Questões de Concurso Público Câmara de Mandaguari - PR 2019 para Analista Administrativo

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Q1215608 Português
Vergonha parcelada
Gregorio Duvivier
       Não estranhe se você me vir levando as mãos ao rosto no meio da rua e gritando comigo mesmo: “Não! Não, Gregorio! Por que você fez isso, cara?”. Sofro de uma síndrome comum: a da vergonha parcelada. Algumas situações me causam tanto embaraço que pago por elas a vida inteira. A cada vez que uma vergonha antiga me vem à cabeça, sofro como se fosse a primeira vez que estivesse sofrendo.
      Não parecem vergonhas monumentais, são vergonhas ridículas – mas é isso o que faz delas monumentais. Exemplo: no aeroporto de Congonhas, pedi um café. “Carioca?” – a moça perguntou. “Sou”, respondi, achando que ela queria saber minha procedência.
     A moça pensou que eu tinha feito uma piadinha péssima e retribuiu com o pior tipo de sorriso – aquele cheio da misericórdia. Tive vontade de me esconder debaixo dos bancos do salão de embarque pelo simples fato de que alguém no mundo tinha achado que eu era uma pessoa que faria aquele tipo de piada. Até hoje, só passo em frente à Casa do Pão de Queijo de Congonhas com uma mochila escondendo o rosto.
       Outro dia, chovia a cântaros – deve fazer um bom tempo, porque faz um bom tempo que não chove a cântaros. Acenava desesperadamente para os táxis, em frente ao Shopping da Gávea. Eis que um sujeito surge e começa a fazer o mesmo, alguns passos à minha frente. Todo ser humano civilizado sabe que, a partir do momento em que uma pessoa acena para os táxis, os outros candidatos tem que se posicionar atrás dela. Na frente, nunca. Revoltado, intercedi: “Amigo, desculpa, cheguei antes”. Ao que ele respondeu, humilde: “To chamando táxi pra você. Sou segurança do shopping”. E conseguiu um táxi, e abriu a porta pra mim, e eu entrei, e ele bateu a porta, e junto com a porta se abateu sobre mim o peso da miséria humana.
       Encontrei um amigo de longa data. Não lembrava seu nome, e ainda hoje não lembro –talvez fosse Marcelo. Consegui disfarçar chamando o amigo de “brother”, até que sua namorada me perguntou: “Há quanto tempo você conhece o Marcelo?”. Respondi: “Desculpa, não sei de quem você tá falando”. O Marcelo em questão, perplexo, me observava com um misto de tristeza pelo esquecimento e espanto pela minha estupidez.
        Enquanto escrevo essa crônica, algumas vezes precisei interromper a digitação para levar as mãos ao rosto e exclamar, em voz alta: “Não! Não, Gregorio! Por que você fez isso, cara?”.
Fonte: DUVIVIER, Gregorio. Vergonha parcelada. Folha de S.Paulo, 6 abr. 2015.
Analise as afirmativas sobre o texto:
I. Na crônica há três pequenas histórias contadas: o episódio do café, o táxi no dia de chuva e o esquecimento do nome do amigo. II. Os fatos narrados na crônica estão conectados pela ideia que o autor quer discutir: aprendizados que adquirimos com os fatos corriqueiros. III. As formas verbais “sofro, pago, estivesse sofrendo”, em primeira pessoa do singular, e o emprego do pronome “me” explicitam o enunciador do texto.
Está(ão) CORRETA(S):
Alternativas
Q1215609 Português
Vergonha parcelada
Gregorio Duvivier
       Não estranhe se você me vir levando as mãos ao rosto no meio da rua e gritando comigo mesmo: “Não! Não, Gregorio! Por que você fez isso, cara?”. Sofro de uma síndrome comum: a da vergonha parcelada. Algumas situações me causam tanto embaraço que pago por elas a vida inteira. A cada vez que uma vergonha antiga me vem à cabeça, sofro como se fosse a primeira vez que estivesse sofrendo.
      Não parecem vergonhas monumentais, são vergonhas ridículas – mas é isso o que faz delas monumentais. Exemplo: no aeroporto de Congonhas, pedi um café. “Carioca?” – a moça perguntou. “Sou”, respondi, achando que ela queria saber minha procedência.
     A moça pensou que eu tinha feito uma piadinha péssima e retribuiu com o pior tipo de sorriso – aquele cheio da misericórdia. Tive vontade de me esconder debaixo dos bancos do salão de embarque pelo simples fato de que alguém no mundo tinha achado que eu era uma pessoa que faria aquele tipo de piada. Até hoje, só passo em frente à Casa do Pão de Queijo de Congonhas com uma mochila escondendo o rosto.
       Outro dia, chovia a cântaros – deve fazer um bom tempo, porque faz um bom tempo que não chove a cântaros. Acenava desesperadamente para os táxis, em frente ao Shopping da Gávea. Eis que um sujeito surge e começa a fazer o mesmo, alguns passos à minha frente. Todo ser humano civilizado sabe que, a partir do momento em que uma pessoa acena para os táxis, os outros candidatos tem que se posicionar atrás dela. Na frente, nunca. Revoltado, intercedi: “Amigo, desculpa, cheguei antes”. Ao que ele respondeu, humilde: “To chamando táxi pra você. Sou segurança do shopping”. E conseguiu um táxi, e abriu a porta pra mim, e eu entrei, e ele bateu a porta, e junto com a porta se abateu sobre mim o peso da miséria humana.
       Encontrei um amigo de longa data. Não lembrava seu nome, e ainda hoje não lembro –talvez fosse Marcelo. Consegui disfarçar chamando o amigo de “brother”, até que sua namorada me perguntou: “Há quanto tempo você conhece o Marcelo?”. Respondi: “Desculpa, não sei de quem você tá falando”. O Marcelo em questão, perplexo, me observava com um misto de tristeza pelo esquecimento e espanto pela minha estupidez.
        Enquanto escrevo essa crônica, algumas vezes precisei interromper a digitação para levar as mãos ao rosto e exclamar, em voz alta: “Não! Não, Gregorio! Por que você fez isso, cara?”.
Fonte: DUVIVIER, Gregorio. Vergonha parcelada. Folha de S.Paulo, 6 abr. 2015.

(1)Encontrei um (2)amigo de longa data. Não (3)lembrava seu nome, e (4)ainda hoje não lembro – talvez fosse Marcelo.”


Analise os termos destacados do trecho do texto e assinale a alternativa CORRETA:

Alternativas
Q1215610 Português
Vergonha parcelada
Gregorio Duvivier
       Não estranhe se você me vir levando as mãos ao rosto no meio da rua e gritando comigo mesmo: “Não! Não, Gregorio! Por que você fez isso, cara?”. Sofro de uma síndrome comum: a da vergonha parcelada. Algumas situações me causam tanto embaraço que pago por elas a vida inteira. A cada vez que uma vergonha antiga me vem à cabeça, sofro como se fosse a primeira vez que estivesse sofrendo.
      Não parecem vergonhas monumentais, são vergonhas ridículas – mas é isso o que faz delas monumentais. Exemplo: no aeroporto de Congonhas, pedi um café. “Carioca?” – a moça perguntou. “Sou”, respondi, achando que ela queria saber minha procedência.
     A moça pensou que eu tinha feito uma piadinha péssima e retribuiu com o pior tipo de sorriso – aquele cheio da misericórdia. Tive vontade de me esconder debaixo dos bancos do salão de embarque pelo simples fato de que alguém no mundo tinha achado que eu era uma pessoa que faria aquele tipo de piada. Até hoje, só passo em frente à Casa do Pão de Queijo de Congonhas com uma mochila escondendo o rosto.
       Outro dia, chovia a cântaros – deve fazer um bom tempo, porque faz um bom tempo que não chove a cântaros. Acenava desesperadamente para os táxis, em frente ao Shopping da Gávea. Eis que um sujeito surge e começa a fazer o mesmo, alguns passos à minha frente. Todo ser humano civilizado sabe que, a partir do momento em que uma pessoa acena para os táxis, os outros candidatos tem que se posicionar atrás dela. Na frente, nunca. Revoltado, intercedi: “Amigo, desculpa, cheguei antes”. Ao que ele respondeu, humilde: “To chamando táxi pra você. Sou segurança do shopping”. E conseguiu um táxi, e abriu a porta pra mim, e eu entrei, e ele bateu a porta, e junto com a porta se abateu sobre mim o peso da miséria humana.
       Encontrei um amigo de longa data. Não lembrava seu nome, e ainda hoje não lembro –talvez fosse Marcelo. Consegui disfarçar chamando o amigo de “brother”, até que sua namorada me perguntou: “Há quanto tempo você conhece o Marcelo?”. Respondi: “Desculpa, não sei de quem você tá falando”. O Marcelo em questão, perplexo, me observava com um misto de tristeza pelo esquecimento e espanto pela minha estupidez.
        Enquanto escrevo essa crônica, algumas vezes precisei interromper a digitação para levar as mãos ao rosto e exclamar, em voz alta: “Não! Não, Gregorio! Por que você fez isso, cara?”.
Fonte: DUVIVIER, Gregorio. Vergonha parcelada. Folha de S.Paulo, 6 abr. 2015.
No trecho “Não! Não, Gregorio! Por que você fez isso, cara?.”, as vírgulas foram utilizadas para:
Alternativas
Q1215611 Português
Vergonha parcelada
Gregorio Duvivier
       Não estranhe se você me vir levando as mãos ao rosto no meio da rua e gritando comigo mesmo: “Não! Não, Gregorio! Por que você fez isso, cara?”. Sofro de uma síndrome comum: a da vergonha parcelada. Algumas situações me causam tanto embaraço que pago por elas a vida inteira. A cada vez que uma vergonha antiga me vem à cabeça, sofro como se fosse a primeira vez que estivesse sofrendo.
      Não parecem vergonhas monumentais, são vergonhas ridículas – mas é isso o que faz delas monumentais. Exemplo: no aeroporto de Congonhas, pedi um café. “Carioca?” – a moça perguntou. “Sou”, respondi, achando que ela queria saber minha procedência.
     A moça pensou que eu tinha feito uma piadinha péssima e retribuiu com o pior tipo de sorriso – aquele cheio da misericórdia. Tive vontade de me esconder debaixo dos bancos do salão de embarque pelo simples fato de que alguém no mundo tinha achado que eu era uma pessoa que faria aquele tipo de piada. Até hoje, só passo em frente à Casa do Pão de Queijo de Congonhas com uma mochila escondendo o rosto.
       Outro dia, chovia a cântaros – deve fazer um bom tempo, porque faz um bom tempo que não chove a cântaros. Acenava desesperadamente para os táxis, em frente ao Shopping da Gávea. Eis que um sujeito surge e começa a fazer o mesmo, alguns passos à minha frente. Todo ser humano civilizado sabe que, a partir do momento em que uma pessoa acena para os táxis, os outros candidatos tem que se posicionar atrás dela. Na frente, nunca. Revoltado, intercedi: “Amigo, desculpa, cheguei antes”. Ao que ele respondeu, humilde: “To chamando táxi pra você. Sou segurança do shopping”. E conseguiu um táxi, e abriu a porta pra mim, e eu entrei, e ele bateu a porta, e junto com a porta se abateu sobre mim o peso da miséria humana.
       Encontrei um amigo de longa data. Não lembrava seu nome, e ainda hoje não lembro –talvez fosse Marcelo. Consegui disfarçar chamando o amigo de “brother”, até que sua namorada me perguntou: “Há quanto tempo você conhece o Marcelo?”. Respondi: “Desculpa, não sei de quem você tá falando”. O Marcelo em questão, perplexo, me observava com um misto de tristeza pelo esquecimento e espanto pela minha estupidez.
        Enquanto escrevo essa crônica, algumas vezes precisei interromper a digitação para levar as mãos ao rosto e exclamar, em voz alta: “Não! Não, Gregorio! Por que você fez isso, cara?”.
Fonte: DUVIVIER, Gregorio. Vergonha parcelada. Folha de S.Paulo, 6 abr. 2015.
“A moça pensou que eu tinha feito uma piadinha péssima[...]” O trecho do texto contém:
Alternativas
Q1215612 Português
Relacione as orações com os tipos de sujeito e assinale a alternativa com a ordem CORRETA:
( ) Havia lindos quadros na parede. ( ) Assaltaram uma senhora no ponto de ônibus. ( ) As casas foram entregues aos moradores nesta manhã. ( ) Conhecemos os mais lindos lugares do nordeste brasileiro. ( ) As geadas e as secas deixaram os lavradores muito preocupados.
I. Sujeito simples. II. Sujeito composto. III. Sujeito oculto. IV. Sujeito indeterminado. V. Oração sem sujeito.
Alternativas
Respostas
1: C
2: B
3: D
4: A
5: D