Questões de Concurso Público Copergás - PE 2023 para Analista Sistemas

Foram encontradas 2 questões

Q2155135 Português
Para responder à questão, leia o texto abaixo.

        O escritor Joseph Conrad morreu em 3 de agosto de 1924, em sua casa de campo de Bishopsbourne, próximo a Canterbury. Tinha 66 anos, vinte dos quais passou navegando e outros trinta escrevendo.

         Conrad viveu num período de transição do capitalismo e do colonialismo britânico: a passagem da navegação a vela para a era do vapor. O seu mundo heroico é a civilização dos veleiros dos pequenos armadores, um mundo de clareza racional, de disciplina no trabalho, de coragem e dever contrapostos ao mesquinho espírito de lucro. A nova linguagem do mar, dos navios a vapor das grandes companhias, lhe parece sórdida e vil. Assim, quem ainda sonha com as antigas virtudes torna-se quixotesco ou se rende, arrastado para o outro polo da humanidade: os dejetos humanos, os agentes comerciais sem escrúpulos, os burocratas coloniais”, que Conrad contrapõe aos velhos comerciantes-aventureiros, românticos, como o seu personagem Tom Lingard. Naquele ambiente que frequentemente perpassa as páginas conradianas, a confiança nas forças do homem jamais desaparece.
       
        Mesmo distante de qualquer rigor filosófico, Conrad intuiu o momento crucial do pensamento burguês em que o otimismo racional perdia as últimas ilusões e uma erupção de irracionalismos e misticismos ganhava terreno. Conrad via o universo como algo obscuro e inimigo, mas a ele contrapunha as forças do homem, sua ordem moral e coragem. Perante uma avalanche caótica que lhe vinha em cima, uma concepção do mundo repleta de mistérios e desesperos, o humanismo ateu de Conrad resiste e finca os pés. Foi um reacionário irredutível, mas hoje a sua lição só pode ser captada plenamente por quem reconhece a própria nobreza no trabalho, por quem sabe que aquele princípio de fidelidade que Conrad prezava sobremaneira não pode estar dirigido só para o passado.


(Adaptado de: CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, edição eletrônica)
Perante uma avalanche caótica que lhe vinha em cima, uma concepção do mundo repleta de mistérios e desesperos, o humanismo ateu de Conrad resiste e finca os pés. (3º parágrafo)
Atente para as afirmações a respeito do trecho acima.
I. O termo avalanche foi empregado em sentido conotativo.
II. O sinal indicativo de crase, de uso facultativo, pode ser inserido do seguinte modo: Perante à uma avalanche caótica que lhe vinha em cima.
III. O pronome lhe possui, no contexto, valor de possessivo.

Está correto o que se afirma em
Alternativas
Q2161887 Português
Para responder à questão, leia o trecho do poema de Manuel Bandeira.

Há que tempo que não te vejo!
Não foi por querer, não pude,
Nesse ponto a vida me foi madrasta,
Recife.

Mas não houve dia em que te não sentisse dentro de mim:
Nos ossos, nos olhos, nos ouvidos, no sangue, na carne,
Recife.

Não como és hoje,
Mas como eras na minha infância,
Quando as crianças brincavam no meio da rua
(Não havia ainda automóveis)
E os adultos conversavam de cadeira nas calçadas
(Continuavas província, Recife)

(Adaptado de: BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990)
Leia com atenção as seguintes afirmações.
I. Permutando-se o verbo “haver” pelo verbo “existir” nos versos Mas não houve dia em que te não sentisse dentro de mim: / (Não havia ainda automóveis), tem-se como resultado, respectivamente: “existiu” e “existiam”.
II. Admite transposição para a voz passiva a frase E os adultos conversavam de cadeira nas calçadas.
III. Na 1ª estrofe, a palavra madrasta está empregada em sentido figurado.

Está correto o que se afirma APENAS em
Alternativas
Respostas
1: D
2: D