Questões de Concurso Público Câmara de Maria Helena - PR 2017 para Advogado

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Q775129 Português
Pleonasmo é a repetição, utilizando-se de palavras diferentes, de uma informação já apresentada na frase. O seu emprego somente se justifica quando há a finalidade específica de enfatizar ou completar uma ideia ou em gêneros poéticos, sendo que sua aplicação inadequada é conhecida na gramática como “pleonasmo vicioso”. Assinale a única alternativa na qual se apresenta um pleonasmo vicioso.
Alternativas
Q775130 Português

Leia atentamente o texto abaixo para responder a questão.



A ARMADILHA

Murilo Rubião


    Alexandre Saldanha Ribeiro. Desprezou o elevador e seguiu pela escada, apesar da volumosa mala que carregava e do número de andares a serem vencidos. Dez.

    Não demonstrava pressa, porém o seu rosto denunciava a segurança de uma resolução irrevogável. Já no décimo pavimento, meteu-se por um longo corredor, onde a poeira e detritos emprestavam desagradável aspecto aos ladrilhos. Todas as salas encontravam-se fechadas e delas não escapava qualquer ruído que indicasse presença humana.

    Parou diante do último escritório e perdeu algum tempo lendo uma frase, escrita a lápis, na parede. Em seguida passou a mala para a mão esquerda e com a direita experimentou a maçaneta, que custou a girar, como se há muito não fosse utilizada. Mesmo assim não conseguiu franquear a porta, cujo madeiramento empenara. Teve que usar o ombro para forçá-la. E o fez com tamanha violência que ela veio abaixo ruidosamente. Não se impressionou. Estava muito seguro de si para dar importância ao barulho que antecedera a sua entrada numa saleta escura, recendendo a mofo. Percorreu com os olhos os móveis, as paredes. Contrariado, deixou escapar uma praga. Quis voltar ao corredor, a fim de recomeçar a busca, quando deu com um biombo. Afastou-o para o lado e encontrou uma porta semicerrada. Empurrou-a. Ia colocar a mala no chão, mas um terror súbito imobilizou-o: sentado diante de uma mesa empoeirada, um homem de cabelos grisalhos, semblante sereno, apontava-lhe um revólver. Conservando a arma na direção do intruso, ordenou-lhe que não se afastasse.

    Também a Alexandre não interessava fugir, porque jamais perderia a oportunidade daquele encontro. A sensação de medo fora passageira e logo substituída por outra mais intensa, ao fitar os olhos do velho. Deles emergia uma penosa tonalidade azul.

    Naquela sala tudo respirava bolor, denotava extremo desmazelo, inclusive as esgarçadas roupas do seu solitário ocupante:

    — Estava à sua espera — disse, com uma voz macia. Alexandre não deu mostras de ter ouvido, fascinado com o olhar do seu interlocutor. Lembrava-lhe a viagem que fizera pelo mar, algumas palavras duras, num vão de escada.

    O outro teve que insistir:

    — Afinal, você veio.

    Subtraído bruscamente às recordações, ele fez um esforço violento para não demonstrar espanto:

    — Ah, esperava-me? — Não aguardou resposta e prosseguiu exaltado, como se de repente viesse à tona uma irritação antiga: — Impossível! Nunca você poderia calcular que eu chegaria hoje, se acabo de desembarcar e ninguém está informado da minha presença na cidade! Você é um farsante, mau farsante. Certamente aplicou sua velha técnica e pôs espias no meu encalço. De outro modo seria difícil descobrir, pois vivo viajando, mudando de lugar e nome.

    — Não sabia das suas viagens nem dos seus disfarces.

    — Então, como fez para adivinhar a data da minha chegada?

    — Nada adivinhei. Apenas esperava a sua vinda. Há dois anos, nesta cadeira, na mesma posição em que me encontro, aguardava-o certo de que você viria.

    Por instantes, calaram-se. Preparavam-se para golpes mais fundos ou para desvendar o jogo em que se empenhavam.

    Alexandre pensou em tomar a iniciativa do ataque, convencido de que somente assim poderia desfazer a placidez do adversário. Este, entretanto, percebeu-lhe a intenção e antecipou-se:

    — Antes que me dirija outras perguntas — e sei que tem muitas a fazer-me — quero saber o que aconteceu com Ema.

    — Nada — respondeu, procurando dar à voz um tom despreocupado.

    — Nada?

    Alexandre percebeu a ironia e seus olhos encheram-se de ódio e humilhação. Tentou revidar com um palavrão. Todavia, a firmeza e a tranquilidade que iam no rosto do outro venceramno.

    — Abandonou-me — deixou escapar, constrangido pela vergonha. E numa tentativa inútil 4 de demonstrar um resto de altivez, acrescentou:

    — Disso você não sabia!

    Um leve clarão passou pelo olhar do homem idoso: — Calculava, porém desejava ter certeza.

(Murilo Rubião. A casa do girassol vermelho e outros contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 61)

Sobre o texto, é possível afirmar que:
Alternativas
Q775131 Português

Leia atentamente o texto abaixo para responder a questão.



A ARMADILHA

Murilo Rubião


    Alexandre Saldanha Ribeiro. Desprezou o elevador e seguiu pela escada, apesar da volumosa mala que carregava e do número de andares a serem vencidos. Dez.

    Não demonstrava pressa, porém o seu rosto denunciava a segurança de uma resolução irrevogável. Já no décimo pavimento, meteu-se por um longo corredor, onde a poeira e detritos emprestavam desagradável aspecto aos ladrilhos. Todas as salas encontravam-se fechadas e delas não escapava qualquer ruído que indicasse presença humana.

    Parou diante do último escritório e perdeu algum tempo lendo uma frase, escrita a lápis, na parede. Em seguida passou a mala para a mão esquerda e com a direita experimentou a maçaneta, que custou a girar, como se há muito não fosse utilizada. Mesmo assim não conseguiu franquear a porta, cujo madeiramento empenara. Teve que usar o ombro para forçá-la. E o fez com tamanha violência que ela veio abaixo ruidosamente. Não se impressionou. Estava muito seguro de si para dar importância ao barulho que antecedera a sua entrada numa saleta escura, recendendo a mofo. Percorreu com os olhos os móveis, as paredes. Contrariado, deixou escapar uma praga. Quis voltar ao corredor, a fim de recomeçar a busca, quando deu com um biombo. Afastou-o para o lado e encontrou uma porta semicerrada. Empurrou-a. Ia colocar a mala no chão, mas um terror súbito imobilizou-o: sentado diante de uma mesa empoeirada, um homem de cabelos grisalhos, semblante sereno, apontava-lhe um revólver. Conservando a arma na direção do intruso, ordenou-lhe que não se afastasse.

    Também a Alexandre não interessava fugir, porque jamais perderia a oportunidade daquele encontro. A sensação de medo fora passageira e logo substituída por outra mais intensa, ao fitar os olhos do velho. Deles emergia uma penosa tonalidade azul.

    Naquela sala tudo respirava bolor, denotava extremo desmazelo, inclusive as esgarçadas roupas do seu solitário ocupante:

    — Estava à sua espera — disse, com uma voz macia. Alexandre não deu mostras de ter ouvido, fascinado com o olhar do seu interlocutor. Lembrava-lhe a viagem que fizera pelo mar, algumas palavras duras, num vão de escada.

    O outro teve que insistir:

    — Afinal, você veio.

    Subtraído bruscamente às recordações, ele fez um esforço violento para não demonstrar espanto:

    — Ah, esperava-me? — Não aguardou resposta e prosseguiu exaltado, como se de repente viesse à tona uma irritação antiga: — Impossível! Nunca você poderia calcular que eu chegaria hoje, se acabo de desembarcar e ninguém está informado da minha presença na cidade! Você é um farsante, mau farsante. Certamente aplicou sua velha técnica e pôs espias no meu encalço. De outro modo seria difícil descobrir, pois vivo viajando, mudando de lugar e nome.

    — Não sabia das suas viagens nem dos seus disfarces.

    — Então, como fez para adivinhar a data da minha chegada?

    — Nada adivinhei. Apenas esperava a sua vinda. Há dois anos, nesta cadeira, na mesma posição em que me encontro, aguardava-o certo de que você viria.

    Por instantes, calaram-se. Preparavam-se para golpes mais fundos ou para desvendar o jogo em que se empenhavam.

    Alexandre pensou em tomar a iniciativa do ataque, convencido de que somente assim poderia desfazer a placidez do adversário. Este, entretanto, percebeu-lhe a intenção e antecipou-se:

    — Antes que me dirija outras perguntas — e sei que tem muitas a fazer-me — quero saber o que aconteceu com Ema.

    — Nada — respondeu, procurando dar à voz um tom despreocupado.

    — Nada?

    Alexandre percebeu a ironia e seus olhos encheram-se de ódio e humilhação. Tentou revidar com um palavrão. Todavia, a firmeza e a tranquilidade que iam no rosto do outro venceramno.

    — Abandonou-me — deixou escapar, constrangido pela vergonha. E numa tentativa inútil 4 de demonstrar um resto de altivez, acrescentou:

    — Disso você não sabia!

    Um leve clarão passou pelo olhar do homem idoso: — Calculava, porém desejava ter certeza.

(Murilo Rubião. A casa do girassol vermelho e outros contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 61)

Protagonista é o personagem principal de uma história; o antagonista é o personagem que se opõe ao protagonista; já o personagem secundário é aquele que auxilia no desenvolvimento narrativo. É possível, neste trecho do conto “A Armadilha”, identificar que: I. Ema é protagonista e Alexandre antagonista. II. Alexandre é protagonista e Ema é personagem secundária. III. O “homem de cabelos grisalhos, semblante sereno”, cujo nome não aparece no texto, é antagonista. IV. Alexandre e Ema são protagonistas e não há no conto nenhum antagonista. V. Ema é antagonista e os outros dois personagens são protagonistas. Pode-se afirmar que está correto o que se declara em:
Alternativas
Q775132 Português

Leia atentamente o texto abaixo para responder a questão.



A ARMADILHA

Murilo Rubião


    Alexandre Saldanha Ribeiro. Desprezou o elevador e seguiu pela escada, apesar da volumosa mala que carregava e do número de andares a serem vencidos. Dez.

    Não demonstrava pressa, porém o seu rosto denunciava a segurança de uma resolução irrevogável. Já no décimo pavimento, meteu-se por um longo corredor, onde a poeira e detritos emprestavam desagradável aspecto aos ladrilhos. Todas as salas encontravam-se fechadas e delas não escapava qualquer ruído que indicasse presença humana.

    Parou diante do último escritório e perdeu algum tempo lendo uma frase, escrita a lápis, na parede. Em seguida passou a mala para a mão esquerda e com a direita experimentou a maçaneta, que custou a girar, como se há muito não fosse utilizada. Mesmo assim não conseguiu franquear a porta, cujo madeiramento empenara. Teve que usar o ombro para forçá-la. E o fez com tamanha violência que ela veio abaixo ruidosamente. Não se impressionou. Estava muito seguro de si para dar importância ao barulho que antecedera a sua entrada numa saleta escura, recendendo a mofo. Percorreu com os olhos os móveis, as paredes. Contrariado, deixou escapar uma praga. Quis voltar ao corredor, a fim de recomeçar a busca, quando deu com um biombo. Afastou-o para o lado e encontrou uma porta semicerrada. Empurrou-a. Ia colocar a mala no chão, mas um terror súbito imobilizou-o: sentado diante de uma mesa empoeirada, um homem de cabelos grisalhos, semblante sereno, apontava-lhe um revólver. Conservando a arma na direção do intruso, ordenou-lhe que não se afastasse.

    Também a Alexandre não interessava fugir, porque jamais perderia a oportunidade daquele encontro. A sensação de medo fora passageira e logo substituída por outra mais intensa, ao fitar os olhos do velho. Deles emergia uma penosa tonalidade azul.

    Naquela sala tudo respirava bolor, denotava extremo desmazelo, inclusive as esgarçadas roupas do seu solitário ocupante:

    — Estava à sua espera — disse, com uma voz macia. Alexandre não deu mostras de ter ouvido, fascinado com o olhar do seu interlocutor. Lembrava-lhe a viagem que fizera pelo mar, algumas palavras duras, num vão de escada.

    O outro teve que insistir:

    — Afinal, você veio.

    Subtraído bruscamente às recordações, ele fez um esforço violento para não demonstrar espanto:

    — Ah, esperava-me? — Não aguardou resposta e prosseguiu exaltado, como se de repente viesse à tona uma irritação antiga: — Impossível! Nunca você poderia calcular que eu chegaria hoje, se acabo de desembarcar e ninguém está informado da minha presença na cidade! Você é um farsante, mau farsante. Certamente aplicou sua velha técnica e pôs espias no meu encalço. De outro modo seria difícil descobrir, pois vivo viajando, mudando de lugar e nome.

    — Não sabia das suas viagens nem dos seus disfarces.

    — Então, como fez para adivinhar a data da minha chegada?

    — Nada adivinhei. Apenas esperava a sua vinda. Há dois anos, nesta cadeira, na mesma posição em que me encontro, aguardava-o certo de que você viria.

    Por instantes, calaram-se. Preparavam-se para golpes mais fundos ou para desvendar o jogo em que se empenhavam.

    Alexandre pensou em tomar a iniciativa do ataque, convencido de que somente assim poderia desfazer a placidez do adversário. Este, entretanto, percebeu-lhe a intenção e antecipou-se:

    — Antes que me dirija outras perguntas — e sei que tem muitas a fazer-me — quero saber o que aconteceu com Ema.

    — Nada — respondeu, procurando dar à voz um tom despreocupado.

    — Nada?

    Alexandre percebeu a ironia e seus olhos encheram-se de ódio e humilhação. Tentou revidar com um palavrão. Todavia, a firmeza e a tranquilidade que iam no rosto do outro venceramno.

    — Abandonou-me — deixou escapar, constrangido pela vergonha. E numa tentativa inútil 4 de demonstrar um resto de altivez, acrescentou:

    — Disso você não sabia!

    Um leve clarão passou pelo olhar do homem idoso: — Calculava, porém desejava ter certeza.

(Murilo Rubião. A casa do girassol vermelho e outros contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 61)

O texto em apreço é do gênero “conto”. A respeito desse gênero textual, pode-se afirmar:
Alternativas
Q775133 Português
“Mike Brown descobriu [...] um planetoide gelado, quase do tamanho de Plutão, numa região do espaço vazia. Em si mesmo, o planetoide não causou surpresa. Há mais de uma década, os astrônomos já previam que corpos gelados e menores do que planetas seriam vistos no chamado Cinturão de Kuiper, situado entre a órbita de Netuno e uma região do espaço além da órbita de Plutão. Em 1992, astrônomos localizaram no Havaí o primeiro de um conjunto que hoje conta com um milhar de objetos gelados nessa região”. National Geographic, dez 2004. Ao ler atentamente o texto acima, pode-se afirmar que:
Alternativas
Respostas
16: D
17: B
18: D
19: A
20: C