Questões de Concurso Público IF-AL 2011 para Nível Fundamental, Auxiliar em Administração - Auxiliar de Biblioteca - Assistente de Laboratório

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Q577206 Português

Texto 1

“Crônica tem esta vantagem: não obriga ao paletó-e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição correta diante dos grandes problemas; não exige de quem o faz o nervosismo saltitante do repórter, responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. Sei bem que existem o cronista político, o esportivo, o religioso, o econômico etc., mas a crônica de que estou falando é aquela que não precisa entender de nada ao falar de tudo. Não se exige do cronista geral a informação ou o comentário precisos que cobramos dos outros. O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não ortodoxo e não trivial, e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal, ou de grupo, porque a crônica é território livre da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles. Fazer mais do que isto seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo”.

                        (Carlos Drummond de Andrade - "Ciao", in Shopping News - City News) 

Com base na compreensão e análise do texto 1, responda a questão.

De acordo com a posição de Drummond, é ilegítimo afirmar que a crônica se caracteriza como

Alternativas
Q577214 Português
No enunciado: “Contas menos salgadas para fisgar o cliente”, os termos grifados são usados no sentido
Alternativas
Q577217 Português

Dadas as afirmativas seguintes sobre o texto abaixo,

“[...] Esse espaço ligado ao culto funerário, essa cidade-pirâmide, não é silenciosa. Ecoa o barulho incessante dos canteiros de obras, além das vozes dos trabalhadores e dos serviços de reparação. As idas e vindas dos sacerdotes, responsáveis pelo culto funerário, e seus empregados, artesãos, criados ou camponeses, fazem desse local dedicado aos mortos um universo bem vivo”

(Larousse das Civilizações Antigas, 2006).

I. O adjetivo “incessante” (2ª linha) pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, pelo adjetivo “intenso”.

II. Uma das funções dos pronomes demonstrativos presentes no texto, assim como dos pronomes possessivos, é retomar expressões ou trecho anteriores para garantir a unidade e progressão do tema no texto.

III. A palavra “Ecoa” é um verbo na primeira pessoa do presente do indicativo.

IV. A palavra “pirâmide”, no texto, é um substantivo.

verifica-se que são verdadeiras

Alternativas
Q577219 Português

                                                      Um apólogo

      Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

      – Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?

      – Deixe-me, senhora.

      – Que a deixe? Que a deixe, por quê? Por que lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

      – Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

      – Mas você é orgulhosa.

      – Decerto que sou.

      – Mas por quê?

      – É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

      – Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?

      – Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

      – Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...

      – Também os batedores vão adiante do imperador.

      – Você é imperador?

      – Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

      [...]

      – Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

      Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

      – Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

      Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:– Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

                                                                                                              (Machado de Assis)

Dadas as afirmações seguintes sobre o texto,

I. É possível afirmar que a agulha e a linha são figuras que servem para tematizar a igualdade de oportunidades entre as pessoas em diferentes relações sociais (patrão/empregado, marido/mulher...).

II. O uso da metáfora no texto torna-o extremamente expressivo, porque associa traços dos objetos a comportamentos ou ações humanas.

III. A agulha, a linha e o professor de melancolia representam pessoas que recebem a devida recompensa após o exercício de seu trabalho.

IV. No texto, a linha é comparada aos batedores do imperador porque são as pessoas que se esforçam para preparar o caminho para os outros.

verifica-se que

Alternativas
Q577221 Português

                                                      Um apólogo

      Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

      – Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?

      – Deixe-me, senhora.

      – Que a deixe? Que a deixe, por quê? Por que lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

      – Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

      – Mas você é orgulhosa.

      – Decerto que sou.

      – Mas por quê?

      – É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

      – Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?

      – Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

      – Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...

      – Também os batedores vão adiante do imperador.

      – Você é imperador?

      – Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

      [...]

      – Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

      Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

      – Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

      Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:– Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

                                                                                                              (Machado de Assis)

Sobre a compreensão do texto,

I. Somente há trechos que revelam a linha e a agulha como objetos de costura.

II. Como a agulha e a linha são tratadas no seu sentido próprio, não se pode dizer que o texto tem um caráter metafórico.

III. De acordo com o texto, linha e agulha desempenham igualmente funções importantes.

IV. Agulha e linha guardam traços humanos ao mesmo tempo que apresentam a dimensão de objetos.

assinale a opção que apresenta uma análise correta das proposições acima.

Alternativas
Respostas
1: X
2: A
3: A
4: D
5: D