Questões de Concurso Público TRT - 23ª REGIÃO (MT) 2011 para Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação

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Q111501 Português
Pergunta: Por que o senhor acha que Cem anos de solidão fez
tanto sucesso?
García Marquez: Não tenho a menor ideia, sou um péssimo
crítico de meus próprios trabalhos.

Pergunta: Por que acha que a fama é destrutiva para um
escritor?
García Marquez: Primeiro, porque ela invade sua vida particular.
Acaba com o tempo que você passa com amigos e com o
tempo em que você pode trabalhar. Tende a isolar você do
mundo real.

Pergunta: O senhor já pensou em fazer filme?
García Marquez: Houve uma ocasião em que desejava ser
diretor de cinema. Sentia que o cinema era um meio de co-
municação que não tinha limites, no qual tudo era possível. Mas
há uma grande limitação no cinema pelo fato de que ele é uma
arte industrial. É muito difícil expressar no cinema o que você
realmente quer dizer. Entre ter uma companhia cinematográfica
e um jornal, eu escolheria um jornal.

[...]

Pergunta: Ouvi falar de uma famosa entrevista com um mari-
nheiro que havia sofrido um naufrágio.
García Marquez: Não foi com perguntas e respostas. O mari-
nheiro apenas contou suas aventuras e eu as reescrevi, ten-
tando usar as palavras dele, na primeira pessoa, como se fosse
ele quem estivesse escrevendo. Quando o trabalho foi publi-
cado, na forma de uma série de reportagens em um jornal, uma
parte por dia, durante duas semanas, foi assinado pelo ma-
rinheiro e não por mim. Só vinte anos depois a reportagem foi
publicada em livro e as pessoas descobriram que havia sido
escrita por mim. Nenhum editor de texto percebeu que ela era
boa, até eu escrever Cem anos de solidão.


(Adaptado de Peter M. Stone. Os escritores, 2: as históricas
entrevistas da Paris Review
. Trad. Cecília C. Bartalotti. São
Paulo: Cia. das Letras, 1989, p. 326 e pp.340-341)

... e com o tempo em que você pode trabalhar.

O segmento grifado na frase acima preenche corretamente a lacuna da frase:
Alternativas
Q111504 Português
O cangaço está nas telas de nossos maiores artistas,
rendeu filmes premiados, personagens de livros clássicos, e se
mantém como fonte de estudo e paixão. A riqueza do fenômeno
parece sem fim. O historiador Frederico Pernambucano de
Mello prova isso ao esquadrinhar um aspecto original do
fenômeno. Em seu livro Estrelas de Couro – A estética do
cangaço,
apresenta uma abordagem do visual do cangaceiro,
adornado e caracterizado com detalhes capazes de ombreá-lo a
um cavaleiro medieval europeu ou a um guerreiro samurai.
Oferece ideias bem estruturadas sobre a razão das moedas de
prata e ouro pregadas no chapéu, do desenho costurado na
roupa e de outras minúcias.
As roupas, acessórios, calçados e armas dos canga-
ceiros não tinham função única. Sob a análise do historiador,
esse personagem surge supersticioso. Presas a seu corpo, ele
levava diferentes orações com a função de protegê-lo. Objetivo
semelhante tinham os símbolos com os quais enfeitava o cha-
péu, como o signo de Salomão, que reunia a ideia de poder, de
proteção, de devolver as ofensas.
A roupa cheia de metais, espelhos e multicores não era
um traje de camuflagem, muito ao contrário. Essa característica
do cangaceiro, analisa o autor, mostra o caráter arcaico do
homem ligado ao sobrenatural, às coisas da vida e da morte. É
um traço presente em outras manifestações de arte popular
ligadas à divindade. "Os ex-votos, por exemplo, são peças que
servem de pagamento à graça alcançada. A carranca do rio São
Francisco, vendida em sacos de estopa para que o dono da
embarcação não a visse, serve como um abre-caminhos, um
protetor contra os malefícios que poderiam estar a cada dobra
do rio", explica o historiador.


(Celso Calheiros, CartaCapital, 29 de outubro de 2010, p. 70-
71, com adaptações)

O historiador Frederico Pernambucano de Mello prova isso ao esquadrinhar um aspecto original do fenômeno. (1o parágrafo)

Com o emprego do pronome grifado acima faz-se referência ao fato de que é possível
Alternativas
Respostas
1: D
2: E