Questões de Concurso Público MPE-AM 2013 para Agente de Apoio - Motorista Segurança

Foram encontradas 7 questões

Q413126 Português

                                    

A mulher do vizinho 

      Contaram-me que, na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército, morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
      O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à delegacia.
      O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fábrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo a ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:
      - O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.
      Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio:
      - Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?
      O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
      - Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não é gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o general, ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?
      Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humildemente:
      - Da ativa, minha senhora?
      E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado:
      - Da ativa, Motinha! Sai dessa...


     

 

(Fernando Sabino. A mulher do vizinho. Rio de Janeiro: Record, 1991).

Depreende-se corretamente do texto que o delegado
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Q413127 Português

                                    

A mulher do vizinho 

      Contaram-me que, na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército, morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
      O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à delegacia.
      O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fábrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo a ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:
      - O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.
      Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio:
      - Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?
      O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
      - Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não é gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o general, ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?
      Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humildemente:
      - Da ativa, minha senhora?
      E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado:
      - Da ativa, Motinha! Sai dessa...


     

 

(Fernando Sabino. A mulher do vizinho. Rio de Janeiro: Record, 1991).

... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.

O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
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Q773521 Português

Leia o fragmento a seguir.


Naquela noite, a moça vem para casa se sentindo muito feliz; mesmo que o rapaz não queira, seus olhos só têm olhos para ela.

Substituindo-se vem por viria, a frase se manterá correta caso os verbos sublinhados sejam substituídos, respectivamente, por 

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Q773523 Português

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão seguinte.


    Como escreveu no começo do século 20 aquele infame senhor russo de cavanhaque, o que fazer? Eu tenho um fraco por esta moçada corajosa que agita no começo do século 21, que vai para a rua, que vai para a praça protestar por liberdade e também para denunciar fraude eleitoral e corrupção. Não sou tão ingênuo e emocional a ponto de me comover com a moçada do “occupy Wall Street” (teve até liberdade demais), mas, quando se trata do pessoal que passa o sufoco no centro de Moscou ou na praça Tahrir, no Cairo, é outra história. Sei, sei, há uma longa distância entre Moscou e Cairo, mas nos dois casos existe o que alguns de forma pejorativa chamam de Geração Facebook. Eu não.

    É chato quando a fadiga com um sistema de lei e ordem, como o de Putin, leva tanta gente a sonhar com outros pregando projetos ainda mais autoritários e nostálgicos. Imagine, Putin quer restaurar glórias passadas do império russo e, ainda por cima, vemos estes avanços de comunistas e da extrema direita? Claro que sobra a solidariedade com a moçada que foi para a rua protestar.

    Pouco conheço, mas em princípio não tenho nada contra o blogueiro russo Alexei Navalnyi, um cruzado contra a corrupção, detido terça-feira em Moscou, assim como centenas de manifestantes, e condenado a 15 dias de prisão. Seu crime? Basicamente popularizar a expressão “partido de escroques e ladrões”, ao se referir ao partido governista Rússia Unida. Chato é que, no final das contas, embora este partido do poderoso chefão Vladimir Putin tenha sido humilhado nas eleições parlamentares de domingo (sem fraude, o estrago teria sido maior), os comunistas e a extrema direita tenham avançado. A ironia é quando Putin passa a ser uma espécie de centrista.

    Dá um certo prazer, é verdade, ver Putin suar um pouco, como qualquer ditador ou semiditador. O senador republicano americano John McCain, que não é exatamente Geração Facebook, tuitou de forma provocativa na terça-feira o seguinte: “Querido Vlad (Vladimir Putin), a primavera árabe está chegando a uma vizinhança perto de você”.


(Texto adaptado. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog

nova-york/se-cao/facebook/. ) 

Com o uso da expressão ... um cruzado contra a corrupção... o autor visa a
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Q773526 Português

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão seguinte.


    Como escreveu no começo do século 20 aquele infame senhor russo de cavanhaque, o que fazer? Eu tenho um fraco por esta moçada corajosa que agita no começo do século 21, que vai para a rua, que vai para a praça protestar por liberdade e também para denunciar fraude eleitoral e corrupção. Não sou tão ingênuo e emocional a ponto de me comover com a moçada do “occupy Wall Street” (teve até liberdade demais), mas, quando se trata do pessoal que passa o sufoco no centro de Moscou ou na praça Tahrir, no Cairo, é outra história. Sei, sei, há uma longa distância entre Moscou e Cairo, mas nos dois casos existe o que alguns de forma pejorativa chamam de Geração Facebook. Eu não.

    É chato quando a fadiga com um sistema de lei e ordem, como o de Putin, leva tanta gente a sonhar com outros pregando projetos ainda mais autoritários e nostálgicos. Imagine, Putin quer restaurar glórias passadas do império russo e, ainda por cima, vemos estes avanços de comunistas e da extrema direita? Claro que sobra a solidariedade com a moçada que foi para a rua protestar.

    Pouco conheço, mas em princípio não tenho nada contra o blogueiro russo Alexei Navalnyi, um cruzado contra a corrupção, detido terça-feira em Moscou, assim como centenas de manifestantes, e condenado a 15 dias de prisão. Seu crime? Basicamente popularizar a expressão “partido de escroques e ladrões”, ao se referir ao partido governista Rússia Unida. Chato é que, no final das contas, embora este partido do poderoso chefão Vladimir Putin tenha sido humilhado nas eleições parlamentares de domingo (sem fraude, o estrago teria sido maior), os comunistas e a extrema direita tenham avançado. A ironia é quando Putin passa a ser uma espécie de centrista.

    Dá um certo prazer, é verdade, ver Putin suar um pouco, como qualquer ditador ou semiditador. O senador republicano americano John McCain, que não é exatamente Geração Facebook, tuitou de forma provocativa na terça-feira o seguinte: “Querido Vlad (Vladimir Putin), a primavera árabe está chegando a uma vizinhança perto de você”.


(Texto adaptado. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog

nova-york/se-cao/facebook/. ) 

No texto, é citada a seguinte frase do senador republicano americano John McCain: “Querido Vlad (Vladimir Putin), a primavera árabe está chegando a uma vizinhança perto de você”. Essa fala
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Respostas
1: A
2: D
3: D
4: C
5: B