Questões de Concurso Público TCE-RS 2014 para Auditor Público Externo - Técnico em Processamento de Dados - Conhecimentos Básicos
Foram encontradas 3 questões
Ano: 2014
Banca:
FCC
Órgão:
TCE-RS
Prova:
FCC - 2014 - TCE-RS - Auditor Público Externo - Técnico em Processamento de Dados - Conhecimentos Básicos |
Q1640760
Português
Texto associado
Atenção: A questão de refere-se ao texto
seguinte.
Nosso jeitinho
Um amigo meu, estrangeiro, já há uns seis anos morando no Brasil, lembrava-me outro dia qual fora sua principal dificuldade − entre várias − de se adaptar aos nossos costumes.
“Certamente foi lidar com o tal do jeitinho”, explicou. “Custei a
entender que aqui no Brasil nada está perdido, nenhum impasse é definitivo: sempre haverá como se dar um jeitinho em
tudo, desde fazer o motor do carro velho funcionar com um pedaço de arame até conseguir que o primo do amigo do chefe da
seção regional da Secretaria de Alimentos convença este último
a influenciar o Diretor no despacho de um processo”.
Meu amigo estrangeiro estava, como se vê, reconhecendo a nossa “informalidade” − que é o nome chique do tal do jeitinho. O sistema – também batizado pelos sociólogos como o do
“favor” − não deixa de ser simpático, embora esteja longe de ser
justo. Os beneficiados nunca reclamam, e os que jamais foram
morrem de inveja e mantêm esperanças. Até o poeta
Drummond tratou da questão no poema “Explicação”, em que
diz a certa altura: “E no fim dá certo”. Essa conclusão aponta
para uma espécie de providencialismo místico, contrapartida divina do jeitinho: tudo se há de arranjar, porque Deus é brasileiro. Entre a piada e a seriedade, muita gente segue contando
com nosso modo tão jeitoso de viver.
É possível que os tempos modernos tenham começado
a desfavorecer a solução do jeitinho: a informatização de tudo, a
rapidez da mídia, a divulgação instantânea nas redes sociais,
tudo se encaminha para alguma transparência, que é a inimiga
mortal da informalidade. Tudo se documenta, se registra, se formaliza de algum modo − e o jeitinho passa a ser facilmente desmascarado, comprometido o seu anonimato e perdendo força
aquela simpática clandestinidade que sempre o protegeu. Mas
há ainda muita gente que acha que nós, os brasileiros, com
nossa indiscutível criatividade, daremos um jeito de contornar
esse problema. Meu amigo estrangeiro, por exemplo, não perdeu a esperança.
(Abelardo Trabulsi, inédito)
Transpondo-se para a voz passiva o segmento sublinhado em É possível que os tempos modernos tenham começado a desfavorecer a solução do jeitinho, a forma
obtida deverá ser:
Ano: 2014
Banca:
FCC
Órgão:
TCE-RS
Prova:
FCC - 2014 - TCE-RS - Auditor Público Externo - Técnico em Processamento de Dados - Conhecimentos Básicos |
Q1640768
Português
Texto associado
Atenção: A questão refere-se ao texto
seguinte.
Velhas cartas
“Você nunca saberá o bem que sua carta me fez...” Sinto
um choque ao ler esta carta antiga que encontro em um maço
de outras. Vejo a data, e então me lembro onde estava quando
a recebi. Não me lembro é do que escrevi que fez tanto bem a
uma pessoa. Passo os olhos por essas linhas antigas, elas dão
notícias de amigos, contam uma ou outra coisa do Rio e tenho
curiosidade de ver como ela se despedia de mim. É do jeito
mais simples: “A saudade de...”
Agora folheio outras cartas de amigos e amigas; são
quase todas de apenas dois ou três anos atrás. Mas como isso
está longe! Sinto-me um pouco humilhado, pensando como certas pessoas me eram necessárias e agora nem existiriam mais
na minha lembrança se eu não encontrasse essas linhas rabiscadas em Londres ou na Suíça. “Cheguei neste instante; é a
primeira coisa que faço, como prometi, escrever para você,
mesmo porque durante a viagem pensei demais em você...”
Isto soa absurdo a dois anos e meio de distância. Não
faço a menor ideia do paradeiro dessa mulher de letra redonda;
ela, com certeza, mal se lembrará do meu nome. E esse casal,
santo Deus, como era amigo: fazíamos planos de viajar juntos
pela Itália; os dias que tínhamos passado juntos eram “inesquecíveis”.
E esse amigo como era amigo! Entretanto, nenhum de
nós dois se lembrou mais de procurar o outro. (...) As cartas
mais queridas, as que eram boas ou ruins demais, eu as rasguei há muito. Não guardo um documento sequer das pessoas
que mais me afligiram e mais me fizeram feliz. Ficaram apenas,
dessa época, essas cartas que na ocasião tive pena de rasgar e
depois não me lembrei de deitar fora. A maioria eu guardei para
responder depois, e nunca o fiz. Mas também escrevi muitas
cartas e nem todas tiveram resposta.
(BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro:
Record, 1978. p. 271/272)
Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas
na frase:
Ano: 2014
Banca:
FCC
Órgão:
TCE-RS
Prova:
FCC - 2014 - TCE-RS - Auditor Público Externo - Técnico em Processamento de Dados - Conhecimentos Básicos |
Q1640771
Português
Texto associado
Atenção: A questão refere-se ao
texto seguinte.
Por mais que em nosso discurso nós, os mais velhos,
afirmemos que a tal da educação para a cidadania “supõe a boa
convivência no espaço público, entre outras coisas", não temos
conseguido praticar tal ensinamento com os mais novos,
sobretudo porque não sabemos como fazer isso. Há muitas
escolas com boa vontade nesse sentido, mas sem saber o que
fazer para evitar que seus alunos se confrontem com grosseria
e que aprendam a compartilhar respeitosamente o espaço
comum. O instrumento mais utilizado pela escola ainda é a
punição, em suas várias formas. Ações afirmativas nesse
sentido são difíceis de ser encontradas no espaço escolar.
Não sabemos ensinar às crianças a boa convivência no
espaço público porque não a praticamos. Ora, como ensinar o
que não sabemos, como esperar algo diferente dos mais novos,
se eles não mais têm exemplos de comportamento adulto que
os orientem?
(Adaptado de: SAYÃO, Rosely. Folha de S. Paulo, 17/06/2014)
Por mais que os mais velhos afirmemos que a educação
para a cidadania “supõe a boa convivência no espaço público”, não temos conseguido praticar tal ensinamento.
Os tempos e os modos verbais manterão entre si uma correlação adequada caso as formas sublinhadas sejam substituídas, na ordem dada, por:
Os tempos e os modos verbais manterão entre si uma correlação adequada caso as formas sublinhadas sejam substituídas, na ordem dada, por: