Questões de Concurso Público Prefeitura de Camaçari - BA 2024 para Professor - Disciplina: Língua Portuguesa

O poema em questão explora o sentimento de amor à pátria por meio da oposição espacial entre “cá” (a terra natal) e “lá” (a terra distante, do exílio) estabelecida pelo eu lírico. 

A terra natal do eu lírico é idealizada pela exuberância da natureza, mostrada em “Nossas várzeas têm mais flores, / Nossos bosques têm mais vida”, e pela religiosidade do povo, como se percebe no apelo dos versos “Não permita Deus que eu morra, / Sem que eu volte para lá”. 

A musicalidade do poema, que justifica o título, é acentuada pela repetição das rimas toantes ou assonantes entre as palavras “sabiá”, “cá” e “lá” ao longo de quase todo o poema. 

Apesar da saudade da terra natal, o eu lírico reconhece a superioridade da terra estrangeira em relação à sua terra, conforme se pode ler nos versos “Em cismar — sozinho, à noite — / Mais prazer encontro eu lá”. 

A escolha do “sabiá” e das “palmeiras”, elementos bastante comuns no Brasil, deve-se à intenção de Gonçalves Dias de dar à poesia brasileira uma identidade nacional, inteiramente de acordo com os pressupostos do nacionalismo romântico em voga na sua época. 

Nos romances da segunda fase de sua obra, Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Esaú e Jacó, Machado de Assis antecipou aspectos da literatura moderna brasileira ao usar narradores protagonistas que, além de narrar os fatos, fazem comentários metalinguísticos sobre o relato. 

A obra ficcional de Machado de Assis é tradicionalmente dividida em duas fases: a inicial, de influência romântica, com romances como Helena e Inocência; e a segunda, realista-naturalista, como Memórias póstumas de Brás Cubas e Casa de pensão. 

Todos os romances de Machado de Assis apresentaram o Rio de Janeiro como espaço narrativo, ambientados tanto nos bairros mais nobres quanto nos bairros mais modestos desse centro urbano. 

Adepto do realismo-naturalismo, Machado de Assis rejeitou a temática romântica e não abordou os temas do amor e do casamento em suas narrativas ficcionais, e os protagonistas de seus romances, divididos entre sentimentos e ascensão social, sempre optam pelos valores materiais. 

A sondagem psicológica do homem foi aprofundada na ficção machadiana, trazendo à tona os desvios de caráter, as taras, as loucuras de personagens representantes da elite burguesa que, assim como os das classes operárias, eram oprimidos pelo determinismo social.