Questões de Concurso Público Prefeitura de Delmiro Gouveia - AL 2016 para Assistente Social
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A relação é o que (não) se vê
Ver ou não ver, eis a questão. Parece trivial, mas não é. Será que aquilo que a gente vê é mesmo aquilo que a gente vê? Ou a gente vê não o que olha, mas a relação com aquilo que olha? Se for assim, quando se olha alguém ou alguma coisa, olha-se também para dentro de si mesmo. Em outras palavras, se este argumento fizer sentido, seria legítimo afirmar que a pessoa ou o objeto que se olha, é também – além de ser objeto ou pessoa – um espelho para nosso espírito, nosso estado psicológico, nossa educação, valores, emoções, conhecimentos, compromissos profissionais, responsabilidades sociais, posição na estrutura familiar etc. Enfim, tudo aquilo que faz a gente ser o que é. Pode parecer complicado, mas tudo vai se esclarecer quando esse palavreado abstrato desaguar em exemplos. [...]
EINSTEN, Albert. Como vejo o mundo. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1981. p. 9.
Dadas as afirmativas,
I. O texto inicia-se com perguntas retóricas, ou seja, interrogações que instauram o tom de discussão, de debate, que caracteriza a dissertação argumentativa.
II. O texto, por ser predominantemente descritivo, faz uso de intensa adjetivação.
III. As interrogativas, que aparecem no início do texto, revelam presença do discurso direto, marca expressiva de um texto narrativo ficcional.
IV. Há uma construção textual típica das narrativas, cuja finalidade é expor uma história.
verifica-se que está(ão) correta(s) apenas
Estamos em uma época de evolução do planeta, que implica limpeza total. Repare: se antigamente mentiras permaneciam encobertas por décadas, agora as verdades vêm rapidamente à tona e erros são revelados. Isso acontece tanto na esfera privada como na pública – o assunto do momento é a corrupção em todos os países, em diferentes graus e sentidos. Então, que tal seguir essa vibração e fazer a sua parte? [...]
LUCA, Marcia de Cláudia. n. 11. Ano 51, nov. 2015.
Se não houvesse a presença da vírgula no trecho: “Estamos em uma época de evolução do planeta, que implica limpeza total”, o seu sentido seria afetado porque
O mundo é um moinho
Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó.
[...]
Disponível em: <http://www.letrasdemusicas.fm/cazuza/o-mundo-e-um-moinho> . Acesso em: 03 dez. 2015.
Na letra da música, é possível notar, de modo mais evidente, os aspectos expressivo e exortativo nos versos:
Estatutos do homem
Artigo 1º: Fica decretado que agora vale a verdade, que agora vale a vida e que de mãos dadas trabalharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo 2º: Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm o direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo 3º: Fica decretado que a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança. [...]
MELLO, Thiago de. Estatuto do homem. Disponível em:<http://www.existencialismo.org.br/jornalexistencial/estatutosdohomem.html> . Acesso em: 10 dez. 2015.
Dadas as afirmativas acerca do poema,
I. A utilização da rigidez das regras em fica decretado que é desfeita em função da poeticidade das imagens.
II. O que se propõe como rigor das leis apresenta resultado suavizado pelo ideal de uma vida mais feliz.
III. Em termos sintáticos, o poema apresenta períodos formados por orações subordinadas substantivas.
verifica-se está(ão) correta(s)
O olor fugaz do sexo das meninas
Adolescente é um substantivo no particípio presente: um ser que está acontecendo. De corpo e de espírito, o adolescente é um estado. Estado de quê? O segredo do adolescente está guardado há séculos, no DNA da palavra adolescente, para só revelar-se agora, no nosso tempo. O radical vem do verbo latino oleo, -es, -ers, olui, que quer dizer exalar um perfume, um cheiro, recender – bem ou mal. É a mesma raiz da palavra olor, significando aroma sutil, fragrância. Com a preposição ad como prefixo tornou-se o verbo latino adoleo, que quer dizer queimar, fazer queimar, consumir pelo fogo em honra de um deus. Entende-se: as ervas queimadas no altar do sacrifício exalam cheiros, perfumam, recendem – estão aí para isso. Podemos adiantar uma fórmula: o adolescente será aquele que arde, que queima, que se consome no seu próprio fogo, sacrificado aos deuses de sua idade, de sua época. [...]
WISNIK, José Miguel. Sem receita. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 383.
No excerto “...o adolescente será aquele que arde, que queima, que se consome no seu próprio fogo”, ocorrem as figuras de linguagem