Questões de Concurso Público TJ-MG 2012 para Técnico Judiciário

Foram encontradas 6 questões

Q252614 Português

TEXTO I

Cidadezinha qualquer


Casas entre bananeiras

Mulheres entre laranjeiras

Pomar amor cantar.


Um homem vai devagar.

Um cachorro vai devagar.

Um burro vai devagar.


Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. 2. ed. São Paulo: Abril, 1982, p. 37.)



TEXTO II

Cidadezinha Qualquer versus Nadópolis

1. Cidadezinha Qualquer, os leitores fiquem sabendo logo, é uma cidade comum localizada em uma região distante de um longínquo país. O que os leitores não sabiam ainda, pois eu ainda não lhes contei, e agora conto, é que existe uma cidade chamada Nadópolis, sede de um município fronteiriço com Cidadezinha Qualquer. (...) Nadópolis era uma cidade meio antipática mesmo. Não, não era birra dos cidadãos cidadequalquerianos: Nadópolis tinha um ar arrogante e antipático! A começar pelo nome pomposo. Esse “polis” grego e sofisticado no final do nome, essa pose forçada que destoa do ambiente natural da região, renega a história... Isso para não falar da mania que tinham os nadopolenses de apregoar as vantagens de viver em um município como o seu. Era comum ouvi-los dizer:

2. - “Nadópolis é a cidade mais porreta da região; lá todo mundo veve bem e nóis não tem os pobrema qui as outra cidade de perto tudo tem...”

3. Para que os leitores não julguem o autor muito parcial é bom que se diga: realmente Nadópolis era mais próspera do que Cidadezinha Qualquer. Graças ao incremento de sua agricultura e à grande soma de recursos e trabalho que isto envolve, Nadópolis, àquela época, vivia o seu período de esplendor. Grandes e suntuosas construções erguiam-se por toda parte, o comércio local atraía compradores de toda a proximidade, a vida noturna era agitadíssima. Grupos de visitantes eram levados para pontos estratégicos para serem orientados por um agente turístico sobre as maravilhas da cidade. Como não podia deixar de ser, a arrecadação da Prefeitura local também era das melhores.

(COTRIM, Fabiano. http://www.faroldacidade.com.br. Postado em 01/04/2008. – Texto adaptado)

Sobre o Texto I, é possível afirmar que o poema

Alternativas
Q252873 Português

TEXTO I

domingo, 26 de abril de 2009


                               Um Puxão de Orelha



   Duas cidades do interior paulista adotaram uma espécie de “toque de recolher” para crianças e adolescentes sob a justificativa de tentar reduzir a criminalidade. Em Ilha Solteira e Itapura, no noroeste do Estado, menores de 13 anos podem ficar na rua até as 20h30. Adolescentes de 13 e 14 anos, até as 22h. Para quem tem 16 e 17 anos, o limite é 23h. Menores de 15 anos estão proibidos de frequentar lan houses. (...) A medida foi baseada em atitude parecida determinada por um juiz de Fernandópolis (553 km de SP)

   Nesta semana veio à mídia uma polêmica envolvendo o tal toque de recolher imposto pelas prefeituras de Fernandópolis e Ilha Solteira. O que era de se esperar, muitos adolescentes abominaram a decisão do juiz, enquanto seus pais adoraram a ideia. 

   - Ah, mas a minha filha não me escuta, é cabeça dura!

   - Tem que fazer isso mesmo. Essa molecada não tem juízo! 

Do outro lado, uma adolescente questiona, conforme mostrado no Fantástico:

   - Se é pra reduzir a criminalidade, e os jovens que não estão fazendo nada de errado, tem que pagar pelos outros?

   Ricardo Cabezon, presidente da comissão de direitos da criança e do adolescente da OAB de São Paulo, diz, no mesmo programa:

   - Isso fere a constituição. (...) Liberdade de ir e vir, liberdade de educar, liberdade de poder escolher entre o que é certo e o que é errado. (...) Viver na democracia é também oferecer às pessoas a oportunidade de elas entenderem o peso dos seus atos. Se o jovem quis ficar acordado à noite e ele passar o outro dia com sono, ele tem que entender que isso não é bom para ele.

   Opiniões contra ou a favor fazem parte de medidas polêmicas da justiça, como essa.

   A questão é, chegamos a um ponto em que a justiça precisa determinar as horas que os adolescentes voltam para casa, tarefa que normalmente caberia aos pais. Antigamente, mesmo um garoto de 17 anos tremia todo só de perceber que seu pai o olhava com um ar mais severo. Hoje, vemos casos cada vez mais grotescos de filhos que até matam seus pais por motivos banais. (Danilo Moreira)


FOTO: http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2009/04/278_1135-charge11042009.jpg


TEXTO II

Cidadezinha qualquer

Casas entre bananeiras

Mulheres entre laranjeiras

Pomar amor cantar. Um homem vai devagar.

Um cachorro vai devagar.

Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.

O Texto I apresenta a realidade política vivida hoje, no século XXI, em que a ideologia de dias pacificados pela “mesmice” se quebra a partir da imagem apresentada.


O Texto II apresenta, de forma lírica, a realidade de uma vida pacata, o que faz com que a ideologia de vida evidenciada se desenvolva pelos elementos morfológicos presentes.


Os dois textos edificam um modelo de sociedade que rompe com os padrões de vida em social, apresentando distinções ideológicas. A partir das relações entre os textos, leia as afirmativas abaixo:

I. Em ambos os textos, os autores apresentam as cidades sob olhares distintos, de forma diversa, o que proporciona a cada um estilos também distintos de formas de escrever;

II. Em ambos os textos, o conceito da ideia de “liberdade” é dado de forma distinta: no Texto I, a liberdade é vista como parte fundamental dos direitos do homem, encontrada,inclusive como parte integrante da Constituição Federal de 1988; já no Texto II, a liberdade é vista de forma poética e conotativa, o que vem configurar a diferença entre as sociedades de épocas diferentes.

III. O Texto I apresenta o valor reverencial do jovem em relação aos pais, como elemento negativo na conduta da decisão judicial;

IV. O Texto II apresenta a distinção temporal existente em relação ao Texto I, demonstrando a sequência das ações através da ideia expressa pelo verbo “devagar”, garantindo ao Texto II uma sequência de fatos diversos.


Marque a alternativa CORRETA:

Alternativas
Ano: 2012 Banca: FUMARC Órgão: TJ-MG Prova: FUMARC - 2012 - TJ-MG - Técnico Judiciário |
Q252896 Português

Observe atentamente a charge a seguir:


Imagem associada para resolução da questão

Leia com atenção o período retirado da Charge: “Resolva esta pendência com meu advogado.”

A relação entre a passagem do texto imagético para o texto escrito, no que tange ao pronome MEU, proposto pela ideia do texto inicial, emite ao receptor da mensagem uma percepção morfológica de:

Alternativas
Ano: 2012 Banca: FUMARC Órgão: TJ-MG Prova: FUMARC - 2012 - TJ-MG - Técnico Judiciário |
Q252898 Português

Observe o trecho do conto “O Alienista”, de Machado de Assis. A questão se refere a este texto. 


            (...) “Uma vez desonerado da administração, o alienista procedeu a uma vasta classificação dos seus enfermos. Dividiu-os primeiramente em duas classes principais: os furiosos e os mansos; daí passou às subclasses, monomanias, delírios, alucinações diversas. Isto feito, começou um estudo acurado e contínuo; analisava os hábitos de cada louco, as horas de acesso, as aversões, as simpatias, as palavras, os gestos, as tendências; inquiria da vida dos enfermos, profissões, costumes, circunstâncias da revelação mórbida, acidentes da infância e da mocidade, doenças de outra espécie, antecedentes na família, uma devassa, enfim, como a não faria o mais atilado corregedor. Mal dormia e mal comia; e ainda comendo, era como se trabalhasse, porque ora interrogava um texto antigo, ora ruminava uma questão, e ia muitas vezes de um cabo a outro do jantar sem dizer uma só palavra a D. Evarista.

       - A Casa Verde é um cárcere privado, disse um médico sem clínica.

        Nunca uma opinião pegou e grassou tão rapidamente. Cárcere privado: eis o que se repetia de norte a sul e de leste a oeste de Itaguaí, – a medo, é verdade, porque durante a semana que se seguiu à captura do pobre Mateus, vinte e tantas pessoas, duas ou três de consideração – foram recolhidas à Casa Verde. O alienista dizia que só eram admitidos os casos patológicos, mas pouca gente lhe dava crédito. Sucediam-se as versões populares. Vingança, cobiça de dinheiro, castigo de Deus, monomania do próprio médico, plano secreto do Rio de Janeiro com o fim de destruir em Itaguaí qualquer germe de prosperidade que viesse a brotar, arvorecer, florir, com desdouro e míngua daquela cidade, mil outras explicações, que não explicavam nada, tal era o produto diário da imaginação pública.

       Daí em diante foi uma coleta desenfreada. Um homem não podia dar nascença ou curso à mais simples mentira do mundo, ainda daquelas que aproveitam ao inventor ou divulgador, que não fosse logo metido na Casa Verde. Tudo era loucura. Os cultores de enigmas, os fabricantes de charadas, de anagramas, os maldizentes, os curiosos da vida alheia, os que põem todo o seu cuidado na tafularia, um ou outro almotacé enfunado, ninguém escapava aos emissários do alienista. Ele respeitava as namoradas e não poupava as namoradeiras, dizendo que as primeiras cediam a um impulso natural e as segundas a um vício. Se um homem era avaro ou pródigo, ia do mesmo modo para a Casa Verde; daí a alegação de que não havia regra para a completa sanidade mental. (...)

De acordo com a apresentação temática feita por Machado de Assis , no Conto “O Alienista”, o pensamento que define a ideia de loucura, conforme o autor a trabalha no texto é:

Alternativas
Ano: 2012 Banca: FUMARC Órgão: TJ-MG Prova: FUMARC - 2012 - TJ-MG - Técnico Judiciário |
Q252899 Português

Observe o trecho do conto “O Alienista”, de Machado de Assis. A questão se refere a este texto. 


            (...) “Uma vez desonerado da administração, o alienista procedeu a uma vasta classificação dos seus enfermos. Dividiu-os primeiramente em duas classes principais: os furiosos e os mansos; daí passou às subclasses, monomanias, delírios, alucinações diversas. Isto feito, começou um estudo acurado e contínuo; analisava os hábitos de cada louco, as horas de acesso, as aversões, as simpatias, as palavras, os gestos, as tendências; inquiria da vida dos enfermos, profissões, costumes, circunstâncias da revelação mórbida, acidentes da infância e da mocidade, doenças de outra espécie, antecedentes na família, uma devassa, enfim, como a não faria o mais atilado corregedor. Mal dormia e mal comia; e ainda comendo, era como se trabalhasse, porque ora interrogava um texto antigo, ora ruminava uma questão, e ia muitas vezes de um cabo a outro do jantar sem dizer uma só palavra a D. Evarista.

       - A Casa Verde é um cárcere privado, disse um médico sem clínica.

        Nunca uma opinião pegou e grassou tão rapidamente. Cárcere privado: eis o que se repetia de norte a sul e de leste a oeste de Itaguaí, – a medo, é verdade, porque durante a semana que se seguiu à captura do pobre Mateus, vinte e tantas pessoas, duas ou três de consideração – foram recolhidas à Casa Verde. O alienista dizia que só eram admitidos os casos patológicos, mas pouca gente lhe dava crédito. Sucediam-se as versões populares. Vingança, cobiça de dinheiro, castigo de Deus, monomania do próprio médico, plano secreto do Rio de Janeiro com o fim de destruir em Itaguaí qualquer germe de prosperidade que viesse a brotar, arvorecer, florir, com desdouro e míngua daquela cidade, mil outras explicações, que não explicavam nada, tal era o produto diário da imaginação pública.

       Daí em diante foi uma coleta desenfreada. Um homem não podia dar nascença ou curso à mais simples mentira do mundo, ainda daquelas que aproveitam ao inventor ou divulgador, que não fosse logo metido na Casa Verde. Tudo era loucura. Os cultores de enigmas, os fabricantes de charadas, de anagramas, os maldizentes, os curiosos da vida alheia, os que põem todo o seu cuidado na tafularia, um ou outro almotacé enfunado, ninguém escapava aos emissários do alienista. Ele respeitava as namoradas e não poupava as namoradeiras, dizendo que as primeiras cediam a um impulso natural e as segundas a um vício. Se um homem era avaro ou pródigo, ia do mesmo modo para a Casa Verde; daí a alegação de que não havia regra para a completa sanidade mental. (...)

É CORRETO afirmar que o tom que o autor imprime a seu texto é

Alternativas
Respostas
1: B
2: B
3: C
4: C
5: A