres,
que trabalham para outras presas como faxineiras
ou cabeleireiras.”
Em relação ao trecho anterior, a oração destacada é
Ano: 2018
Banca:
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão:
Câmara de Santa Bárbara - MG
Prova:
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Câmara de Santa Bárbara - MG - Técnico Administrativo |
Q1101906
Português
Texto associado
2018 (Fragmento adaptado).
TEXTO I
Presos que menstruam: descubra como é a vida
das mulheres nas penitenciárias brasileiras
Maria Aparecida lembrava uma avó. Uma dessas avós
imaginárias que cresceram com histórias de Dona
Benta. Cabelos grisalhos, ombros curvados, pele caída
de um jeito simpático ao redor dos olhos, expressão
bondosa. Ela estava sentada, quieta e isolada, no fundo
de um auditório improvisado na Penitenciária Feminina
de Santana, em São Paulo, quando desatou a contar
histórias da vida. Revelou que foi presa ao ajudar o genro
a se livrar de um corpo. A certa altura contou que tinha
apenas 57 anos. A cadeia havia surrado sua aparência,
ela envelhecera demais. Tinha criado 20 filhos, mas há
quase três anos não recebia nenhuma visita ou ajuda,
um Sedex sequer, e tinha que se virar com a bondade do
Estado. E a bondade do Estado com as presas sempre
esteve em extinção no Brasil. “Sabe, tem dia que fico
caçando jornal velho do chão para limpar a bunda”,
contou, sem rodeios.
Conversando com detentas como Maria, para meu livro
Presos que menstruam, lançado este mês pela Editora
Record, percebi que o sistema carcerário brasileiro trata
as mulheres exatamente como trata os homens. Isso
significa que não lembra que elas precisam de papel
higiênico para duas idas ao banheiro em vez de uma,
de Papanicolau, de exames pré-natais e de absorventes
internos. “Muitas vezes elas improvisam com miolo
de pão”, diz Heidi Cerneka, ativista de longa data da
Pastoral Carcerária.
A luta diária dessas mulheres é por higiene e dignidade.
Piper Chapman, protagonista da série Orange is the
New Black, cuja terceira temporada acabou de estrear
no Netflix, provavelmente não sobreviveria numa
prisão brasileira. Se a loira ficou abalada ao encarar as
prisões limpinhas dos Estados Unidos, como reagiria
às masmorras medievais malcheirosas e emboloradas
brasileiras, nas quais bebês nascem em banheiros
e a comida vem com cabelo e fezes de rato? As
prisões femininas do Brasil são escuras, encardidas,
superlotadas. Camas estendidas em fileiras, como as de
Chapman, são um sonho. Em muitas delas, as mulheres
dormem no chão, revezando-se para poder esticar as
pernas. Os vasos sanitários, além de não terem portas,
têm descargas falhas e canos estourados que deixam
vazar os cheiros da digestão humana. Itens como
xampu, condicionador, sabonete e papel são moeda
de troca das mais valiosas e servem de salário para as
detentas mais pobres, que trabalham para outras presas
como faxineiras ou cabeleireiras.
[...]
QUEIROZ, Nana. Revista Galileu.
Disponível em: <https://glo.bo/2J0sGYq>. Acesso em: 23 maio
Releia o trecho a seguir.
“[...] tinha que se virar com a bondade do Estado. E a
bondade do Estado com as presas sempre esteve em
extinção no Brasil.”
Esse trecho pode, sem prejuízo do seu sentido anterior,
ser reescrito da seguinte forma:
Ano: 2018
Banca:
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão:
Câmara de Santa Bárbara - MG
Prova:
FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2018 - Câmara de Santa Bárbara - MG - Técnico Administrativo |
Q1101908
Português
Texto associado
2018 (Fragmento adaptado).
INSTRUÇÃO: Leia o texto II a seguir para responder à questão.
TEXTO II
Onde dormem os duendes
[...]
Eu decorei as falas e minha tia Francisca preparou minha
roupinha de seda verde. Era uma bermuda bufante, um
colete com paetês e uma touca estilo Noel. O ideal era
que eu usasse uma sapatilha, mas não fosse por minha
tia, o figurino já não teria sido o luxo que foi. Como um
bom artista, improvisei o calçado. Peguei meu velho
Kichute (essa não é para os mais jovens) e adaptei um
acabamento no bico feito em cartolina à moda Alladin.
Ensaios após as aulas e nos fins de semana na casa
da professora Aleluia, idealizadora do projeto. O lanche
era sempre bom. Éramos todos da mesma classe
e o garoto mais bonitinho (segundo as meninas) e
inteligente (segundo minhas notas) ficou com o papel de
príncipe, ao lado daquela que era minha princesa (não só na peça, mas também em meu coração infantil). Suas
roupas foram bem trabalhadas em azul e detalhes em
dourado que pareciam reluzir ao lado de meu velho tênis
preto. Sua irmã também interpretava algum personagem
e estava igualmente bem-vestida. Todos com o figurino
muito bonito.
Eles iam para as apresentações de carro, enquanto eu e
o amigo Valdemar íamos de ônibus ou a pé. Ainda outro
dia encontrei-o em um Subway e ele não lembrou de
mim por nada. Diz minha filha que ele deveria ser meu
amigo imaginário. Talvez. Afinal, eu era um duende!
Tudo em volta me mostrou que eu não tinha bala para
ser o príncipe. Nem corpo, nem notas, nem roupas e
muito menos um carro. Acho que foi a primeira vez que
entendi o que era diferença de classes. Tudo bem… sem
dramas… não sofri bullying. Era só la vie se mostrando
irremediavelmente. Ele era o príncipe, ela a princesa e
eu o vilão que terminava humilhado, puxado por uma das
orelhas e levando um baita sermão.
Deste eu não lembro muito, pois o danado do príncipe
fazia questão de ser bem realista ao punir o duende. Por
outro lado, não tive como esquecer a outra lição. Vejo-a
todos os dias desfilando por nossa cidade.
Nossa turnê passou por várias escolas e fomos
aplaudidos de pé, apesar do amadorismo. Dessa época,
nem uma foto. Só a lição, mesmo.
VICENTE, Alexandre. Onde dormem os duendes.
Disponível em:<https://bit.ly/2Emov2x> . Acesso em: 5 abr.
De acordo com a leitura do texto, pode-se afirmar que a
lição à qual ele se refere no último parágrafo da crônica